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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira..
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 1 de agosto de 2022

Reviver o ciclo do pão animou os visitantes e habitantes de Palácios

 O Festival da Música e Tradição da Lombada aconteceu este fim-de-semana depois de dois anos de pandemia


Os cânticos ajudavam a amenizar o trabalho árduo que era fazer a segada manual. Mal o sol nascia, os campos eram ocupados por pessoas de foice na mão que pouco a pouco cortavam o centeio para depois ser malhado. Este sábado, os mais velhos puderam reviver estes tempos e os mais novos puderam perceber como se fazia. Adriana Rodrigues tem 70 anos e lembra-se bem dos tempos da ceifa.

“Na minha juventude fazíamos isto. Aprendi com os meus pais, com os meus avós. Tinha muitas saudades. Naquele tempo era muita gente a ceifar e muita alegria. Cantava-se com alegria e faziam-se estes trabalhos duros com alegria”, contou.

Mara José Fernandes é de uma aldeia vizinha, mas quis marcar presença na segada. Com 79 anos recorda aqueles tempos com saudade.

“Segamos muito e passámos muitos calores. São boas as recordações, porque era mais alegre, andávamos sempre a cantar. Era muito trabalho, mas era mais alegre”, relembrou.

Cédric Ferreira é emigrante e aproveitou estar na aldeia de férias para acompanhar os trabalhos manuais. Já não é a primeira vez que participa no festival, mas reconhece a importância de transmitir aos jovens as tradições.

“Acho que é uma iniciativa muito interessante e que deveriam continuar a fazer. Tenho um filho, que ainda é jovem, não está a perceber tudo, mas espero que um dia possa ver como se fazia antigamente”, disse.

Depois da segada manual, era hora de encher a barriga com a merenda característica das seivas, como o pernil, as pataniscas e o queijo. Ao almoço, era servido canhona e arroz doce. Festival da Música e Tradição da Lombada procura reavivar memórias e preservar esta tradição.

“O objectivo da associação é transmitir e dar a conhecer às pessoas mais novas como é que se fazia. Temos aqui gente de idade que fica contente por reviver o que faziam quando eram jovens e os mais novos estão curiosos, há aqui gente a querer experimentar e a pegar na foice”, referiu Raúl Tomé, da Associação Cultural e Ambiental de Palácios, responsável pela organização.

A segada manual é um dos pontos altos do festival, que contou com a transmissão de conhecimentos foi feita pelos mais velhos e a curiosidade não faltou aos mais novos. A animação esteve ao rubro.

O Encontro de Gaiteiros e Tocadores do Nordeste foi outra das atracções. Além de animação musical e recriação de trabalhos agrícolas tradicionais, o festival contou com feira de artesanato e produtos da terra e workshops de fabrico de cestas.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Ângela Pais

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