“Este ano está horrível. O negócio está muito fraco, porque as pessoas não têm dinheiro, optam por artigos mais baratos e não vão pela qualidade. Só compram o básico. Vão aos hipermercados onde a roupa tem menos qualidade, mas é mais em conta”, admitiu Carla Preto, da Cokine Kids-loja de roupa para crianças.
A Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Bragança (ACISB) está atenta ao à situação do comércio tradicional, e a sua presidente, Maria de João Rodrigues, tem andado pela cidade a auscultar o pulso ao movimento nas ruas e nas lojas para ter retorno do impacto da animação natalícia. “Para ver se mudaríamos alguma coisa nas festividades, e, eventualmente, propor ao município alguma alteração. Tenho constatado que as vendas aumentaram este mês de dezembro, mas ainda não chegaram aos valores de 2019. Só que com os meses de outubro e novembro foram muito fracos, excecionalmente. Dezembro está um pouquinho melhor”, explicou Maria João Rodrigues.
A troca de presentes e as festas familiares e das empresas movimentam o comércio local. “Há uma tradição a cumprir, mas da maneira como os preços da alimentação e das energias dispararam, as pessoas estão a comprar menos e com receio do que aí vem, nomeadamente a preparar-se para o inverno, que aqui em Bragança é longo. O crédito à habitação subiu desmesuradamente e os salários não acompanharam o crescimento da inflação”, acrescentou a responsável da ACISB.
A animação festiva da cidade agrada aos comerciantes, segundo Maria João Rodrigues. “Temos campanhas para a promoção do comércio local, para incentivar o consumidor. Estes estão mais recetivos e vão mais às lojas tradicionais”, sublinho.
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