Cinco dos seis detidos na operação “semente em pó” levada a cabo pela GNR de Mirandela, no dia 1 de junho deste ano, por suspeita de pertencerem a uma rede que se dedicava ao tráfico de estupefacientes, com epicentro em Mirandela, mas que operava em vários concelhos da região Norte, vão a julgamento acusados pelo Ministério Público dos crimes de tráfico de estupefacientes e detenção de arma proibida
No despacho de acusação a que tivemos acesso, estão acusados os quatro arguidos que se encontram em prisão preventiva, há seis meses: Jorge Figueiredo, de 56 anos. A sua mulher, Sandra Pinto, de 43 anos, técnica superior na câmara de Mirandela. Amílcar Teixeira, de 54 anos, pai de Edmar, antigo concorrente do Big Brother, todos residentes em Mirandela e ainda Vítor Soares, de 32 anos, de Vila Nova de Gaia, marido de Sónia Jesus que participou na mesma edição do reality show da TVI com Edmar.
O Ministério Público deduziu ainda acusação contra Júlio Carvalho, de 52 anos, residente em Boticas que também tinha sido detido mas aguarda julgamento em liberdade com apresentações duas vezes por semana às autoridades. Os cinco estão acusados do crime de tráfico de estupefacientes, a quatro deles (exceto Vítor Soares), o Ministério Público também deduziu acusação pelo crime de detenção de arma proibida e sobre Amílcar Teixeira ainda recaiu a acusação do crime de tráfico e mediação de armas. Apenas o irmão de Amílcar Teixeira, também detido na operação, não vai a julgamento.
O Ministério Público arrola cerca de 80 testemunhas - 60 são consumidores apanhados nas escutas e os restantes são militares da GNR envolvidos na investigação - e pede que, durante o julgamento, em data ainda por marcar, os arguidos saiam da sala de audiências, “considerando os constrangimentos e receios que as testemunhas consumidores podem apresentar, de forma a garantir um depoimento livre e consonante com a Verdade”, refere o Ministério Público. Nesta acusação não estão incluídos o Tenente da GNR, adjunto do comandante do destacamento territorial da GNR de Torre de Moncorvo, e o seu irmão, capitão do Serviço de Trânsito da GNR a exercer funções no Porto, que foram constituídos arguidos por suspeita de envolvimento neste caso de tráfico de estupefacientes, mas, ao que apurámos, devem ser julgados num processo à parte, dado que as investigações ainda não estão fechadas, e não é de excluir a possibilidade de virem a ser constituídos mais arguidos.
Já há despacho de acusação, falta saber a data do início do julgamento.
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