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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

Doze ONG portuguesas pedem ao ministro do Ambiente apoio para criação e implementação de uma lei do restauro da natureza

 Doze Organizações Não Governamentais (ONG) portuguesas de ambiente, entre as quais a Palombar - Conservação da Natureza e do Património Rural, enviaram uma carta aberta ao Ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, pedindo-lhe que expresse o seu apoio à proposta da Comissão Europeia para a criação e implementação de uma Lei do Restauro da Natureza e o seu compromisso com um processo expedito no próximo Conselho de Ambiente, que terá lugar a 20 de dezembro.

Fotografia Uliana de Castro/Palombar.

O objetivo desta ação conjunta é chegar-se a um acordo o mais rapidamente possível, sem comprometer o nível de ambição necessário, à luz das crises climática e de biodiversidade e do seu impacto nas pessoas e setores da economia no nosso país. Cientistas, empresas e sociedade civil em Portugal e em toda a Europa têm exigido ação urgente.

A proposta de Lei do Restauro da Natureza oferece uma oportunidade fundamental para trazer a natureza de volta a Portugal e à Europa, beneficiando a biodiversidade, o clima e as pessoas. No contexto das obrigações legais de longa data decorrentes do direito internacional, os resultados das negociações da UNFCCC COP27 e da CBD COP15 estão, mais uma vez, a deixar claro que é necessário combater conjuntamente o declínio da biodiversidade e as alterações climáticas para o bem-estar da nossa sociedade.

O Restauro da Natureza é uma parte inerente da solução da Global Biodiversity Framework (Objetivo 2). O Restauro da Natureza é a nossa melhor apólice de seguro para a adaptação climática, por garantir maior resiliência a secas, inundações e outros eventos climáticos extremos. Consequentemente, também contribui para a segurança alimentar a longo prazo. O Restauro da Natureza é, sem dúvida, um dos melhores investimentos que Portugal pode fazer.

Embora reconheçamos que Portugal ainda está a formular a sua posição sobre a proposta de Lei do Restauro da Natureza, as entidades signatárias desta carta aberta pretendem contar com o apoio do senhor ministro à proposta legal na reunião do Conselho de dezembro. Dado o impacto contínuo das crises climática e de biodiversidade a que assistimos em Portugal, com os recentes períodos de seca histórica e incêndios, é de vital importância que o senhor ministro expresse o seu compromisso com o fortalecimento do Restauro da Natureza, através da adoção oportuna de uma posição robusta sobre a proposta legal.

Apoiamos totalmente a proposta de Regulamento de Restauro da Natureza como um marco para reverter a maré de perda de biodiversidade e alterações climáticas que temos vindo a assistir na escala necessária. Em particular, foram destacados alguns elementos-chave, que permitirão que a proposta cumpra plenamente o seu potencial:

A proposta legal tem de incluir um forte objetivo global, para pôr em prática medidas de restauro eficazes em pelo menos 20% da área terrestre e marítima da União Europeia até 2030, para o qual todos os Estados-Membros deverão contribuir de forma justa e responsável. Isso aumentará a flexibilidade dos Estados-Membros e garantirá condições equitativas em que todos os países podem contribuir igualmente;

A relação com as recomendações conjuntas da Política Comum das Pescas deve ser esclarecida para evitar que os objetivos de restauro marinho se tornem impraticáveis;

Para garantir a implementação efetiva do Regulamento, a proposta legal deve abrir caminho para explorar e estabelecer financiamento dedicado ao Restauro da Natureza de acordo com a revisão intercalar do Quadro Financeiro Plurianual;

O cronograma para a implementação de medidas de restauro precisa de ser adiantado. É preciso algum tempo para que os benefícios das medidas de Restauro da Natureza se materializem. Portanto, as medidas precisam de ser implementadas mais cedo para garantir a sua contribuição efetiva para a meta de neutralidade climática da União Europeia em 2050;

Metas quantificadas e com prazos definidos são necessárias para o restauro dos rios e das suas bacias: 15% do comprimento dos rios (178 000 km em toda a União Europeia) devem ser restaurados em rios de fluxo livre até 2030;

Dado que o declínio da biodiversidade e os impactos climáticos são fortemente visíveis nas paisagens agrícolas, características de paisagens de alta diversidade devem ser implementadas em pelo menos 10% da área agrícola utilizada até 2030;

As turfeiras são ecossistemas chave tanto para a biodiversidade como para o clima. Portanto, os seus alvos de restauro devem ser expandidos para todas as turfeiras drenadas, que devem ser totalmente recuperadas.

Entidades signatárias

Associação ALDEIA – Acção, Liberdade, Desenvolvimento, Educação, Investigação, Ambiente
ANP|WWF - Associação Natureza Portugal, em associação com WWF
Corema – Associação de Defesa do Património
FAPAS – Associação Portuguesa para a Conservação da Biodiversidade
GEOTA – Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente
Grupo Lobo
LPN – Liga para a Proteção da Natureza
Palombar – Conservação da Natureza e do Património Rural
Rewilding Portugal
SPEA – Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves
VCF – Vulture Conservation Foundation
Zero – Associação Sistema Terrestre Sustentável

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