Não acontecia há três anos devido à pandemia e, por isso, o regresso era muito ansiado. Adérito Teixeira, da organização, explica que no dia 25 à noite começa por se “deitar o jogo à praça”, que não é nada mais nada menos que a saída de bombos pelas ruas da vila e vão passando de casa em casa, dando a “nomeada”. Depois as pessoas encontram-se todas junto à fogueira e comida e bebida não falta.
“Dão uma nomeada, chegam a mim e dão uma nomeada, chegam a outro vizinho e dão outra nomeada e ninguém leva a mal, é tradição. Depois recolhe ao largo da rua, onde está a fogueira e estão lá toda a noite, a comer e a beber”, contou.
A tradição continua hoje e bem cedo, às sete da manhã. Embora já não haja tantos burros como antigamente, o ritual continua a acontecer.
“Às sete da manhã sai a ciganada, dava a volta à Torre e chegava ao largo e parava. Depois saiam as madamas, davam a volta, uns com farinha, outros com garrafas de água e deitam às pessoas”, disse.
À tarde é hora da missa em honra do Santo Estevão, com a bênção do pão, e da procissão que se dirige ao largo central de Torre de Dona Chama onde está um castelo construído em ferro com esferovite ou palha. Ali acontece outro ritual.
“Sai a procissão pela rua até ao largo central e depois ali está o castelo e vêm as mouriscas e os caçadores. Se as mouriscas não deixarem chegar fogo ao castelo ganham, se deixarem chegar fogo, ganham os caçadores e a festa acaba aí. Os caçadores ganham quase sempre, nós já sabemos”, lembrou.
O Santo Estevão comemora-se em Torre de Dona Chama a 25 e 26 de Dezembro.
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