Por: Fernando Calado
(colaborador do Memórias...e outras coisas...)
Cumpriu-se o Mar e o Império se desfez...falta cumprir-se Portugal…diz-nos Pessoa.
…falta cumprir-se Trás-os-Montes na intranquilidade de quem sabe que o futuro está adiado … e para sempre ouvimos a voz dos nossos netos e a voz da Terra dos nossos avós que clama… e não se calam quando a noite é mais noite…
Se nos rimos do rigor do Inverno… se mandamos fazer uma enxada de encomenda para desbravar montes… se obrigamos o Marão a resolver-se em via rápida e em auto estrada…se fomos à segada e cantamos canções para adoçar o destempero do Verão… se erguemos castelos… Igrejas… se fomos à Missa e à bruxa… se inventamos línguas e preservamos o mirandês… se fomos a África e retornamos para recomeçar mil vezes… se fizemos as pazes com Espanha… se fomos para o mundo em tempo de passadores, de Carabineiros e da Pide… se fizemos o baile e ralhamos por um palmo de terra… se acendemos o forno… moemos o trigo… e abrimos a adega de par em par ao visitante sedento, também somos capazes de fazer cumprir Trás-os-Montes e combater este mau agouro da desertificação… de combater este fatalismo duma região que está a prazo…
…levam-nos tudo… a ignorância faz contas e erra… a estratégia é encerrar… encerrar… e por estas contas de encerrar serviços públicos e numa relação sistémica a falência e insolvência dos privados, dentro de 10, o mais tardar 15 anos, a maior parte das aldeias transmontanas não existirão e reinará um silêncio de morte em todas as ruas… nas praças…nas cortinhas… nas casas e nos casebres e só os pássaros cantarão as suas canções de sempre… dolorosamente… como acontece já hoje na aldeia de Santo André lá para os lados de Mogadouro.
… transmontanos “é a hora”!
…falta cumprir-se Trás-os-Montes na intranquilidade de quem sabe que o futuro está adiado … e para sempre ouvimos a voz dos nossos netos e a voz da Terra dos nossos avós que clama… e não se calam quando a noite é mais noite…
Se nos rimos do rigor do Inverno… se mandamos fazer uma enxada de encomenda para desbravar montes… se obrigamos o Marão a resolver-se em via rápida e em auto estrada…se fomos à segada e cantamos canções para adoçar o destempero do Verão… se erguemos castelos… Igrejas… se fomos à Missa e à bruxa… se inventamos línguas e preservamos o mirandês… se fomos a África e retornamos para recomeçar mil vezes… se fizemos as pazes com Espanha… se fomos para o mundo em tempo de passadores, de Carabineiros e da Pide… se fizemos o baile e ralhamos por um palmo de terra… se acendemos o forno… moemos o trigo… e abrimos a adega de par em par ao visitante sedento, também somos capazes de fazer cumprir Trás-os-Montes e combater este mau agouro da desertificação… de combater este fatalismo duma região que está a prazo…
…levam-nos tudo… a ignorância faz contas e erra… a estratégia é encerrar… encerrar… e por estas contas de encerrar serviços públicos e numa relação sistémica a falência e insolvência dos privados, dentro de 10, o mais tardar 15 anos, a maior parte das aldeias transmontanas não existirão e reinará um silêncio de morte em todas as ruas… nas praças…nas cortinhas… nas casas e nos casebres e só os pássaros cantarão as suas canções de sempre… dolorosamente… como acontece já hoje na aldeia de Santo André lá para os lados de Mogadouro.
… transmontanos “é a hora”!
Fernando Calado nasceu em 1951, em Milhão, Bragança. É licenciado em Filosofia pela Universidade do Porto e foi professor de Filosofia na Escola Secundária Abade de Baçal em Bragança. Curriculares do doutoramento na Universidade de Valladolid. Foi ainda professor na Escola Superior de Saúde de Bragança e no Instituto Jean Piaget de Macedo de Cavaleiros. Exerceu os cargos de Delegado dos Assuntos Consulares, Coordenador do Centro da Área Educativa e de Diretor do Centro de Formação Profissional do IEFP em Bragança.
Publicou com assiduidade artigos de opinião e literários em vários Jornais. Foi diretor da revista cultural e etnográfica “Amigos de Bragança”.
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