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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sábado, 4 de março de 2023

Falta cumprir-se Trás-os-Montes

Por: Fernando Calado
(colaborador do Memórias...e outras coisas...)

Cumpriu-se o Mar e o Império se desfez...falta cumprir-se Portugal…diz-nos Pessoa.
…falta cumprir-se Trás-os-Montes na intranquilidade de quem sabe que o futuro está adiado … e para sempre ouvimos a voz dos nossos netos e a voz da Terra dos nossos avós que clama… e não se calam quando a noite é mais noite…
Se nos rimos do rigor do Inverno… se mandamos fazer uma enxada de encomenda para desbravar montes… se obrigamos o Marão a resolver-se em via rápida e em auto estrada…se fomos à segada e cantamos canções para adoçar o destempero do Verão… se erguemos castelos… Igrejas… se fomos à Missa e à bruxa… se inventamos línguas e preservamos o mirandês… se fomos a África e retornamos para recomeçar mil vezes… se fizemos as pazes com Espanha… se fomos para o mundo em tempo de passadores, de Carabineiros e da Pide… se fizemos o baile e ralhamos por um palmo de terra… se acendemos o forno… moemos o trigo… e abrimos a adega de par em par ao visitante sedento, também somos capazes de fazer cumprir Trás-os-Montes e combater este mau agouro da desertificação… de combater este fatalismo duma região que está a prazo… 
…levam-nos tudo… a ignorância faz contas e erra… a estratégia é encerrar… encerrar… e por estas contas de encerrar serviços públicos e numa relação sistémica a falência e insolvência dos privados,  dentro de 10, o mais tardar 15 anos, a maior parte das aldeias transmontanas não existirão e reinará um silêncio de morte em todas as ruas… nas praças…nas cortinhas… nas casas e nos casebres e só os pássaros cantarão as suas canções de sempre… dolorosamente… como acontece já hoje na aldeia de Santo André lá para os lados de Mogadouro.
… transmontanos “é a hora”!

Fernando Calado
nasceu em 1951, em Milhão, Bragança. É licenciado em Filosofia pela Universidade do Porto e foi professor de Filosofia na Escola Secundária Abade de Baçal em Bragança. Curriculares do doutoramento na Universidade de Valladolid. Foi ainda professor na Escola Superior de Saúde de Bragança e no Instituto Jean Piaget de Macedo de Cavaleiros. Exerceu os cargos de Delegado dos Assuntos Consulares, Coordenador do Centro da Área Educativa e de Diretor do Centro de Formação Profissional do IEFP em Bragança. 
Publicou com assiduidade artigos de opinião e literários em vários Jornais. Foi diretor da revista cultural e etnográfica “Amigos de Bragança”.

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