segunda-feira, 4 de setembro de 2023

Região pode contar com aumento de 20% de produção de uva este ano

 Há um aumento de 20%, este ano, na produção de uva, em toda a região


Francisco Pavão, presidente da Comissão Vitivinícola Regional de Trás-os-Montes, diz ainda que a qualidade da uva é boa. “Estamos numa fase muito incipiente da campanha, mas daquilo que nos é dado a conhecer é que a qualidade da uva é extraordinária. Há mais produção, a rondar um aumento de 20%. As cooperativas ainda não estão todas abertas, por isso ainda é muito cedo para avançar números. Ainda é cedo para avançar com números exatos”, adiantou.

Diz o provérbio popular que “para vindimar deixa o Setembro acabar”. No entanto os ditos populares tendem a ser alterados consoante as próprias alterações do clima. No concelho de Mirandela, muitos viticultores não deixaram que o mês de agosto terminasse para começarem a trabalhar e a cortar os bagos que já se encontravam em bom estado para irem diretamente para as adegas.

É o caso de Vítor Lopes, agricultor natural da freguesia de Aguieiras. Como não reside na aldeia natal, aproveitou as férias, ainda no mês de agosto para cortar as uvas, garantindo “já estarem em perfeitas condições”, considerando este “um excelente ano de produção”. “A colheita do ano anterior foi bastante inferior. Este ano houve mais. Mesmo assim, foi muito difícil controlar a parte sanitária das uvas devido às temperaturas muito altas. Choveu bastante no mês de junho, o que complicou um pouco o controlo, mas no geral estou satisfeito com os números”.

Um dos principais desafios enfrentados pelos agricultores de Trás-os-Montes é a falta de mão-de-obra disponível para a vindima.

Vítor destacou este problema, afirmando que a vindima “é um trabalho que exige muita mão de obra em simultâneo para se conseguir vindimar num curto espaço de tempo”. “A situação tem piorado de ano para ano. Não é só para a vinha que é difícil arranjar pessoal. A vindima exige muita mão-de-obra em simultâneo para se conseguir vindimar num curto espaço de tempo. Cada vez nos debatemos mais com a questão da falta de pessoas na região e quando chega o trabalho isso ainda é mais visível”.

Outro ponto de preocupação levantado por Vítor é o cenário económico complexo em Trás-os-Montes em comparação com outras regiões vitivinícolas, nomeadamente o Douro.

Mais ao lado, na aldeia de Vale de Salgueiro, também no concelho de Mirandela, Leandro Garcia, detentor de uma marca própria de vinhos, não escondeu o otimismo em relação à colheita deste ano. O agricultor produz cerca de 40 toneladas de uvas anualmente e este ano viu um crescimento na produção na ordem dos 25% a 30%. “Está a correr bastante bem. Há entre 25 a 30% a mais. Já cortei cerca de 60% das minhas uvas e prevê-se que tenham muita qualidade”.

As vindimas deste ano em Trás-os-Montes revelam uma complexa mistura de desafios e oportunidades para os viticultores da região. Enquanto alguns enfrentam dificuldades com mão-de-obra e questões económicas, outros celebram um aumento na produção e na qualidade das uvas.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Daniela Parente

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