terça-feira, 3 de outubro de 2023

São necessárias mais redes rodoviárias e ferroviárias para o distrito de Bragança

 A falta de redes rodoviárias e ferroviárias são dois dos problemas que o distrito de Bragança ainda enfrenta, comparativamente ao resto do país.


Relativamente às ligações por meio rodoviário, as ligações Bragança-Puebla e Vinhais- Bragança já foram aprovadas, no entanto há ainda outras necessidades neste âmbito, refere Berta Nunes, deputada da Assembleia da República pelo distrito de Bragança:

” Há muitas coisas feitas e outras ainda por fazer, mas penso que estamos a avançar, nomeadamente nas ligações transfronteiriças com o PRR. Temos a ligação Bragança- Puebla que está a andar a bom ritmo e que é financiada a 100% pelo PRR. Temos também aprovada a ligação Vinhais- Bragança e esperamos a sua concretização até 2026.  Temos ainda uma perspetiva de que se possa financiar a ligação Vimioso- Bragança. Estas duas últimas ligações já estão prometidas há muito tempo e esperemos que se concretizem agora. Temos ainda a necessidade de ligar o IC5 a Espanha.”

Também é esperado mais financiamento para investir nas redes ferroviárias. A ideia é conseguir a reativação da linha do Douro e a criar uma linha de alta velocidade que ligue Leixões a Zamora:

” Temos um outro desafio muito importante que é a ferrovia. Vai haver mais financiamento comunitário para investir na ferrovia. Em relação ao distrito de Bragança, enfrentamos o problema de que a ferrovia foi completamente desmantelada. Também já foi lançado o concurso para a reativação da linha do Douro até Barca D´Alva e estamos a defender uma ligação de alta velocidade que ligue Leixões a Zamora. Essa linha não é uma alternativa à da Beira Alta, mas consideramos que é importante existir essa ligação no Norte.”

Declarações à margem do IV Congresso da UGT com a temática ““Eficiência das redes rodoviárias e ferroviárias: uma mais-valia para a coesão territorial”.

Graça Patrício, presidente da UGT de Bragança, explica a necessidade de desenvolver a região e vê na aposta de redes de transporte uma forma de melhorar as condições de vida e diminuir a desigualdade:

” Para além de lutarmos por todas as justiças dos trabalhadores também temos que ver a nossa terra e o nosso território. Somos dos poucos que não temos ferrovia e esse é um tema que está a ser discutido agora que há muitos fundos dos planos do PPR disponíveis, que podiam ser canalizados para desenvolver esta região. A nossa zona está muito litoralizada, porque as pessoas se deslocaram para o litoral e ficamos cada vez menos. Se houvesse boas redes de transportes rodoviários e ferroviários, o nosso território ia ter mais pessoas e empresas, também ia criar mais valor e trazer melhores condições de vida e menos desigualdade.”

José Cordeiro, Secretário Geral Adjunto da UGT em Portugal, refere que a criação destas redes ferroviárias e rodoviárias seria uma forma de facilitar a criação de emprego:

” Aqui a ação fundamental é a necessidade de redes rodoviárias e ferroviárias com qualidade para que não haja uma discrepância muito grande na homogeneidade do país. Isso tudo acarreta tudo o que está relacionado com as condições do trabalho. Uma das grandes dificuldades de criar emprego está relacionado com as vias rodoviárias e ferroviárias. Com um maior investimento era possível criar emprego.”

Sérgio Monte, Secretário Geral Adjunto da UGT em Portugal, afirma que a prioridade de aumento dos salários e o sindicalismo de proximidade são as duas linhas de ação deste congresso:

“O congresso tem em base duas coisas: prioridade do aumento dos salários na ação sindical e sindicalismo de proximidade junto das pessoas. Achamos que temos que fazer um sindicalismo de proximidade, daí que a UGT criou as uniões distritais para que essa proximidade seja efetiva. É também a prioridade aos salários e a redução de impostos porque a carga fiscal em termos de IRS é bastante elevada. Também o combate à precariedade dos jovens, que tem vindo a diminuir mas na faixa etária dos jovens ainda se mantêm níveis muito elevados.”

O IV congresso da UGT de Bragança decorreu no Centro Cultural de Macedo de Cavaleiros, no passado sábado.

Escrito por ONDA LIVRE

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