terça-feira, 21 de novembro de 2023

Antiga estação da CP de Mirandela transformada em casa de arte e cultura

 Edifício emblemático da antiga linha do Tua foi requalificado fruto de investimento de 2,5 milhões de euros. Abertura oficial será no início de 2024.


Já estão praticamente concluídas as obras de requalificação da antiga estação da CP de Mirandela, um imóvel emblemático que tinha vindo a degradar-se, desde a desativação da linha do Tua, na década de 1990.

A emblemática estação, construída em 1887, foi uma referência no transporte de mercadorias e passageiros, mas, em 1991, a CP encerrou o troço ferroviário entre Mirandela e Bragança e, desde então, o edifício, em pleno centro da cidade, ficou votado ao abandono sem qualquer tipo de requalificação.

Em setembro de 2019, foi estabelecido um acordo que permitiu a reabilitação do edifício. A câmara e a Infraestruturas de Portugal celebraram um contrato de comodato que garante o usufruto de edifícios e terrenos ao município por um período de 50 anos com o compromisso de realizar obras.

Depois de o primeiro concurso ter ficado sem propostas de concorrentes, em 2020, no ano seguinte, no segundo procedimento concursal, o Município adjudicou a obra de requalificação no valor de 2,5 milhões de euros, inserida no PEDU - Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano - financiado em 85 por cento por fundos comunitários.

O executivo da câmara liderado pela socialista Júlia Rodrigues deu a conhecer, esta manhã, aos jornalistas, o resultado da requalificação da obra, numa visita guiada pelo arquiteto Nuno Sousa, responsável pelo projeto com o apoio de vários técnicos da Associação de Municípios da Terra Quente Transmontana e do próprio Município mirandelense. “O objetivo principal era manter a memória do edifício, as intervenções face às novas funcionalidades de espaço museológico e de conciliar a mobilidade da linha do Tua, e obrigou-nos a estudar soluções arquitectónicas minimalistas para não interferir naquilo que é a história do edifício, mas dotá-lo de condições para tal”, diz Nuno Sousa.

A ideia foi reabilitar o edifício “e transformá-lo numa casa de artes e cultura, no piso superior. Porque queremos ter uma memória sobre a ferrovia, que foi tão importante para o concelho”, adianta a autarca, revelando ainda que está reservado um espaço para promover a marca “Alheira de Mirandela”, que também “está ligado às memórias do comboio”, acrescenta Júlia Rodrigues.

A abertura oficial está agendada para o início de 2024 e terá mesmo uma exposição dedicada a todo o processo de requalificação do edifício.

Fernando Pires

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