terça-feira, 21 de novembro de 2023

ANTIGA MORADORA NA ESTAÇÃO DA CP DE MIRANDELA FELIZ COM AS OBRAS: "PARTIA-ME O CORAÇÃO VER UMA CASA ONDE FUI TÃO FELIZ ESTAR NAQUELE ESTADO"

 GRACIETE JERÓNIMO CHEGOU A ESTUDAR NO TELHADO DAQUELE EDIFÍCIO EMBLEMÁTICO AGORA REQUALIFICADO.


Para além dos jornalistas, na visita guiada à renovada estação da CP, esta segunda-feira, também estava alguém que viveu naquele edifício com a sua família durante dez anos.

Graciete Jerónimo ali viveu entre 1966 e 1976, dos 12 e os 22 anos de idade. Graciete recorda memórias felizes. “Lembra-me de eu e a minha irmã nos sentarmos naquelas escadas a ler os livros do Crime do Padre Amaro, os livros da Sara Beirão e as vizinhas a trabalharem nas suas rendas. Na cozinha, havia uma janela que dava para o telhado e era para lá que ia várias vezes a estudar”, diz.

Em cada canto da renovada estação da CP, Graciete descrevia as diferenças daquilo que existia no passado. “Vivi no último andar, mas havia várias famílias nos diversos andares e no primeiro andar é que havia uma família de um lado e do outro havia escritórios e dormitórios”, conta.

Graciete Jerónimo recorda com emoção os momentos de felicidade e de convívio que viveu naquele edifício emblemático durante uma década. “Fizemos aqui muitas festas, porque a família que vivia na parte do restaurante também tinha um grande salão e a cada passo fazíamos convívios, era tudo muito unido e foi muito bom”, refere com emoção.

A viver em Mirandela, Graciete diz estar feliz com o resultado desta intervenção, porque confessa que lhe "partia o coração passar por ali e ver diariamente o edifício a degradar-se". 

Agora, com 69 anos de idade, a ex-moradora da antiga estação da CP deixa um desejo: “Gostava de ver também na parte exterior uma máquina de caminho-de-ferro, porque quando foram festejados os cem anos da linha” (em 1987) “prometeram uma máquina para Mirandela, mas até à data ainda não chegou. Gostaria de a ver lá”. 

Um desejo de quem chegou a viver na antiga estação da CP de Mirandela, entre 1966 e 1976.

Artigo escrito por Fernando Pires (jornalista)

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