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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 15 de novembro de 2023

Castanha longal com maior quantidade e melhor qualidade nesta campanha, em relação às variedades mais precoces, mas preço não acompanha

 O ano atípico, com calor fora de época, e o fungo da septoriose, foram os responsáveis pela má campanha de castanha que este ano se veio a verificar.


No entanto, apesar da quebra ter sido grande nas primeiras variedades, as seguintes já se apresentam em maior quantidade e melhor qualidade, nomeadamente a longal, revela André Vaz, administrador da Cooperativa Soutos os Cavaleiros, que conta com mais de 400 associados, sendo que destes 95% são da região de Trás-os-Montes:

“Neste momento a qualidade da castanha já subiu bastante, ou seja, já está quase como num ano normal, principalmente a variedade longal, que é autóctone da nossa região e é a que será mais resistente a estas alterações e variações.

Está uma castanha perfeitamente apta para comercialização, para a indústria de transformação.

São castanhas que, neste momento, estão com defeitos na casa dos 20%, o que é uma situação perfeitamente normal.

Em termos de quantidade, a quebra na longal existe mas não é tão acentuada como nas outras variedades.”

No entanto, devido à baixa da qualidade existente nas primeiras variedades, a longal não está a ser bem paga:

A longal está a ir por arrasto com a ideia que há das outras variedades e não está a ser valorizada para a qualidade que tem.

Neste momento a longal está a ser comercializada ao preço que estavam as outras variedades, quando já devia estar a ser paga ao agricultor a um preço substancialmente mais alto.

Está a ser paga entre um euro/um euro e vinte, quando, na nossa opinião, deveria estar perto dos dois euros.”

De acordo com Francisco Pavão, presidente da APPITAD – Associação de Produtores em Proteção Integrada de Trás-os-Montes e Alto Douro, é necessário determinar todos os fatores que estão a afetar o castanheiro e adaptar as práticas agrícolas:

“Sobretudo não percebemos o que se passou.

Enquanto associação já reunimos com o IPB e com a Direção Regional e estamos na criação de uma task force que permita saber se isto é verdadeiramente um fungo, se é só septoriose, ou se são outras coisas, como alterações climáticas. Isto está generalizado a toda a região, não é localizado, portanto, não pode ser um fungo. Certamente que alguns caso podem ser também de septoriose, mas há muito mais.

Precisamos de ter ao nosso lado tudo aquilo que é investigação nacional no apoio aos agricultores.

No caso da castanha também vamos ter de alterar um conjunto enorme de práticas agrícolas.

Por isso vamos ter de aprender e hoje em dia também já se fala em regadio no castanheiro.”

Quanto à noz, está com graves problemas de comercialização, dá a saber André Vaz:

“Há muita noz a entrar da América do sul, posta na Europa, o que faz com que o preço da noz produzida tenha sofrido uma quebra muito grande e o mercado esteja, como que, estagnado.

Conseguem comprar noz do exterior muito mais barata e há também a questão da China que, neste momento, se afigura, a curto prazo, como um grande produtor de noz.”

Já no que diz respeito à amêndoa, a conjuntura mundial atual está a afetar a comercialização e fez baixar o preço pago ao produtor:

“Houve um aumento de produção relativamente aos anos transatos mas o problema da amêndoa neste momento é o valor que, face às conjunturas do mercado e a nível económico e político, é um valor que está abaixo do expectável nesta campanha.

O quilo do grão foi comercializado cerca de um euro abaixo da campanha passada.”

Um retrato da cultura dos frutos secos na região de Trás-os-Montes, com uma recente melhoria na campanha da castanha e problemas na venda da noz e da amêndoa.

Escrito por ONDA LIVRE

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