segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

Caça atravessa pior crise do sector e presidente das Associações de Caça critica Governo por falta de apoios

 A caça está atravessar a pior crise que alguma vez o sector atravessou


A queixa foi feita pelo presidente da Federação das Associações de Caçadores da 1ª Região Cinegética, na abertura da Feira da Caça e Turismo, em Macedo de Cavaleiros.

João Alves afirmou que o Governo apenas se preocupa com burocracia e taxas e nada está a fazer pela caça. “É preciso que se faça mais pela caça menor, para que não haja uma grande concentração de caçadores à caça maior. É preciso combater as doenças, estudá-las. Houve um programa que decorreu que era para o coelho que, na minha óptica, só serviu para que as pessoas que lá estiveram se orientassem com aquele dinheiro, porque não foram apresentados resultados. É necessário fazer alguma coisa. A perdiz, tínhamos bastante, mas agora também já doença na perdiz e eu não vejo ninguém preocupado com isso. A única preocupação é pagarmos as licenças, que as zonas de caça paguem as taxas”, apontou.

João Alves fez ainda críticas ao investimento que está a ser feito no lobo ibérico, afirmando que a espécie come a caça que há na região e, contrariamente ao que o ICNF diz, já não está em extinção.

Por isso, pede medidas urgentes para a caça de pequeno porte. “Quando o lobo que não tem predador nenhum vem para o nosso país começa a sobreviver à custa da nossa caça. Se nós já não tínhamos caça menor, nós sobrevivíamos através da caça maior, se o lobo vem caçar e fazer-nos concorrência ao nível da caça maior torna a situação mais complicada”, referiu, salientando que não deviam ser gastos 3 milhões de euros para recuperação do lobo.

Segundo o presidente da Federação das Associações de Caçadores da 1ª Região Cinegética, a caça gera 400 milhões de euros no país, sendo que a maioria dos caçadores estão concentrados no Norte de Portugal.

Declarações na Feira da Caça e Turismo de Macedo de Cavaleiros, que decorreu entre quinta-feira e domingo. Dezenas de expositores marcaram presença, não só para venda e exposição de artigos de caça, mas também produtos da região.

“Temos a alheira, o butelo, o azedo, a linguiça, o folar, que estou a fazê-lo aqui. Costumo vender bastante. Não faz ideia dos telefonemas que recebi antes de começar a feira e das encomendas”, disse Aldina Cabeça.

“Viemos apresentar os nossos produtos e apoiar os armeiros locais. Temos armas, não temos exposição de munições porque não é permitido, temos acessórios, roupa, mira”, referiu Luís Fonseca.

De acordo com o presidente da Câmara de Macedo de Cavaleiros, Benjamim Rodrigues, o certame atrai milhares de pessoas e gera milhões de euros. “Chega a ter um alcance transfronteiriço, temos expositores espanhóis, temos visitantes de França. Estimamos que esta feira gere entre os 2,5 e os 5 milhões de euros, directa e indirectamente. No pico dos dias passam por aqui 15 mil pessoas, no total estimo entre 20 a 30 mil pessoas. A hotelaria está esgotada, não só aqui, mas também nos concelhos vizinhos”, adiantou.

Além da habitual venda de produtos, nesta 26º edição da Feira da Caça e Turismo aconteceram ainda workshops, montaria ao javali, prova de galgos, raid, trail, entre muitas outras actividades.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Ângela Pais

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