segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

Cooperativa dos Lavradores defende seguros de colheita para a amêndoa

 O presidente da Cooperativa dos Lavradores do Centro e Norte (CLCN), Armando Pacheco, apelou hoje aos produtores de amêndoa para fazerem seguros de colheita para minimizar possíveis quebras de produção devido à floração precoce das amendoeiras.


“Face às alterações climáticas, apelamos aos produtores de fruto de casca rija para fazerem os seus seguros de colheita, que podem ajudar a minimizar possíveis impactos na colheita final, uma vez que as amendoeiras começam a ser umas das culturas predominantes do território nordestino, uma região onde se verificam temperaturas acima de media em tempo de floração”, disse à Lusa o dirigente da CLCN.

Referindo que as variações das temperaturas acima da média nesta época do ano “podem chegar aos 10 graus”, Armando Pacheco destacou que os seguros de colheita para a amêndoa, que já podem começar a ser feitos, são importantes e os produtores devem começar a interessar-se por este mecanismo de proteção.

“Os seguros de colheita garantem, sempre, o pagamento da perda da produção. Com temperaturas de risco que se fazem sentir em tempo de floração, em tempo de colheita poderemos ter sempre algum retorno financeiro”, vincou.

A floração precoce das amendoeiras no Nordeste Transmontano já se começa a verificar e esta é uma situação que esta a deixar apreensivos os produtores deste fruto.

O dirigente acrescenta que seria preciso mais frio durante esta época do ano para manter a floração da amendoeira e assim haver polinização, para que não haja prejuízos em tempo de colheita.

“A floração deveria acontecer num período mais tardio, como em meados de fevereiro ou no mês de março. Se isto não se verificar, a flor da amendoeira vai cair mais cedo e vai prejudicar a floração e a produção, mesmo nos amendoais de floração mais tardia”, indicou.

Apesar destas incertezas, as primeiras amendoeiras de variedades mais tradicionais e que florescem mais cedo já podem ser vistas nos vales dos rios Douro, Sabor, Côa e Tua.

Por outro lado, Armando Pacheco não tem dúvida que as festividades das Flor da Amendoeira são um verdadeiro espetáculo natural, conferindo ao território um momento único para o turismo sazonal.

“Gostamos de ver a floração da amendoeira, mas também gostaríamos que a mesma fosse mais tardia”, enfatizou.

A CLCN, com sede em Mogadouro, tem atualmente meio milhar de produtores de amêndoa e de outros frutos de casca rija e castanha que estão distribuídos um pouco por todo país, mas com incidência no distrito de Bragança.

Os concelhos de Carrazeda de Ansiães, Figueira de Castelo Rodrigo, Mogadouro, Miranda do Douro, Freixo de Espada à Cinta, Torre de Moncorvo e Vila Nova de Foz Côa, no Douro Superior, começam a promover as suas atividades gastronómicas, culturais e económicas através de programas que começam a ser divulgados a propósito das amendoeiras em flor.

Também os concelhos de Alfândega da Fé e Vila Flor, já na Terra Quente Transmontana, elaboraram os próprios programas que decorrem por esta altura do ano.

FYP // JAP
Lusa/Fim

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