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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

[Bragança. Guerra Peninsular e outros assuntos]

4 de Junho de 1853
. — Carta do vigário capitular da Sé de 
Bragança João Pereira Botelho de Amaral e Pimentel, à Rainha. Diz: que pela morte da última religiosa do convento de S. Bento, de Bragança, foram postas à sua disposição, na conformidade da lei, os paramentos e vasos sagrados que pertenciam ao mesmo convento; que há ainda outros objectos que serviam ao culto no mesmo convento mas que se não podem classificar como vasos sagrados e por isso o governador civil encarregado de fazer essa entrega tem dúvidas a tal respeito; que esses objectos são: uma alampada de prata que pesa 13 arráteis, seis castiçais de folha de prata e madeira por dentro, que pesam, com a madeira, 16 arráteis menos 2 onças, um turíbulo e naveta que pesam 3 arratéis e 9 onças e um purificador que pesa seis onças; que «a vicissitude dos tempos, e principalmente a calamitosa invazão franceza tem despojado os templos de quase todas as suas preciosidades; a Sé Cathedral desta cidade, que outr’ora via arder dentro de si um grande numero d’alampadas de prata, e que adornava seus altares com castiçaes do mesmo metal, nada disto presentemente tem, uns velhos de madeira, e pobres alampadas de latão vieram substituir a prata».
Termina por pedir esses objectos para a Sé Catedral de Bragança (223). Pela de 20 de Março de 1854 ao ministro dos negócios eclesiásticos (livro citado, fl. 43 v.) vê-se que lhe foi dado tudo o que reclamava para a Sé menos a alampada.

5 de Julho e 4 de Agosto de 1853. — Cartas do mesmo vigário capitular, Amaral e Pimentel, ao inter-núncio em Lisboa. Diz: que estão em seu poder os vasos sagrados, paramentos e alfaias pertencentes aos extintos conventos de S. Bento de Bragança, Balsemão, de Chacim e convento de Vinhais; que o artigo 3.° do decreto de 30 de Maio de 1834 manda que tais objectos sejam distribuídos pelas igrejas mais necessitadas das respectivas dioceses e por isso pede autorização para o fazer (224).

11 de Outubro de 1853. — Carta do mesmo vigário capitular, Amaral e Pimentel, ao Ministro dos Negócios Eclesiásticos. Diz: que com o subsídio prestado no ano corrente pelo cofre da Bula da Cruzada, abriu em Janeiro último uma aula de Teologia Moral no Seminário
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(223) Extracto de um manuscrito em papel almaço, encadernado, de 56 fólios (foi paginado por mim; não tinha paginação) que tem no termo de abertura: «Este Livro hade servir para nelle se registar a Correspondencia com as Auctoridades Superiores do Vigario Capitular do Bispado de Bragança, João Pereira Botelho de Amaral e Pimentel», fl. 4 v.
Mais tarde este vigário capitular da diocese de Bragança, foi bispo de Angra do Heroísmo e para lá levou o manuscrito que à sua morte ficou em poder do seu secretário padre Manuel Maria da Costa que o deu ao dr. Manuel Ferreira Deusdado professor liceal na mesma cidade e este a mim, por lhe achar espécies interessantes à história da região bragançana, em Março de 1914. Por brevidade quando houvermos de nos referir a ele diremos simplesmente: Correspondência com os Superiores do Vigário Capitular Amaral e Pimentel.
Pela mesma forma veio à minha mão um outro manuscrito idêntico no formato, papel e encadernação, de 88 fólios e vários em branco, igualmente por mim paginado, e que tem no termo de abertura: «Este Livro ha-de servir para nelle se registarem as Pastoraes, Circulares, Editaes, Ordens e Officios em Geral do Vigario Capitular do Bispado de Bragança João Pereira Botelho de Amaral e Pimentel».
Estes livros abrangem assuntos respeitantes a coisas eclesiásticas da diocese de Bragança desde 9 de Maio de 1853 em que Amaral e Pimentel foi eleito vigário capitular da diocese de Bragança até Setembro de 1854 se bem que em 24 de Julho deste ano cessou o seu governo pela posse do bispo D. José Manuel de Lemos.
(224) Correspondência com os Superiores do Vigário Capitular Amaral e Pimentel, fl. 9 e 14.
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Episcopal de Bragança; que tenciona abrir outra aula no dia 17 do corrente formando com as duas aulas um curso bienal das disciplinas que julga mais indispensáveis a um eclesiástico; que procedeu no Seminário aos indispensáveis reparos, para governo interno do qual organizou um regulamento de que remete cópia a ele ministro e bem assim outro regulamento externo para o mesmo fim; que para reger as quatro cadeiras no curso bienal, segundo o projecto de regulamento externo, propunha o cónego da Sé Catedral António Luís Gonzaga Moreira e o bacharel formado em Direito José Luís Alves Feijó, e para vice-reitor o presbítero José Joaquim de Morais (225). Os dois regulamentos — interno e externo — encontram-se no livro citado do Registo das Pastorais, etc., do mesmo vigário capitular, fls. 32 v. e seguintes.
Por outra, do mesmo ao comissário geral da bula, datada de 24 de Outubro desse mesmo ano, vê-se que efectivamente o Seminário se abriu em 17 de Outubro com um curso bienal de quatro cadeiras de Ciências Teológicas e Canónicas (226).

11 de Novembro de 1853. — Carta do mesmo vigário capitular ao inter-núncio. Diz: que informando o requerimento em que João Evangelista da Costa Homem, da freguesia de Santa Valha, deste bispado, pede faculdade para transferir o ubi de certos legados pios da capella do Santo Crucifixo de Santa Valha para uma outra da Quinta da Teixugueira da mesma freguezia, lhe parece conveniente, pelas razões alegadas pelo requerente, conceder se-lhe a mudança; que quanto à missa cantada e ofício de defuntos será mais conveniente se celebre na dita capela, por estar ali o Santo Crucifixo, a quem ela é dedicada, e o jazigo dos defuntos pelos quais o ofício e celebrado (227).

14 de Maio de 1854. — Carta do mesmo vigário capitular ao inter-núncio. Pede-lhe faculdades que o autorizem a mandar benzer duas capelas erectas no bispado pelos respectivos povos — uma no lugar de Ervedosa e outra no de Meles (228).
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(225) Correspondência com os Superiores do Vigário Capitular Amaral e Pimentel, fl. 22.
(226) Ibidem, fl. 24 v.
(227) Ibidem, fl. 28 v.
(228) Ibidem, fl. 29.
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5 de Junho de 1854. — Para o inter-núncio. Diz: que por procuração de 25 de Maio último o encarregou D. José Manuel de Lemos bispo confirmado da diocese de tomar em seu nome posse dela; que por provisão da mesma data incumbiu de continuar a governá-la espiritual e temporalmente (229).
Por outra ao mesmo de 25 de Julho de 1854 vê-se que o bispo D. José Manuel de Lemos, tomou conta do governo da diocese de Bragança no dia anterior (230).
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(229) Correspondência com os Superiores do Vigário Capitular Amaral e Pimentel, fl. 51.
(230) Ibidem, fl. 52 v.
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MEMÓRIAS ARQUEOLÓGICO-HISTÓRICAS DO DISTRITO DE BRAGANÇA

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