terça-feira, 28 de maio de 2024

CAP e CNA querem mais formação para baixar número de vítimas mortais em acidentes de tractor

 As duas das maiores confederações de agricultores em Portugal, a Confederação Nacional da Agricultura e a Confederação dos Agricultores de Portugal, defendem mais formação, uso de novas tecnologias e apoio à renovação do parque de máquinas agrícolas para baixar o elevado número de vítimas em acidentes com tratores agrícolas.


Desde o início deste ano já morreram, pelo menos, 16 pessoas em Portugal na sequência de sinistros com veículos usados na agricultura.

Os mais recentes aconteceram sábado, em Pombal e Sertã, e elevou para 143 o número de mortos em todo o país desde o início de 2021, segundo dados da GNR.

Abril foi o mês mais negro deste ano com oito vítimas mortais em Idanha-a-Nova, Marinha Grande, Penalva do Castelo, Vila Flor, Bragança, Gouveia, Sabugal e Grândola. Em maio foram seis, em Bragança duas, Pinhel, Barcarena, Caldas da Rainha e Pombal. Em janeiro morreu uma pessoa em Torres Vedras.

Segundo a GNR, em 2023, houve 40 óbitos, em 2022, 47.

Francisco Pavão, vice-presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), diz-se preocupado com os números, assume que já se investiu muito em formação para tratoristas, mas é preciso reforçar. “Investiu-se muito em formação obrigatória mas temos que continuar a insistir com acções de sensibilização, dirigidas directamente aos produtores”.  

A redução do número de vítimas mortais em acidentes com tratores também deve passar pela introdução de novas tecnologias, que “permitam a georreferenciação dos tractores” e que haja sistemas automáticos como o levantamento do arco de segurança. “A georreferenciação evitaria, muitas vezes, problemas maiores de pessoas que estão sozinhas no campo depois do acidente”. 

Além da formação contínua e também adaptada a pessoas mais velhas, Pedro Santos, da direção da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), defende a renovação do parque de veículos agrícolas. “É necessária a renovação das máquinas e dos tractores por equipamentos que sejam mais seguros e que não tenham muitos anos de trabalho”. 

Mas para existir renovação, tem de haver apoios do Estado. “Quando estamos a falar de pequenos e médios agricultores, é preciso haver taxas de comparticipação que sejam bastante elevadas, de maneira a que o consigam fazer”. 

Tanto a CAP como a CNA dizem que é preciso continuar a investir na redução do número de vítimas mortais em acidentes com tratores agrícolas.

Este ano já morreram em Portugal, pelo menos, 16 pessoas em acidentes com tratores agrícolas.

Segundo a GNR, das 87 vítimas mortais registadas em 2022 e 2023, 71 tinha idade igual ou superior a 60 anos, sendo que destas, 56 tinham entre 70 e 79 anos.

Escrito por Rádio Ansiães (CIR)

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