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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 1 de julho de 2024

Movimento de Miranda alerta para “apagão fiscal” com alteração ao código do IMI

 O Movimento Cultural de Terra Miranda (MCTM) alertou hoje que o Governo pode estar a promover “um apagão fiscal” com a alteração ao código do IMI relativo à avaliação das barragens.


“Caso o Governo avance com a alteração legislativa, há uma forte probabilidade de se verificar um apagão fiscal. Todo o Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) de anos anteriores relativo à transação das barragens desaparecerá. Assim, o anúncio do senhor ministro das Finanças [Joaquim Miranda Sarmento] será um grande negócio para as concessionárias, porque encerra em si mesmo um verdadeiro apagão deste imposto sobre as barragens”, indicou Graciano Paulo, membro do MCTM.

O Governo anunciou na sexta-feira que vai criar um grupo de trabalho para chegar a uma “solução técnica e estrutural” para alterar o código de IMI relativo à avaliação das barragens.

O objetivo é que este grupo de trabalho apresente uma solução para alterar o código de IMI por forma a estabelecer regras claras para a avaliação de aproveitamentos hídricos, explicou o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento.

Segundo o membro do movimento, esta anunciada alteração ao código poderá eliminar todo o IMI devido pelas concessionárias relativamente ao passado e até 2026, data anunciada pelo próprio ministro das Finanças.

“Esta alteração legislativa a ser feita pelo Estado poderá legitimar as concessionárias a exigirem contrapartidas correspondentes ao valor deste a pagar”, observou Graciano Paulo.

Segundo o responsável, na eventualidade das barragens virem a pagar o IMI em resultado dessa alteração, quem o suportará serão os contribuintes.

Na opinião do MCTM, o anúncio do ministro das Finanças “assenta em pressupostos totalmente errados”.

“A lei é muito clara e sujeita às barragens ao IMI. Assim também o entendem, uniforme e sistematicamente, os tribunais superiores portugueses. Do mesmo modo, a inclusão dos equipamentos nas avaliações é consensual na doutrina e na jurisprudência dos tribunais superiores”, justificou o MCTM, em comunicado enviado hoje à Lusa.

Face a esta situação, Graciano Paulo apelou ao ministro da Finanças que receba o MCTM para analisar esta anunciada alteração ao Código do IMI.

Para este movimento, esta certeza e simplicidade está eloquentemente demonstrada no 3.º despacho do ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Nuno Santos Félix, que ordenou à Autoridade Tributária a liquidação do IMI e a inclusão dos equipamentos na avaliação das barragens.

“Esta clareza e simplicidade foi também unanimemente reconhecida pelos deputados de todos os grupos parlamentares presentes na audição deste Movimento no passado 25 de junho, em sede da Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública. O anúncio do ministro, na prática, revoga esse despacho”, garantiu o MTCM.

Segundo o MCTM, este é o segundo grupo de trabalho criado com o mesmo fim, tendo o primeiro sido ordenado pelo ex-ministro do Ambiente do governo socialista Matos Fernandes.

“Este comportamento assenta numa estratégia muito comum na política portuguesa: quando queres que algo não aconteça, cria um grupo de trabalho”, considerou o MCTM.

O MCTM aguarda agora “que o ministro das Finanças cumpra o que prometeu no ato da sua tomada de posse”, ou seja, “exercer o seu mandato no cumprimento da Constituição e da lei, e sobretudo que respeite toda uma população que está cansada de ser espoliada e desprezada”.

Para o ministro das Finanças, as atenções têm estado centradas no fisco mas "há outras entidades envolvidas e seguramente a responsabilidade é de várias e não apenas da AT".

Joaquim Miranda Sarmento adiantou ainda na sexta-feira que o Fisco "já inscreveu na matriz 169 aproveitamentos hídricos" e liquidou o IMI de 2019 a 2022.

Os municípios de Mogadouro, Miranda do Douro, Torre de Moncorvo e Carrazeda de Ansiães, no distrito de Bragança, que no início maio pediram junto do Tribunal Administrativo e Fiscal de Mirandela a impugnação da avaliação feita pela AT às barragens do Feiticeiro, Baixo Sabor e Foz Tua , considerando estarem subvalorizadas.

FYP (MES/IMI) // JAP
Lusa/Fim

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