Segundo Filipe Jeremias, o festival não se encerra sobre si mesmo, é um meio para dar a conhecer o que a associação tem vindo a fazer, e que pretende unir pessoas que queiram regenerar locais com baixa densidade populacional. Até ao momento, já duas famílias mostraram interesse em viver na aldeia do distrito de Bragança - uma já se mudou e a outra está a ultimar a ida.
“Prevemos levar 1.500 pessoas por dia a este festival. É um projeto cofinanciado pelo Turismo de Portugal. Outra das nossas ações de financiamento estava à volta do crowdfunding. No final de 30 minutos conseguimos que 525 pessoas espalhadas por 13 países do mundo investissem no projeto e fechassem a campanha”, avançou Filipe Jeremias, referindo-se à campanha que tinha como meta atingir os 50 mil euros.
Bruno Machado, ligado ao circo e às artes há 20 anos, fundador e diretor artístico do Instituto Nacional de Artes do Circo e que integra a organização do Circ’Bô, explicou que o festival quer ficar conhecido por contrariar os eventos de massas.
“Este evento quer viver da qualidade. Da qualidade do bem-estar, da observação, da reflexão e do pensamento. Queremos que as pessoas possam respirar e usufruir. Mesmo os espetáculos serão intimistas, em que as pessoas estão muito próximas dos artistas”, disse Bruno Machado.
Assim, além do circo contemporâneo, há ainda música, dança ou rituais holísticos, ligados à natureza e à espiritualidade.
“Há uma barragem e campismo. É um espaço em que as pessoas podem usufruir da natureza e da aldeia”, detalhou Bruno Machado.
Na praça da alimentação, para fomentar o desenvolvimento regional, vai ser possível encontrar comida produzida localmente.
Já o nome do festival vai beber ao dialeto transmontano, com a expressão “Bô”, que, disse Bruno Machado, quer dizer “tudo e nada”, sendo uma expressão emblemática da região que exprime desde admiração até desconfiança.
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