quinta-feira, 24 de outubro de 2024

Mosteiro Trapista em Palaçoulo custou seis milhões e está finalmente inaugurado

 Está finalmente concluído e inaugurado o Mosteiro Trapista de Santa Maria Mãe da Igreja, em Palaçoulo, no concelho de Miranda do Douro. O mosteiro foi fundando por dez monjas italianas e custou seis milhões de euros


A construção desta empreitada durou cinco anos. O mosteiro começou a ser construído em Janeiro de 2021 e terminou neste Verão. Já a hospedaria, que acolhe os visitantes que por ali queiram passar, começou a ser edificada um pouco antes, em 2019, tendo terminado em 2020. Foi aqui que as monjas da Ordem Cisterciense da Estrita Observância, vindas de Itália, viveram até há pouco tempo.

A madre superiora, Giusy Maffini, está satisfeita por se ter criado este espaço de fé em Trás-os-Montes. “Estou contente com isto, estou contente que seja um bem também para esta terra, mas eu acho que o bem maior é o de ter um lugar de fé”.

Para o futuro, a madre espera muitas orações… mas não só. “Muita vida e muita alegria, no sentido de que espero que possa ser um sinal de esperança para muita gente que tenha vocação ou que não tenha, não importa, mas que seja um sinal de fé e encoraje as pessoas a procurar a Deus”.

Entretanto, às dez monjas italianas já se juntaram três portuguesas, uma noviça e duas postulantes, vindas de Lisboa. O Bispo da Diocese de Bragança-Miranda, D. Nuno de Almeida, disse, ontem, na inauguração, que se espera que também aqui, na região, surjam vocações. “Nós não temos muitos, muitos jovens, mas ainda há. Ainda há raparigas que certamente, vindo aqui, e é este o convite que nós precisamos de fazer agora, também, na diocese, nas paróquias, poderão descobrir a sua vocação. Precisamos de organizar a vinda de jovens, de crianças, que possam passar aqui uma tarde, e é a partir daí que depois, muito na liberdade, porque a vocação é sempre uma decisão livre, certamente haverá raparigas que se entusiasmarão por esta proposta que temos aqui neste mosteiro”.

António Pires, pároco de Palaçoulo, relembrou que as gentes da aldeia, desde o começo, mostraram que queriam o mosteiro na região. “Quando percebi que a hipótese de a construção do mosteiro podia não acontecer na diocese, correu-se esse risco, eu quis um mosteiro na minha unidade pastoral. E as pessoas de Palaçoulo colaboraram na troca de terrenos. A Igreja tinha aqui muitos terrenos dispersos, em minifúndio. E então elas foram generosas ao ponto de trocar, ou seja, cediam aqui a sua terra e a Igreja cedia para essas pessoas noutro lugar. Todos beneficiámos. Isto é um emparcelamento, que é difícil, mas foi possível. Num mês e meio, é incrível, conseguimos colocar todo este território, estes 30 hectares, em nome da fábrica da Igreja, esperando que o mosteiro tivesse personalidade jurídica e esse reconhecimento para fazermos a doação”.

O mosteiro, “oásis de paz”, conforme a ele se referiu o Arcebispo de Braga, D. José Cordeiro, tem capacidade para acolher cerca de 50 monjas.

Até aqui, no distrito de Bragança, havia apenas um único espaço dedicado à clausura monástica. Agora, além do Carmelo de Torre de Moncorvo, que acolhe Monjas da Ordem dos Carmelitas da Antiga Observância, está de portas abertas à fé o Mosteiro de Santa Maria Mãe da Igreja, no concelho de Miranda do Douro.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Carina Alves

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