As ofertas e os desafios entre politécnicos e universidades não deviam ser tão díspares. A ideia foi defendida pelo Ministro da Educação, Ciência e Inovação, ontem, nas comemorações de 42º aniversário do Instituto Politécnico de Bragança.
Fernando Alexandre adiantou que está a ser revisto o regime jurídico do ensino superior, que permitirá dar mais autonomia às instituições para definir as suas estratégias e poder aplicá-las. “Na proposta que estamos a fazer de alteração ao regime jurídico, permitimos que as instituições se aproximem, que os politécnicos possam ter formação universitária, as universidades possam ter, e já têm, formação politécnica e por isso aquilo que estamos a permitir é que haja essa aproximação, obviamente marcando sempre que o ensino politécnico, com as formações técnicas avançadas, é muito importante para o país”, frisou.
O regime foi criado há cerca de 40 anos e o Governo considera que está completamente desatualizado. Para fazer esta reforma, o ministro reuniu ainda ontem com o Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos e o presidente do IPB.
Orlando Rodrigues, presidente do IPB, salientou a importância desta atualização. “Tivemos a discutir essa lei, que é uma reforma importante e na qual estamos muito esperançados. Os politécnicos estão a ser dignificados e isso é muito importante”, sublinhou.
No aniversário anterior, o presidente do IPB criticou o financiamento do Governo, dizendo que a instituição era das mais subfinanciadas do país. Agora, Orlando Rodrigues admite que este valor tem sido atualizado, mas reconhece que nunca é suficiente. “Somos uma instituição subfinanciada, mas tem melhorado o financiamos. Acho que há um consenso nacional relativamente à necessidade de colocar mais recursos no ensino superior e na ciência”, disse.
Um dos investimentos que o IPB quer fazer é a construção a nova escola de Saúde. Ainda não estão resolvidas as questões burocráticas relativas à cedência do terreno.
No que toca ao financiamento das instituições do ensino superior, o ministro Fernando Alexandre sublinhou o investimento do ano passado e deste ano. “Fizemos um enorme reforço no orçamento da ciência em 2024, fizemos uma execução record de mais de 800 milhões de euros da Fundação para a Ciência e Tecnologia, foi mais de 40% em relação ao ano anterior, o que mostra claramente a nossa aposta na ciência e na educação superior. O orçamento das instituições foi reforçado para 2025”, adiantou.
O IPB comemorou, ontem, 42 anos, com a habitual cerimónia solene, onde o ministro da Educação marcou presença, tendo no dia anterior visitado os centros de investigação da instituição.
Na cerimónia foi ainda entregue a Medalha de Honra Internacional do IPB à STARS EU e o Prémio Alumni Carreira IPB a David Madureira.
Este ano, a oração de sapiência foi feita por Elisa Ferreira, ex-Comissária Europeia da Coesão e das Reformas. Destacou a importância da entrada de Portugal na União Europeia para o desenvolvimento do país, nomeadamente ao nível do ensino.
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