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| Erva-das-pampas (Cortaderia selloana). Foto: Invasoras.pt |
Procurando com atenção durante as nossas deslocações diárias, em pouco tempo iremos descobrir as plumas da erva-das-pampas (Cortaderia selloana) nas bermas de estradas e caminhos ou no meio de baldios e jardins.
O problema é que, apesar da sua beleza, esta planta invasora causa problemas sérios à saúde, à biodiversidade e à economia. O alerta é lançado por Hélia Marchante, docente na Escola Superior Agrária do Politécnico de Coimbra (ESAC-IPC) e investigadora do CERNAS – Centro de Recursos Naturais, Ambiente e Sociedade. “A erva-das-pampas espalhou-se muito rapidamente no nosso país”, avisa esta professora universitária, num comunicado da ESAC, acrescentando que a espécie “substitui a vegetação nativa e é cara e difícil de controlar quando já está instalada.”
Hélia Marchante sublinha que “os cidadãos podem ter um papel essencial”, em especial através de três medidas:
- registar ocorrências no projeto invasoras.pt, através da aplicação iNaturalist/Biodiversity4All;
- até ao fim de setembro, remover as plumas antes da dispersão das sementes;
- arrancar plantas jovens, evitando a sua instalação.
De facto, é normalmente de junho ou julho até fins de setembro ou inícios de outubro – durante a floração – que se formam as plumas novas, uma vez que as anteriores já se degradaram. E é no início dessa época, quando as flores ainda não evoluíram para frutos, que é mais seguro remover as plumas das ervas-das-pampas, pelo que essa é uma das principais formas de controlar o crescimento desta invasora, explicaram já Hélia Marchante e uma outra investigadora, Mónica Almeida, num artigo anterior.
Cada uma das vistosas plumas desta planta tem capacidade para libertar milhares de sementes, que por serem muito pequeninas e leves são fácilmente transportadas pelo vento, para outros locais onde germinam.
Mas além de ser rápida a espalhar-se pelo território, esta invasora agrava alergias e problemas respiratórios, forma maciços densos que eliminam espécies nativas e gera custos elevados de remoção para autarquias, empresas e proprietários, elenca a investigadora.
“Quanto mais tempo deixarmos passar, maior é o custo ambiental e económico. O controlo precoce e a prevenção são as estratégias mais eficazes”, sublinha Hélia Marchante, que lembra que esta espécie integra a Lista Nacional de Espécies Invasoras (LNEI), estabelecida pelo Decreto-Lei n.º 92/2019, sendo ilegais a sua plantação, comercialização e propagação.

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