domingo, 26 de outubro de 2025

San Juan. Mina de volfrâmio. A céu aberto. E a pouco mais de 1 km da fronteira com Vinhais.


 Localizada em Pentes, A Gudiña (Galiza), esta mina avançará mesmo encostada ao nosso Parque Natural de Montesinho, em plena Reserva da Biosfera Transfronteiriça Meseta Ibérica.
O projeto já está no terreno. Há maquinaria. Há movimentações visíveis. E há silêncio.
O que não há? Transparência. Participação. Consulta a Portugal.
Apesar da proximidade com aldeias como Cisterna e Pinheiro, e da ligação a rios sensíveis como o Rabaçal, o Assureira, o Mente e o Tuela, não foi tornado público qualquer Estudo de Impacto Ambiental Transfronteiriço.
O problema não é a existência da mina.
O problema é avançar com ela nestes termos — sem informar, sem prevenir, sem respeitar.
Não se trata de ser contra o progresso.
Mas progresso à custa da água, da biodiversidade e da confiança das populações… não é progresso.
Decisões como esta afetam rios que atravessam zonas agrícolas, alimentam praias fluviais e sustentam espécies protegidas como a Margaritifera margaritifera (mexilhão-de-rio).
Já ouvi críticas a quem alerta.
Mas quem fala, fala porque se preocupa.
Quem se cala, é que muitas vezes consente.
Não é “contra as minas”.
É a favor da verdade, da participação pública e da responsabilidade ambiental.
Porque a tecnologia pode evoluir.
Rios como o Rabaçal, não.
E ainda não há baterias que filtrem metais pesados da água que bebemos.

Henrique Vale

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