domingo, 30 de novembro de 2025

Presépio Comunitário - OUTEIRO/BRAGANÇA

 Na aldeia de Outeiro, a magia do Natal ganha forma nas mãos dedicadas de um grupo de senhoras que se reuniu nos últimos tempos para fazer o Presépio comunitário que hoje começou a ser montado. Entre risos, partilhas e muita dedicação, nasceu e cresceu esta iniciativa que irá iluminar a nossa terra. O Presépio é um abraço caloroso que ajudará a aquecer os corações de todos nesta quadra festiva. Bem-hajam.

“𝐀́𝐫𝐯𝐨𝐫𝐞 𝐝𝐨 𝐈𝐦𝐚𝐠𝐢𝐧𝐚́𝐫𝐢𝐨” 𝟐𝟎𝟐𝟓

 Imagine... uma criança feliz por sua causa!

A Câmara Municipal de Macedo de Cavaleiros promove mais uma edição da iniciativa 𝐀́𝐫𝐯𝐨𝐫𝐞 𝐝𝐨 𝐈𝐦𝐚𝐠𝐢𝐧𝐚́𝐫𝐢𝐨, com a pretensão de divulgar e 𝐬𝐞𝐧𝐬𝐢𝐛𝐢𝐥𝐢𝐳𝐚𝐫 𝐚 𝐩𝐨𝐩𝐮𝐥𝐚𝐜̧𝐚̃𝐨 𝐩𝐚𝐫𝐚 𝐚 𝐩𝐨𝐛𝐫𝐞𝐳𝐚 𝐢𝐧𝐟𝐚𝐧𝐭𝐢𝐥, espalhando esperança e alegria.

Ao participar nesta iniciativa, que decorre entre os dias 𝟎𝟐 𝐞 𝟏𝟐 𝐝𝐞 𝐝𝐞𝐳𝐞𝐦𝐛𝐫𝐨, pode 𝐭𝐫𝐚𝐧𝐬𝐟𝐨𝐫𝐦𝐚𝐫 𝐨 𝐍𝐚𝐭𝐚𝐥 𝐝𝐞 𝐮𝐦𝐚 𝐜𝐫𝐢𝐚𝐧𝐜̧𝐚 𝐝𝐞𝐬𝐟𝐚𝐯𝐨𝐫𝐞𝐜𝐢𝐝𝐚, oferecendo-lhe um presente.

Cada envelope pendurado na árvore corresponderá a um presente, que será posteriormente entregue à criança identificada.

Juntos, 𝐩𝐨𝐝𝐞𝐦𝐨𝐬 𝐟𝐚𝐳𝐞𝐫 𝐚 𝐝𝐢𝐟𝐞𝐫𝐞𝐧𝐜̧𝐚, mostrando que a 𝐦𝐚𝐠𝐢𝐚 𝐝𝐨 𝐍𝐚𝐭𝐚𝐥 𝐞𝐬𝐭𝐚́ 𝐧𝐨𝐬 𝐩𝐞𝐪𝐮𝐞𝐧𝐨𝐬 𝐠𝐞𝐬𝐭𝐨𝐬 𝐝𝐞 𝐬𝐨𝐥𝐢𝐝𝐚𝐫𝐢𝐞𝐝𝐚𝐝𝐞.

Restauro da natureza avança em Trás-os-Montes

 Medidas piloto para recuperar rios e a instalação de caixas ninhos para aves, casas para insetos e abrigos para morcegos são apenas algumas das acções previstas para algumas zonas de Trás-os-Montes, anunciou esta semana a Palombar.

Foto: Joana Bourgard

projeto OET Durius – Observatório Ecológico Transfronteiriço do Douro, através dos parceiros Comunidade Intermunicipal das Terras de Trás-os-Montes (CIM-TTM) e Palombar – Conservação da Natureza e do património Rural, vai avançar com a implementação de medidas piloto no terreno para promover o restauro ecológico, “gerando benefícios para as comunidades locais e a conservação da natureza”, segundo um comunicado da Palombar.

O anúncio foi feito a 25 de novembro no Fórum Internacional da Biodiversidade organizado pela CIM-TTM em Miranda do Douro.

As medidas serão implementadas em áreas de duas Zonas de Proteção Especial (ZPE) da Rede Natura 2000, Rios Sabor e Maçãs e Douro Internacional e Vale do Águeda, e em zonas periurbanas nos concelhos de Mogadouro e Miranda do Douro, como a área do rio Fresno e a Ribeira do Juncal.

Em causa estão o restauro ecológico de galerias ripícolas, vegetação ribeirinha, instalação de infraestruturas verdes como caixas ninhos para aves, casas para insetos, abrigos para morcegos, entre outras medidas.

Estas “são medidas fundamentais não só para conservar a biodiversidade, como também para melhorar a qualidade de vida das comunidades locais, visto que contribuem para o controlo de insetos vetores de doenças e pragas, aumento de polinizadores essenciais para a atividade agrícola e qualidade da água”, sublinha a associação.

Durante o Fórum, os especialistas e os parceiros do projeto OET Durius consideram que para fazer face às grandes questões socioeconómicas e ambientais atuais, “é fulcral apostar num restauro ecológico que promova a conservação da biodiversidade, gerando benefícios efetivos para a sociedade”.

“É igualmente essencial desenvolver uma visão estratégica, multissetorial e de governança partilhada entre cidadãos, organizações e entidades públicas e privadas, de forma a potenciar os serviços de ecossistemas que a natureza proporciona a custo zero, e ao mesmo tempo compensar economicamente as atividades humanas e os agentes do território que atuam seguindo práticas que a conservam e protegem, com ganhos mútuos e partilhados.”

projeto OET Durius (2024-2027) tem como objetivo principal criar o Observatório Ecológico Transfronteiriço do Douro, com vista a restaurar, proteger e conservar os ecossistemas, a biodiversidade e a sua conectividade no corredor ecológico do rio Douro. É financiado em 75% pelo programa Interreg VI-A Espanha-Portugal (POCTEP) 2021-2027 da União Europeia.

Nele trabalha um consórcio de oito entidades de Espanha e Portugal: Fundação Santa María la Real (entidade coordenadora), Associação Ibérica de Municípios Ribeirinhos do Douro (AIMRD), cluster Habitat Eficiente AEICE, Universidade de Salamanca, Câmara Municipal de Zamora, Palombar – Conservação da Natureza e do Património Rural, Comunidade Intermunicipal do Douro (CIM Douro) e Comunidade Intermunicipal das Terras de Trás-os-Montes (CIM-TTM).

Concerto de Natal da Banda 1º de Maio

 A Banda 1º de Maio apresenta o seu Concerto de Natal no dia 13 de dezembro, na Igreja Nossa Senhora da Encarnação.

Local: Igreja Nossa Senhora da Encarnação
Data: 13 de dezembro

Feira Franca e dos Produtos da Terra | Franco

 Nos dias 13 e 14 de dezembro, visite a Feira Franca e dos Produtos da Terra em Franco.

Local: Franco
Data: 13 e 14 de dezembro

Almoço de Convívio | São Pedro Vale do Conde

 A Comissão de Festas em Honra de Santa Catarina 2026 promove, no dia 7 de dezembro, um Almoço de Convívio aberto à comunidade.
O encontro está marcado para as 12h30, em São Pedro de Vale do Conde, e terá como prato principal Rancho.

Local: São Pedro Vale do Conde
Data: 7 de dezembro
Hora: 12h30

Feijoada Transmontana Solidária | Associação GeoLobo

 A Associação GeoLobo organiza uma Feijoada Transmontana Solidária, com o objetivo de angariar fundos no âmbito da campanha de apoio a João Vaz.
Será um momento de convívio, partilha e solidariedade.

Local: Vale de Lobo
Data: 7 de dezembro
Hora: 12h30

Apresentação do livro 'Cidrão - Na História, no Campo e na Mesa' | Ecoteca

 Apresentação do livro “Cidrão - Na História, no Campo e na Mesa”, dia 6 de dezembro, pelas 14h00, na Ecoteca.

Local: Ecoteca
Data: 6 de dezembro
Hora: 14h00

Jardim Natal 2025

 Em dezembro, Mirandela transforma-se num verdadeiro Jardim Natal, cheio de luz, magia e tradição.
A partir de 6 de dezembro, deixe-se envolver pelo encanto das iluminações, animações surpresa e pelas viagens do Comboio Turístico.

Entre 15 e 30 de dezembro, desfrute de espetáculos, oficinas criativas, personagens natalícias, música, dança e muito mais, com destaque para Sofia Hoffmann, o “Natal com Ritmo V” e atividades para toda a família.

Mirandela ganha ainda mais vida com o carrossel parisiense, comboio infantil, Casinha do Pai Natal, Pista de Eco Gelo e o Mercadinho de Natal.

Venha viver o espírito natalício em Mirandela, repleto de tradição, emoção e magia num só lugar!

A programação completa ficará disponível brevemente.

Agulhas em Movimento – dezembro 2025 | Biblioteca Municipal de Mirandela

 Fio a fio, preparamos a teia que ganhará forma no tear. É um processo lento, que exige de nós total presença. Passar cada fio pelos liços na ordem correta é um exercício de rigor e concentração. A recompensa surge depois, quando a trama começa a aparecer sob as nossas mãos — o encanto de ver nascer a sarja, o tafetá e todas as texturas que emergem da repetição dos gestos.
E o resultado desse trabalho paciente e dedicado não poderia ser mais especial. Irão nascer tapeçarias únicas, cheias de cor, tradição e criatividade. São estas tapeçarias que, juntas, irão dar origem à nossa exposição de Natal — um testemunho coletivo de talento, dedicação e partilha.

Quem se atreve a experimentar? Aqui, cada fio conta uma história.

Local: Biblioteca Municipal de Mirandela
Data: 4, 11, 15, 13, 18, 22 e 29 de dezembro
Hora: 14h00 - 17h00
Público-alvo: Comunidade em geral (sob inscrição)
Para mais informações: servicoeducativo@cm-mirandela.pt

“Vem ao MOA viver o Natal' | Oficinas

 O Natal chegou ao Museu da Oliveira e do Azeite e trouxe muita criatividade e diversão para os mais novos. O MOA preparou três atividades especiais para escolas e ATL’s, todas com o Olival e o Azeite como protagonistas:


2 de dezembro – Workshop “Sabão Natalício”

Aprende a fazer sabão de azeite com formas divertidas de Natal e leva para casa o teu próprio sabão feito por ti.

9 de dezembro – Leitura “Um Conto de Natal no Olival”

Viaja pelo mundo mágico de um conto de Natal inspirado no Olival e no Azeite, onde a imaginação e as tradições se encontram numa história encantadora.

16 de dezembro – Workshop de Enfeites de Natal

Cria os teus próprios enfeites de Natal reutilizando materiais reciclados e dá vida à tua árvore com muita cor e criatividade.

Em cada sessão, os participantes poderão também provar torradas com azeite, um sabor delicioso que faz parte da nossa região.

Inscrições gratuitas, mas obrigatórias: 278 993 616 | moa@cm-mirandela.pt

Local: Museu da Oliveira e do Azeite

Oficina de Identidade 'As cores do mundo: somos todos diferentes, somos todos iguais” | Biblioteca Municipal Sarmento Pimentel

 Entre os dias 24 de novembro e 3 de dezembro, a Biblioteca Municipal Sarmento Pimentel irá dinamizar a oficina “As cores do mundo: somos todos diferentes, somos todos iguais”, dirigida às turmas do 3.º ano do Agrupamento de Escolas de Mirandela.
Partindo do livro A tua canção, de Inês Castel-Branco, esta atividade propõe uma viagem pelas cores, emoções e identidades que tornam cada pessoa única. Através da leitura, da reflexão e de atividades criativas, as crianças serão convidadas a descobrir o valor da diversidade e da partilha, compreendendo que, apesar das diferenças, todos fazemos parte da mesma melodia que é o mundo.

O tema central “Identidade”, será trabalhado de forma lúdica e participativa, promovendo a expressão individual e o respeito mútuo.

Local: Biblioteca Municipal Sarmento Pimentel
Datas: 24 de novembro e 3 de dezembro

Christmas Jazz Night By Sofia Hoffmann | Centro Cultural de Mirandela

 Após o lançamento do seu novo álbum “[In]LOVE” no final de 2024, a cantautora Sofia Hoffmann apresenta-se ao vivo com Christmas Jazz, um espetáculo intimista e sofisticado com temas natalícios do Great American Songbook.


Clássicos como White Christmas, The Christmas Song, Jingle Bells e Santa Claus is Coming to Town ganham nova vida, num ambiente caloroso e envolvente, sem esquecer o tema original “Carta ao Pai Natal”.

Acompanhada por um quinteto de excelência, este concerto é a proposta perfeita para celebrar o espírito natalício em Mirandela.

Local: Grande Auditório do Centro Cultural de Mirandela
Data: 19 de dezembro
Hora: 21h30
Público-alvo: Maiores de 6 anos
Preço do bilhete: 5,00 €
Bilhetes à venda em https://ticketline.sapo.pt, na bilheteira do Centro Cultural de Mirandela, no MOA (Museu da Oliveira e do Azeite) e na Ecoteca.

Horário da Bilheteira do CCM:

Dias úteis - 9h00 às 18h00 | Fim de semana - 11h00 às 17h00 | Dia do espetáculo - a partir das 20h00


Venha participar no nosso Almoço de Natal cheio de boa energia, boa comida, amizade e espírito Natalício!

 Na casa do povo de Outeiro, dia 21 de dezembro pelas 12h30. Inscreva-se por mensagem privada nas redes sociais, na Casa do Povo de Outeiro ou pelo contacto 936 976 441.

Inscrições até dia 19 de dezembro!

Vamos desmitificar Mouros? Houve Mouros em Terras de Bragança?… (Parte III)

Por: Rui Rendeiro Sousa
(Colaborador do "Memórias...e outras coisas...")


 Os que, efectivamente, se dedicam à investigação, seja em quem âmbito for (daqui excluindo aqueles que se consideram investigadores por terem lido uma página da Wikipédia...), facilmente reconhecerão esta frase aprendida desde muito cedo: «a ausência de provas, não é prova da sua ausência» ou, versão outra, «ausência de evidência não é evidência de ausência». Também deverão reconhecer «o que hoje é verdade, amanhã pode ser mentira». São inúmeros os exemplos, ao longo da história, que provam isso. Bastará recordar os que morreram por defender o «heliocentrismo» em contraponto ao «geocentrismo». Ainda assim, parece haver quem persista em acreditar que «a Terra é o centro do Universo», ou no designado «terraplanismo»… É o que vou verificando com esta questão da presença, ou não, de Mouros por «terras de Bragança»…

Já tive a felicidade e o privilégio de participar em algumas escavações arqueológicas na região de Bragança. Já tive na mão materiais do Neolítico, do Calcolítico, da Idade do Bronze, da Idade do Ferro, de época Romana… Também já tive a regalia de ter na mão moeda Visigoda, bem como inúmeros materiais da Alta e da Baixa Idade Média. Todas estas épocas abrangem milhares de anos de História! Poderão perguntar-me: «E materiais atribuídos aos Árabes?»… “Peis, nium”! «Nicles, pataticles», “nim ua muedinha, sequera”!… «Mas os Mouros estiveram aqui!» - afirmam, peremptoriamente, alguns! “Dez’de sempre oubi d’zere, q’inté têmus terras cum nome árabe!”… É verdade, sim senhor! Alfândega, Soeima, Alfaião, assim, de repente me lembrando… Não significando, porém, que sejam prova da presença árabe ou de que tenham sido fundadas por Árabes. “E tamém têmus palabras árabes!” – argumentam outros. Pois, é verdade, sim senhor. Mas também temos palavras Gregas, e os Gregos nunca aqui estiveram… E também temos a tão nossa batata! Nome originário, supõe-se, do «taino» ou do «quíchua», línguas sul-americanas, o que não significa que os Incas tenham estado por cá. E também temos o tomate, palavra originária do «náuatle», não equivalendo isso a que tenhamos por cá tido Aztecas… Os exemplos não acabariam…

E também temos o caso raro da azeitona, que não provém da «azeitoneira», como vulgar seria. Provém da oliveira, designação a partir do Latim «olivaria». Porém, a nossa oliveira, «zaytun» em Árabe, dá «azzaytúna», palavra provinda do Árabe dialectal já falado em Espanha. Significando isto que os Árabes estiveram aqui, mas não estiveram em Espanha... Porque em Espanha, a azeitona é «oliva», embora também haja a forma «aceituna». Por isso, em Espanha, o «aceite», que também significa «óleo», quando é azeite, não é «aceite de aceituna», mas «aceite de oliva». Quer dizer, se nós temos azeitona e os espanhóis têm «oliva», é irrefutável que os Árabes estiveram em Bragança, onde se diz a «azzaytúna» árabe, mas não estiveram em Espanha, onde há «olivas» latinas… 

E porque atrás mencionei Alfândega da Fé, e ainda ontem fui questionado sobre este topónimo. Dirão os «terraplanistas» que é uma prova inequívoca da presença Árabe… Talvez os «terraplanistas» não saibam quando surgiu Alfândega da Fé documentada pela primeira vez… Mas eu digo-vos: 580 anos depois de os Mouros terem entrado na Península! 45 anos depois de os Mouros terem deixado, definitivamente, o actual território português, com a «Conquista do Algarve»! Antes disso, não há Alfândega da Fé para ninguém. Mas continua a ser uma prova de que os Árabes estiveram cá… Palavra puxa palavra, de Alfândega da Fé, que apenas surge documentalmente quando os Árabes já não estavam cá, foi inevitável não me lembrar de uma célebre lenda, a dos «cavaleiros das esporas douradas», mais a «mesquita» que houve em Balsamão… Conhecem, mesmo, a História da magnífica Balsamão? E, já agora, também conhecerão a de Balsemão, em Lamego, onde se situa a considerada capela mais antiga existente em Portugal? E a do Castro que é Vicente porque, diz a lenda, venceram uma batalha? E a de Chacim, onde, diz a lenda, ocorreu uma «chacina dos Mouros»?

Amanhã já cá trago essas «estórias»… Até lá, deixo um desafio aos «terraplanistas»: leiam as crónicas árabes… Se encontrarem por lá alguma menção a estas terras, ficar-vos-ei grato. Porque, das três crónicas árabes que já li, o mais próximo que detecto é Zamora. Cidade onde, naturalmente, já se encontraram imensos vestígios a atestar essa presença. Por vestígios mencionar, também ficaria grato caso encontrassem, uma «peçazinha» de cerâmica que fosse, ou uma «moedinha», que pudesse atestar essa presença Árabe por terras bragançanas. Tenho a certeza de que o Museu Abade de Baçal ficaria extremamente agradecido… 

(Foto: Inequívocos vestígios de uma «mesquita dos mouros», em Balsamão...................)


Rui Rendeiro Sousa
– Doutorado «em amor à terra», com mestrado «em essência», pós-graduações «em tcharro falar», e licenciatura «em genuinidade». É professor de «inusitada paixão» ao bragançano distrito, em particular, a Macedo de Cavaleiros, terra que o viu nascer e crescer. 
Investigador das nossas terras, das suas história, linguística, etnografia, etnologia, genética, e de tudo mais o que houver, há mais de três décadas. 
Colabora, há bastantes anos, com jornais e revistas, bem como com canais televisivos, nos quais já participou em diversos programas, sendo autor de alguns, sempre tendo como mote a região bragançana. 
É autor de mais de quatro dezenas de livros sobre a história das freguesias do concelho de Macedo de Cavaleiros. 
E mais “alguas cousas que num são pr’áqui tchamadas”.

sábado, 29 de novembro de 2025

𝐁ô 𝐍𝐚𝐭𝐚𝐥 𝐌𝐚𝐜𝐞𝐝𝐨

 𝐎𝐧𝐝𝐞 𝐚 𝐌𝐚𝐠𝐢𝐚 𝐀𝐜𝐨𝐧𝐭𝐞𝐜𝐞! 


Entre 𝟔 𝐝𝐞 𝐝𝐞𝐳𝐞𝐦𝐛𝐫𝐨 𝐞 𝟔 𝐝𝐞 𝐣𝐚𝐧𝐞𝐢𝐫𝐨, Macedo de Cavaleiros volta a transformar-se num cenário encantado, onde a luz, a cor e a alegria se unem para celebrar a época mais especial do ano. 

Estamos a preparar um mês inteiro de experiências únicas, pensadas para surpreender pessoas de todas as idades. O novo 𝐞𝐬𝐩𝐚𝐜̧𝐨 𝐥𝐮́𝐝𝐢𝐜𝐨 será um dos grandes destaques do programa, com 𝐬𝐥𝐢𝐝𝐞, 𝐜𝐚𝐫𝐫𝐨𝐬𝐬𝐞́𝐢𝐬, 𝐚 𝐂𝐚𝐬𝐚 𝐝𝐨 𝐏𝐚𝐢 𝐍𝐚𝐭𝐚𝐥, 𝐚𝐭𝐞𝐥𝐢𝐞𝐫𝐬 𝐭𝐞𝐦𝐚́𝐭𝐢𝐜𝐨𝐬 e uma 𝐝𝐞𝐬𝐥𝐮𝐦𝐛𝐫𝐚𝐧𝐭𝐞 𝐅𝐮𝐧 𝐓𝐫𝐚𝐜𝐤 𝐝𝐞 𝐩𝐚𝐭𝐢𝐧𝐚𝐠𝐞𝐦. Tudo foi concebido para garantir animação constante e proporcionar momentos verdadeiramente memoráveis. 

A cidade contará também com uma 𝐳𝐨𝐧𝐚 𝐝𝐞𝐝𝐢𝐜𝐚𝐝𝐚 𝐚𝐨𝐬 𝐬𝐚𝐛𝐨𝐫𝐞𝐬 𝐭𝐫𝐚𝐝𝐢𝐜𝐢𝐨𝐧𝐚𝐢𝐬 𝐝𝐞𝐬𝐭𝐚 𝐞́𝐩𝐨𝐜𝐚 festiva e com um renovado 𝐌𝐞𝐫𝐜𝐚𝐝𝐨 𝐝𝐞 𝐍𝐚𝐭𝐚𝐥, repleto de novidades e propostas irresistíveis. 

No dia 𝟔 𝐝𝐞 𝐝𝐞𝐳𝐞𝐦𝐛𝐫𝐨, daremos oficialmente início à magia com a inauguração das festividades, um evento aberto a toda a comunidade para partilhar connosco este momento especial. 

Fique atento às próximas revelações. 

Este ano, Macedo promete um Natal verdadeiramente inesquecível. 

Este ano... será mesmo um 𝐁ô Natal!

Atropelamento com fuga provoca ferido grave em Bragança

 Vítima ficou com ferimentos graves, na cabeça e membros inferiores


Um homem de 33 anos foi atropelado, este sábado, na Avenida Sá Carneiro, em Bragança. O condutor fugiu do local sem assistir a vítima.

De acordo com o segundo comandante dos Bombeiros de Bragança, Paulo Ferro, o acidente ocorreu na "Avenida Sá Carneiro, na passadeira em frente ao Supinorte e que a estrada esteve cortada até se proceder ao socorro do homem". A vítima ficou com "ferimentos graves, ao nível da cabeça e membros inferiores”.

Segundo a mesma fonte, "o condutor fugiu do local sem assistir a vítima".

O alerta foi dado pelas 18h07. No local estiveram três bombeiros e uma ambulância de socorro e a PSP de Bragança, que se encontra agora a investigar os contornos do acidente.

Escrito por Rádio Brigantia
Jornalista: Rita Teixeira

INAUGURAÇÃO DE EXPOSIÇÃO INTERNACIONAL EM BRAGANÇA REVELA O PODER SIMBÓLICO DAS MÁSCARAS RITUAIS

 O Centro Cultural Municipal Adriano Moreira recebe, na próxima sexta-feira, 5 de dezembro, às 18h00, a abertura oficial da exposição “Máscaras: Símbolos de Identidade”, um projeto internacional dedicado ao estudo e à valorização das máscaras rituais e do seu papel nas tradições de várias comunidades do mundo.


Com mais de 80 peças reunidas de diferentes continentes, a mostra apresenta as máscaras como objetos que dão forma física a expressões do património imaterial, traduzindo rituais ancestrais, ligações com a natureza e crenças no universo invisível. A investigação que sustenta o projeto procura traçar paralelos entre manifestações que, apesar da distância geográfica, partilham raízes comuns em antigas tradições tribais adaptadas ao longo da história.

Entre os destaques estão as “Máscaras de Inverno Ibéricas”, provenientes de Bragança, Galiza, León e Zamora, as “Máscaras de Guerreiro” do México, as peças do povo Makah, de Washington (EUA), e as usadas pelos “Danzantes Enmascarados” do Peru. A diversidade do acervo evidencia a pluralidade estética e simbólica de representações antropomorfas, zoomorfas, híbridas e ligadas ao caos, como as figuras demoníacas, além de enfatizar o papel do feminino e a importância dos artesãos e artesãs responsáveis pela preservação destas tradições.

Concebida como uma experiência sensorial e emocional, a exposição pretende ultrapassar o âmbito académico e abrir novas perspetivas sobre a patrimonialização destas manifestações culturais. Para tornar o conteúdo acessível a todos, o projeto integra um Programa de Acessibilidade com materiais em linguagem clara e adaptada a diferentes públicos.

A inauguração marca o início de um ciclo dedicado ao diálogo intercultural, convidando o público a descobrir as máscaras como pontes entre passado e presente, entre identidade e imaginação.

Jornalista: Vitória Botelho
Foto: DR

Exposição de Presépios

 O espírito natalício está a chegar e o Município de Carrazeda de Ansiães prepara-se para acolher a tradicional Exposição de Presépios, um momento de celebração da nossa fé, arte e tradição.
Convidamos todas as Instituições Públicas e Privadas e Associações do concelho a participar e a mostrar a sua criatividade na construção de presépios!

Datas da Exposição: 8 de DEZEMBRO a 11 de JANEIRO de 2026

REDUÇÃO DE CAMAS NO PRR “COLOCA EM RISCO MILHARES DE DOENTES”, ALERTA APCP

 A Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos (APCP) manifestou forte preocupação com a redução para metade das novas camas inicialmente previstas no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para a Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados e para a Rede Nacional de Cuidados Paliativos.


Segundo noticiou o Público, das 7.400 camas planeadas avançarão apenas 3.850, devido a atrasos na execução do PRR, um corte de mais de 48%. Para a APCP, esta diminuição compromete o reforço da resposta a uma população cada vez mais envelhecida, num contexto de hospitais sobrelotados e equipas já além da sua capacidade.

A presidente da associação, Catarina Pazes, alerta para efeitos imediatos: “A eliminação de aproximadamente metade das camas previstas terá impacto direto nos internamentos hospitalares prolongados, sem benefício clínico. Os doentes em sofrimento ficam sem alternativas, e as equipas ficam ainda mais sobrecarregadas.”

A dirigente reconhece que os prazos apertados do PRR condicionaram o avanço dos projetos, mas exige esclarecimentos sobre o futuro: “O que preocupa, e deve ser claramente explicado, é se o objetivo de aumentar a capacidade da Rede Nacional de Cuidados Paliativos cai agora por terra, ou se o Governo assegura outras fontes de financiamento.”

A APCP sublinha ainda que a decisão “contradiz recomendações internacionais”, lembrando que a OCDE destacou Portugal como um dos países com maior percentagem de mortes hospitalares, o que exige reforço dos cuidados comunitários e equipas domiciliárias especializadas.

A associação critica também a ausência de uma estratégia nacional para os cuidados paliativos e o “inadmissível atraso” na nomeação da presidência da Comissão Nacional de Cuidados Paliativos.

A APCP reafirma disponibilidade para colaborar com o Governo e entidades reguladoras na procura de soluções sustentáveis e ajustadas às necessidades da população.

Jornalista: Vitória Botelho
Foto: DR

EXPOSIÇÃO “ASSINATURA E IDENTIDADE” REÚNE MILHARES DE PARTICIPAÇÕES E MARCA NOVO PARADIGMA NA REPRESENTAÇÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA

 A Santa Casa da Misericórdia de Bragança vai inaugurar, no próximo dia 3 de dezembro, a exposição “Assinatura e Identidade”, um projeto pioneiro a nível nacional promovido pelo Centro de Educação Especial, que pretende dar visibilidade à identidade da pessoa com deficiência e dos seus cuidadores através de um gesto simples, mas simbolicamente poderoso: a assinatura.


A iniciativa, que já recolheu mais de quatro mil assinaturas, envolve cerca de 20% das 500 IPSS existentes em Portugal, número que continua a crescer diariamente com novas participações. A exposição apresenta-se em formato de mural e integra contributos de instituições de todo o território nacional, incluindo ilhas, ligadas à deficiência e à saúde mental.

O projeto destaca-se pelo seu caráter inovador e agregador, promovendo uma reflexão sobre a representação e o valor individual de cada pessoa. A assinatura surge, assim, como expressão de identidade, pertença e reconhecimento social.

A cerimónia de abertura terá lugar no Auditório do Conservatório de Música e Dança de Bragança, às 10h30, coincidindo simbolicamente com o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência.

Jornalista: Vitória Botelho
Foto: DR

CÂMARA DE BRAGANÇA APROVA PACOTE ALARGADO DE MEDIDAS PARA 2026 E ÉPOCA NATALÍCIA

 A Câmara Municipal de Bragança aprovou, na reunião realizada na manhã de sexta-feira, 28 de novembro, no Forte S. João de Deus, um conjunto alargado de medidas estruturantes para o próximo ano e para a época natalícia de 2025. A informação foi avançada por indicação da Presidente da Câmara, Professora Doutora Isabel Ferreira.


Entre as deliberações destacam-se alterações na estrutura interna do município, com a Reorganização dos Serviços Municipais, que seguirá para apreciação e votação na próxima Assembleia Municipal.

No âmbito fiscal, o Executivo aprovou a fixação da taxa mínima de IMI para 2026, bem como novos incentivos fiscais à reabilitação urbana, que incluem a majoração ou minoração do IMI para prédios devolutos, e ainda a redução da taxa de IRS retida pelo Município relativa a 2026.

Na área da educação, avançaram dois investimentos de grande dimensão: a aprovação dos Projetos de Execução para a reabilitação da Escola Básica Paulo Quintela, com um investimento superior a 13 milhões de euros, e da Escola Miguel Torga, que contará com um valor superior a 17 milhões de euros.

Foram também aprovadas as atualizações tarifárias dos serviços de águas e resíduos, a aplicar em 2026.

A autarquia deliberou ainda a atribuição de 56 bolsas de estudo a estudantes do ensino superior.

Para o período natalício de 2025, a Câmara aprovou várias medidas de incentivo ao comércio e apoio à população: isenção de duas horas de estacionamento no Parque Subterrâneo da Avenida Sá Carneiro durante o mês de dezembro, e o alargamento do horário dos estabelecimentos comerciais até às 22h no mesmo período.

Por fim, foi aprovada a isenção total das taxas de utilização de instalações desportivas para clubes e associações, reforçando o apoio municipal ao movimento associativo local.

Jornalista: Vitória Botelho
Foto: DR

Aberto concurso para obras no Centro de Educação Especial no valor de 1,110 milhões de euros

 Já foi aberto o concurso para as obras de requalificação do Centro de Educação Especial de Bragança (CEE), um equipamento do Centro Distrital de Bragança da Segurança Social mas que é gerido em regime de comodato pela Santa Casa da Misericórdia de Bragança, no valor de 1.110.000,00 euros.


O projeto da requalificação foi aprovado no passado dia 14 e o concurso lançado no dia 25.

Está prevista a realização de trabalhos de tratamento das fachadas e cobertura, substituição de rede elétrica e segurança contra incêndios.

Ao valor previsto de um milhão e cento e dez mil euros acresce o IVA à taxa legal em vigor.

O prazo para a apresentação de propostas termina no dia 10 de dezembro.

O CEE é um equipamento do Centro Distrital de Bragança da Segurança Social mas com gestão da Santa Casa da Misericórdia desde 2013 e é composto por duas respostas sociais, Lar Residencial e Centro de Atividades e Capacitação para a Inclusão (CACI).

O Lar Residencial tem como finalidade alojar jovens e adultos com deficiência que se encontrem impedidos, temporária ou definitivamente, de residir no seu meio familiar e conta atualmente com 68 clientes.

Já o CACI tem como premissa essencial o desenvolvimento das capacidades remanescentes dos clientes que integram e frequentam esta estrutura, cuja missão é a promoção da qualidade de vida, ao nível da realização pessoal, social e funcional. Conta atualmente com 70 clientes.

Município de Bragança quer atualizar tarifas da fatura da água apesar dos votos contra da oposição

 A autarca Isabel Ferreira sublinhou que esta decisão foi “ignorada sistematicamente pelos anteriores executivos"


O município de Bragança vai corrigir as tarifas associadas à água e à fatura da água. A proposta foi aprovada, esta sexta-feira, em reunião de Câmara, mas com os votos contra da oposição.

A autarquia esclarece que na sequência de “análise financeira e técnica ao setor da água e saneamento, se torna necessária uma correção tarifária” para garantir a sustentabilidade do serviço e proteger os consumidores a médio e longo prazo.

Segundo o município, ao longo dos últimos mandatos autárquicos, o sistema acumulou sucessivos prejuízos, resultado de decisões que ignoraram as recomendações da ERSAR – Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos. Esta opção representou uma gestão de risco que hoje tem consequências diretas na estabilidade financeira do serviço e no custo para o consumidor final. A presidente do município, Isabel Ferreira, esclareceu, em declarações à rádio Brigantia e jornal Nordeste, que “há decisões que são difíceis, mas têm de ser tomadas. E são tomadas precisamente para proteger as famílias e as empresas locais. Não é um aumento, é uma correção”, reforçou.

Isabel Ferreira dá o exemplo. “Numa fatura de água que atualmente custa 25 euros, passa a custar 25,72 euros. É disto que estamos a falar. Mas com esta pequena correção, gerimos de forma séria e transparente os recursos públicos e estamos, acima de tudo, a cumprir o parecer da entidade reguladora e minimizar este desequilíbrio que herdamos”, explicou.

A autarca sublinhou ainda que esta decisão foi “ignorada sistematicamente pelos anteriores executivos e que nos trouxeram agora até aqui. Primeiro, nós não podemos ignorar que existe um défice financeiro grande nesta matéria, um desequilíbrio entre a receita e a despesa”.

A urgência deste processo é reforçada pelas alterações regulatórias que entrarão em vigor no próximo ano, quando, ao que tudo indica, os pareceres da ERSAR passarão a ser vinculativos. Na prática, caso não houvesse correções antecipadas, a entidade reguladora poderia impor, no futuro, aumentos tarifários avultados, com impacto muito significativo nas famílias e empresas do concelho. “O objetivo é proteger as famílias e as empresas daquele que seria, ou que poderá ser, no futuro, um aumento muito mais drástico se não fizermos nada já”, apontou.

Isabel Ferreira destacou ainda que “outra questão importante é que mantemos toda a tarifa, não alterámos, no caso das famílias carenciadas e no caso das medidas de proteção social, como as famílias numerosas. Esta correção vai permitir também um investimento na melhoria das condições e na qualidade do serviço de águas”.

Os vereadores da Câmara Municipal de Bragança, Ana Soares e António Baptista, eleitos pelo PSD, são contra esta proposta porque defendem que a medida terá impacto para as famílias”. Reforçam ainda que “antes de pedir mais aos brigantinos, o foco deveria ser pedir mais ao Executivo, nomeadamente quanto à apresentação de medidas alternativas de modo a não transferir o peso económico diretamente para a população”. Consideram a decisão “errada.”

Em relação ao comunicado, enviado às redações, pela oposição, Isabel Ferreira diz que não compreende a posição de ambos relativamente a este tema. “Não entendo, não é? Não entendo porque nós não temos nenhum gosto em aumentar seja o que for, até porque nesta mesma reunião tomámos outras deliberações que também têm impacto financeiro e serão suportadas pelo município, mas neste caso em particular é uma questão de rigor e seriedade técnica ao olhar para um dossiê que, repito, não é da nossa responsabilidade e que herdámos”, frisou.

Isabel Ferreira questionou ainda “os senhores vereadores optariam por ignorar, como fizeram os executivos anteriores, e empurrar o problema para a frente e depois no futuro termos um impacto financeiro ainda maior?”.

A Câmara Municipal de Bragança garante que o compromisso é assegurar um serviço público de água e saneamento transparente, sustentável, eficiente e de qualidade para todos os brigantinos.

Escrito por Rádio Brigantia
Jornalista: Rita Teixeira

Construção da nova Escola de Saúde do Instituto Politécnico de Bragança (IPB) vai avançar já em dezembro

 Valor da obra ronda os 12 milhões de euros e tem, como prazo de execução, dois anos 


Obra de Construção da nova Escola de Saúde do Instituto Politécnico de Bragança (IPB) vai avançar já em dezembro, avançou, hoje, o presidente do IPB à Lusa.

Orlando Rodrigues avançou à agência de notícias que a obra está avaliada em cerca de 12 milhões de euros, que já se encontra adjudicada e deverá iniciar já em dezembro. O presidente do IPB disse ainda que o prazo de execução estimado é de dois anos.

A Escola de Saúde do IPB, construída em 1973, já passou por algumas intervenções, sobretudo na área da eficiência energética. Ainda assim, estas melhorias deixaram de ser suficientes face ao crescimento do número de estudantes e das atividades atualmente desenvolvidas no estabelecimento.

Em atualização
Escrito por Rádio Brigantia

Farmácia de Bragança conquista distinções nacionais em Prevenção e de Acompanhamento ao Doente

 O processo de candidatura contou com a participação de mais de 300 farmácias comunitárias


A Farmácia Bem Saúde, em Bragança, venceu dois prémios nacionais, nas categorias de Prevenção e de Acompanhamento ao Doente, no âmbito da primeira edição do TOP Farmácia Comunitária. A proprietária da farmácia diz que este é um reconhecimento do trabalho que têm desenvolvido. “Significa que, de facto, temos um serviço de excelência e que a nossa equipa tem uma capacidade de acompanhamento do doente, tanto quanto em visita à farmácia e a procura pelo farmacêutico, como também pelo acompanhamento pós-venda. E, para além disso, o acompanhamento em gabinete, porque temos um gabinete específico de enfermagem, e onde o nosso farmacêutico também em gabinete acompanha o tempo de pós-venda”, explicou Maria Vera-Cruz.

O processo de candidatura contou com a participação de mais de 300 farmácias comunitárias, após um processo de validação, foram apuradas 287 farmácias a concurso, com representação de norte a sul do país e nas regiões autónomas.

A farmácia brigantina encontra-se no top 10 das farmácias comunitárias. Maria Vera-Cruz destaca que a dedicação da equipa foi fundamental. “Isto está tudo relacionado com o acompanhamento autêntico e com o desempenho da equipa relativamente a quem nos procura. Temos uma equipa de excelência e isso tem que ser reconhecido todos os dias, tem que ser reconhecido pelo próprio cliente, pela própria equipa em si, como equipa profissional e como amigas que são, e nós reconhecemo-lo a 100%, e o nosso utente, porque sem ele não conseguíamos fazer nada, e eles também têm essa capacidade e essa receção para podermos fazer tudo aquilo que nos compete”, concluiu.

A primeira edição do TOP Farmácia Comunitária foi organizada pela IQVIA, empresa global líder em serviços nas áreas de investigação clínica, dados de mercado e inteligência em saúde, em colaboração com a Ordem dos Farmacêuticos.

Os prémios garantem um selo de qualidade atribuído às farmácias vencedoras, com a chancela da Ordem dos Farmacêuticos.

Escrito por Rádio Brigantia
Jornalista: Rita Teixeira

Amanhã... pode ser tarde.


 Se não formos capazes de nos unirmos, arriscamo-nos a perder aquilo que ainda nos mantém de pé

Nas nossas aldeias, tão cheias de história e tão pobres em gente, vive ainda um dos maiores desafios do interior. A divisão silenciosa que se instala entre vizinhos, famílias, grupos e gerações. É um fenómeno antigo, quase enraizado no próprio ritmo comunitário, mas que hoje pesa mais do que nunca. Porque já não somos muitos. Porque cada pessoa que parte é uma ausência que marca. Porque cada conflito pequeno tem, hoje, um impacto grande.  Sei que não é fácil suportar o "entendido" que no alto da sua "sabedoria" ou ignorância, ganha e construída numa das circulares, ou nos arrabaldes, sabe-se lá, e na continuada insistência em mostrar a sua pseudo superioridade intelectual, de revista na mão, (é mesmo ironia) , tenta diminuir quem por cá esteve, está e irá permanecer. Mesmo assim, até com estes, se não formos capazes de construir união, arriscamo-nos a perder aquilo que ainda nos mantém de pé A COMUNIDADE.

É aqui que entra a importância vital das Juntas de Freguesia e das associações locais. Estas entidades, que por vezes alguns olham como meramente formais ou decorativas, são, na verdade, o coração organizador das nossas aldeias. São os pontos de encontro, as vozes que podem juntar o que tantas vezes a rotina, a inveja, o orgulho ou antigas desavenças teimam em separar. São as estruturas que podem transformar a diferença em diálogo, e o silêncio em cooperação.

Porque será que os que nunca "pegam" nas festas são os que mais criticam?

A Junta de Freguesia, quando funciona com proximidade, escuta e respeito, tem um papel essencial enquanto mediadora. Não deve ser apenas a casa dos papéis, das certidões ou das burocracias. Deve ser a casa de todos, o espaço onde se resolve, se conversa, se planeia e se sonha. Uma Junta ativa é aquela que chama as pessoas, que promove encontros, que cria pontes entre quem já não se fala ou entre quem nunca encontrou uma razão para colaborar. E, mais do que tudo, uma Junta com responsabilidade social e comunitária entende que o seu maior património não são os muros, nem o orçamento, nem as rotinas administrativas… SÃO AS PESSOAS. Cada uma delas. Até aquelas que se afastaram. Sobretudo essas.

As associações, por outro lado, têm a força que nasce do voluntariado e da paixão. São clubes, grupos culturais, coletividades, comissões de festas, associações de caçadores, de pais, de jovens, de idosos. São os espaços onde se constrói identidade e sentido de pertença. Onde cada um pode encontrar um papel, uma função, um motivo para estar presente. E, ao contrário do que por vezes se pensa, não existem para competir entre si ou para alimentar divisões velhas. Existem para celebrar o que ainda temos de melhor, a capacidade de nos juntarmos e fazermos acontecer.

Mas nenhuma Junta e nenhuma associação conseguirá cumprir este papel enquanto as aldeias continuarem a viver presas a pequenas invejas, rivalidades de décadas ou ressentimentos que, muitas vezes, já ninguém sabe explicar. Estas feridas invisíveis impedem o progresso, minam a confiança e impedem a comunidade de avançar. E avançar é urgente. Porque as aldeias estão a mudar, e se não mudarmos com elas, perdemo-las. Precisamos de vida, de projetos, de festas, de cultura, de diálogo e, sobretudo, de gente. E nada afasta mais rapidamente a pouca gente que ainda temos do que um ambiente tenso, dividido ou hostil.

Não somos tantos que nos possamos dar ao luxo de estar separados. Não somos muitos para desperdiçar energias em disputas que não constroem nada. Precisamos de todos. Precisamos de cada pessoa que ainda acredita na sua terra, que ainda cuida da sua rua, do seu quintal, da sua capela, das suas tradições. Precisamos do conhecimento dos mais velhos e da criatividade dos mais novos. Precisamos de quem organizou festas durante 40, ou 50 anos e de quem está disposto a aprender agora como se organiza uma. Precisamos de quem já fez muito e de quem ainda quer fazer. Porque a aldeia é de todos, e o futuro também.

... e os mais novos têm que saber que a experiência dos menos novos é um valor acrescentado a ter em atenção.

Este é um apelo. Que a Junta de Freguesia seja ponte, que as associações sejam braços, e que cada um de nós seja parte do caminho. Que possamos, finalmente, perceber que ninguém ganha quando o vizinho perde, que ninguém cresce quando a aldeia minga, e que nenhum orgulho é mais importante do que a sobrevivência da comunidade.

Numa aldeia onde não se pode comprar um litro de leite ou uma caixa de fósforos... e alguém investe e abre uma porta e ocoração... Não é admissivel que se prefira continuar a fazer compras na cidade e deixar definhar a porta aberta e desanimar quem acreditou e investiu. TENHAM VERGONHA!

Se trabalharmos juntos, se falarmos mais e desconfiarmos menos, se acolhermos em vez de afastar, se valorizarmos em vez de competir, podemos transformar as nossas aldeias em lugares de paz, de cooperação e de futuro. Porque ainda é possível. Ainda temos memória, ainda temos vontade, ainda temos raízes, e onde há raízes, pode sempre florescer um novo começo.

Unamos o que foi dividido. Curemos o que está magoado. Construamos, juntos, o que ainda pode ser grande.

É este o meu humílimo contributo para apelar ao Associativismo nas nossas Aldeias, tão necessário e urgente. Mas tem que ser AGORA, amanhã já vai ser TARDE!

HM

sexta-feira, 28 de novembro de 2025

Vamos desmitificar Mouros? Houve Mouros em Terras de Bragança?… (Parte I)

Por: Rui Rendeiro Sousa
(Colaborador do "Memórias...e outras coisas...")


 (Advertência prévia: Para não ferir eventuais susceptibilidades, o que aqui irá ser abordado não terá qualquer pendor religioso, resumindo-se ao rigor estritamente histórico. Escrito por alguém que, não obstante as suas particulares crenças e conhecimento sobre História das Religiões e História da Igreja, também possui as suas devoções e os seus locais de encanto) 

Serão poucas as povoações deste distrito que não tenham lendas ou histórias associadas a Mouros ou a Mouras Encantadas. O que não falta por aí são designações, entre tantas outras, como Vila dos Mouros, Sino dos Mouros, Castelo dos Mouros, Cidade dos Mouros, Pia dos Mouros, Casa da Moura, Pala da Moura, havendo, até, uma inusitada quantidade de capelas que, dizem, foram construídas onde houve uma «Mesquita de Mouros». Não faltando, igualmente, imagens, especialmente de Nossa Senhora, que foram descobertas após terem sido escondidas dos Mouros... 

Muitas são, inclusive, as povoações que atribuem a sua fundação aos Mouros, ou às fugas dos Cristãos aos ditos Mouros. Aliás, confesso que até já tive algumas «ameaças», baseadas no «desde sempre ouvi que foi assim»… Todavia, há um «problema». Tenho vindo a trazer, por aqui, factos relacionados com a presença dos chamados «Povos Germânicos», particularmente os Suevos e os Visigodos, por estas terras. E desses, embora não abundando os vestígios físicos da sua passagem e do seu estabelecimento, eles existem, como são bons exemplos algumas moedas ou epitáfios funerários. Existindo, igualmente, nas diversas crónicas correspondentes à sua época. 

Assim como ocorrem, em maior dimensão, os testemunhos referentes à permanência de Romanos. Seja por via das suas estradas, dos povoados romanizados, das moedas, dos miliários, das inscrições, dos fornos, etc., etc. Recuando no tempo, o que não falta são vestígios da Idade do Ferro, da Idade do Bronze, do Calcolítico, do Neolítico, recuando as marcas efectivas de presença humana ao Paleolítico Superior. Porém, não subsistem quaisquer achados arqueológicos correspondentes à pretensa época na qual os Mouros terão dominado por aqui! Nada, «nadinha», nem uma «moedinha»! A corroborar essa ausência de testemunhos físicos, palpáveis, e porque devem confrontar-se as visões de ambos os lados, isto é, os Cristãos e os Mouros, nem nas crónicas de uns, as Cristãs, nem nas dos outros, as Árabes, existe qualquer menção, por mínima que seja, à sua presença por estas bandas!

Colocadas as coisas nestes termos, por que razão subsiste, na tradição e no imaginário popular, essa presença que, ao que tudo indica, nunca ocorreu? Por que razão, em escritos do século XVIII, há menos de 300 anos, nos eram deixados testemunhos deste género: «foi vila e morada de mouros», «é tradição neste lugar ter havido ali uma cidade de Mouros»? Ou em oficial registo relativamente ao Castelo de Algoso, ser afirmado que diziam «ser manufactura dos Mouros»? Ou seja, tudo o que não tinha explicação, tinha sido obra dos ditos Mouros... 

Assim vemos, por exemplo, o magnífico exemplar da Anta de Vilarinho da Castanheira, em Carrazeda de Ansiães, a ser popularmente designada como «Pala da Moura». Um monumento funerário que em muitos milénios antecedeu a tal de pretensa presença Moura… Ou os inúmeros exemplares de povoados da Idade do Ferro, que recuam há mais de dois mil anos, muitas vezes designados por «Castelo dos Mouros», «Vila dos Mouros» ou, até, «Cidade dos Mouros». Curiosamente, em todos eles há tesouros enterrados que nunca foram encontrados…

Já no final do século XIX, há cerca de 150 anos, o grande estudioso e um dos primeiros financiadores das investigações arqueológicas, Martins Sarmento, escrevia que as explicações do Povo eram fantasiosas, porque muitas das construções atribuídas aos Mouros já se encontravam em ruínas antes da sua passagem pelo nosso país. O que leva, então, a fazer persistir na crença popular as justificações que assentam na presença de um povo que aqui, ao que tudo indica nunca esteve? Vamos a factos…

Os Mouros, essencialmente constituídos por Árabes e Berberes, entraram na península no ano de 711. Sabe-se que, cerca do ano 720, já haviam chegado ao norte peninsular. Logo no ano 722 terá ocorrido a escaramuça que tomou o nome de «Batalha de Covadonga». Sabe-se, igualmente, que cerca do ano 750, por motivações várias que aqui não interessa dissecar, os Mouros já estavam confinados abaixo do Douro. Embora, até pelo menos ao século IX, as escaramuças de fronteira tenham persistido. Tendo, ainda, no século X, sido feitas algumas incursões devastadoras, chefiadas pelo célebre Almançor, particularmente as dirigidas a Santiago de Compostela. Porém, nunca tendo atravessado a nossa região. 

A dúvida que fica é… Os Romanos por aqui estiveram durante quatro séculos… Os «Povos Germânicos» aqui permaneceram durante três séculos… Por que motivo terá subsistido, na memória popular, a presença de um povo que, se por esta região esteve, não o fez por mais de 30 anos? É ou não é estranho?… Já cá voltarei, posteriormente, para tentar explicar esta aparente incongruência.

(Foto: «Pala da Moura» - Jorge Pinto)


Rui Rendeiro Sousa
– Doutorado «em amor à terra», com mestrado «em essência», pós-graduações «em tcharro falar», e licenciatura «em genuinidade». É professor de «inusitada paixão» ao bragançano distrito, em particular, a Macedo de Cavaleiros, terra que o viu nascer e crescer. 
Investigador das nossas terras, das suas história, linguística, etnografia, etnologia, genética, e de tudo mais o que houver, há mais de três décadas. 
Colabora, há bastantes anos, com jornais e revistas, bem como com canais televisivos, nos quais já participou em diversos programas, sendo autor de alguns, sempre tendo como mote a região bragançana. 
É autor de mais de quatro dezenas de livros sobre a história das freguesias do concelho de Macedo de Cavaleiros. 
E mais “alguas cousas que num são pr’áqui tchamadas”.

Vamos desmitificar Mouros? Houve Mouros em Terras de Bragança?… (Parte II)

Por: Rui Rendeiro Sousa
(Colaborador do "Memórias...e outras coisas...")


 (Nota prévia: Terei todo o gosto em responder a todos os comentários, desde que feitos com educação e elevação, concordem ou discordem com o que está escrito. Aos desagradáveis «cromos sabetudólogos» que aqui apenas vêm para destilar as suas frustrações, apesar de também ter formação em Psicossociologia, não sou Psicólogo. Ficarão, como tal, a falar sozinhos...) 

Muitos já deverão ter percebido de onde sou originário. Terra essa cujo nome, “dez’de que m’alembru’e”, era justificado através de uma batalha entre Mouros e Cristãos (vou ficando a perceber, afinal, que os Mouros já cá andavam há muito tempo...). Na qual uns cavaleiros, quando os Cristãos estavam a ser devastados, irromperam pela batalha empunhando as suas maças, distribuindo traulitada pelos Mouros, tendo estes fugido. Na euforia da vitória, o «rei», que entre aspas vem por incógnito ser, terá gritado «Maça, Macedo!», dando o nome à minha terra. Parece bonito… Mas não é! Porque entretanto cresci, e descobri que havia um Macedo do Mato (Bragança), um Macedo do Peso (Mogadouro) e um Macedinho (Vila Flor). E logo aí, espírito crítico à flor da pele, pensei que seria muita coincidência ter havido, noutros lados, mais gritos «Maça, Macedo!». Ainda mais crescido, também descobri uma «Maceda», em Ovar. 

Mais tarde, «dores do crescimento», haveria de descobrir, do lado de lá, uns quantos «Manzanedo» e «Manzaneda». “E impeçou a tcheirar-m’a sturru’e”… E, de facto, aqui trago este exemplo para tipificar as falácias históricas e toponímicas acerca de Mouros, vigentes na memória popular. Porque «Macedo» e os seus congéneres não passam de um fitotopónimo, ou seja, uma designação derivada de um nome vegetal. Isto é, «Macedo» é a evolução do vocábulo latino «mattianetum», a partir de «mattiana» (maçã - «manzana», em Castelhano, daí o equivalente «Manzanedo»), e não de «mattea» (maça). Ou seja, «Macedo» corresponde à «terra abundante em macieiras», da mesma forma que «Espadanedo», cuja explicação também metia Mouros pelo meio («Espada nele»), não passa de um nome colectivo que significa «terra abundante em espadanas». Aqui trouxe estes casos para exemplificar as tantas histórias falaciosas associadas a Mouros…

Mas regressemos a factos cronológicos, no que respeita, especificamente, à nossa região… Os Mouros chegaram ao norte peninsular no século VIII, cerca do ano 720. Rapidamente, a partir da revolta dos Berberes, em meados desse século (cerca de 740/745), que interesse não tinham em ficar nas regiões «mais pobres» do Norte que lhe foram confiadas, foram «expulsos» desse mesmo Norte peninsular, aí incluído o actual Norte de Portugal, crendo-se que, em meados desse século, pós-750, já teriam sido «varridos» das terras a norte do Douro. Ora, se por «terras de Bragança» estiveram, foi por meros 30 anos… Sem deixarem vestígio algum, nem nas próprias crónicas Árabes (para os que duvidarem, aconselho a lê-las – há traduções muito bem feitas…). 

No século seguinte, o IX, já estava a ser feita a «presúria» de Chaves… Como tal, se os Mouros por estas terras passaram ou permaneceram, como disse numa apresentação, pouco tempo tiveram para fazer um «xixi no Azibo ou no Sabor». E, efectivamente, como já apontado, não deixaram por cá vestígio algum dessa pretensa passagem… Nem no nome das terras, como alguns afirmam, peremptoriamente (se dúvidas tiverem, façam o favor de as elencar – antecipadamente alertando que as minhas imunoglobulinas, mais os eosinófilos, estão hiperactivos pelos efeitos desencadeadas pela «sabetudologia»)… 

Não obstante essa ausência, subsistiram «Lendas de Mouros», bem como as de «Mouras Encantadas» (as quais, dizem as novas correntes, eram celtas...)… E por que foram criadas lendas populares acerca daquilo que, de facto, o Povo não conhecia? Essencialmente, por três vias. A primeira delas proveniente dos nossos cavaleiros, particularmente os célebres «Bragançãos», que até teriam participação activa na conhecida Batalha de Ourique… Outros tendo havido, nomeadamente de outra grande família «bragançana», que até participariam na última «conquista» do Algarve, por meados do século XIII, alguns dos seus membros por lá tendo permanecido. Outros ainda tendo havido que andaram por terras actualmente espanholas, nas quais, conquistas feitas, até participariam nos «repartimientos». 

Sabe-se que, nessa época, a designada «Reconquista» foi, maioritariamente, feita de avanços e recuos. Ou seja, havia imensas algaras, incursões militares feitas em território inimigo com o objectivo maior de acções de pilhagem e de desgaste dos adversários. Isto é, criava-se uma algara, ia-se a território inimigo, destruíam-se as suas fortificações e plantações, e regressava-se com os despojos. Sabe-se, igualmente, da grande atracção que havia pelo exostismo dos Árabes, especialmente em relação aos seus metais preciosos e aos seus tecidos. Com os referidos despojos, também se traziam histórias fantásticas que ajudavam a elevar os feitos dos cavaleiros. Estão a imaginar o efeito produzido na medieval mentalidade do Povo, dado a crendices, a superstições, a medos? 

Entretanto, isto não deverá ter crédito algum junto de alguns sectores, que parece haver novas correntes que ramificam os Mouros, e as Princesas Mouras, e os Reis Mouros, e os Castelos dos Mouros, e todas as Lendas associadas, a um rebuscado mundo celta, que nem sequer está ainda muito bem estudado... Ao contrário da dita «Reconquista», expressão criada ao abrigo da «cartilha» das «conquistas aos infiéis», a que estudos mais recentes, de uma nova vaga de historiadores com outro espírito crítico, têm dado uma nova luz e uma nova visão. Que não trarei aqui, para não me arriscar a ataques dos que permanecem arreigados aos princípios de «pátria, una e indivisível», criados pela Historiografia do Estado Novo… Mesmo que, inconscientemente, desconheçam o que estão a apoiar...

Amanhã, ou “passadu manhã”, já cá “boltu outra bêze”… 

(Foto: Casa Martins Sarmento)


Rui Rendeiro Sousa
– Doutorado «em amor à terra», com mestrado «em essência», pós-graduações «em tcharro falar», e licenciatura «em genuinidade». É professor de «inusitada paixão» ao bragançano distrito, em particular, a Macedo de Cavaleiros, terra que o viu nascer e crescer. 
Investigador das nossas terras, das suas história, linguística, etnografia, etnologia, genética, e de tudo mais o que houver, há mais de três décadas. 
Colabora, há bastantes anos, com jornais e revistas, bem como com canais televisivos, nos quais já participou em diversos programas, sendo autor de alguns, sempre tendo como mote a região bragançana. 
É autor de mais de quatro dezenas de livros sobre a história das freguesias do concelho de Macedo de Cavaleiros. 
E mais “alguas cousas que num são pr’áqui tchamadas”.