Em 1954, alguns dos seus poemas foram selecionados para a Antologia do Prémio Almeida Garrett, ladeando com nomes consagrados da poesia portuguesa. Em 1963, publicou “A liturgia do sangue” e, no ano seguinte, “Tempo da lenda das amendoeiras”. Desde então, sempre publicando livros de poesia, entre os quais “As Portas que Abril Abriu”, de 1975. Em 1994, a sua “Obra Poética “foi editada, postumamente.
Enquanto declamador, gravou vários discos, tendo participado, com Natália Correia e Amália Rodrigues, no LP “Cantigas de Amigos” (1971).
Ativista e militante político, em 1969, integrou a campanha da Comissão Democrática Eleitoral e filiou-se no PCP. Nesse ano, concorreu, sob pseudónimo ao Festival da Canção, com o poema “Desfolhada”. Com música de Nuno Nazareth Fernandes e interpretação de Simone de Oliveira, a canção venceu. Voltaria a ganhar em 1971, com “Menina”, interpretado por Tonicha; em 1973, com “Tourada” e, em 1977, com “Portugal no Coração”, ambos interpretados por Fernando Tordo. Autor de mais de 600 poemas para canções, colaborou ainda com Alain Oulman, José Mário Branco, Paulo de Carvalho ou António Victorino de Almeida.
A sua ligação ao fado começa em 1967, com a interpretação de José Manuel Osório do poema “Desespero”. Viria a escrever especificamente para fadistas como Amália Rodrigues e Carlos do Carmo.
Os poemas do álbum “Um Homem na Cidade”, de 1977, são todos da sua autoria e consistem num marco da história do fado.
Viveu praticamente toda a sua vida no n.º 23 da Rua da Saudade, onde existe uma lápide evocativa do poeta, e deu nome a um largo no bairro de Alfama.
Texto: © Museu do Fado, DR

Sem comentários:
Enviar um comentário