Bragança: racionamento de água inevitável com persistência do tempo seco

Há cerca de dois meses que não chove em Bragança, uma situação que, a manter-se, vai levar à tomada inevitável de medidas de contingência, que podem inclusive passar por momentos em que a água não vai estar disponível nas torneiras, nos meses de Primavera e Verão.
A situação de seca que vive o Nordeste é muito grave. O professor Dionísio Gonçalves, especialista em Climatologia, acredita que, a manterem-se estas condições, será inevitável um racionamento de água dentro de alguns meses, com a possibilidade de haver mesmo períodos em que a água não vai correr nas torneiras:
“É uma situação obviamente preocupante porque nesta altura do ano as barragens, aquíferos e as nascentes naturais estão praticamente no seu final. É evidente que temos de ter um cuidado acrescido no racionamento da água. Obviamente que vamos passar por períodos em que, em algumas horas do dia, não vamos ter água”.
Para o especialista, as culturas agrícolas da Primavera e Verão já estão comprometidas:
“Em termos de Agricultura, nesta altura do ano, a falta de água e as geadas persistentes, são um factor de desidratação exagerada dos solos, o que vai conduzir a que o arranque das culturas de Primavera e Verão possa estar comprometido e irremediavelmente as culturas de Inverno, nomeadamente as pastagens – neste momento o gado já não tem o que comer”.
A Câmara Municipal de Bragança está a preparar uma comunicação aos habitantes do concelho, onde pede um uso racional da água e que deve ser remetida por correio ainda esta semana.
Numa visita recente ao Vale da Vilariça, em Vila Flor, a ministra da Agricultura, Assunção Cristas, assumiu a preocupação com a falta de água no Nordeste e disse já estar a preparar um plano de apoio aos agricultores afectados pela seca.

in:rba.pt