Ana Fernandes andou toda a manhã numa roda-viva a tentar encontrar quem lhe fosse buscar o carro, depois de o filho ter sofrido um acidente esta madrugada, em bragança.
Mas a resposta tem sido sempre a mesma.
“Que não, só depois da meia-noite. E a polícia já me mandou tirar de lá o carro”, queixa-se.Em causa está a greve nacional convocada pela Associação Nacional do Ramo Automóvel (ARAN). Tudo por causa de diferenças de interpretação de uma lei de 2006 que só começou a ser aplicada há sensivelmente um ano. Os rebocadores estão obrigados a usar tacógrafos em serviços a mais de cem quilómetros, mas nas pequenas distâncias estão isentos.
Para quem não tem tacógrafo, existe um Livrete Interno de Controlo, que tem sido pedido pelas autoridades. O LIC serve para controlar o horário de trabalho dos funcionários e foi implementado pela Autoridade para as Condições do Trabalho. Mas os rebocadores dizem que também estão isentos deste livrete num raio de cem quilómetros.
João Domingues, do Auto Rujo, diz que tem havido reuniões com o Governo mas ainda não houve consenso.
“O serviço de reboque é distinto dos outros, pois é uma emergência. E regularizar isso no LIC é desnecessário e complicativo. E uma infracção simples acarreta coimas enormíssimas à empresa.”
Já Sofia Sampaio, da Garagem Sampaio, explica que tem havido multas muito discrepantes.“Temos um colega que foi autuado em nove mil euros. Outros são em 250 euros e já houve um outro em cinco mil euros. É muita diferença e muito dinheiro.”
Até à meia-noite, os rebocadores estão em greve.
Escrito por Brigantia (CIR)
in:brigantia.pt
Sem comentários:
Enviar um comentário