A crise também faz parte do léxico dos emigrantes portugueses que por estes dias de verão regressam à terra natal para uns dias de férias.
Fomos a Vilarinho da Castanheira, no concelho de Carrazeda de Ansiães, onde a população duplica em Agosto, à semelhança do que acontece um pouco por toda a região transmontana.
Por ali, os emigrantes ouvem falar dos apertos de cinto impostos em Portugal e contrapõem com os que por lá também se sentem.É o caso de Antero Trigo, de 63 anos, emigrante na Alemanha.“Lá não há crise como aqui. Os produtos aumentaram mas os ordenados ficaram iguais e já há dois ou três anos que não recebo o 13º nem o subsídio de férias e antes recebia”, refere.
A José Batista, há seis anos em França, nem foi preciso cortar os subsídios, pois nunca os recebeu. “Eu estou lá há seis anos e nunca soube o que era o 13º nem o subsídio de férias”, afirma, acrescentando que não pondera voltar porque “com o salário mínimo não se consegue viver e lá consegue porque anda à volta dos 1500 euros.Fernando dos Santos, 47 anos, emigrante em França, também fala em crise e nos sacrifícios que chegam em Setembro.
“O nosso patrão já nos disse que se isto continuar assim vai fechar uns dias por mês e paga-nos 75% do ordenado”, conta.Por seu lado, António Jorge, 47 anos, emigrante na Suíça, diz que lá não sente a crise e por cá também não.“Eu não sinto a crise porque as estradas e os restaurantes estão sempre cheios. Ainda no domingo fui a um restaurante e tive de esperar porque não havia mesa vaga”, refere.
Apesar da crise, todos estes emigrantes desejam voltar a viver permanentemente em Portugal, mas só depois de garantirem rendimentos suficientes para não terem de passar por apertos.
Escrito por Ansiães (CIR)
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