É preciso que os autarcas transmontanos se unam aos espanhóis, de forma a garantir uma paragem do TGV na Puebla de Sanabria. Este foi o repto lançado ontem, em Bragança, por José Rodriguez Ballesteros, representante da Associação de Defesa da Sanabria e Carballeda.
Á margem da apresentação das resoluções do fórum “ Que Posso Fazer Por Trás-os-Montes”, organizado pelo Movimento DART, no mês passado, José Rodriguez Ballesteros apelou aos autarcas que se unam em torno desta paragem, que considera que ainda não está garantida. “O que temos é apenas a palavra da ministra de Fomento mas, não há uma resolução administrativa que diga que vai haver essa paragem. Não temos conhecimento, até à data, que essa obra esteja a ser realizada.
Recentemente, um eurodeputado afirmou que somos pouca população para ter uma paragem. Por isso, precisamos de unir-nos ao território de Trás os Montes e considerar que essa estação não é apenas da Sanabria, mas deve ser também uma estação internacional, que sirva Trás-os-Montes”, frisa o dirigente associativo.
José Rodriguez Ballesteros criticou ainda o facto de não existir qualquer transporte público entre a Puebla de Sanabria e Bragança. Na opinião do representante da Associação de Defesa da Sanabria, o mais adequado seria a ligação ferroviária mas, nessa impossibilidade, defende que deveria ser garantido “o mais rápido possível” o transporte de autocarro.
O presidente do Município de Bragança acredita que a paragem do TGV na Puebla de Sanabria será uma realidade em 2015, afirmando que esse é um dos motivos pelos quais tem reivindicado o melhoramento das acessibilidades a esta vila espanhola.
O representante da associação espanhola chegou a propor a entrega de um documento ao governo português, que mostre claramente a posição dos autarcas transmontanos em relação à paragem do TGV na Sanabria. Hernâni Dias não considera que esse documento seja essencial já que confia no trabalho que tem vindo a ser desenvolvido. “Até ao momento, não temos indicação nenhuma que essa paragem não seja uma realidade em 2015. Continuamos a acreditar que é verdade e que será, efectivamente, construída. Não é pelo facto de, neste momento, surgir uma pessoa a dizer que isto pode não ser assim, que nós temos de entrar em pânico e dizer que vamos reivindicar tudo outra vez, porque não está nada decidido. Não vamos por aí. As coisas estão clarificadas, estão decididas e nós acreditamos sinceramente naquilo que está feito”, sublinha o autarca.
Declarações à margem da apresentação das resoluções do fórum organizado no mês passado pelo movimento DART, Defender, Autonomizar e Rejuvenescer Trás-os-Montes. Foram apresentadas 24 resoluções que resumem as principais ideias dos intervenientes no fórum, com vista a travar o despovoamento do interior. Para tentar solucionar este problema, foram ainda apresentadas algumas medidas postas em prática em aldeias montanhosas da Suíça, que corriam o risco de ficar despovoadas. Ideias baseadas na valorização da natureza e tradições rurais, promovendo um turismo sustentável, como alternativa ao turismo de massas. Foram apresentadas por uma imigrante deste país, que pretende mudar-se brevemente para Rio de Onor, e que, após o fórum, enviou uma carta à organização a sugerir a adaptação destas ideias à realidade transmontana.
Escrito por Brigantia
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