Cogumelos oriundos do leste do Japão, conhecidos por 'Shiitake', estão a ser produzidos em estufas na zona industrial de Vimioso, distrito de Bragança, por dois jovens empreendedores, os irmãos Rosário.
O método de produção de cogumelos 'Shiitake' é considerado simples e passa pela introdução de inóculos produzidos no laboratório em madeira previamente selecionada. A inoculação é feita em troncos de carvalhos, para assim se produzir um fungo que atualmente é dos mais consumidos na Europa, dadas as suas propriedades gastronómicas e medicinais.
Para se lançarem na produção de cogumelos, os irmãos Rosário abandonaram as profissões que tinham na área da multimédia e das engenharias.
"Tentamos apostar num tipo de empresa que se enquadra no concelho de Vimioso e, ao mesmo tempo, aproveitamos os recursos naturais existentes como é caso da madeira de carvalho", disse Paulo Rosário.
O projeto teve o seu início há dois anos, mas só agora é que começou a produzir, porque foi necessário reunir algumas condições.
"Tivemos de arranjar a madeira. Os primeiros troncos que foram inoculados são provenientes de uma exploração situada no termo de Santalhão e pertencente ao meu pai. Foi uma ajuda para dar início ao nosso projeto", explicou.
Outra das razões que atrasou o início da produção foi obtenção de fundos comunitários para dar início à criação do complexo de estufas, que requerem alguns cuidados.
O investimento na empresa Cogumelos do Planalto ronda os 100 mil euros, tendo obtido um comparticipação comunitária que ronda os 80 mil euros.
O projeto inclui duas estufas com ambiente controlado. Porém, a aposta terá de ir mais longe, já que, segundo os mentores, será necessário colocar equipamentos que produzam calor e humidade para que os cogumelos tenham o ambiente ideal a fim de se reproduzirem tanto de inverno como de verão.
"No período de inverno não vamos conseguir produzir as qualidades de cogumelos que esperávamos devido à falta de condições apropriadas para o efeito", frisou Paulo Rosário.
Nesta primeira fase de produção, o mercado mais natural será o nacional. O mercado espanhol será o potencial alvo numa segunda fase.
"Os vizinhos espanhóis consomem mais cogumelos do que os portugueses e, por esse motivo, é uma aposta a ter em conta, já que estamos muito próximos da fronteira", atirou o empresário nordestino.
Por outro lado, Rúben Rosário destacou no projeto conjunto com o irmão um ponto forte: o que passa pelo aproveitamento da madeira de carvalho autóctone para a produção de cogumelos de "altíssima qualidade".
A aposta passa pela produção de cerca de mil quilos de cogumelos 'Shiitake' por mês para tornar o investimento rentável.
FYP // JGJ
Lusa/fim
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