A febre do Pokémon Go já contagiou Bragança
O jogo Pokémon Go pôs em poucos dias Bragança na rua, com concentrações, sobretudo de jovens, até altas horas da madrugada nos locais sinalizados com a presença dos bonecos virtuais.
"A zona do castelo é uma loucura" foi o que ficou a saber recentemente o comandante da PSP de Bragança, Amândio Correia, que desconhecia o jogo e o seu impacto a nível local, até ter questionado os agentes depois do que tem ouvido.
Em termos policiais, "não tem havido problemas", garantiu o comandante, que confessou à Lusa ter ficado curioso e que irá passar pelo castelo para observar o fenómeno.
Surpresa foi também a reação de Luís Portugal, proprietário de um restaurante no largo do Castelo, quando, na terça-feira à noite, um grupo de jovens, na casa dos 20 anos, lhe entrou pelo estabelecimento, todos de telemóvel na mão.
"Diziam que havia aqui um", contou à Lusa confessando que "não fazia ideia do que se tratava", pois tinha acabado de regressar de férias do estrangeiro sem ainda ter ouvido falar da febre com o jogo que em 15 dias conquistou o mundo.
"Pensei que havia algum bicho dentro da tasca", brincou, quando os ouviu "gritar a todos: está aqui, está aqui".
A filha já descarregou o jogo no telemóvel e o empresário vai "ver o que é isso" para conhecer os bonecos que contagiaram e estão a fazer correr e a sair à rua as gentes de Bragança.
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O jogo Pokémon GO foi lançado a 06 de julho a nível mundial e chegou oficialmente a Portugal há uma semana.
Segundo a descrição feita em alguns sítios da Internet da especialidade, o jogo é o replicar da série televisiva dos anos de 1990 na vida real, em que "o objetivo é apanhar pokémons, fazê-los evoluir, treiná-los, descobrir o maior número possível destas criaturas, colecionar o maior número possível, combater com elas e desafiar outros treinadores".
Pedro Rodrigues descobriu o Pokémon Go num habitual encontro com os amigos no café e faz parte há alguns dias das concentrações, sobretudo de jovens, nos chamados "pokestops" (sítios de interesse).
"No castelo de Bragança há cinco pontos. É uma coisa louca", afirmou à Lusa este jovem que trabalha na restauração e já chegou a estar até às sete da manhã "a apanhar bonecos raros".
Como ele, garante, há muitos, o que alterou as rotinas da própria cidade em poucos dias.
"Há um mês não se via ninguém à noite, agora das dez, onze da noite até às três, quatro da manha, é só gente com concentrações nos locais dos 'pokestops'", apontou.
Mas o jogo obriga também a andar e há jogadores que fazem dezenas de quilómetros. Um amigo de Pedro "perdeu três quilos em oito dias".
É por isso que à pergunta: "o que se ganha", este aficionado responde "saúde" porque a "caça" obriga a andar e tem alguns elementos que impõem percorrer determinadas distâncias".
Nas caminhadas que faz, Pedro garante que tem, inclusive, descoberto a cidade, prestando, com a ajuda do jogo, atenção a pormenores e elementos que dantes lhe passavam despercebidos.
Os percursos servem-lhe ainda para encontrar e conversar com gente conhecida. Mas é também "engraçado a quantidade de gente e a falarem uns com os outros sem se conhecerem".
Aponta ainda o baixo custo: "gasta-se algum tráfego no telemóvel, mas também há quem gaste fortunas para andar no monte à caça e outros que dão três mil euros por uma bicicleta para porem no Facebook uma fotografia com os quilómetros que percorrerem".
Na rede social Facebook, existe um grupo fechado, o "Pokémon Go-Bragança City" que junta já mais de 400 membros que partilham entre si informação.
Conhecem bem os pontos de interesse em locais emblemáticos da cidade como o castelo, a Praça da Sé, politécnico ou Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, entre outros.
E há já que acredite que o novo jogo vai ser uma estratégia para atrair visitantes.
Diário de Notícias
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