O anúncio da suspensão do serviço de recolha oficial de cadáveres de animais no âmbito do SIRCA - Sistema de Recolha de Cadáveres de Animais Mortos na Exploração, está a causar transtornos e é um motivo de preocupação para os agricultores e ambientalistas.
A (DGAV) emitiu um aviso, dando conta da suspensão do serviço oficial desta recolha, com efeitos a partir do passado dia 26 de Agosto. A Confederação Nacional dos Agricultores (CNA) lembra que “este sistema, que vigora há mais de uma década, é uma imposição da União Europeia e é custeado, em parte, por uma taxa específica no abate nos matadouros”, não sendo, por isso, legítimo que os produtores de animais e agricultores sejam penalizados com custos adicionais, inerentes à regulamentação aplicável à eliminação de cadáveres de animais, como explica João Dinis, da CNA.
Por sua vez, Samuel Infante, coordenador do grupo de trabalho da Biodiversidade da Quercus explica que esta associação ambientalista tem vindo a defender “um sistema mais eficaz e que proteja a biodiversidade”, tendo alertado o governo para a “necessidade de ser revista a aplicação do sistema vigente.
A Quercus pede especial atenção para as zonas fronteiriças e de montanha, onde as aves necrófagas (abutres e águias) ocorrem com maior frequência”, salientando ainda a importância de garantir a alimentação do lobo-ibérico. Já a Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária esclareceu num documento enviado à Brigantia que “os criadores podem continuar a encaminhar os cadáveres dos seus animais, para serem eliminados pela via habitual, através dos serviços do consórcio de empresas que assegura esse serviço, mas o encargo será suportado» pelo proprietário da exploração pecuária”.
De acordo com a DGAV, no caso em que os criadores não possam assumir os custos, “podem ser utilizadas soluções alternativas», como incineração, enterramento, queima e biodigestão, desde que “estejam devidamente salvaguardados todos os impactos sanitários e ambientais”.
Escrito por Brigantia
Sara Geraldes
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