segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Bloco continua a acreditar na linha férrea

Em novembro do ano passado, o Partido Ecologista os Verdes aprovava em Assembleia da República, por maioria de esquerda, a criação de um Plano Nacional Ferroviário.
O prazo definido para que fosse feito um documento estratégico sobre o tema era um ano. A dois meses da data-limite, ainda nada foi feito, diz o deputado do Bloco de Esquerda, Heitor de Sousa, que garante, no entanto, que faz sentido falar da criação deste Plano, mesmo com as recentes decisões sobre a Linha do Tua, que quase atira o troço para fora da Rede Ferroviária Nacional, e com a utilização turística da Linha do Douro.

“A existência de um Plano Ferroviário Nacional foi uma resolução da Assembleia da República aprovada por larga maioria, a sessão legislativa que ainda não se concluiu. Apontava para a elaboração de um Plano Ferroviário Nacional no espaço de um ano. Esse tempo está a acabar, e, infelizmente, não temos notícia de que esteja em elaboração.

Mas estamos atentos, e em breve vamos voltar a pôr o assunto na agenda da Assembleia da República.”

Além de investir na ferrovia ser uma forma de promover a coesão territorial, que, na opinião de Heitor de Sousa, é um investimento estratégico entendido por todos os partidos políticos, apesar de depois não ser o que sucede na prática, o deputado bloquista lembra que Portugal assumiu compromissos europeus que podem passar pela reabilitação dos caminhos-de-ferro.

“A concretização dos compromissos que Portugal tem no âmbito das Nações Unidas e dos acórdãos globais do COP 21, da Cimeira do Clima, que se realizou em Paris em 2015, onde se defende, precisamente, que as soluções de transporte que vêm ser favorecidas e protegidas são as ferroviárias, contra as rodoviárias que em muitos casos, infelizmente, contribuem para uma maior emissão de gases poluentes, responsáveis pelo efeito de estufa.”

Por isso, e apesar do deputado entender que só depois de o Governo responder às questões colocadas pelo partido sobre a desqualificação de dois troços da Linha do Tua é que se vão poder manifestar com mais certezas, acredita que a decisão de entregar a privados as linhas ferroviárias a privados, nomeadamente a empresas turísticas, pode ser revertida.

“Neste processo de entrega a privados, a uma empresa que não tem competências legais e profissionais  para o fazer, é até surpreendente que o Governo atribua (aparentemente, porque são situações das quais não temos confirmação. E são essas as razões que nos levam a fazer perguntas, para obter informações sobre assuntos que apenas conhecemos pela imprensa) à Douro Azul.

Admitindo que as informações que temos vão nesse sentido, achamos surpreendente que uma empresa de turismo fique com a responsabilidade de fazer a manutenção de uma linha ferroviária. É preciso que tenha competências para isso, e que seja certificada, para que esse tipo de intervenções se possam fazer.”

A opinião de Heitor de Sousa, deputado do Bloco de Esquerda, que deixa a promessa de levar a ferrovia nacional, em breve, a discussão na Assembleia da República.

Escrito por ONDA LIVRE

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