O especialista trouxe a debate “A Importância de Brincar e a Pandemia do Medo”, um tema enquadrado no momento que se vive e no desequilíbrio social que se observa. O especialista considera que, hoje em dia, as crianças não têm tempo nem liberdade para brincar. “Nas últimas décadas, temos vindo a assistir a uma decadência progressiva de tempo livre para brincar. É lamentável que tenhamos tirado de as crianças terem esse tempo livre. É inaceitável que os presos tenham mais tempo livre fora das celas do que as crianças. Aprisionámos a vida delas ao longo dos últimos anos e das últimas décadas”, afirmou.
Carlos Neto alerta para o facto de esta falta de tempo para brincar provocar sérios problemas, a curto e a longo prazo, nomeadamente as desordens mentais. “Brincar é um comportamento essencial. Houve um declínio muito pronunciado de tempo e espaço para brincar, que levou ao aparecimento de várias situações problemáticas no âmbito da saúde pública, excesso de peso, obesidade, doenças respiratórias e cardíacas, mas o que é mais preocupante é o aumento de desordens mentais que têm a ver com o aumento da ansiedade, da depressão e do déficit de atenção, do stress. E as últimas investigações têm vindo a demonstrar um aumento muito preocupante do ponto de vista de sentimentos de suicídio que estão a acontecer na passagem da adolescência para a idade adulta”, afirmou.
O professor catedrático afirma que é preciso devolver a rua às crianças, dar-lhe mais tempo para brincar, para se descobrirem entre elas e contactar com a natureza.
Carlos Neto foi o primeiro convidado para o ciclo “Braganç@Educa”, um webinar destinado a toda a comunidade educativa. As próximas sessões acontecem nos dias 2 e 9 de Dezembro e serão transmitidas em live streaming no facebook do município de Bragança.
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