Esta empresa tem em curso, na Quinta das Charas, na freguesia de Tó, um projeto de substituição de eucaliptal por uma mancha florestal composta por espécies autóctones consideradas mais adaptadas ao território.
O presidente da Florestgal, Rui Gonçalves, avançou que em 70 hectares da propriedade gerida empresa pública, onde o trabalho de substituição dos eucaliptos, plantado na década de 90 do século passado, se mostraram pouco produtivos na região. Já na primavera começaram a ser plantadas as espécies autóctones.
“O nosso objetivo é retirar os eucaliptos, que não têm produtividade e não estão adaptados a este território, e fazer uma plantação mista de sobreiro e carvalho-negral. Na próxima primavera [março e abril] já podemos ter na Quinta da Charas, um novo povoamento florestal”, vincou o responsável.
O projeto de florestação e valorização ambiental da Quinta da Charas é financiado pelo PDR 2020, em 85% e decorre numa propriedade da empresa, que se encontra localizada junto do Parque Natural do Douro Internacional (PNDI), “área de elevado valor em termos de conservação da natureza a nível nacional e internacional”.
“A nossa expectativa é que daqui a cerca de 25 anos se possa começar a fazer a exploração. Nestes primeiros 20 anos, os apoios do Estado à manutenção dos povoamentos florestais possam ser cedidos pela Forestgal e por outras entidades, para que as plantações não fiquem ao abandono e que possam ser geridas devidamente e que quando começarem a render os apoios do Estado possam ser dispensados”, indicou aquele responsável.
O terreno onde esta decorrer esta reconversão da flora à base de eucaliptos numa área foi propriedade da Portucel, tornando-se propriedade do Estado há cerca de 20 anos.
Esta exploração florestal já foi visitada pelo secretário de Estado da Conservação da Natureza e Florestas, João Paulo Catarino, que disse que em todo o país os eucaliptos em propriedades do Estado vão ser substituídos.
“Esta empresa gere à volta de 14 mil hectares. Todos os que estiverem na esfera do Estado serão substituídos”, assumiu o governante.
Por outro lado, o Governo também se mostrou disponível para incentivar os privados a investir numa floresta com mais espécies autóctones e de crescimento lento. “Para isso há apoios no Plano de Recuperação e Resiliência, que tem uma dotação de 270 milhões de euros para os privados, onde o Estado pagará a 100% destas reconversões”, vincou João Paulo Catarino.
Os trabalhos com a prática de técnicas de silvicultura preventiva, têm como objetivo a redução da propagação e impacto dos incêndios florestais, e a proteção da rede hidrográfica e das galerias ripícolas.
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