O programa “Chave na Mão” tinha esse objectivo e não teve qualquer manifestação de interesse. O programa está em vigor há um ano e meio e é destinado a pessoas com casa própria nas grandes cidades, mas ninguém se mostrou seduzido pelo interior.
A medida foi desenhada antes da secretária da Valorização do Interior integrar o Governo e, apesar de não ter sido lançada pelo ministério da Coesão Territorial, Isabel Ferreira, admite que é preciso repensá-la.
“Fica um pouco a ideia que as medidas para o interior não tiveram procura, o que é totalmente errado, as medidas tiveram imensa procura. Em particular este programa Chave na Mão é específico da área da habitação, no entanto, o que posso concluir é que se não teve procura não está naturalmente bem desenhado, temos que pensar novas medidas”, refere.
O Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana, que lançou o programa, pagaria a renda pela habitação que seria deixada para trás, sendo que o proprietário continuaria na posse do imóvel e deveria receber dinheiro que permitisse cobrir os custos de vida num dos territórios de baixa densidade em que escolhesse viver. Isabel Ferreira adianta que já se começou a trabalhar de outra forma para que as pessoas dos grandes centros urbanos venham para o interior.
“Criámos um grupo de trabalho, que se chama “Habitar no Interior”, coordenado pela secretaria de Estado da Habitação, mas onde eu estou e outras entidades, precisamente para pensarmos as políticas de habitação nos territórios do interior e em breve vamos disponibilizar o relatório que resulta dessa reflexão. Esse é um programa específico, apenas da componente de habitação, que não tem nada a ver com os programas de valorização do interior que foram implementados em 2020 e 2021, em que os fundos comunitários foram muito bem utilizados nestes territórios”, afirmou.
O “Chave na Mão” entrou em vigor em Maio de 2020, em plena pandemia, mas não conseguiu trazer ninguém para o interior.
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