Dizem que o segredo está nas mãos e na maneira como se amassa o pão. Mas isso quem sabe melhor é Beatriz Correia, uma das habitantes de Samil que ainda coze pão à moda antiga. “Não é difícil, para quem goste. Não é fácil para a malta jovem porque isto dá muito trabalho”.
Beatriz Correia pôs toda a família a fazer pão e enquanto se corta a massa, alguém já está a preparar o forno, desta vez calhou a Daniel Gomes. “O trabalho não é muito mas o calor… O forno não pode estar áspero demais se não o pão não coze”.
E os mais novos querem saber disto? “É como todos os garotos dizem ‘De onde vem o leite?’. ‘Da prateleira do supermercado’. Os mais novos não querem nada com isto”, disse Beatriz Correia.
E foram várias as fornadas de pães e bolas que foram feitas ao vivo na Feira do Pão de Samil por Beatriz Correia. Olinda Celas era outra das vendedoras de pão, que é bastante procurado pelos consumidores. “É melhor e não leva tanta levedura como o que se compra”.
Mas nem mesmo o pão caseiro conseguiu fugir ao aumento dos preços. “A farinha subiu muito. Antes custava oito euros e agora custa 20. Tivemos que subir. Não podemos trabalhar para aquecer”.
Ainda assim, não deixa de se comprar, que o diga Maria da Anunciação. “Levo dois mas ainda quero comprar mais. É pão caseiro. Eu fui criada a comer pão caseiro que a minha fazia e gosto muito. É outra qualidade”.
O pão tradicional de Samil, aldeia do concelho de Bragança, continua a ser bastante procurado.
A Feira do Pão de Samil aconteceu este sábado e além do pão, venderam-se também produtos da terra, como batatas e leguminosas.
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