quinta-feira, 30 de novembro de 2023

Os preconceitos, injustificados, ajudam a desconstruir as sociedades...

 Em 1975 fui preterido num concurso público por ter o cabelo comprido o que me conectava com um “segmento” que incomodava os ineptos, os néscios... Contou-me, passados anos, um dos elementos do júri hoje com os seus maravilhosos 90 anos e com quem ontem bebi uma cerveja no final da jornada. Eram 5 os elementos do júri e o que tinha o voto de qualidade, desempatou… com um NÃO! O não fez toda a diferença. Não sei se para melhor se para pior. Só sei que foi um não criminoso. Tem nome o elemento. Era um dos DDT.
Ao tempo o cabelo comprido era em Bragança, para os DDT, sinal de perigo. Os DDT não são os mesmos mas têm a mesma mentalidade e quero crer que pior qualidade.
Em 75 era o corte do cabelo, agora é a cor da cartolina.
Enquanto não conseguirmos fazer diferente deste esterco todos perdemos.
Admira-me é que gente nova continue com os mesmos pressupostos do antigamente. Preocupa-me que em 2023 interesses individuais e corporativistas se sobreponham ao interesse da comunidade. Para quê? Levai o cheque para a urna.
De que adianta existir uma Constituição da República se nem as Instituições Públicas a cumprem ou fazem cumprir?
Em Bragança a liberdade, a justiça e a igualdade de oportunidades não são para todos. Nunca foram. Nos outros lados será igual. Apenas muda a cor da cartolina.
Aos “bafejados” pela “sorte” peço: Lá dentro. Lá dentro da vossa impiedosa estrutura partidária que vos arranjou emprego, ou tacho… a vós e aos vossos filhos e filhas, irmãos e genros, noras e primos... insisti para que em Bragança fiquem sempre, mas sempre, os melhores em primeiro lugar. Tentai, ao menos. De que vos adianta andar uma dúzia, ou duas de anos, a encher o peito para as fotografias se depois em Bragança nem vai haver fotógrafos nem quem faça pose para as fotografias? Nem Bragança.
Sejam felizes mas não lixem a vida aos filhos dos outros.

Obs* A foto foi num baile de finalistas da EICB. A amiga que está na foto é membro do Grupo. Foi pura coincidência estarmos juntos quando a foto foi tirada. Mas olhar hoje para a foto faz-me acreditar que eram mais sérias e limpas as minhas "melenas" que a seriedade do bardamerda que ditou o não. Ditou-o por inveja.

Beijos e abraços e desculpai-me a irreverência.

HM

Que Grande Era o Nosso Mundo

 Que grande era pelos idos de 70 a nossa terra sem necessitar dos edifícios em altura. Era grande quando palmilhávamos todos os caminhos e carreiros. Pelas quintas dos arrabaldes, pelas veigas, pelos caminhos que levavam aos rios, pelos caminhos montes e estradas que levavam às romarias e festas… aos lameiros onde se armavam as pescoceiras. Parecia tudo tão próximo e aconchegado… E era! Nem as nevadas nos faziam tiritar… nem o calor dos três meses de inferno nos derretia.


Do Br: da Previdência onde foi tirada a foto: À esquerda os alicerces do Liceu. Em primeiro plano o Bairro de Santa Isabel com a icónica cabine da EDP. Ao fundo o Bairro da Boavista e um pouco à esquerda a casa já existente do Professor Anselmo. Ao fundo, à direita, o Castelo de Bragança. Agora, já quase nem vemos a ponta do nariz... Andamos quase todos com os olhos postos no chão.

HM

Dá D. Fernando a Moncorvo os julgados de Urros e Peredo e as aldeias de Souto da Velha, Castedo e Lousa. Importância do porto que Moncorvo tem no Douro - 7 de Maio de 1370

 «Dom Fernando pela graça de Deos Rey de Portugal e do Algarve.
A quantos esta carta virem faço saber que o concelho e homeens boons da minha villa da Torre de Meem Corvo me enviarom dizer que ao tempo que a dita vila foy primeiramente edificada e pobrada que lhy forom dados e outorgados grandes termhos e que avya grande peça de campanha e que os da dita vila porquanto eram muytos fezerom a cerca e muro da dita vila grande; e que depoys foy merce d’El Rey dom Diniz meu bisavoo a quem Deos perdoe que fez a vila de Vila Frol no termho da dita vila da Torre de Meem Corvo e lhy deu grande parte do seu termho e das gentes e vizinhos dela pola qual razom a dita vila da Torre ficou menguada de gentes e companhas estando esta em gram perigo de se perder e despobrar tambem por razom da guerra como outros grandes encarregos que a. Outrosy me emvyarom dizer que teem hum porto no rio Douro e barcas en el a huma legua da dita vila no seu termho e se a dita vila da Torre fosse perdida ou gaanhada dos inimigos o que Deos non queira embargar-s’ia o dito porto por tal guisa que nestas fronteyras non poderyam por aquel porto aver passagem para Myranda nem para Samora nem para outras partes do meu senhorio o que a my e aos meos sogeitos seria mui dapnoso.
E emvyaro’me pedir por merce que a quantos logares que estavam arredor da dita vila da Torre de Meem Corvo desse por termo da dita vila e lhys desse sobre eles jurisdiçom e os fesesse sogeytos da dita vila da Torre de Meem Corvo; e eu veendo o que me emvyarom dizer a pedir porque a my prestem alguas daquelas cousas que metem a acorrimento (?) mayormente daquelas porque se pode seguir grande honra do meu senhorio e prol grande dos meus sogeytos e porque podem seer alongados de grandes dapnos do meu poder absoluto porque o hey por meu serviço dou por termho da dita vila da Torre de Meemcorvo os julgados d’Urros, do Predo com seus termhos, a aldeya do Souto da Velha que ata este tempo foy termho da vila de Ance[ã]os com seu termho de que os da dita aldeya ata aqui  usarom o que a dita aldeya pertence e outrosy lhy dou a aldeya do Casteendo e da Lousa que ata estes tempos d’ora que forom aldeyas da vila de Vilarynho de Castanheyra com seus termhos e pertenças de que ata ’quy husarom e lhes pertencem reservando em cada hum dos ditos logares os meus direitos que hy avya e hey; porem mando que daqui em deante o concelho da dita vila da Torre de Meem Corvo huse dos ditos julgados e seus termhos e das aldeyas com seus termhos e devisoens dos ditos logares que ataa ’qui ouverom de toda jurydiçom como termho da dita vila da Torre de Meem Corvo non embargando direitos, cartas, foros ou privilegios que de my ou dos outros reys que ante my foram tenham gaanhado esas vilas e julgados suso ditos ou ganharem sobr’esta razom que a esto podessem contrayrar e embargar que non vallesse doaçom (...).

Dante em Santarem sete dias de Mayo El Rey o mandou por Joham Martins e Rodrigues Esteves seus vassallos; Vaasque Anes a fez era de mil e quatrocentos e oyto anos» (164).
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(164) Pergaminhos de Moncorvo.
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MEMÓRIAS ARQUEOLÓGICO-HISTÓRICAS DO DISTRITO DE BRAGANÇA

Queixas em relação à comida servida nas escolas do Agrupamento de Macedo leva a tomada de medidas

 Alguns alunos e encarregados de educação do Agrupamento de Escolas de Macedo de Cavaleiros queixaram-se à direção das condições em que as refeições escolares têm sido servidas nos refeitórios das escolas.


De acordo com o diretor, Paulo Dias, os motivos das queixas foram de vários âmbitos:

“Nomeadamente a quantidade da comida servida, qualidade, empratamento e possibilidade de os alunos repetirem a refeição, ou seja, coisa que não estavam a acontecer como seria desejável e como estava acordado entre o Agrupamento, o Município e a empresa à qual foi adjudicado o serviço.”

Perante estas reclamações, o diretor do agrupamento reuniu com um representante da empresa responsável pelas refeições servidas nas escolas e com o Município de Macedo, tendo ficado acordada uma melhoria do serviço e reforço da monitorização:

“Pedimos à empresa cuidado no que toca à quantidade, empratamento, disponibilidade e qualidade de atendimento que fazem aos alunos e até à disponibilidade de os alunos poderem repetir.

Temos as nossas auxiliares a prestar uma especial atenção porque, na verdade, o número de alunos que não quer levar a refeição completa é muito grande e percebemos que, muitas vezes, os alunos, querem comer muito depressa uma parte do prato porque querem ir brincar, o que é normal nas crianças mas não é o desejável.

Então, pedi que tivessem um cuidado especial porque temos de identificar essas situações, informar os pais, até porque os alunos nem sempre acatam as instruções que os auxiliares dão, no sentido de fazerem a refeição completa.”

Além disso, vai haver visitas-surpresa dos encarregados de educação e foram sugeridos outros pratos para inserir nas ementas:

“Os pais vão passar a vir ao refeitório almoçar, claro que não vão dizer qual o dia em que o farão, vai ser aleatório. Vai-lhes ser pedido que preencham uma ficha de avaliação.

Não poderão vir os pais todos, têm que ser um ou dois de cada vez e isso vai ser feito em coordenação com os diretores de turma. Nem eu saberei quais os dias em que virão.

Também ficou acordado que a empresa iria fazer algumas alterações nas ementas.

Procuramos que as refeições servidas vão mais ao encontro do que os alunos gostam e estão mais habituados a comer em casa, aquela comida de conforto mais caseira.”

Ficou ainda decidido criar mais um espaço de armazenamento para os alimentos, de forma a evitar a descontinuidade de produtos e garantir a confeção de pratos alternativos.

Escrito por ONDA LIVRE

Projeto Diabo da Sé apresentado na Mascararte

 Chama-se Diabo da Sé e é um projeto que saiu da edição deste ano da Mascararte, a bienal da Máscara, que se realizou em Bragança no final da semana passada.


Trata-se de um projeto que está já em execução. “Pode ter impacto muito positivo no que toca ao apelo ao envolvimento dos mais jovens naquilo que é a preservação desta marca identitária, não quebrando o elo com a tradição mas pondo a tradição com uma abordagem mais contemporânea.

É um projeto do José Pedro, do Miguel Moreira e da Susete, que pegou no ritual da Morte, Diabo e Censura, cruzando com os Diabos de Vinhais, cruzando com a construção plástica da máscara da Aveleda, de Varge, juntamente com a de Podence e Bemposta e criaram esta figura mágica e única, que é o Diabo da Sé, que pretende trabalhar várias componentes como o desenho animado, a literatura infantil, criando uma narrativa partindo de pressupostos existentes noutros rituais, e também aparecendo outros conceitos novos como a educação ambiental.

Vamos partir para a construção da narrativa juntamente com as escolas, com escritores de renome e tem pernas para andar. Partindo de Bragança para o território e para o país”, explicou a vereadora Fernanda Silva. A responsável fez, por isso, “um balanço positivo” da Mascararte. “Este ano era uma temática muito diferenciadora, as personagens femininas no território de Trás-os-Montes e província de Zamora, valorizando e refletindo sobre o papel da mulher na continuidade destes rituais e, atualmente, qual o papel da mulher na preservação, na continuidade destas tradições e desta marca identitária e no surgimento de artesãos.

António G. Rodrigues

Congresso Unificador

Por: José Mário Leite
(colaborador do Memórias...e outras coisas...)

Jorge Nunes, uma das vozes transmontanas mais esclarecidas e inconformadas, promotor do desenvolvimento e do bem estar do nordeste, escreveu, recentemente, um texto preparatório do próximo Congresso Transmontano, (que será o V) na sequência do livro “Congressos Transmontanos 1920-2020” editado pela Lema d’Origem prefaciado pelos Professores Adriano Moreira e Fernando de Sousa, e com posfácio do Professor Ernesto Rodrigues.
O antigo autarca da capital do nordeste que uma lei iníqua e lesadora dos interesses regionais afastou, prematuramente, do cargo executivo que exerceu com estratégica clarividência, vem questionar, no seu texto, o tema proposto para servir de base à concretização da próxima assembleia magna das gentes do Reino Maravilhoso. A regionalização é, sem dúvida, um tema importante e que não pode, de forma nenhuma, estar ausente de qualquer discussão que, querendo-se séria e consequente, pretenda contribuir para o desenvolvimento futuro de qualquer região, mormente se for do interior. Vêm do centralismo, sem qualquer dúvida, as maiores machadadas na demografia, potenciando o abandono progressivo dos jovens qualificados e retirando as âncoras dos serviços públicos regionalizados que, de alguma forma, mitigavam a sangria constante e progressiva. Mesmo com as melhorias, salientadas, e bem, das vias de comunicação, do sistema de saúde e das unidades de educação. Melhorar não quer dizer que se tenha feito o suficiente, nem o necessário. Porque se as benfeitorias não chegaram para travar o decréscimo evidente, um pequeno acréscimo podendo, quando muito, mitigar o depauperamento contínuo, não chega para operar uma necessária e urgente inversão da curva descendente do enfraquecimento regional. Ao tema já proposto pela Casa de Trás-os-Montes adiciona o antigo edil entre outros um que ninguém pode ignorar da sua importância nos conturbados tempos que vivemos: a ecologia. Importante porque trata do futuro (de um futuro cada vez mais próximo e cada vez mais incerto nas ameaças sérias e severas das alterações climáticas) e igualmente porque, nesse capítulo, precisamente por causa do abandono anterior de investimento em indústrias pesadas e urbanização desenfreada de que padece o litoral, podemos avançar na direção certa, com algum avanço sobre outras regiões portuguesas. Os recursos hídricos serão de uma importância capital neste tema.
Mas, o que mais me apraz salientar, no artigo de opinião publicado no Mensageiro e no Jornal Nordeste, é o apelo à união que já vem desde a edição em livro, já referida, cujo subtítulo “Unir o tempo do passado, do presente e do futuro” evidencia bem o propósito que terá de presidir aos momentos de reflexão coletiva.
Sempre, mas sobretudo nos tempos que correm, de confusão e divergências públicas (entre o Presidente, que deveria ser um referencial de estabilidade e concórdia, e o Primeiro Ministro, entre os agentes da Justiça, cujo cumprimento estrito da Lei deveria exigir uma rigorosa e inatacável postura em matérias como segredo de justiça e presunção de inocência, e o principal Órgão Legislativo cujas críticas sobre atuações enquadráveis num edifício legal ali originado e sem vislumbre de reformas sérias e profundas, são dificilmente entendíveis) o aparecimento de uma região unida à volta de um ideário, obviamente debatido e discutido em toda a sua diversidade, traga para a luz do dia tudo quanto resulta da conclusão de um debate alargado, participado e rico, será, sem dúvida, um enorme contributo para o desenvolvimento regional e para um futuro melhor para as gerações vindouras.

José Mário Leite
, Nasceu na Junqueira da Vilariça, Torre de Moncorvo, estudou em Bragança e no Porto e casou em Brunhoso, Mogadouro.
Colaborador regular de jornais e revistas do nordeste, (Voz do Nordeste, Mensageiro de Bragança, MAS, Nordeste e CEPIHS) publicou Cravo na Boca (Teatro), Pedra Flor (Poesia) e A Morte de Germano Trancoso (Romance), Canto d'Encantos (Contos) tendo sido coautor nas seguintes antologias; Terra de Duas Línguas I e II; 40 Poetas Transmontanos de Hoje; Liderança, Desenvolvimento Empresarial; Gestão de Talentos (a editar brevemente).
Foi Administrador Delegado da Associação de Municípios da Terra Quente Transmontana, vereador na Câmara e Presidente da Assembleia Municipal de Torre de Moncorvo.
Foi vice-presidente da Academia de Letras de Trás-os-Montes.
É Diretor-Adjunto na Fundação Calouste Gulbenkian, Gestor de Ciência e Consultor do Conselho de Administração na Fundação Champalimaud.
É membro da Direção do PEN Clube Português.

Posto da GNR de Carrazeda de Ansiães vai ser requalificado

 O investimento é de mais de um milhão e trezentos mil euros, por parte do Governo


O presidente da câmara, João Gonçalves, assume que esta era uma empreitada aguardada há bastante tempo, até porque o edifício, que tem 25 anos, nunca sofrera obras de requalificação. “Tínhamos essa expectativa já há bastante tempo. Começamos a trabalhar nesta intenção desde 2018 junto do Governo. Agora foi possível assinar o contrato e almejar o objectivo”.

Esta semana o Ministério da Administração Interna assinou contratos interadministrativos com cinco municípios para a construção e reabilitação de postos da GNR e uma esquadra da PSP. As obras, em Carrazeda de Ansiães, vão dotar o quartel de melhores condições, nomeadamente ao nível energético. “Adicionalmente à falta de manutenção, tinha problemas estruturais que não foram corrigidos quando foi construído. É uma remodelação profunda que prevê corrigir esses defeitos e actualizar algumas coisas importantes como a retirada de amianto e dotar o edifício de maior eficiência energética”.

O autarca acredita que a obra estará concluída em 2025.

Além da requalificação do posto da GNR de Carrazeda de Ansiães, será alvo de intervenção um outro posto no distrito de Aveiro. Serão também criados dois postos, um em Albufeira e outro em Palmela. E será requalificado um posto da PSP na Madeira. Estas requalificações e construções inserem-se na Lei de Programação de Investimentos na Modernização e Operacionalidade das Forças e Serviços de Segurança, para a qual o Governo afectou, até 2026, 236 milhões de euros.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Carina Alves

Lançado em breve o concurso público para a instalação de internet fixa em todo o interior do país

 O estudo feito pelo Governo e a ANACOM concluiu que há 451 mil casas, empresas e propriedades sem rede banda larga


A informação foi avançada pela secretária de Estado do Desenvolvimento Regional, Isabel Ferreira. “Haverá um despacho meu e do secretário de Estado da Digitalização que dará alguns dias à entidade que vai lançar o concurso para o fazer, uma vez que isto decorrerá em todas as regiões de Portugal continental e das duas regiões autónomas irá lançar este concurso formalmente. É um consorcio de entidades entre as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional e os dois governos das regiões autónomas”.

O investimento global vai rondar os 425 milhões de euros. Na região Norte, o financiamento com fundos comunitários será de 50%. O restante será suportado pelas empresas que vencerem o concurso. Dentro de dois anos, 75% das zonas brancas identificadas terão que ter internet. “Terá que estar concluída em três anos embora 75% do esforço terá que ser feito nos dois primeiros anos”.

A instalação da banda larga tem que estar concluída em três anos. Foi ainda lançada a plataforma geo.anacom onde as pessoas podem ver a cobertura de rede em cada local. 

Escrito por Brigantia
Jornalista: Ângela Pais

Professor de música condenado a pena suspensa de 5 anos por abuso sexual

 O tribunal de Bragança condenou hoje um professor de música a cinco anos de prisão, com pena suspensa por igual período, por 18 crimes de abuso sexual de criança na forma agravada.


Os crimes ocorreram numa escola em Macedo de Cavaleiros em dois anos letivos, 2016/2017 e 2017/2018, altura em que os factos foram descobertos, depois de relatados pelas crianças aos pais. As cinco vítimas tinham idades entre os 6 e os 7 anos.

Durante as aulas de música, quando as meninas precisavam de ajuda ou explicação, o docente acariciava-as nas nádegas e nas coxas, aproveitando-se do facto de usarem saias.

Como pena acessória, o homem fica proibido de exercer a profissão de professor durante o mesmo período em que cumprir a pena e será acompanhado pela Segurança Social, no regime de prova a que fica obrigado, para verificação de que não volta a cometer os mesmos atos criminosos.

A cada uma das meninas vai ter que pagar uma indemnização no valor de três mil euros, decidiu ainda o tribunal.

Na leitura do acórdão foi dito que para a pena aplicada - um ano e quatro meses de pena por cada um dos crimes, em cúmulo jurídico, cinco anos suspensos - as declarações prestadas pelo arguido tiveram especial relevância porque “a versão apresentada não foi a mesma” nos dois depoimentos prestados.

Foram apontadas divergências entre o que disse o professor no primeiro interrogatório judicial e depois em sede de julgamento, nomeadamente na forma como o arguido descreveu os toques feitos às vítimas.

Estas declarações, a juntar à prova pericial e às declarações prestadas para memória futura das menores à época, levaram o tribunal a “não ter margens para dúvidas” ao dar como provados todos os factos que constavam na acusação.

Como atenuantes, contribuiu o facto de o arguido não ter antecedentes criminais, estar integrado na sociedade e de não ter havido reporte de mais queixas desde 2018.

Contudo, o coletivo de juízes considerou que os crimes foram praticados com “dolo direto”, aproveitando-se da condição de professor das crianças e sublinhou que situações de abuso como as que ocorreram podem ter não ter impacto significativo na altura, mas podem ter “possíveis repercussões futuras”, como no desenvolvimento emocional e afetivo das vítimas.

No final da sessão, a defesa do arguido não esclareceu se vai ou não recorrer da decisão.

TYR//LIL
Lusa/Fim

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OFERECER UM BURRO COMO AFILHADO É DAR UM PRESENTE SOLIDÁRIO QUE FAZ A DIFERENÇA.

 Neste Natal, as estrelas são os Burros,
Aquecendo corações, com longas orelhas e zurros!
Um presente que é carinho, luz e abrigo,
Ofereça um afilhado, um burro amigo!

Numa época repleta de simbolismo como é o Natal, os presentes que oferecemos refletem também a sensibilidade pelo mundo que nos rodeia. Cada apadrinhamento é uma contribuição importante, para que continuemos a nossa missão pela preservação do Burro de Miranda e pela saúde e bem-estar de todos os burros. O valor do seu apoio é aplicado na manutenção dos centros que gerimos, onde acolhemos e damos proteção a cerca de 120 animais, na disponibilização de apoio veterinário e logístico a todos os criadores de burros e mulas do território nacional e na dinamização de atividades de sensibilização, promoção, investigação e cariz social.

Oferecer um burro como afilhado é dar um presente solidário que faz a diferença, e é tornar-se parte desta grande família de orelhas compridas, que trabalha por um mundo melhor para animais e pessoas. Espalhe connosco o brilho destas estrelas que são os Burros! Saiba como AQUI.

A Embaixada - Na Madrugada dos Tempos – Parte 16

 O que faz que os homens formem um povo é a lembrança das
grandes coisas que fizeram juntos e a vontade de realizar outras.

Ernest Renan
Escritor e historiador francês.
(1823-1892)

Por: Manuel Amaro Mendonça
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")

Os dias estavam mais claros e o frio já não mordia os ossos com a mesma intensidade. Havia um vento suave que acariciava a planície e trazia o cheiro de primavera. As montanhas distantes, porém, continuavam com os cumes alvos, os ursos não deviam aparecer por enquanto, mas não tardariam.

Erem sentia-se cansado e não ficou nada aborrecido quando os caçadores disseram que não havia necessidade de fazer parte dos grupos. Graças à franca colaboração com os estrangeiros residentes e agora reforçados com os companheiros do convalescente Tibaro, havia homens e mulheres suficientes para a caça. Os seus quase quarenta e oito anos pesavam-lhe e o frio do inverno parecia não lhe ter ainda saído dos ossos, mesmo ali, sentado ao sol à porta da sua casa redonda.
Com os olhos fechados, deixando-se levar pela letargia, começou a chegar-lhe ao ouvido um rufar longínquo. Ergueu-se subitamente desperto. Recentemente acordaram que haveria sempre duas pessoas de vigia, durante o dia, no alto de um monte próximo. Quando fosse avistada a aproximação de alguém, faria ressoar com pancadas um enorme tronco oco que arrastaram para lá. Sequências de uma pancada, intervalada com duas batidas rápidas, significava uma pessoa, duas pancadas, três, seriam três ou mais. O batuque era constante e isso era alarmante.
O chefe correu até ao topo da colina onde já tinham chegado outros aldeãos que discutiam acaloradamente. Os vigias, um era uma das suas sobrinhas e outro um neto de Tailan, apontaram nervosamente o extremo norte da planície. Distinguia-se perfeitamente um grupo de cerca de trinta indivíduos armados de lanças que descia o caminho em direção ao casario de Barinak, logo atrás havia mais uns quantos que parecia arrastarem algo. Chegariam primeiro ao agrupamento de casas onde Tailan e a maioria dos estrangeiros residia.
— Depressa, vão ter com Lemi e Tailan, que reúnam os homens que houver por aí e vão para o extremo do povo no caminho da montanha. — Erem enviou os vigias, sentindo-se preocupado por a maioria dos homens se encontrar na caça ou a arrastar as pedras do santuário. — Que levem armas. — Depois voltou-se para outro dos homens: — Corre a avisar Zia do que aqui vimos. Ela que reúna as mulheres capazes de lutar e vão lá ter também.
Acompanhado de vários dos que já se encontravam no alto da colina, Erem apressou-se na direção que indicou ser o ponto de encontro onde esperariam os forasteiros que se aproximavam. Se viessem com más intenções teriam de lutar. O que o preocupava era que, mesmo conseguindo igualar o número de inimigos, seria com mulheres pouco habituadas a usar as armas e os homens que, como ele, já não estavam na melhor das formas. O seu coração apertava-se com a ideia de que viriam em busca dos assaltantes que estavam agora mortos e atirados do penhasco para onde era arremessado o lixo da aldeia.
Atravessou o “bairro” dos estrangeiros, onde já não passava há muito, que era simbolicamente separado do resto do povoado por um pequeno regato, afluente do largo rio que fornecia água e peixe à população. As construções alinhavam-se ao longo do trilho calcado a que chamavam o caminho da montanha que serpenteava até ao limite do casario. Reparou, com admiração, que já havia muitas casas e poucas tendas, desde a sua autorização para que fossem construídas. Como era cada vez mais difícil encontrar pedra suficiente e a pouca distância, para todas as casas, várias delas já eram completamente construídas em adobe e apenas cobertas de colmo; havia-as quadradas, redondas, retangulares, as tradicionais redondas de pedras empilhadas eram uma minoria. Com a utilização dos ângulos retos, havia vários exemplos de habitações geminadas partilhando o telhado. Qualquer uma delas tinha uma área muito superior à da humilde palhota de Erem e possuir mais do que uma divisão. Algumas tinham até as paredes alvas como a neve, cobertas do que parecia ser um pó que, embora sujasse as mãos, não saía da superfície.
O chefe chegou ao extremo da povoação. Os invasores ainda não se avistavam devido ao relevo do caminho sobre uma suave colina. O seu olhar analítico observou como a linha de árvores não andava longe do casario e como seria fácil um atacante mal-intencionado chegar por ali, em vez de o fazer pelo caminho. Começavam, entretanto, a chegar alguns aldeãos, com ar preocupado, mas todos traziam lanças ou ferramentas com que pudessem causar dano. Olhou o simples punhal de cobre que trazia à cintura e perguntou-se se não deveria ter ido buscar a sua lança também.
O vento suave carregava as nuvens que obscureciam o sol, a espaços; o frio que se fazia sentir lembrava que a primavera ainda era uma criança e o inverno não andava longe.
Quando os invasores chegaram ao alto da elevação, já havia perto de quarenta elementos a esperá-los e eles imobilizaram-se à vista das primeiras casas, parecendo conferenciar.
Zia foi a última a chegar. Trazia um grupo de dez ou quinze crianças armadas de fundas. Numa guerra, toda a ajuda é pouca, dizia o sorriso dela para o olhar interrogativo do chefe.
Àquela distância, já se podiam distinguir os recém-chegados; com exceção de dois deles, todos trajavam igual; a cabeça tapada com chapéus castanhos, túnicas cintadas que desciam até ao joelho, tendo depois as canelas e os pés cobertos por peles. Além da lança, onde reluziam as pontas de cobre, traziam o que parecia ser um pedaço de madeira forrado a pele. Era óbvio que se tratava de gente preparada para combater. Os outros dois aparentavam um aspeto diferente, com longas túnicas; uma cor de sumo-de-uva e a outra preta, cabelos longos a cair até aos ombros e grandes barbas.
Não se ouvia um murmúrio do lado dos defensores de Barinak, quando um dos invasores se afastou dos restantes e caminhou para a povoação em passo largo, mas pausado, erguendo bem as mãos nuas.
— Saudações e paz, vos envia Mirsulo, déms pótis[1] de Hatiweik. — Falou o homem numa voz forte e clara, embora com sotaque carregado. — Que Tarunte, deus da guerra e da paz, vos dê muitos filhos e alimento para todos. — Pousou a mão direita sobre o coração e fez uma curta e respeitosa vénia.
— Saudações e paz, estrangeiro. — Erem adiantou-se. — Que nos quer Mirsulo, com tantos homens preparados para a guerra?
— Peço perdão em nome do meu senhor. — O homem parecia versado em diplomacia. — Os caminhos são perigosos e Hatiweik tem muitos inimigos. Os homens são para proteção e não para a guerra. Mirsulo veio pessoalmente buscar o seu filho Tibaro, para o honrar enterrar junto dos seus antepassados. Disseram-nos que se encontrava com Erem, déms pótis de Barinak.
Levantou-se uma onda de murmúrios felizes entre os atemorizados defensores.
— Eu sou, Erem, filho de Birol. — Continuou o chefe. — Mas o teu senhor está enganado, Tibaro não morreu. Está vivo e recupera dos seus ferimentos.
Após uma rápida expressão de alegria, o emissário perdeu toda a compostura e partiu numa corrida a reunir-se aos seus.
Desta vez foram os dois elementos que se destacaram do grupo e avançaram rapidamente, seguidos de perto pelo emissário. O homem de preto tinha um ar austero e grave por baixo do chapéu de couro entrançado. As espessas barbas pareciam querer fugir em todas as direções de tão desengraçada carranca. O seguinte trazia os cabelos soltos decorados com pequenas esferas e apenas um fio em volta da cabeça suportando um disco reluzente no meio da testa. Iguais discos pendiam em cada uma das orelhas e um ainda maior ao pescoço, pousado sobre a túnica cor de vinho decorada com finos entrançados e pedaços de peles. O seu rosto visível por cima da barba aparada exibia confusão e alegria quando se dirigiu a Erem:
— És o guardião do meu filho e também o seu salvador? — O homem pousou a mão sobre o coração. — Se tal coisa é verdade, pois só acreditarei quando vir com os meus próprios olhos, serás o meu irmão mais querido que aqueles do meu próprio sangue!
Mirsulo, felicíssimo, agarrou e abraçou um atordoado Erem, antes que qualquer pessoa pudesse reagir. Ato contínuo, os soldados soltaram grandes gritos de alegria, embora mantendo a distância.
Confundido, mas agradado, ao mesmo tempo, Erem sorriu e pediu-lhe que o seguisse até ao convalescente. O acompanhante de Mirsulo, sem perder o seu ar austero, seguiu-os como uma sombra silenciosa. O caminhar dos dois chefes lado a lado foi o mote para o “desmobilizar das hostes” e os defensores dividiram-se, uns atrás deles e outros para junto dos soldados, a saciar a curiosidade.
Nehir, que se recusava sempre a participar nas atividades que envolvessem mortos e feridos, aguardava na sua tenda, tristemente, que começassem a chegar as primeiras vítimas. Qual não é o seu espanto, vê chegar o pai e um estrangeiro vestido com roupas estranhas, a conversar alegremente, logo seguidos por quase toda a aldeia misturada com outros estrangeiros.
O encontro entre Mirsulo e Tibaro foi comovente, o chefe estrangeiro não conseguiu deixar de verter uma lágrima. Apesar de ter dez filhos, aquele era o mais velho e o que ele esperava que lhe sucedesse. Não o conseguia dissuadir de participar nas caçadas… e esta quase lhe tinha sido fatal.
Apesar de quase não se conseguir ouvir, Tibaro falou com o pai e acalmou-o, dizendo que se sentia bem melhor e tecendo elogios à curandeira, à sacerdotisa, ao extraordinário chefe de Barinak e ao seu povo acolhedor. Foi o momento do silencioso companheiro de Mirsulo intervir e questionar diretamente o doente sobre o tipo de tratamentos que lhe fizeram.
Ao ver o esforço que Tibaro fazia para falar e notar que a sua respiração ficava cada vez mais ofegante, Nehir tocou no braço do estranho e pediu-lhe que não o maçasse mais; ela responderia a todas as perguntas.
O homem, que estava curvado sobre o doente, ergueu-se e deu um passo atrás, olhando-a com um misto de desdém e escândalo: — Quieta, mulher! — Ordenou rispidamente numa voz de barítono. — Quem te deu ordem para falar?
Imediatamente, qual leoa a defender a cria, Zia colocou-se ao lado da filha: — Tu é que precisas de autorização para falar, homem! — Ela apontou-lhe o dedo ao peito. — És um convidado na tenda dela e nesta aldeia!
— Parem! — Interveio Erem olhando interrogativamente para Mirsulo.
— Elas têm razão, Savírio. — O chefe estrangeiro advertiu sem sorrir. — És um convidado aqui. Tens de respeitar os costumes. — Depois olhou diretamente para Erem e explicou. — Não estamos acostumados que as mulheres desempenhem estas funções e muito menos interpelem diretamente os homens.

[1] Proto-indo-europeu: “Senhor de sua casa”, derivará em déspota.

Manuel Amaro Mendonça
nasceu em Janeiro de 1965, na cidade de São Mamede de Infesta, concelho de Matosinhos, a "Terra de Horizonte e Mar".
É autor dos livros "Terras de Xisto e Outras Histórias" (Agosto 2015), "Lágrimas no Rio" (Abril 2016), "Daqueles Além Marão" (Abril 2017) e "Entre o Preto e o Branco" (2020), todos editados pela CreateSpace e distribuídos pela Amazon.
Foi reconhecido em quatro concursos de escrita e os seus textos já foram selecionados para duas dezenas de antologias de contos, de diversas editoras.
Outros trabalhos estão em projeto e sairão em breve. Siga as últimas novidades AQUI.

Seminário em Torre de Moncorvo alerta para zoonoses transmitidas por animais selvagens

 A sessão foi conduzida por Madalena Vieira Pinto, médica veterinária, professora do departamento de ciências veterinárias na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e coordenadora científica e formadora de cursos avançados para veterinários e caçadores na área da inspeção da carne de caça.


No passado dia 24 de novembro, o Auditório Vítor Gonçalves, da Associação de Comerciantes e Industriais de Moncorvo (ACIM), foi palco de um seminário sobre as Zoonoses transmitidas por Animais Selvagens. Promovido pela Câmara Municipal de Torre de Moncorvo, o evento teve como objetivo sensibilizar a população e os caçadores para os riscos associados ao consumo de carne de animais selvagens.

A sessão foi conduzida por Madalena Vieira Pinto, médica veterinária, professora do departamento de ciências veterinárias na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e coordenadora científica e formadora de cursos avançados para veterinários e caçadores na área da inspeção da carne de caça.

Durante o seminário, foram abordados temas como a triquinose, a peste suína africana e a importância vital da formação dos caçadores em medidas de sanidade e higiene. A preocupação central foi destacar os riscos inerentes à saúde pública ao consumir carne de animais selvagens, especialmente no que diz respeito à transmissão de zoonoses.

Esta iniciativa da Câmara Municipal de Torre de Moncorvo foi essencial para disseminar informações sobre os perigos potenciais relacionados ao consumo de carne de caça, reforçando a importância da formação e da implementação de medidas sanitárias adequadas para prevenir a propagação dessas doenças.

O seminário reuniu um público diversificado, desde membros da comunidade local até caçadores e profissionais da área da saúde, todos empenhados em entender melhor os riscos e tomar medidas preventivas para salvaguardar a saúde pública.

Alheira de Mirandela considera IVA a 13% “uma vitória”

 A aprovação da baixa do IVA da alheira de 23% para a taxa intermédia de 13% é “uma vitória”, disse hoje à Lusa a Associação Comercial, Industrial de Mirandela (ACIM), gestora da Alheira de Mirandela, no distrito de Bragança.


“É uma vitória, por todo o trabalho que tem sido desenvolvido, conjuntamente com os produtores”, congratulou-se Vítor Borges, presidente da ACIM, que integra o agrupamento de fabricantes da alheira.

Para Vítor Borges, que recordou que a medida vinha a ser pedida ao Governo, esta “foi uma luta grande”, que vai beneficiar todas as regiões do país onde se produz o enchido.

Vítor Borges disse ainda esperar que efetivamente o preço da alheira “desça nas superfícies comerciais”, refletindo a baixa de 10% no imposto para o consumidor final, sem aproveitamentos nos ajustes.

Rui Cepeda, grão-mestre da Confraria da Alheira, encarregue da divulgação do enchido “sobejamente conhecido” em Portugal e também já no estrangeiro, reagiu, contactado pela Lusa, dizendo que esta é uma “medida muito positiva”.

O consumo da charcutaria e dos produtos regionais, com a subida generalizada dos preços, “ressentiu-se ligeiramente”, disse Rui Cepeda.

“Esperemos nós que incentive a mais consumo de um produto que tem uma relação preço/qualidade, no meu ponto de vista, excelente”, afirmou Rui Cepeda. 

Rui Cepeda é também um dos cinco produtores de alheira com certificação de Indicação Geográfica Protegida (IGP).

“Quem vai beneficiar é o consumidor final. (…) Praticamente todas as matérias-primas da alheira têm IVA a 6%. E depois, quando fazíamos a comercialização, tínhamos o imposto a 23%”, explicou à Lusa, relembrando que a alheira já tinha anteriormente sido tributada a 13%.

A alheira é o mais representativo produto de Mirandela e dos que tem maior peso económico, com um movimento anual de cerca de 30 milhões de euros, só no concelho de origem, vendas a rondar as 6,5 toneladas e garante de cerca de 700 empregos, num concelho com perto de 21.384 habitantes (Censos).

O concelho vizinho, Vinhais, com perto de 7.768 habitantes (Censos) e onde o fumeiro representa entre 10 a 12 milhões anualmente, também considera a medida positiva.

Contudo, Luís Fernandes, autarca local, disse esperar que no futuro “seja mais abrangente”.

“Aquilo que nos foi transmitido é que é este produto específico [alheira] porque não existe noutros países. (…) Tendo em atenção que há muita importação de produtos de carne, poderia haver um benefício indireto”, explicou à Lusa Luís Fernandes, sublinhando que para o concelho “faz todo o sentido” que para os produtos de Denominação de Origem Protegida (DOP) e IGP sejam adotadas também medidas.

O município de Vinhais também vinha a pedir a alteração do IVA dos produtos transformados à base de carne da taxa de 23% para 13% e dos produtos(DOP) e Indicação Geográfica Protegida (IGP) para 6%.

A medida foi viabilizada durante o quarto dia de debate e votações na especialidade do Orçamento do Estado para 2024 (OE2024) com o voto favorável dos partidos, exceto o PAN que votou contra, enquanto o PSD se absteve.

Numa nota enviada à comunicação social, o PS especificou que a proposta apresentada por aquele grupo parlamentar foi “subscrita pelos deputados do PS dos Distritos de Bragança, Vila Real e Guarda, entre outros”, considerando que é uma medida importante “para a indústria e comércio local de diversos territórios do Interior, como é o caso da região de Trás-os-Montes, mas também para a sua restauração e atração do turismo gastronómico”.

TYR//LIL
Lusa/Fim

Associação Vale d’Ouro galardoada pela Rionor

 Distinção foi entregue em Bragança na Velada Raiana Festiva do X Aniversário da Rionor. Na sessão onde, além de outras individualidades e instituições, também Isabel Ferreira, Secretária de Estado do Desenvolvimento Regional, foi distinguida


A Associação Vale d’Ouro recebeu, através do seu Presidente da Direção, um galardão, este sábado, no Auditório Paulo Quintela, em Bragança, por ocasião da Velada Raiana Festiva que assinala dos 10 anos da Associação Rionor.

A Associação Rionor deliberou, em 23 de outubro de 2023, atribuir um Galardão à Associação Vale d’Ouro, tendo em conta os excelentes contributos dados à região, em particular, atendendo à proposta apresentada em 2021 para a Linha de Alta Velocidade Porto/Madrid via Trás-os-Montes e Castilla y León, no âmbito da discussão pública do Plano Nacional Ferroviário. A entrega da distinção ocorreu perante um auditório composto por diversas personalidades do distrito de Bragança e da região de Castilla e León.

Luís Almeida, Presidente da Direção da Associação Vale d’Ouro, agradeceu o galardão e dedicou-o aos autores do estudo que motivaram o reconhecimento, sem deixar de enaltecer o trabalho da Rionor: “esta associação obriga-nos a pensar: juntou na mesma mesa perspetivas diferentes sobre a ferrovia em Trás-os-Montes e promoveu a discussão de todos os pontos de vista”, rematando com uma crítica ao poder central – “e este exercício é algo que Lisboa se recusa a fazer”.

Na sessão onde, além de outras individualidades e instituições, também Isabel Ferreira, Secretária de Estado do Desenvolvimento Regional, foi distinguida. A ainda governante enalteceu o trabalho da Associação Vale d’Ouro na promoção da acessibilidade ferroviária e reconheceu o seu valioso contributo para a região.

A Rionor tem origem na criação do Movimento Cívico DART (Defender, Autonomizar e Rejuvenescer Trás-os-Montes), criado na aldeia de Varge no dia 1 de novembro de 2013 e cuja iniciativa mais relevante foi a realização em 2014 do Fórum “Que posso Fazer Por Trás-os-Montes?”. A Velada Festiva Raiana “Dez Anos de Participação Cívica em torno da Rionor” teve lugar no Auditório Paulo Quintela em Bragança e, depois de uma primeira parte com música tradicional transmontana e raiana, teve, na segunda parte, um breve balanço das atividades realizadas e a entrega do Galardão comemorativo dos Dez Anos de Participação Cívica em torno da RIONOR a todas as entidades que apoiaram a instituição.

Lagoa assinalou Dia Mundial da Oliveira com olhos postos no olivoturismo

 Este ano, Dia Mundial da Oliveira foi comemorado em 54 pontos do país, em simultâneo, com diversas atividades.


A iniciativa foi promovida pelo projeto europeu OLIVE4ALL, que tem como objetivo estudar o potencial turístico do olival e dos seus derivados.

No concelho de Macedo de Cavaleiros foi escolhida a localidade de Lagoa para assinalar a data.

Patrícia Cordeiro, Coordenadora da Área de Património, Turismo e Bem-Estar do Laboratório Colaborativo MORE – Montanhas de Investigação – que esteve na organização da iniciativa, explica que um dos objetivos foi mostrar uma potencial rota turística, associada ao olival, que poderá vir a ser implementada:

“Fizemo-lo em Lagoa por ser uma terra do nosso concelho com azeite de muito boa qualidade e bastante conhecida por isso.

Para começar fizemos um potencial percurso turístico futuro, com a visita a um lagar e a uma oliveira com uma dimensão de relevo, que vamos agora estudar, assim como a possibilidade de a classificar como eventual árvore de interesse. Isso foi complementado depois com uma prova de azeites, que se faz muito no setor do vinho, o enoturismo é hoje muito importante para a economia do vinho, da mesma forma que o olivoturismo será um potencial económico grande para a produção do olival.

Estivemos a explorar estes recursos, que eventualmente poderão ser associados também aos geossítios e a outros patrimónios que fazem parte da aldeia.”

Dada a acentuada quebra demográfica que existe no interior, principalmente nas aldeias, a coordenadora acredita que este tipo de projetos poderão ser um incentivo para atrair mais pessoas a estas terras:

“Isso é sempre o que nos preocupa, a continuidade das aldeias, que depende da nossa capacidade de continuar a ter população, que tem vindo a ser cada vez mais reduzida.

Mas é uma forma de incentivar também estes jovens projetos que vão nascendo e que podem, devagarinho, potenciar essa sobrevivência e ir trazendo, pelo menos, alguma vida nestes períodos do ano.”


As atividades comemorativas do Dia Mundial da Oliveira foram também articuladas com a Junta de Freguesia de Lagoa, que muito agradaram ao presidente, Nuno Trindade, visto que existe um plano de desenvolvimento económico traçado para a localidade, que passa também pelo olival:

“80% da produtividade agrícola sempre foi relacionada com a olivicultura e vai ao encontro daquilo que também já é o nosso plano de desenvolvimento económico. Ele tem três fazes de execução, sendo a primeira a valorização do património e a criação de fatores de atração, e neste momento temos já a boa notícia de que temos um centro interpretativo / museu e dois percursos pedestres aprovados numa candidatura. A segunda será a criação de alojamento local e a terceira é precisamente a junção das duas anteriores, com os produtos locais e comércio local, e é precisamente a que está mais desenvolvida.

Neste momento temos uma marca na perspetiva de, um dia mais tarde, ter uma DOP só dos produtos de Lagoa, a” Lagoa do’s Sabores”.

Haverá uma plataforma digital, que também já está avançada, na qual cada um poderá optar por utilizar essa marca.

As próprias pessoas daqui, às vezes, não têm conhecimento real do valor do que temos e esta ação vem um pouco nesse sentido.”

O programa terminou com um debate sobre a oliveira e os seus produtos.

Escrito por ONDA LIVRE

Mogadouro: Associação Comercial vai distribuir 500 ‘vouchers’

 No âmbito da campanha “Seja a Estrela deste Natal, escolha o Comércio Local”, a Associação Comercial e Industrial de Mogadouro (ACISM) vai sortear 500 ‘vouchers’ no valor de 10 euros cada, totalizando 5.000 euros.
“A campanha ‘Seja a Estrela deste Natal, escolha o Comércio Local’ tem como intuito potenciar um maior número de vendas no comércio local mas também recompensar os consumidores que preferem este tipo estabelecimentos”, disse o presidente da Associação Comercial, Industrial e Serviços de Mogadouro (ACISM), João Neves.

De acordo com o dirigente da ACISM, este ano, e como já vem sendo tradição, o objetivo passa por promover, apoiar e dinamizar o Comércio Local de Mogadouro e a iniciativa irá decorrer de 1 de dezembro 2023 a 6 de janeiro de 2024.

Esta iniciativa pretende chegar a todos os estabelecimentos comerciais de Mogadouro. Os ‘vouchers’ poderão depois ser trocados em qualquer estabelecimento comercial do concelho.

Associação de Língua Mirandesa satisfeita com proposta para unidade de defesa do idioma

 O presidente da Associaçon de la Lhéngua i Cultura Mirandesa (ALCM) mostrou-se hoje satisfeito com a aprovação no parlamento de uma unidade orgânica para promoção da língua mirandesa, com uma dotação de 200 mil euros.


“Estamos bastantes satisfeitos com a aprovação desta alteração ao Orçamento do Estado (OE), porque desde logo é uma aspiração nossa já antiga que chega a bom porto. Contudo, não estamos exuberantes porque já no OE para 2023 havia uma dotação de 100 mil euros para a criação da referida unidade orgânica e tal não se concretizou”, explicou à Lusa Alfredo Cameirão.

O responsável disse ainda que a ACLM vai acreditar “ que é mesmo desta vez que este processo vai para a frente”.

“Esta unidade orgânica é muito necessária e a sua criação é mais do que urgente, dado o perigo de desaparecimento que a língua mirandesa corre. Não nos resta outra opção senão acreditar, porque o mirandês é um património de Portugal ”, vincou Alfredo Cameirão.

Os deputados aprovaram hoje uma proposta do Livre de alteração ao Orçamento do Estado para 2024 (OE2024) para criação de uma unidade orgânica para promoção da língua mirandesa, com uma dotação de 200 mil euros.

A proposta do Livre foi aprovada na Comissão de Orçamento e Finanças sem votos contra, a abstenção do IL e do PSD e votos favoráveis dos restantes partidos.

"Em 2024, e após um processo de consulta envolvendo a autarquia de Miranda do Douro, a Associaçon de la Lhéngua i Cultura Mirandesa, as escolas com ensino de Mirandês, [a proposta aprovada] define e operacionaliza estratégias de proteção e promoção da língua mirandesa como língua viva, promovendo a criação de uma unidade orgânica própria", pode ler-se na iniciativa.

De acordo com a proposta, cuja justificativa está escrita na língua mirandesa, "o Governo prevê dotação orçamental específica para financiamento das medidas definidas nos termos do número anterior, no montante de 200.000 euros".

Em 06 de outubro a ACLM mostrou-se preocupada com o atraso na criação de um organismo para a preservação do mirandês.

No OE para 2023 foi inscrita uma verba de 100 mil euros para a criação de uma unidade orgânica na forma de instituto ou outra designação para se dedicar à preservação da língua mirandesa que se encontra ameaçada.

 Em 29 de janeiro de 1999, foi publicada em Diário da República (DR) a Lei n.º 7/99 que reconhecia oficialmente os direitos linguísticos da comunidade mirandesa.

Um estudo da Universidade de Vigo (UVigo), lançado no terreno em 2020 e divulgado pela Lusa em fevereiro passado, estimou em cerca de 3.500 o número de pessoas que conhecem o mirandês, com cerca de 1.500 a usá-la regularmente.

Identificou no entanto uma rotura com este idioma, sobretudo nas gerações mais novas, através de uma "forte portugalização linguística", assente em particular na profusão dos meios de comunicação nas últimas décadas, e na identificação do mirandês com a ruralidade e a pobreza locais.

Para a UVigo, a manter-se a situação, "a este ritmo é possível que o mirandês morra antes [dos próximos] 30 anos", conservando-se apenas como "um latim litúrgico para celebrações", sem ser "língua para viver a diário", como se lê neste estudo, que ainda não tem data para apresentação oficial.

FYP (DF/AAT/LT/JF) // MSP
Lusa/Fim

🎅🏼 Vamos todos dar as boas-vindas ao Pai Natal e dar início a 𝗕𝗿𝗮𝗴𝗮𝗻𝗰̧𝗮. 𝗧𝗲𝗿𝗿𝗮 𝗡𝗮𝘁𝗮𝗹 𝗲 𝗱𝗲 𝗦𝗼𝗻𝗵𝗼𝘀?

 Esta sexta-feira (1 de dezembro), não perca:
- 16h30, Chegada do Pai Natal, Praça Cavaleiro Ferreira
- 18h00, Abertura oficial, com inauguração da iluminação de Natal, Praça da Sé

🔗Conheça, ao pormenor, todo o programa do evento AQUI.