domingo, 31 de agosto de 2025
Empreendedorismo e Economia Local em Bragança. “Uma Estratégia para o Futuro”.
Bragança, pela sua localização estratégica, riqueza natural, património cultural e qualidade de vida, constitui um território de oportunidades para o desenvolvimento económico sustentável. Apostar no empreendedorismo e na economia local é essencial para garantir a tão apregoada e necessária coesão territorial, criar emprego qualificado e atrair novos residentes e investidores.
Uma das chaves para impulsionar o empreendedorismo em Bragança passa por reforçar os apoios ao investimento local. Incentivos fiscais, fundos comunitários e programas de capacitação devem ser direcionados às micro, pequenas e médias empresas locais, facilitando o acesso a financiamento e promovendo a inovação. Paralelamente, a descentralização de serviços do Estado, como polos universitários, institutos públicos ou serviços administrativos, pode criar emprego direto, fixar população jovem qualificada e dinamizar o tecido empresarial da região.
Com uma infraestrutura digital cada vez mais sólida e um custo de vida acessível, Bragança reúne todas as condições para se tornar um destino atrativo para nómadas digitais e startups tecnológicas. Para isso, é necessário implementar programas específicos de acolhimento, como espaços de coworking, habitação acessível, apoio na integração comunitária e incentivos fiscais. A criação de hubs de inovação e a ligação entre universidades e empresas pode catalisar o surgimento de novos negócios ligados às tecnologias, à sustentabilidade e aos serviços digitais.
O turismo rural e de experiências representa uma das maiores oportunidades económicas da região. A autenticidade do território, a gastronomia, os trilhos naturais, as aldeias históricas e as tradições locais são ativos valiosos que podem ser transformados em experiências imersivas para turistas nacionais e internacionais. Investir na qualificação da oferta turística, na formação de empreendedores locais e na promoção integrada do território permitirá criar valor económico, combater a sazonalidade e fixar talento local.
A aposta no empreendedorismo e na economia local em Bragança deve ser encarada como um projeto coletivo e estratégico. Com políticas públicas integradas, incentivos ao investimento, inovação territorial e valorização do capital humano, é possível transformar desafios em oportunidades, criando uma Bragança mais dinâmica, moderna e próspera.
sábado, 30 de agosto de 2025
Lenda de Outeiro (mais fantasiada)
Diz-se, nas terras frias de Bragança, que junto à ribeira de Quintanilha corre um sopro de segredos antigos. Ali ergue-se a capela de Nossa Senhora da Ribeira, templo venerado, onde o tempo parece deter-se no murmúrio das pedras e no brilho tremeluzente das velas.
Mas antes de ser capela, o lugar era apenas um ermo, onde a água corria clara e os pastores guardavam os seus rebanhos. Era ali que uma pastorinha, muda desde o nascimento, costumava sentar-se à beira do rio, olhando o reflexo das nuvens. Ninguém a ouvira nunca pronunciar palavra alguma. Até ao dia em que, entre o sussurrar da corrente e o ressoar distante dos sinos, uma luz desceu sobre a água.
No meio desse clarão, a menina viu aparecer a figura serena da Virgem, tão luminosa que a própria ribeira pareceu deter o seu curso. E, como se a visão lhe abrisse a alma, a pastorinha ergueu a voz, clara e firme, para anunciar ao povo o milagre que presenciava.
A notícia correu como vento pela serra. Gente de toda a parte acorreu ao lugar, trazendo promessas, velas e esmolas. No ermo da aparição, levantou-se uma ermida singela, e não tardaram a multiplicar-se os milagres atribuídos à Senhora.
Passaram-se anos, e quando a rainha Santa Isabel entrou em Portugal, trazida pelas estradas de Castela, encontrou o povo em romaria, reunido junto àquela ermida da Ribeira. Admirada pelo fervor, quis ver com os próprios olhos o que ali movia tanta devoção. Ao entrar, a rainha ajoelhou-se diante da imagem. Conta a tradição que, nesse instante, a chama de uma candeia inclinou-se sozinha, como se saudasse a santa soberana.
Santa Isabel, tocada pela formosura da Virgem, prometeu erigir um templo maior. O rei D. Dinis, ao saber, não só consentiu como mandou levantar, no monte próximo, uma fortaleza para proteger o lugar. Assim nasceram, lado a lado, a capela e o castelo, e com eles a povoação que hoje se chama Outeiro.
Ainda hoje, dizem os antigos, nas noites em que a lua cheia banha a ribeira, ouvem-se na corrente os cânticos dos primeiros romeiros, misturados com a voz clara da pastorinha que nunca mais emudeceu. E quem entra no templo, se souber escutar o silêncio, sente no coração um estremecimento, como se a Virgem ainda ali se revelasse, guardando em segredo o destino das almas que a procuram.
Comemoração do Dia Mundial do Turismo 2025 - Visita Guiada Noturna e Atividade de Astroturismo no Castelo de Ansiães
No âmbito das comemorações do Dia Mundial do Turismo, temos o prazer de convidá-lo(a) a participar numa atividade dedicada ao astroturismo, que lhe permitirá viver uma experiência única de contemplação e descoberta do céu noturno com José Matos, divulgador e formador na área da astronomia.
Inscreve-te AQUI.
às vezes...
(colaboradora do Memórias...e outras coisas...)
Às vezes, a poesia é apenas um lugar. Um registo de silêncio. A arte de escutar a árvore despida, o céu coberto de uma outra vida, o frio que despe os ossos. O som do que fica depois daquilo que parte…. E tudo fala mais do que um verso apressado sobre as coisas que não ousam ser vistas.
Às vezes, o poeta é apenas um banco sozinho marcado pelo longo tempo de um intervalo entre sentir e existir. E o que procura no fim da palavra não é o descanso, mas a certeza de que os seus olhos também têm casa.
O verdadeiro poema é sempre solitário!
… E a fotografia sai, assim, tão real como deveria: fria, vazia, cheia de tudo.
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Num primeiro dia do ano, escrever é este gesto de desapego de uma imagem inesperada, vestida de uma profundidade que intimida…
(heterónimo de Paula Freire)
#paula_freire_fotografia
Paula Freire - Natural de Lourenço Marques, Moçambique, reside atualmente em Vila Nova de Gaia, Portugal.
Com formação académica em Psicologia e especialização em Psicoterapia, dedicou vários anos do seu percurso profissional à formação de adultos, nas áreas do Desenvolvimento Pessoal e do Autoconhecimento, bem como à prática de clínica privada.
Filha de gentes e terras alentejanas por parte materna e com o coração em Trás-os-Montes pelo elo matrimonial, desde muito cedo desenvolveu o gosto pela leitura e pela escrita, onde se descobre nas vivências sugeridas pelos olhares daqueles com quem se cruza nos caminhos da vida, e onde se arrisca a descobrir mistérios escondidos e silenciosas confissões. Um manancial de emoções e sentimentos tão humanos, que lhe foram permitindo colaborar em meios de comunicação da imprensa local com publicações de textos, crónicas e poesias.
O desenho foi sempre outra das suas paixões, sendo autora das imagens de capa de duas obras lançadas pela Editora Imagem e Publicações em 2021, “Cultura Sem Fronteiras” (coletânea de literatura e artes) e “Nunca é Tarde” (poesia), e da obra solidária “Anima Verbi” (coletânea de prosa e poesia) editada pela Comendadoria Templária D. João IV de Vila Viçosa, em 2023. Prefaciadora dos romances “Amor Pecador”, de Tchiza (Mar Morto Editora, Angola, 2021), “As Lágrimas da Poesia”, de Tchiza (Katongonoxi HQ, Angola, 2023), “Amar Perdidamente”, de Mary Foles (Punto Rojo Libros, 2023) e das obras poéticas “Pedaços de Mim”, de Reis Silva (Editora Imagem e Publicações, 2021) e “Grito de Mulher”, de Maria Fernanda Moreira (Editora Imagem e Publicações, 2023). Autora dos livros de poesia: Lírio: Flor-de-Lis (Editora Imagem e Publicações, 2022) e As Dúvidas da Existência - na heteronímia de nós (Farol Lusitano Editora, 2024, em coautoria com Rui Fonseca).
Em setembro de 2022, a convite da Casa da Beira Alta, realizou, na cidade do Porto, uma exposição de fotografia sob o título: "Um Outono no Feminino: de Amor e de Ser Mulher".
Atualmente, é colaboradora regular do blogue "Memórias... e outras coisas..."- Bragança e da Revista Vicejar (Brasil).
Há alguns anos, descobriu-se no seu amor pela arte da fotografia onde, de forma autodidata, aprecia retratar, em particular, a beleza feminina e a dimensão artística dos elementos da natureza.
sexta-feira, 29 de agosto de 2025
Bragança tem Urgência de Políticas Públicas para a Coesão Territorial
O território de Bragança, é marcado por uma forte identidade cultural, vastas paisagens naturais e um modo de vida assente na proximidade comunitária, representa um exemplo claro da necessidade urgente de políticas públicas (e talvez de novos políticos) robustas e sustentadas que promovam a coesão territorial. A sua posição geográfica, afastada dos grandes centros urbanos, não pode continuar a ser um fator de exclusão, mas por outro lado uma oportunidade para repensar o desenvolvimento a partir da periferia.
Para que Bragança e a sua zona rural possam desenvolver-se, é fundamental aprofundar a descentralização administrativa. A transferência real de competências do Estado central para os municípios e entidades intermunicipais permitirá uma resposta mais eficaz e adaptada às necessidades locais. Maior autonomia significa mais capacidade de decisão sobre recursos, investimento e serviços públicos, promovendo uma gestão mais eficiente, próxima e transparente.
É imprescindível implementar políticas fiscais diferenciadas que reconheçam a especificidade dos territórios de baixa densidade, como Bragança. Medidas como a redução de impostos para empresas que se fixem na região, incentivos ao investimento rural, apoios à habitação e à fixação de população jovem são fundamentais para combater a desertificação e estimular a atividade económica local. Uma fiscalidade amiga do interior é uma necessidade estratégica para o equilíbrio territorial do país.
Nenhuma política pública será eficaz sem o envolvimento direto das comunidades. Promover a participação cívica em Bragança significa valorizar o conhecimento local, escutar os cidadãos, fomentar orçamentos participativos e garantir que os projetos de desenvolvimento contam com o contributo ativo de quem vive o, e no, território. Só assim se constroem soluções sustentáveis, inclusivas e duradouras.
Bragança tem tudo para ser um território de futuro. Temos património, talento, natureza e vontade. Mas para que isso aconteça, é essencial uma nova geração de políticas (e talvez de políticos) públicas, centradas na descentralização, na equidade fiscal e na participação ativa da sociedade civil. A coesão territorial começa com escolhas políticas corajosas e com o reconhecimento de que o interior não pode continuar esquecido.
Miranda do Douro: Regressa a Concentração Motard “L’s Cartolicas Zinantes”
Segundo a programação do evento, a XII Concentração Motard inicia-se às 14h00 de sábado, com a abertura do recinto e o acolhimento aos motociclistas.
Segue-se às 16h00, a gincana de motorizadas 50 cc e o espetáculo do Bike Wash.
Após o jantar, realiza-se o passeio noturno pelas ruas da cidade de Miranda do Douro, seguida das acrobacias do Freestyle.
A concentração motard prolonga-se durante a noite de sábado, com o concerto do grupo DM Music, o Show Erótico e a atuação do DJ Edi Curralo.
A XII Concentração Motard é um evento organizado pelo motoclube “L’s Cartolicas Zinantes” e que conta com os apoios do município de Miranda do Douro, da freguesia local e a colaboração dos Bombeiros e da GNR.
O motoclube “L’s Cartolicas Zinantes foi fundado em 2010.
Macedo de Cavaleiros recebe o XXI Festival Internacional de Música Tradicional na Praça das Eiras este fim de semana
O programa conta com vários artistas, como explica o presidente da câmara Municipal de Macedo de Cavaleiros, Benjamim Rodrigues:
“A ideia do festival é dar continuidade a um tipo de música tradicional, que ao longo dos anos foi trazendo grupos internacionais, e até com algum folclore à mistura de todas as partes do mundo.”
A autarquia pretende preservar esta tradição musical, já que o festival vai já na sua vigésima primeira edição:
“Hoje teremos os Sons do Douro, um grupo nacional, o grupo Mariachi, com música mexicana, muito encantadora. Vamos ter também um grupo local macedense, Batucada, em registo diferente, com música alterativa, e Allcante, um grupo português. Também haverá atuações do Grupo Cultural e Recreativo da Casa do Povo de Macedo de Cavaleiros, os Pauliteiros de Salselas, e também todos aqueles grupos de percussão como os Toca a Bombar, os Bombos de Ala e os Abelhudos.”
Os Sons do Douro são um projeto musical inovador, natural de Peso da Régua, que descobre sonoridades em pipas de vinho e promove o encontro entre a música popular e a percussão contemporânea.
Já a banda Mariachi Sol de Lisboa, vai trazer à Praça das Eiras, a música e a tradição, que é Património Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO.
Já o grupo Batucada é composto por dois macedenses, Bruno Mazeda e António Malta Gomes
que mistura a música tradicional da gaita de foles, com a eletrónica. Um grupo que nasceu em 2011, constituído por dois alunos da Esproarte de Mirandela.
E o grupo Allcante, um grupo fundado em Loulé de amigos alentejanos e algarvios que se uniram para cantar modas e cante Alentejano, representando a tradição e paixão pela música.
O programa do Festival Internacional de Música Tradicional arranca hoje em Macedo de Cavaleiros.
Aí está o 1º Mestrado em Património Cultural Imaterial
Este Mestrado vem preencher uma grave lacuna na formação científico-técnica numa importante área que, nas últimas décadas, vem mobilizando os interesses das instituições e organismos locais e nacionais apostados em salvaguardar e valorizar o seu Património Cultural Imaterial.
São, por isso, potenciais destinatários do curso: vereadores da cultura, técnicos superiores de museus, de bibliotecas, de serviços de turismo e do património cultural, associações de defesa do património cultural e demais instituições interessadas no Património Imaterial dos seus territórios.
As candidaturas começaram já e decorrem até 1 de setembro.
‘Homenagem póstuma a Dias Parente & Mordomos. Monte de S. Bartolomeu - A Estância de Turismo de Bragança’
A obra homenageia postumamente e dá a conhecer “Dias Parente & Mordomos” e, o Arquiteto Albino Mendo, que nos anos 1940/ 1950 levaram a cabo a ampliação da Capela do São Bartolomeu e, um complexo de obras intituladas, no projeto inicial de candidatura, da Comissão de Turismo do Município, como “Estância de Turismo de Bragança”.
O livro está disponível, no Paço Episcopal da Diocese, pela oferta de 10.00€. Pagas as despesas editoriais, a publicação reverte para as obras de requalificação e restauro da Capela de São Bartolomeu, Samil, Bragança.
quinta-feira, 28 de agosto de 2025
O Cavaleiro das Sombras - Capítulo I – O Guardião das Portas
A neve caía em silêncio sobre as muralhas de Bragança. O vento assobiava pelos adarves, penetrando nas pedras antigas como se quisesse despertar memórias esquecidas. Afonso, envolto no seu pesado manto escuro, caminhava lentamente ao longo da torre norte. O frio não lhe era estranho, nascera e crescera naquele clima áspero, mas naquela noite o gelo parecia colar-se à pele como um presságio.
Do alto, os seus olhos perscrutavam o vale branco. Os rios serpenteavam imóveis, quase petrificados pelo gelo, e as aldeias mais distantes eram manchas adormecidas. Contudo, algo lhe chamou a atenção… uma sombra que se movia nas franjas da floresta. Afonso estreitou o olhar. Não era lobo, nem pastor atrasado. Havia algo de errático naquele passo.
- Outra vez… murmurou para si, apertando o punho sobre o punhal.
No dia seguinte, a notícia espalhou-se. Pegadas foram encontradas junto às muralhas, grandes, profundas, impossíveis de serem humanas. Chamaram Lídia, a Curandeira, que apareceu com a sua cesta de ervas pendurada ao ombro. A jovem ajoelhou-se sobre o gelo, passando os dedos delicados pelas marcas.
- Isto não pertence a bicho da serra. Disse séria. - Nem lobo, nem javali.
- Então o quê? — perguntou Afonso, com a voz grave.
- Algo que não devia andar neste lado do mundo.
Os guardas trocaram olhares desconfortáveis. Lídia ergueu-se, encarando Afonso diretamente.
- Precisas chamar Baltasar. Ele conhece histórias que os livros não contam.
À noite, junto à lareira da taberna, Baltasar, o andarilho das serras, batia com o seu bordão no chão, atraindo a atenção dos que o ouviam. O velho tinha a barba desgrenhada e olhos que brilhavam como brasas.
- O Cavaleiro das Sombras desperta sempre que os invernos ficam demasiado longos. Anunciou, deixando o silêncio cair sobre o grupo. - Quando as muralhas choram gelo e o vento sopra como lamento, ele regressa para reclamar o que lhe foi tirado.
Alguns riram, tentando disfarçar o desconforto. Mas Afonso não riu.
- Estás a dizer que é ele quem caminha junto à floresta?
Baltasar inclinou-se para diante, a voz reduzida a um sussurro:
- Não digo. Sei.
Naquela mesma noite, as nuvens abriram-se e a lua iluminou as muralhas. Afonso, sozinho no adarve, ouviu o som metálico de passos atrás de si. Voltou-se rápido, e ali estava. Uma armadura antiga, negra como a noite, caminhava sem corpo dentro dela. O elmo vazio refletia a lua, e cada passo fazia ecoar um som de ferro contra pedra, um som que não vinha do mundo dos vivos.
- Quem és? Gritou Afonso, erguendo a espada.
A figura parou. O silêncio pesou ainda mais do que o frio. Então, uma voz cavernosa, feita de vento e sombra, respondeu:
- Sou o que nunca partiu. Sou a memória das muralhas. Sou a dívida por saldar.
Antes que Afonso pudesse avançar, a figura desapareceu na névoa, deixando apenas pegadas geladas que se dissolviam no ar.
Na manhã seguinte, Lídia encontrou-o exausto, sentado contra a pedra fria da torre.
- Viste-o, não foi? Perguntou. A sua voz era um misto de medo e de certeza.
Afonso ergueu os olhos, firmes, apesar do cansaço.
- Sim. E sei que regressará.
Baltasar, que os observava à distância, apenas murmurou para si mesmo:
- Então começou outra vez…
E o inverno de Bragança, com as suas muralhas cobertas de neve e montanhas a guardar segredos, tornava-se palco de uma nova guerra, não entre exércitos de carne, mas entre vivos e sombras.
Miranda do Douro: Bairro Comercial Digital começa a ser visível
O projeto Bairro Comercial Digital “La Nubre an Miranda” está a ser promovido pela Associação Comercial e Industrial de Miranda do Douro (ACIMD) e o presidente, Bruno Gomes, adiantou também que já foram definidos os locais para a instalação física dos mupis digitais.
“O conteúdo dos mupis está a ser ultimado, com informações sobre os espaços comerciais, bem como os produtos e artigos, que os turistas e visitantes podem encontrar na cidade de Miranda do Douro”, indicou.
O projeto inclui ainda a criação de um website e uma aplicação móvel (app) do bairro, bem como uma plataforma de e-commerce destinada à criação de um Marketplace, através do qual o público poderá realizar visitas virtuais às lojas comerciais.
“Neste âmbito, o website já tem um domínio mas ainda não está visível porque falta introduzir os conteúdos das empresas. Sobre o marketplace, cada empresário da cidade de Miranda do Douro terá a possibilidade de aceder a um sistema informático, onde tem a possibilidade de publicar fotografias e informações sobre os seus produtos e artigos”, disse.
Questionado sobre a adesão dos empresários e comerciantes ao projeto, Bruno Gomes, referiu que inicialmente houve alguma relutância, mas após o devido esclarecimento sobre a finalidade do Bairro Comercial Digital registou-se uma progressiva adesão.
«Com a divulgação e promoção das empresas através das redes sociais, houve uma crescente adesão e atualmente praticamente todos os espaços comerciais querem fazer parte do Bairro Comercial Digital “La Nubre an Miranda”», indicou.
Segundo a ACIMD, a implementação do projeto exige o compromisso e a participação dos comerciantes, na disponibilização e atualização regular dos seus produtos e serviços nas plataformas digitais, na decoração das montras, entre outras responsabilidades.
“Um Bairro Comercial Digital tem por finalidade dar maior visibilidade dos produtos e serviços locais e a conquista de mais clientes. Entre os produtos e serviços locais que poderão ter maior procura no Bairro Comercial Digital “La Nubre an Miranda”, destacam-se o café, os têxteis e o mobiliário”, indicou.
Na cidade de Miranda do Douro, a criação do bairro “La Nubre an Miranda” resulta de um trabalho conjunto entre a ACIMD e a Câmara Municipal de Miranda do Douro e dispõe de um investimento de 700 mil euros, proveniente do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR).
“O bairro “La Nubre an Miranda” foi um dos 50 projetos aprovados em todo o país e representa uma grande vitória para Miranda do Douro. A nossa candidatura foi aprovada porque nas ruas do Mercado, 25 de abril e 1º de maio existe um grande número de espaços comerciais, com muita variedade de produtos e artigos”, justificou.
A implementação do Bairro Comercial Digital “La Nubre an Miranda” incide em quatro áreas: a digitalização dos processos comerciais, tornando-os mais modernos e eficientes; a expansão dos negócios locais, através da venda online de produtos e serviços; o aumento da visibilidade do negócio com novas estratégias de marketing; e a conexão das ruas com rede Wi-Fi, para aproximar comerciantes e clientes.
A segunda edição do Festival Meating volta a Miranda do Douro!
Nos dois dias, em que a tradição encontra a inovação, para encher a barriga: os sabores únicos das carnes autóctones, apresentados pelos Chefs: Rui Paula, António Loureiro, Lídia Brás e João França.
E ainda para encher a alma: concertos de Valter Lobo, Expresso Transatlântico, Bons Rapazes, Emmy Curl, Club Makumba… e muitos mais. E no palco também os Pauliteiros de Miranda, um hino à identidade e à tradição desta terra. Sem esquecer a Bola Doce Mirandesa, os enchidos e os vinhos transmontanos.
Das 12h00 à 02h00, de sabor, música, arte e festa, e ainda com entrada livre.
Festival Meating: tradição que se prova, música que se vive.
Tudo à mesa de Miranda do Douro.
Exposição de Fotografia de António Barreto “Douro, lugar de um encontro feliz”
Trata-se de um testemunho visual do “encontro feliz” que, ao longo de séculos, uniu trabalhadores, lavradores, comerciantes portugueses e estrangeiros, dando origem a uma paisagem cultural única e a um vinho de prestígio mundial.
CARRAZEDA DE ANSIÃES RECEBE EXPOSIÇÃO FOTOGRÁFICA “LA SIDRA”
A exposição reúne 20 obras em grande formato (70x100cm), incluindo a fotografia vencedora da edição, as duas menções honrosas, a distinguida com o Prémio JR, bem como outras 16 imagens finalistas, proporcionando ao público um percurso visual diversificado e de forte impacto artístico.
Organizado pela Fundación Asturies XXI e pela Rede Europeia das Cidades da Maçã e da Sidra, com o apoio da Asociación Fotográfica Asemeyando, o Concurso de Fotografia LA SIDRA é considerado pioneiro na promoção da cultura sidreira.
Na sua 15.ª edição, que dá origem a esta mostra, o concurso recebeu 292 fotografias, enviadas por 102 participantes de 15 países espalhados por quatro continentes, o que reforça a sua dimensão internacional e o interesse crescente em torno da sidra enquanto produto cultural, agrícola e identitário.
A iniciativa afirma-se como uma oportunidade ímpar para aproximar o público de Carrazeda de Ansiães ao universo artístico e cultural ligado à sidra, promovendo, ao mesmo tempo, o diálogo entre tradição, património e criação contemporânea.
CARRAZEDA DE ANSIÃES CELEBRA SABORES AUTÊNTICOS NA FEIRA DA MAÇÃ, DO VINHO E DO AZEITE
Durante vários dias, o município abre as portas a um programa recheado de tradição, animação e momentos de partilha, tendo como protagonistas três dos maiores símbolos do território: a maçã, o vinho e o azeite.
Nas tasquinhas regionais, o público poderá saborear a melhor gastronomia local, confecionada com dedicação e saber, acompanhada por vinhos de qualidade e azeites premiados que distinguem a região no panorama nacional.
Mais do que uma feira de produtos, o evento é também um espaço de encontro entre famílias, amigos e visitantes, onde se alia a promoção dos sabores autênticos à preservação do património cultural e agrícola de Carrazeda de Ansiães.
Sob o lema “Celebremos ao sabor do que é nosso”, a feira promete afirmar-se, uma vez mais, como um dos momentos altos do calendário cultural e económico do concelho, valorizando a identidade local e projetando-a para além das fronteiras regionais.
Jornadas Culturais de Balsamão têm data marcada para outubro em Chacim
Tal como é costume, as jornadas vão contar com três dias de conferências, palestras e reflexões à volta deste tema tão transversal e que é tão conhecido de todos.
“Tem vários painéis, tem um sobre crenças, rituais, que falam sobre a simbologia das refeições, naturalmente, nas religiões, enfim, no nosso tecido cultural. Outro dos painéis será sobre os tempos e lugares, onde acontecem estas refeições tradicionais, diríamos assim, só de exemplo na cozinha, na adega, na taberna, no campo, também ver o lugar de hospitalidade nas refeições, portanto, a hospitalidade transmontana também. Depois temos as refeições rituais também ao longo dos tempos, particularmente no tempo do Natal, da Quaresma, da Páscoa e outras tradições”, explica o Padre Basileu Pires, presidente do Centro Cultural de Balsamão.
Como todos os anos, existe uma visita à região, este ano o concelho de Vinhais é o contemplado, para aprofundar o fumeiro, como acrescenta o Padre Basileu Pires.
“Depois temos outro painel, no sábado, que será em Vinhais, que será sobre a Arte de Cozinhar. Aí iremos falar sobre o fumeiro, a lógica da batata… alguém falará sobre as confrarias gastronómicas, também sobre a arquitetura e utensílios de alimentação transmontana. E depois, o último dia, temos também um painel, alguém que pedimos para falar sobre comer e beber, a mesa completa transmontana.”
E as expectativas são boas, porque segundo o organizar apanham-se as pessoas pela boca.
“No ano passado correu bastante bem até contra as nossas expectativas e assim mas vamos ver isto cada ano é sempre uma surpresa. O título é sugestivo, sabemos que às vezes apanham-se as pessoas pela boca naturalmente e este ano é a mesa transmontana e por isso são temas sempre muito sugestivos. Agora tudo depende, mudamos a data, que costumava ser no primeiro fim de semana do outubro, mas este ano por causa das autárquicas, que são no fim de semana a seguir, vimos que não era oportuno fazê-las e adiamos para 16 a 19 de outubro. Habitualmente, reunimos entre 30 a 40 participantes.”
A abertura das jornadas vão vai decorrer, na quinta-feira, às nove e meia da noite, com a entrega de documentação aos participantes e a inauguração das exposição fotográfica “Rugas” da autoria de Carlos Pedro.
A iniciativa é organizada pelo Centro Cultural de Balsamão, Convento de Balsamão, com o apoio científico da UTAD (Universidade Trás-os-Montes e Alto Douro), da UBI (Universidade da Beira Interior – Praxis – Centro de Filosofia, Política e Cultural), e com os municípios de Macedo de Cavaleiros, Vinhais, Caixa Crédito Agrícola Mútua e o Centro Cultural Eça de Queirós, MUNDIS – Associação Cívica de Formação e Cultura.
Pedro Emes Nogueira realiza mais uma curta-metragem em Macedo de Cavaleiros
Esta quarta-feira e quinta-feira já arrancaram os castings para escolha dos atores que vão ser os protagonistas deste filme do realizador macedense.
A narrativa vai abordar a emigração e imigração, da experiência dos novos habitantes de viverem em Macedo e baseado em testemunhos que quem vive na cidade:
“É para aparecer pessoas que eu não conheço e que me queiram falar do que é habitar em Macedo, do que é ser emigrante ou é migrante em Macedo, do que é ser um turista em Macedo, por exemplo. Eu quero saber histórias de Macedo e nós vamos abrir depois ainda audições.
Serão pessoas que passam no casting ou outras pessoas que já estão a ser convidadas pessoalmente para fazerem parte da audição.
Eu quero que elas falem sobre tudo isto, numa conversa muito informal, num espaço seguro, num espaço ético. As coisas podem ser gravadas se elas deixarem, mas também não precisam de ser.”
O filme é um documentário ficção e vai dar origem ao argumento de uma longa metragem. Para já vão ser filmadas as primeiras cenas entre os dias 1 e 4 de setembro:
“E a ideia é falar com elas sobre a história, o que era viver antes, o que é que é agora.
Há muitas histórias que eu vivi, na minha infância aqui, entretanto houve o PIAGET. A cidade estava cheia de jovens e agora já não temos jovens. Mas temos outro tipo de jovens que estão a habitar a cidade e que me orgulha muito isso, mas que algumas pessoas têm coisas contra.
E eu também quero ouvir o contra, o a favor, o mais ou menos. As opiniões de todos. A ideia é nós ouvirmos, eu estou a dizer eu, mas somo nós, a equipa constituída pela Liliana Ferreira e pela Maria Leite. Vamos ouvir estas histórias e pretendemos fazer uma pesquisa para esta curta-metragem, que será rodada na próxima semana.
E esta pesquisa, esta curta-metragem também é uma pesquisa para a longa-metragem, que realizaremos se tudo correr bem.”
E explica a origem do nome do filme:
“O nome Ritsari, muita gente vai estranhar, mas há pessoas que vão achar familiar, porque Ritsari descobri que é cavaleiros em búlgaro.
Infelizmente Macedo também tem este lapso de não ter ninguém que traduza para a população romena, que já é bastante, que acho que já foi maior, mas que já tem um número considerável de população. E eu quis provocar mesmo a população romena e búlgara, com este nome Ritsari,
e o Medo das Cavaleiras, tem também outra compomente, um bocado cómica. Mas que também é um filme feito por mulheres, e por também falar do medo e da alegria, e de tudo o que se vive em Macedo.”
Do projeto também fazem parte Liliana Ferreira e a atriz, Maria Leite.
A produção é da responsabilidade da Cooperativa Bombada Collective – Cinema anda Audiovisual Production.
O resultado vai ser exibido daqui a um ano.
Pedro Emes Nogueira tem 36 anos, é realizador de cinema e produtor audiovisual. Já realizou as curtas “Ide em Paz” (2015), “Portraits”, “A pair of three” e vários documentários, vídeo-ensaios, e inúmeros trabalhos em diversas áreas.
Perigo no Polis
Os passadiços do Polis, em Bragança, além do ar abandonado representam um perigo para quem por lá caminha ou corre. Tábuas soltas ou esburacadas não faltam.
Quartos para estudantes em Bragança são dos mais baratos do país
Além de Bragança, as cidades mais baratas para estudar são Guarda (184 euros, preço médio), outras cidades de dimensão idêntica como Beja (230), Castelo Branco (220 euros), Portalegre (250 euros), Vila Real (250 euros).
Listas de espera por quartos
A Riskivector, empresa que se dedica ao alojamento para estudantes internacionais que chegam a Bragança tem uma lista de espera grande. “Já arranjamos cerca de 320 quartos, dos quais 99 por cento são para alunos estrangeiros. Temos tudo lotado e a lista de espera é bastante grande, uns 170”, explicou Gabrielle Abellono da empresa Riskivector.
Esta empresa aponta como preço médio por quarto 160 a 170 euros, mas com a valores a chegar a mais de 200 euros no caso de quartos individuais.
O presidente do IPB considera normal alguma dificuldade para conseguir quarto no início do ano letivo. “Há sempre alguma dificuldade. São quase 3500 alunos entre mestrados, licenciaturas e CTESP, mas tem-se resolvido. Há relatos de algumas dificuldades, mas nada de preocupante. Vão-se acomodando a pagar mais ou menos”, afirmou Orlando Rodrigues.
“As mudanças promovidas em 2023, e mantidas pelo atual Ministro, são dramáticas e vão retirar milhares de alunos do Ensino Superior”
Mensageiro de Bragança: Para o próximo ano letivo, o IPB terá algumas novidades em termos de oferta formativa. Quais?
Orlando Rodrigues: O Instituto Politécnico de Bragança vai ter em funcionamento quatro novas licenciaturas no próximo ano letivo. Duas delas, a Licenciatura em Osteopatia e a Licenciatura em Restauração e Tecnologia Alimentar, vão abrir na Escola Superior de Hotelaria e Bem-Estar, em Chaves, recentemente criada. Estas duas novas formações, cada uma delas com 25 vagas, beneficiam da cooperação com as restantes escolas do IPB. A de Osteopatia com a Escola Superior de Saúde e a de Restauração e Tecnologia Alimentar com a Escola Superior Agrária.
São duas licenciaturas que correspondem a necessidades do mercado de trabalho. A Osteopatia é uma profissão com procura crescente e uma profissão de futuro. Neste momento há poucas escolas a oferecer esta formação em Portugal. A licenciatura em “Restauração e Tecnologia Alimentar” prepara profissionais para a área da restauração, mas também da indústria, ambas em forte crescimento e suportadas por competências científicas muito relevantes do IPB, de grande impacto internacional.
Na Escola Superior de Comunicação, Administração e Turismo, em Mirandela, vai abrir a Licenciatura em Jornalismo e Comunicação. Neste caso, trata-se de uma reformulação do curso que já existia, estando agora alinhado com os desafios contemporâneos da comunicação e do jornalismo digital. A Licenciatura em Jornalismo e Comunicação dotará os estudantes de pensamento crítico, domínio das novas tecnologias digitais de comunicação e uma forte base ética e deontológica. Seguindo recomendações da Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior, transformou-se a anterior licenciatura de Comunicação e Jornalismo. É uma formação muito adequada a valências muito relevantes que a escola tem vindo a desenvolver, combinando a área de jornalismo com a área das tecnologias de comunicação. Esta licenciatura abre com 40 vagas.
A Escola Superior de Tecnologia e Gestão inicia também no próximo ano letivo um novo curso de licenciatura: a licenciatura em Tecnologias Digitais e Gestão. É um novo plano de estudos que surge da restruturação do curso em Informática de Gestão, o curso mais antigo do IPB na área das Tecnologias de Informação. O novo Plano de Estudos vem adaptar o curso às atuais necessidades do mercado de trabalho e à evolução das tecnologias digitais, em particular de IA. Pretende-se dotar estes profissionais de conhecimentos que os habilitem a lidar com estas novas ferramentas, sendo capazes de realizar funções de maior nível de abstração, não facilmente substituíveis, no médio prazo, por processos e ferramentas automáticas.
Uma outra grande aposta do IPB são os Mestrados Profissionais.
Os mestrados profissionais têm menor duração, de um ano letivo (60 créditos ECTS) e uma orientação claramente profissionalizante. Estas formações caracterizam-se pelo envolvimento dos empregadores na realização dos trabalhos de projeto e dos estágios de natureza profissional. Têm um enfoque no desenvolvimento/aprofundamento de competências técnicas relevantes para o mercado de trabalho e promovem a aprendizagem ao longo da vida.
No IPB, os mestrados profissionais estão organizados de forma modular e com calendarização flexível compatível com a oferta de microcredenciais.
Os candidatos aos mestrados profissionais devem obrigatoriamente possuir experiência profissional mínima de cinco anos.
Estão já em funcionamento os mestrados em Gestão Aplicada e Tecnologias Agroalimentares entrarão em funcionamento os mestrados em Digitalização Aplicada e em Indústrias Culturais e Criativas.
No mesmo sentido, tem vindo a ser ampliada a oferta de Microcredenciais, respondendo a necessidades emergentes do mercado de trabalho e pensadas em conjunto com os empregadores.
Incêndio no Douro Internacional: arderam ninhos, habitat e estruturas de conservação do abutre-preto
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| Incêndio no Parque Natural do Douro Internacional. Fotografia Mieza/Palombar. |
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| Imagens do incêndio no Parque Natural do Douro Internacional. Fotografias ICNF/Palombar. |
Salvar abutres-pretos
Na sexta-feira ao final do dia, o fogo estava ainda longe da estação de aclimatação do projeto LIFE Aegypius Return, construída sobre as arribas do Douro, na aldeia de Fornos. No entanto, os acessos às zonas remotas poderiam vir a ser cortados, o que impediria ações posteriores, em caso de necessidade. Assim, numa intervenção atempada, que seguiu o plano de contingência previsto no projeto, a equipa da Palombar - Conservação da Natureza e do Património Rural, articulada com os técnicos e Vigilantes da Natureza do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF/PNDI) e com a Vulture Conservation Foundation (VCF), a Faia Brava e o criador de gado e pastor que zela pela propriedade, assim como com os veterinários do Hospital Veterinário da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (HV-UTAD), recolheram os seis abutres-pretos que se encontravam na jaula de aclimatação e transferiram-nos para as instalações do CIARA - Centro de Interpretação Ambiental e Recuperação Animal, em Felgar, onde permanecem em segurança.
O resgate deveu-se à ponderada e oportuna avaliação feita pelas equipas no terreno, e preveniu um enorme retrocesso na conservação do abutre-preto, pois na tarde do dia seguinte o fogo atingiu efetivamente as instalações da estação de aclimatação, que incluem a jaula, o campo de alimentação e as estruturas de apoio.
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| Resgate do último abutre-preto da jaula de aclimatação, pela equipa da Palombar. Fotografia de câmara de videovigilância. |
Aferição de danos
A manhã de domingo revelaria os prejuízos causados na estação de aclimatação. Apesar de em toda a volta, e por uma vasta extensão, a vegetação estar cortada, precisamente como medida preventiva implementada pela Palombar no âmbito do projeto LIFE Aegypius Return – ao abrigo do Plano de Gestão de Habitats e de Redução do Risco de Incêndio em Territórios de abutre-preto na Zona de Proteção Especial Douro Internacional e Vale do Águeda –, e ser muito rasteira, o fogo devastou todo o habitat. A jaula das aves teve alguns danos ligeiros, mas o contentor de apoio foi totalmente destruído. Este espaço funcionava como enfermaria e como centro digital de videovigilância das instalações. O campo de alimentação em frente à jaula de aclimatação foi também inteiramente queimado, o que impossibilita a sua função, no imediato.
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| Destruição do contentor de apoio ao programa de aclimatação de abutres-pretos. É visível a vasta extensão de área ardida no entorno. Fotografia Palombar. |
| Vista do interior da jaula de aclimatação e do campo de alimentação adjacente, queimado. Fotografia Palombar. |
| Ninho de abutre-preto. À esquerda: antes do incêndio, com a cria Acer visível. À direita: local do ninho, totalmente ardido. Fotografia Palombar. |
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| Cria de abutre-preto não voadora ainda no ninho, durante o incêndio (observada à distância, com muito fumo na envolvente). Fotografia Palombar. |
| Área de nidificação do abutre-preto no Douro Internacional antes e depois do incêndio. Fotografia Palombar. |


































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