terça-feira, 30 de setembro de 2014

Arquitecta premiada Joana Gonçalves diz que se está a perder património tradicional

A arquitecta Joana Gonçalves, distinguida a 29 de Setembro com o Prémio Ibérico de Investigação de Arquitectura Tradicional, considera que «há um património que se está a perder» em Portugal, e defendeu que se ponha em prática a investigação desenvolvida nesta área.

O prémio, criado por entidades de Portugal e de Espanha para valorizar o conhecimento e conservação do património na Península Ibérica, recebeu este ano 36 candidaturas, e a investigação de Joana Gonçalves foi escolhida por unanimidade.

Joana Gonçalves explicou que o trabalho de investigação «Tradição em Continuidade: Levantamento das Quintas da Terra Fria Transmontana e Contributos para a Sustentabilidade» foi feito para o mestrado na área de Arquitectura que realizou na Universidade do Minho.

«Desde há muito que me interesso pela área da reabilitação e, com este trabalho, pretendi fazer a ponte entre a arquitectura tradicional e a comunidade, abordando também a sustentabilidade», indicou.

Joana Gonçalves desenvolveu a investigação em quintas na região de Bragança, percorrendo localidades onde as casas, na maioria, se encontravam já em ruínas e os terrenos abandonados.

«Só dez das cerca de 60 casas que visitei estavam habitadas, as restantes estavam em ruínas», apontou, lamentando que «os antigos modos de habitar já se perderam, e com eles uma certa identidade. Mas ainda há pessoas com memórias desse tempo».

Na sua metodologia de trabalho, a investigadora realizou 25 entrevistas aos proprietários e fez um levantamento métrico, gráfico e fotográfico, além de ensaios higrotérmicos.

Através desses ensaios sobre temperatura e humidade no interior das casas antigas, Joana Gonçalves concluiu que as habitações das quintas «tinham uma temperatura muito mais estável no Verão do que as habitações modernas, da ordem dos 20 a 21 graus, quando nas habitações recentes sobe para os 30 graus».

«Hoje fala-se tanto em auto suficiência e em sustentabilidade, e isso era algo que antigamente já existia. Pode-se ainda aprender muito com estas formas de construir e de habitar que estão gradualmente a desaparecer», sustentou.

Joana Gonçalves observou que «há muita investigação desenvolvida nesta área que poderia ser colocada em prática, optando-se pela reabilitação em vez da construção de raiz».

Ao prémio, de carácter bienal e no valor de 3.000 euros, concorreram nesta edição 36 projectos, dos quais tinham sido apurados oito finalistas.

Promovido pela Fundação Convento da Orada (FCO), pela Fundação Antonio Font de Bedoya (FAF), pela Fundação Cultural do Colegio Oficial de Arquitectos de Léon (FUNCOAL) e pela Ordem dos Arquitetos de Portugal (OA), o prémio deste ano será entregue a 7 de Outubro, Dia Mundial da Arquitetcura, numa cerimónia, às 18h00, na sede da Ordem dos Arquitectos, em Lisboa.

Café Portugal/Lusa; Foto: Ruin´Arte

AS FESTAS DA SENHORA DO AMPARO DE MIRANDELA, EM 2014, DEFINHARAM?

Dizem que, este ano, a Marcha Luminosa não tinha tanta luz e terá havido menos entusiasmo dos figurantes. Onde estão os grupos garbosos das Terras de Isaltino, perdão, de Oeiras, que abrilhantavam a Festa? Dizem que foi a chuva que afastou a gente? Mas, já houve anos que a chuva ameaçava e todo o concelho e os vizinhos cumpriam a promessa, feita logo ao desfazer da Festa anterior: Oh! Senhora do Amparo// Eu p’ró ano lá hei-de ir,... E voltavam! A pé, em pequenos ranchos de vizinhos, «camboios» e mais «camboios» a abarrotar de gente, da corda de Macedo e de Bragança e do vale do Douro e do Tua, para partirem à noitinha, até de madrugada. Outros chegavam nas «caminhetas» da corda de Valpaços, de Chaves, de Murça, do Vale da Vilariça, de Alfândega ou Vinhais. Outros, ainda, apareciam a cavalo em burras, machos e cavalos, conforme as posses e a agilidade. Depois, havia sempre um curral, um cortelho, um eirado e até no mítico areal das lavadeiras de Mirandela, onde guardar as bestas bem arreadas e o farnel por perto. Tempos da nossa história monográfica recente e que a maioria já esqueceu.

Voltando às Festas da Senhora do Amparo de 2014, alguns chegam a atirar que não havia mais 30% ou 40% da gente das boas romarias de anos recentes. Terá a «orquestra dos Bombos» esmorecido um pouco? As festas são como a vida têm que evoluir na continuidade, o que pressupõem criatividade e respeito pela tradição. Se as pessoas pensam que com uns foguetes, duas ou quatro bandas de música e um conjunto de espanta gente pela barulheira infernal, têm as ruas da cidade cheias, desenganem-se é preciso muito mais. Aliás, as festas são cada vez mais e a gente cada vez menos. Dizem que o fogo-de-artifício foi o habitual, o que é um bom sinal do Município e da Festa. O foguetório foi sempre uma das boas imagens de marca das Festas. Eu não fui à Festa, até podia dizer que «a festas, bodas e baptizados só vão os convidados». Contudo, faltaria à verdade, porque o Jerónimo Pinto convida-me sempre, sempre e este ano também. Acredito que a Comissão de Festas deu o seu melhor e a minha crítica deve ser vista, apenas, como uma reflexão. Porque, dizem, mirandelenses atentos, que as festas perderam muito romeiro e forasteiro, talvez sejam os tempos da crise a «ajudar ao pálio».

Jorge Lage
in:diario.netbila.net

Câmara de Bragança instaura inquérito a arquitecto por alegadas ilegalidades

Caso foi alvo de uma denúncia anónima. Funcionário continua a trabalhar na câmara.
O presidente da Câmara de Bragança, Hernâni Dias, anunciou nesta terça-feira que mandou instaurar um inquérito interno a um arquitecto da autarquia por denúncias da prática de alegadas ilegalidades.

O autarca falava na Assembleia Municipal de Bragança depois de notícias que dão conta de que o funcionário do departamento de urbanismo estará a ser investigado pela Polícia Judiciária (PJ).

O presidente da Câmara garantiu que nunca foi notificado ou contactado pela PJ para prestar qualquer tipo de esclarecimento sobre o assunto. No entanto, explicou que a 12 de Agosto chegou ao município “uma denúncia anónima” a que deu seguimento.

O autarca adiantou que pediu “um processo de averiguação interno" e, na sequência das conclusões aí extraídas, mandou instaurar um processo de inquérito interno que, neste momento está em curso.

“Aguardarei a conclusão para daí tirar algumas ilações”, declarou aos jornalistas, à margem da sessão da Assembleia Municipal.

Hernâni Dias esclareceu ainda que o funcionário em causa “continua a trabalhar na Câmara Municipal”.

“Há procedimentos que temos de respeitar. Não podemos, por vontade própria, tirar ilações de apenas simples notícias que vêm nos jornais”, afirmou.

Isenção de IMI até dez anos na zona histórica de Bragança
A autarquia aprovou também nesta terça-feira, na Assembleia Municipal, uma proposta que visa isentar de IMI (Imposto Municipal sobre Imóveis), por um período que pode ir até dez anos, quem reabilitar edifícios degradados na zona histórica de Bragança.

A medida faz parte de um pacote que contempla ainda a redução do IVA de 23 para 6% nas empreitadas e isenção do IMT (Imposto Municipal sobre Transacções) na primeira venda do imóvel.

Estes benefícios visam, segundo o presidente da Câmara, o social-democrata Hernâni Dias, incentivar os proprietários a reabilitar e revitalizar a zona histórica da cidade e vão ser aplicados numa área delimitada de reabilitação urbana com 64 hectares que abrange toda a zona histórica.

A proposta hoje aprovada na Assembleia Municipal determina a isenção de IMI por cinco anos, prorrogável até dez anos, para quem reabilitar imóveis na área de reabilitação urbana.

Os novos incentivos somam-se a outros já existentes para a parte antiga da cidade como a isenção que a autarquia já concede das taxas de licenciamento a 100 por cento nas intervenções da zona histórica 1 e uma redução de 50 por cento na zona histórica 2.

As novas medidas do município facilitam ainda o acesso a fundos comunitários para a reabilitação seja para fins comerciais ou habitacionais.

Aquilo que se pretende, explicou o autarca, “é incentivar os privados e contribuir para a revitalização e dinamização económica e, ao mesmo tempo para o embelezamento da própria cidade com a reabilitação dos imóveis que, neste momento, estão, alguns deles, num estado de degradação bastante avançada”.

Os edifícios que se encontram em estada de degradação têm um agravamento de 30% da taxa de IMI.

Hernâni Dias afirmou que a autarquia está a “notificar os proprietários para a necessidade de reabilitação e das penalizações que podem advir” no caso de se manter a situação.

O autarca ressalvou que entre os principais entraves à reabilitação coloca-se a questão financeira dos proprietários, que não têm capacidade económica, mas o aspecto “mais complicado” na zona histórica de Bragança é o número de herdeiros.

“É o aspecto mais complicado de resolver porque quando são muitos herdeiros não há entendimento entre eles e depois, a partir daí, ninguém faz nada”, afirmou.

A sessão de hoje serviu também para oficializar a proposta do município de passar a feira trimestral de Bragança para todas as sextas-feiras.

De acordo com o presidente, o aumento do número de feiras e o dia escolhido para a sua realização resulta de uma auscultação a feirantes, compradores e operadores do mercado municipal que indicaram a sexta-feira como “o melhor dia de comércio para se poder vender”.

A decisão ajuda os próprios feirantes na medida em que, como explicou o presidente vão continuar a pagar as mesmas taxas e em vez de três poderão realizar quatro feiras por mês.

Lusa

Isenção de IMI até dez anos na zona histórica de Bragança

A Câmara de Bragança vai isentar de IMI (Imposto Municipal sobre Imóveis), por um período que pode ir até dez anos, quem reabilitar edifícios degradados na zona histórica de Bragança.
A medida foi hoje à aprovação da Assembleia Municipal e faz parte de um pacote que contempla ainda a redução do IVA de 23 para seis por cento nas empreitadas e isenção do IMT (Imposto Municipal sobre Transações) na primeira venda do imóvel.

Estes benefícios visam, segundo o presidente da Câmara, o social-democrata Hernâni Dias, incentivar os proprietários a reabilitar e revitalizar a zona histórica da cidade e vão ser aplicados numa área delimitada de reabilitação urbana com 64 hectares que abrange toda a zona histórica.

A proposta hoje aprovada na Assembleia Municipal determina a isenção de IMI por cinco anos, prorrogável até dez anos, para quem reabilitar imóveis na área de reabilitação urbana.

Os novos incentivos somam-se a outros já existentes para a parte antiga da cidade como a isenção que a autarquia já concede das taxas de licenciamento a 100 por cento nas intervenções da zona histórica 1 e uma redução de 50 por cento na zona histórica 2.

As novas medidas do município facilitam ainda o acesso a fundos comunitários para a reabilitação seja para fins comerciais ou habitacionais.

Aquilo que se pretende, explicou o autarca, "é incentivar os privados e contribuir para a revitalização e dinamização económica e, ao mesmo tempo para o embelezamento da própria cidade com a reabilitação dos imóveis que, neste momento, estão, alguns deles, num estado de degradação bastante avançada".

Os edifícios que se encontram em estada de degradação têm um agravamento de 30 por cento da taxa de IMI.

Hernâni Dias afirmou que a autarquia está a "notificar os proprietários para a necessidade de reabilitação e das penalizações que podem advir" no caso de se manter a situação.

O autarca ressalvou que entre os principais entraves à reabilitação coloca-se a questão financeira dos proprietários, que não têm capacidade económica, mas o aspeto "mais complicado" na zona histórica de Bragança é o número de herdeiros.

"É o aspeto mais complicado de resolver porque quando são muitos herdeiros não há entendimento entre eles e depois, a partir daí, ninguém faz nada", afirmou.

A sessão de hoje serviu também para oficializar a proposta do município de passar a feira trimestral de Bragança para todas as sextas-feiras.

De acordo com o presidente, o aumento do número de feiras e o dia escolhido para a sua realização resulta de uma auscultação a feirantes, compradores e operadores do mercado municipal que indicaram a sexta-feira como "o melhor dia de comércio para se poder vender".

A decisão ajuda os próprios feirantes na medida em que, como explicou o presidente vão continuar a pagar as mesmas taxas e em vez de três poderão realizar quatro feiras por mês.

Lusa

Festa dos Caretos de Podence já é Património Imaterial de Interesse Municipal

Foi ontem aprovada na reunião de Assembleia Municipal, por unanimidade, a classificação da Festa dos Caretos de Podence como Património Imaterial de Interesse Municipal.

Numa fase em que se está a preparar a preparar uma candidatura a Património Cultural Imaterial de Portugal, este pode ser um passo importante nesse caminho.

Essa é a convicção de António Carneiro, presidente da Casa do Careto. Uma mais-valia que agora se conquista, rumo à candidatura nacional, e depois internacional.

Presente na reunião este o presidente da Junta da União de Freguesias de Podence e Santa Combinha.

Para João Alves é um grande feito para a freguesia. E pode mesmo contribuir para o desenvolvimento local.

Os Caretos de Podence são uns fortes representantes do concelho, considera Duarte Moreno.

Também o autarca da Câmara Municipal de Macedo de Cavaleiros acha que estão a ser dados passos relevantes para o reconhecimento do território. Depois da classificação do Geoparque Terras de Cavaleiros, conquistar outro selo da UNESCO seria ouro sobre azul.

A festa dos Caretos de Podence já é e Património Imaterial de Interesse Municipal.

Recorde-se que está em curso uma candidatura a Património Cultural Imaterial de Portugal, cujo resultado deve ser conhecido pela data do próximo Entrudo Chocalheiro.

Escrito por ONDA LIVRE

Acidente de tractor provoca dois mortos

Dois homens morreram esta manhã na sequência de um acidente de tractor,  na aldeia de Sobreiró de Cima, no concelho de Vinhais.
As vítimas mortais tinham 44 e 74 anos e seguiam no tractor, acompanhadas de mais duas pessoas que seguiam no reboque e que não tiveram ferimentos. 
Segundo fonte dos bombeiros o acidente ocorreu cerca das 09h45, quando o tractor descia um terreno inclinado, numa zona onde os ocupantes do veículo andariam a cortar lenha. O tractor terá tombado ao descer o terreno, tendo as duas vítimas mortais ficado debaixo da máquina agrícola. 
As causas do acidente ainda estão por apurar. 

Escrito por Brigantia

Histórias Infantis - Mofreita/Vinhais

Quando éramos mandados pelos espanhóis, na Mofreita resolveram mandar alguém para aprender a  língua castelhana. Dai que todos os mais ricos e letrados queriam ser os eleitos, mas os que  mandavam queriam que fosse alguém que já tivesse alguns conhecimentos da língua.. 
Entretanto no ajuntamento, enquanto isto se discutia, responde um da assistência: 
“Eu já sei dizer qualquer cousa!” 
“Então que sabes dizer?” 
“Nós los outros” 
Nisto responde outro lá do fundo do ajuntamento: 
“Eu também sei dizer alguma cousa!” 
“Então que sabes dizer?” 
“Claro é”. 
“Grandes estudantes! Estes já vão. Mais alguém sabe dizer umas histórias daquelas mais antigas  espanholas?” 
“Eu ainda sei dizer qualquer cousa.” 
“ E o que sabes dizer?” 
“Tem usted muita razon!” 
Assim, foram os três estudar para Espanha, indo parar a Catalunha. Ao chegar tiveram logo a  infelicidade de encontrar um homem morto, tiveram dó e ficaram a ver o que lhe passava. Mas, nisto  veio a guarda civil espanhola que lhes perguntou: 
“ Quem matou el hombre?” 
“Nós los outros” 
“Vossotros?” 
“Claro é” 
“Si, si mui claro, mas a palisa que vai levar não sabe usted no que se mete!” 
“Tem usted muita razon!” 
Levaram os pobres portugueses perante as autoridades, dando início à investigação: 
“Quem matou el hombre?” 
“Nós los outros” 
“Então está visto! Não temem a palisa (porrada) que vão levar?” 
“Tem usted muita razon!” 
Desta forma e com a culpa formada dos portugueses os espanhóis desataram à porrada neles como  era de lei naquela altura. Devolveram-nos depois à terra deles a Vinhais todos esmurrados. 
Quando os da Mofreita viram os seus conterrâneos todos negros, perguntaram o que se tinha  passado, tendo os guardas respondido que se encontravam naquele estado por terem confessado  um crime. Os da aldeia pediram para ver os chicotes dos guardas, aproveitando a posse destes para 
desatar a bater nos espanhóis. Os guardas perguntavam se o povo não tinha vergonha de bater em  autoridades, tendo o povo respondido a esta provocação com uma acção: despiram as fardas dos  guardas, retirando-lhes a posição de autoridades, até que estes fugiram.

RECOLHA 2005 SCMB, EURICO FERNANDES, Idade: 71. 
Localização geográfica: MOFREITA

CANCIONEIRO TRANSMONTANO 2005 
Autor do projecto: CHRYS CHRYSTELLO 
Edição: SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE BRAGANÇA

Ana Maceda lança primeiro álbum

Ana Maceda lançou o primeiro álbum, dedicado inteiramente ao fado, com versões de fados emblemáticos e um original da artista.
O trabalho intitula-se “Saudade” e foi apresentado na terra natal, Macedo de Cavaleiros, mas a fadista espera ter oportunidade de o apresentar junto das comunidades portuguesas no estrangeiro. O gosto pelo fado começou em pequena. Foi através de familiares que Ana Maceda tomou contacto com o género musical, ouvindo Amália Rodrigues.
Depois de ter participado na Grande Gala do Fado do Porto por duas vezes, a fadista, de 34 anos, aventurou-se na edição de um disco, por ser um sonho antigo e incentivada pelos pedidos repetidos, para que houvesse um registo físico do que cantava.“Essa necessidade veio de eu já ter sido contactada por várias associações de portugueses no estrangeiro, e acho que as pessoas só quando vêm algo palpável é que olham para nós, se calhar de outra forma”, entende a fadista.
O álbum de estreia conta com 12 faixas, entre elas uma versão do fado “magala” com um poema da autoria de Ana Maceda, intitulado Saudade, tema que dá nome ao disco. “Chama-se saudade para prestar homenagem aos nossos emigrantes e para prestigiar todos os portugueses, porque só na nossa língua é que existe a palavra”, explica Ana Macedo.
Para além de fados da Amália, o primeiro disco da artista macedense inclui músicas de Kátia Guerreiro, Carminho, Maria da Fé e ainda Anita Guerreiro, com quem já partilhou várias vezes o palco. 
As músicas são principalmente representativas de sonoridades mais tradicionais, dentro do fado, mas a artista, que não se considera profissional, saúda a nova geração de fadistas, e o papel que tem desempenhado na transmissão deste tipo de música aos mais novos. “O que não acontecia quando eu cresci”, explica. 
A própria Ana Maceda não exclui a hipótese de também ela enveredar pelo caminho do “novo fado”.
Com licenciatura em Professores do 1º ciclo, mas sem nunca ter sido colocada, Ana Maceda admite que gostaria de ter uma carreira profissional dedicada exclusivamente ao fado, no entanto considera que a interioridade pode dificultar esse objectivo.

Escrito por Brigantia

Carrazeda integra rede de promoção do património

Carrazeda de Ansiães foi o local escolhido para a apresentação do livro sobre o património da região do Douro. 
A iniciativa insere-se no projecto “Rede de Monumentos do Vale do Douro”, que pretende promover o património e fazer intervenções de valorização de monumentos, como aconteceu no Castelo de Ansiães. 
O Director Regional de Cultura do Norte (DRCN) anunciou que, no âmbito desta rede, estão a ser preparados um conjunto de produtos para melhorar a oferta cultural. Segundo António Ponte, espera-se que com este projecto os turistas dispensem mais tempo e contribuam mais para a economia.
O presidente da Câmara Municipal de Carrazeda de Ansiães, José Luís Correia, dá como exemplo de sucesso a criação do circuito turístico do Castelo e do Douro. O lado imaterial da rede articulada de monumentos e sítios de interesse patrimonial, na área do Douro, está agora no livro lançado em Carrazeda de Ansiães.
Para dar forma à obra foram convidados escritores da região, como Modesto Navarro, que escreveu sobre o Castelo de Ansiães. O autor defende que para além de se tratar de um livro para ler, é sobretudo um património para viver.
A obra conta ainda com crónicas de escritores como Rentes de Carvalho, Amadeu Ferreira ou Pires Cabral, entre outros.

Escrito por Brigantia

Mogadouro aplica 220 mil euros na reparação de danos provocados por incêndio

A Assembleia Municipal de Mogadouro aprovou ontem, por unanimidade, uma proposta camarária para destinar 220 mil euros do Fundo de Emergência à reparação dos prejuízos causados pelo incêndio dos Picões, ocorrido em julho de 2013.

O montante será destinado, em concreto, à reparação de infraestruturas, taludes, limpeza de linhas de água, muros de suporte de terras, armazéns agrícolas ou arranjo de caminhos.

O incêndio dos Picões começou a 08 de julho de 2013, em Picões, no concelho de Alfândega da Fé, e manteve-se ativo quatro dias, estendendo-se aos municípios de Mogadouro, Torre de Moncorvo e Freixo de Espada à Cinta.

Dados oficiais indicam que as chamas consumiram uma área de 14.912 hectares, tendo ameaçado várias populações dos concelhos de Alfândega da Fé, Mogadouro, Freixo de Espada à Cinta e Torre de Moncorvo.

O concelho de Mogadouro foi o mais afetado.

As intervenções facilitadas com a decisão de hoje da Assembleia Municipal de Mogadouro incidem em localidades como as Quintas de Quebradas, Castelo Branco, Meirinhos, Valverde, Mogadouro e Bruçó.

FYP // JGJ
Lusa/fim

Horta em Macedo de Cavaleiros dá produtos XL

A horta de Gualter Borges, de 72 anos, já é conhecida pelos produtos com tamanhos fora do comum.

Este ano não foi o mais extraordinário, devido ao tempo, conta o agricultor macedense, mas mesmo assim há uma abóbora com dois metros de diâmetro, um girassol com 4 metros de altura e maçarocas de milho maiores do que o normal.

Os vizinhos ficam curiosos, e conta Gualter Borges que vários pedem sementes para tentarem reproduzir a façanha, ainda que sem sucesso.

Agora reformado, e depois de ter estado emigrado, voltou em 1990 para o terreno que comprou já em 1968, e que era um antigo lameiro perto do centro da cidade de Macedo de Cavaleiros.

Gualter Borges acrescenta ainda que não vende aquilo que colhe, é apenas para sustento próprio.

Uma das explicações possíveis para a fertilidade da terra, avança o produtor, pode ter a ver com a inexistência de material rochoso, que pode tornar o solo mais arável.

Gualter Borges orgulha-se de cultivar, já há alguns anos, produtos agrícolas fora do comum.

Este ano tem no seu quintal uma abóbora de 2 metros de diâmetro, um girassol com 4 metros de altura e maçarocas de milho que rondam os 40 centímetros.

O futuro desta produção XL é servir de alimento ao porco e às galinhas que também partilham o mesmo quintal.

Escrito por ONDA LIVRE

População de Quintela de Lampaças reclama por caminhos destruídos pela construção da A4

A população de Quintela de Lampaças, no concelho de Bragança, reclama à Autoestradas XXI que resolva os problemas nos caminhos rurais desde que a autoestrada foi construída.

O presidente da junta de Freguesia de Quintela de Lampaças, Miguel Pinto diz que são vários os problemas que dificultam a vida das pessoas.

Um dos agricultores lesados é José Exposto, que reclama o acesso a um caminho rural. O caminho que existia há décadas foi destruído com as obras da autoestrada, deixando o agricultor sem ligação directa para a aldeia de Veigas.

José Exposto tem o documento que mostra o projecto do caminho, mas que não chegou a sair do papel.

José Exposto não tem dúvidas de que a construção da autoestrada transmontana prejudicou bastante os agricultores da freguesia.

Contactámos a Autoestradas XXI, mas até ao momento não obtivemos qualquer resposta da concessionária da Auto-estrada Transmontana.

Informação CIR (Rádio Brigantia)

Sem mão-de-obra nacional, são os estrangeiros que vindimam o Douro

Centenas de imigrantes da Bulgária, Roménia, Cazaquistão, entre outros países, povoam por estes dias de vindima os concelhos da Região Demarcada do Douro.

Vêm por que o despovoamento galopante de Trás-os-Montes e Alto Douro deixa a região sem mão-de-obra local.

Os viticultores não têm outro remédio senão recorrer aos estrangeiros, e é se não querem deixar as uvas nas videiras.

Elia Christev é búlgaro, leva em Portugal os últimos cinco dos seus 44 anos de idade, e quando a oferta de trabalho aumenta é ele que faz chegar cá mais 40 compatriotas, sobretudo familiares.

De acordo com Elia, os búlgaros procuram trabalho em Portugal devido à crise de emprego no seu país:

Para arranjar mais mão-de-obra nacional, há viticultores a defender que o Governo crie mecanismos para que os desempregados, nomeadamente das grandes cidades, possam trabalhar e ganhar dinheiro na época das colheitas.

Para o efeito, devia arranjar alojamento nos quartéis militares, ou por exemplo na Escola Agrícola de Carvalhais, em Mirandela, garantindo comodidade enquanto estivessem deslocados. Ao mesmo tempo que ganhavam dinheiro, o Estado poupava nas prestações sociais que lhes paga.

E até há quem ache que devia haver mudanças no calendário escolar para quem vive em zonas de colheitas sazonais, de forma que toda a mão de obra familiar pudesse ser melhor aproveitada, bem como proibir cursos de formação com remuneração em altura de colheitas, pois muita gente prefere ir para lá do que ir à vindima.

Informação CIR (Rádio Ansiães)

Peter Broderick actua no Museu do Abade de Baçal no dia 9 de Outubro

Peter Broderick regressa a Portugal em Outubro para três concertos. O compositor norte-americano actua no Museu do Abade de Baçal, em Bragança, no dia 9 de Outubro.

Peter Broderick é um dos atuais expoentes máximos da cena neoclássica e folk, começou na música em tenra idade. Enquanto ainda estava na escola aprendeu a tocar vários instrumentos. 

Mais tarde converteu-se em músico de sessão para artista como M. Ward, Zooey Deschanel e Dolorean, entre outros, para os quais tocava o violino, o banjo ou a mandolina. Andou em tour com bandas como Efterklang, Horse Feathers ou Laura Gibson. Em 2007 decidiu produzir a sua própria música e assim chegou “Docile”, um mini álbum de piano solo, e o sete polegadas “Retreat/Release”, editado na Type, uma das suas editoras de confiança. No curto prazo de quatro anos Broderick editou uma parafernália de material em outras editoras como Bella Union, Erased Tapes ou Western Vinyl.

Estas ultimas encarregaram-se da distribuição de “Music For Falling From Trees”, um dos seus grandes trabalhos, sete peças escritas para acompanhar uma obra de dança da coreografa londrina Adrienne Hart. Na sua faceta pop destacam o álbum “Home”, assim como as suas colaborações com Nils Frahm (no projeto Oliveray) e Machinefabriek.

Peter Broderick regressa a Portugal desta vez acompanhado com banda para três concertos exclusivos. Lisboa, Coimbra e Bragança.

in:noticiasdonordeste.pt

Descobrir Trás-os-Montes e Alto Douro a partir da Arqueologia

O Instituto Politécnico de Bragança, através da EsACT-IPB, vai promover na próxima quarta-feira, a sessão 4 do ciclo Arqueologia e Património – à Descoberta de Trás-os-Montes e Alto Douro. 

Esta sessão irá decorrer no Flor de Sal, em Mirandela, no dia 1 de outubro de 2014 a partir das 18h00m. 

Este encontro conta com a participação da Professora Doutora Maria de Jesus Sanches, com uma apresentação subordinada ao tema "A Serra de Passos/Sta Comba como marco na paisagem actual e na paisagem da Pré-história ", à qual se seguirá um pequeno espaço para conversa e debate. A participação é livre.

Entrevista ao presidente da CIM // “Autarcas corriam em pista própria, agora têm uma visão integrada do território”

Américo Pereira foi eleito há um ano presidente da Comunidade Intermunicipal Terras de Trás-os-Montes. O autarca de Vinhais destaca o papel dos seus colegas presidentes de Câmara no futuro da região e deixa uma mensagem ao poder central: “não somos uns coitadinhos”.

Mensageiro de Bragança: Quais são os objetivos que tem para este mandato?
Américo Pereira: As Comunidades Intermunicipais aparecem no seguinte contexto. Portugal, durante muitos anos, teve, consagrado na Constituição, o caminho para a regionalização. Por motivos meramente eleitorais ou de estratégia pessoal dos líderes dos partidos políticos, nunca foi possível concretizar a regionalização. Do meu ponto de vista, o maior responsável pelo não avanço da regionalização foi Marcelo Rebelo de Sousa. Havia acordo entre PS e PSD mas, por uma necessidade de afirmação pessoal, Marcelo tinha de ter uma bandeira e agarrou-se a uma bandeira populista, arranjando dois argumentos falaciosos, de que com a regionalização aumentavam os tachos e os custos. São argumentos completamente falsos mas que a população compra.
As CIMs aparecem um pouco pela frustração da não introdução de regiões em Portugal. A Europa é cada vez mais a Europa das regiões. Com a abolição do Governo Civil está aberto o caminho para que se criem entidades administrativas e de planeamento estratégico, ao nível de micro-regiões. Estas comunidades visam estabelecer estratégias comuns e supra-municipais. No nosso caso, na primeira tentativa, foi criada a Comunidade de TMAD, onde estavam incluídos os concelhos do Tâmega. Por iniciativa dos colegas da região, esta CIM foi dividida. Neste momento temos a CIM de TM constituída por nove concelhos, e são estabelecidos os órgãos para que entre em funcionamento. Foi um processo muito rápido, em três meses estava em funcionamento.
Pela primeira vez, provavelmente tendo em conta uma nova visão que existe sobre o território e ao facto de as infraestruturas estarem praticamente todas construídas, os autarcas pensam o território de forma integrada.
Chegou a altura de olharmos para os nossos concelhos não como sendo o nosso umbigo, como se fosse a nossa capelinha, mas pensar que se inserem num território muito maior e que toda a estratégia de crescimento terá de ter em linha de conta esta visão supramunicipal. E, aí, os colegas autarcas interiorizaram muito bem esse conceito e têm feito um esforço no sentido de o concretizarmos e todos os colegas estão a dar um contributo importante para que assim aconteça. Tanto assim é que na última reunião do conselho intermunicipal chegámos a acordo para distribuição de pelouros por todos os colegas. A partir de agora, as responsabilidades estão divididas por todos os colegas, para que possamos fazer um trabalho mais forte.

“Pela primeira vez, provavelmente tendo em conta uma nova visão que existe sobre o território e ao facto de as infraestruturas estarem praticamente todas construídas, os autarcas pensam o território de forma integrada.”

MB.: Quais têm sido as prioridades?
AP.: Temos estado a trabalhar no PEDI, o Plano Estratégico de Desenvolvimento Intermunicipal. Será a nossa bíblia para o território para os próximos sete anos. Toda a estratégia territorial que queiramos implementar, todos os projetos que queiramos implementar, têm de ter cabimento neste plano. Os grandes objetivos são, por isso, planeamento da estratégia de desenvolvimento económico, social e ambiental do território, através do PEDI, articulação dos investimentos de interesse intermunicipal e participação na gestão de programas de apoio ao desenvolvimento regional – QREN. São três aspetos fundamentais que temos em mãos. Gizar o nosso plano estratégico; fazer uma articulação entre todos os investimentos intermunicipais. É importante que cada investimento seja uma mais-valia para o território pensado no seu conjunto. Não devo executar, na área do concelho de Vinhais, um equipamento que esteja a replicar outro equipamento que já existe neste território e possa ser utilizado pelos meus munícipes. Enquanto até agora cada autarca corria em pista própria, em que alguns até escondiam alguns investimentos para que o vizinho do lado não se apercebesse, a filosofia agora é exatamente a contrária. Os investimentos devem ser discutidos para, em conjunto, percebermos se há articulação com o interesse supramunicipal. Estou a falar, por exemplo, de uma rodovia. É importante saber se o melhoramento de uma estrada serve mais do que uma ou duas aldeias ou um território. Estamos a falar de um plano de mobilidade.
Hoje em dia estão desatualizadas as linhas de carreiras diárias. É preciso articular isto em conjunto. Cada município não se pode preocup ar a resolver só os problemas dos seus munícipes. Se se puser este problema na CIM, poderemos arranjar, através de uma equipa especialista, implementar um plano de transportes mais eficiente, a custos mais reduzidos e que abranja a totalidade do território.
O terceiro objetivo é a participação na gestão de programas de apoio ao desenvolvimento regional. Isto é, as CIM têm de ser agentes ativos da aplicação dos fundos do programa 2020. Temos de protocolar a utilização de algumas verbas que se devem destinar às regiões.

MB.: Falou numa questão de capelinhas. Por que é que estas comunidades não funcionavam? Havia divisões entre os autarcas?
AP.: Há aqui um problema endémico. Compreendo que os casamentos por conveniência têm cada vez menos êxito. Bragança com Chaves era um casamento por conveniência. Faltava alguma afinidade, que tem a ver com anos de história. Na primeira oportunidade deu-se o divórcio. O assunto está resolvido e o Alto Trás-os-Montes é um território com uma identidade específica e que tem boas condições para um bom trabalho a este nível. Há quem entenda que os municípios do Douro poderiam participar neste processo. Parece-me que não. O Alto Trás-os-Montes está perfeitamente identificado e tem todas as condições para ter sucesso. Estamos a falar de uma área com 1173 quilómetros quadrados e uma população na casa dos 120 mil habitantes, distribuídos por nove concelhos.

 “Sob um ponto de visto rigoroso, a região de Bragança não é a região dos coitadinhos.”

MB.: Para além da questão com o Alto Tâmega, mesmo entre os municípios da região havia algumas divisões. Isso está ultrapassado?
AP.: Não havia divisões. O que havia era um conceito de exercício do poder e do autarca completamente diferente do que existe hoje. A visão hoje é uma visão integradora do território, do pensar os projetos numa ótica supra-municipal. Até agora, os autarcas ocrreram em pista própria, não se preocupando muito com o vizinho do lado. E até agora as autarquias estiveram a construir as suas infraestruturas. Neste momento estão criadas as condições para que se tenha uma visão estratégica do território. Enquanto estavam a construir as suas infraestruturas, isto não estava articulado comos seus vizinhos. Agora está na altura de pensarmos no território no seu conjunto.

MB.: Exemplo disso é a água. Qual é o objetivo?
AP.: É um dos dossiês mais importantes que temos. Não existe um único sistema dentro da CIM de abastecimento de água às populações. Existem vários.
A questão é que a água é um excelente negócio. Há sinais claros de que o Governo pretende privatizar o setor das águas, porque é apetecível para os investidores. Mas há uma questão importante. Num sistema puramente economicista, os custos serão todos imputados à tarifa. Quem vai pagar o investimento e a viabilidade da empresa são os consumidores. Se entrarmos num sistema de verticalização e entregarmos às Águas de TMAD a distribuição em alta e em baixa, deixamos de mandar na questão das tarifas. Nunca mais conseguimos abrir a boca em relação aos preços que vão praticar. Alguma vez a EDP pergunta às populações se o preço da energia está bem? Na água acontecerá o mesmo.
O que nós, autarcas, queremos, é que as populações recebam água de qualidade, em quantidade, ao preço mais baixo possível. Enquanto os autarcas mandarem nesse processo, as pessoas têm a garantia de que entraremos o menos possível no bolso dos contribuintes. Deixaremos de ter essa garantia se forem as Águas de Portugal a mandar em todo o sistema.
Precisamos é de harmonizar as tarifas, que é o grande problema. Os municípios do litoral compram a água mais barata do que nós. Eles precisavam de subir para nós baixarmos. Mas o problema é o calendário político, que não permite que o Governo mexa nesse dossier. Não tem coragem de dizer a milhões de pessoas do litoral que tem de subir a água para baixar o preço no interior. Não tem coragem porque isso terá consequências eleitorais. A maneira de contornarmos estes problemas é criar uma empresa em que os municípios sejam os donos da distribuição da água em baixa e paulatinamente renegociarmos os contratos com as Águas de TMAD para nos ser transferida também a distribuição em alta. Isso permite fornecer a água ao preço que as câmaras entenderem.
Como temos uma empresa que já faz a distribuição dos resíduos, não haverá grande problema em alargar o seu âmbito e aproveitar toda a experiência e pessoal que tem para este processo.
Neste momento tem sido difícil porque a Águas de Portugal tem, do meu ponto de vista, feito ofertas às autarquias no sentido de as aliciarem para entrarem na verticalização e poderem viabilizar a empresa que existe. A ATMAD só e viável se aumentar o preço da água e aumente o número de consumidores. Como essa lógica lhes está a escapar, estão a tentar à força, de uma forma pouco ética, contornar e aliciar algumas autarquias, começando pelos que estão em posição mais frágeis, pela dívida que têm às ATMAD. Se lhas cobrarem, também terão de subir o preço da água. Por isso, entendemos o problema dessas autarquias.
Quero acreditar que até final do processo alguma autarquia entre na verticalização. Mas se entrarem é porque não têm outra saída.
Mas as autarquias, no seu conjunto, estão no bom caminho.

MB: Como caracteriza esta região da CIM, em termos económicos?
AP.:  Não se trata de crenças mas de números. Os grandes programas de apoio do Norte existem não por causa do Porto mas por causa das regiões periféricas. Porque a Europa é solidária mas não ajuda quem não precisa. Quando chegam a Bruxelas os índices económicos do Norte de Portugal, vão todos misturados. Não se sabe se são de Vimioso se de Matosinhos. Por isso, esta continua a ser uma região de convergência. Ao Porto interessa-lhe fazer a propaganda de que todo o interior do país é uma região própria, porque assim cumprem os índices necessários para continuar a ter subsídios que só numa ínfima parte são canalizados para as regiões que lhes deram origem e são, na sua maioria, canalizados para o Porto.
Sob um ponto de visto rigoroso, a região de Bragança não é a região dos coitadinhos. Há números e há dados que nos permitem concluir que esta região tem sabido aproveitar não só alguns investimentos públicos – como as estradas, por exemplo – mas, também, os fundos comunitários. Aliás, foi agora adjudicado ao IPB algo fundamental, a constituição de um observatório económico e social para a região. A CIM quer ter números trimestrais que nos permitam saber se a nossa estratégia é a melhor ou se temos de mudar o caminho. E confrontar o país com os números corretos. Por exemplo, se hoje quiser saber quanto é que os bens produzidos em Trás-os-Montes geram em impostos, não é possível. Porque algumas empresas têm a sede fora daqui. Temos de saber o que valemos. E há números que têm de ser tornados públicos e deixar-nos orgulhosos e dizer ao Governo que tem de continuar a investir na região porque vale a pena. Esta região, tem que dizer que não está moribunda e não deve ser prejudicada.
No que diz respeito ao PIB per capita, há sinais objetivos que nos dizem que está a haver uma convergência com todo o país, nomeadamente com a região norte. Em 2008, o PIB do Alto Trás-os-Montes cifrava-se nos quatro por cento da média nacional, enquanto que o do Norte andava nos sete. A partir de 2008 há um decréscimo mas a região de Alto Trás-os-Montes não chegou a baixar tanto. É um sinal de que estamos a caminhar para o que se designa convergência nacional.
Há outro dado importante que tem a ver com o seguinte. O setor mais relevante é o dos serviços, com 69 por cento. Mas está abaixo da média nacional (74 por cento). E é de realçar o valor que o setor primário (agricultura, caça, pesca) tem, de 6,9 por cento, superior à média nacional. Esta região tem de continuar a apostar forte no setor primário.
Quanto ao valor das mercadorias que entram e saem de Trás-os-Montes. O valor das exportações é muito superior ao das importações. É uma região autossuficiente. Por outro lado, esta região produz 24,5 por cento da energia elétrica produzida em todo o país. Produzimos um quarto de toda a energia produzida em Portugal. Não estamos a viver dos impostos das pessoas do litoral.
Tendo em conta estes números, tem de abandonada a ideia de que o Alto Trás-os-Montes vive à sombra do resto do país. É completamente falso. Está na altura de começarmos a reivindicar que o produto do que produzimos seja redistribuído pela população daqui, algo que seria conseguido com a regionalização.

MB.: Acredita que ainda é possível a regionalização?
AP.: Não no modelo que tínhamos previsto, mas com grandes regiões, como é o caso do Porto e Norte de Portugal, e que serão dadas novas competências às comissões de coordenação e desenvolvimento, que são um elo de ligação entra as sub-regiões e a própria região norte.

MB.: Dos vários projetos que têm em mete, quais destacaria?
AP.: Por exemplo, a estruturação da oferta integrada dos produtos endógenos. Estamos a falar de algo simples de concretizar. Quantos agricultores temos que, devido às quantidades reduzidas das suas produções, não conseguem colocar os seus produtos nos mercados tradicionais? A maior parte. Mas é possível alterar isto. Está a ser produzida legislação que permita a comercialização destes produtos. Temos de arranjar um mecanismo para transacionar esses produtos e pô-los à disposição das estruturas de apoio social. Ou seja, concentrar a produção e fornecê-los a lares e centros sociais a preços mais acessíveis. É um projeto de um valor enorme e será feito através das cooperativas locais. Falta-lhes a tal lógica de funcionamento em rede.
Ainda a criação de centros de investigação científica. É algo que está a começar a ser feito mas que, infelizmente, não temos tido grande recetividade do Governo, nomeadamente no que diz respeito ao centro de competências do azeite. Também a valorização dos recursos piscículas e cinegéticos. Está a ser feito um estudo para sabermos quais as possibilidades para valorizar a caça e a pesca, que não estão a ser convenientemente aproveitadas.
Outro projeto é a rede de casas de turismo low cost (ver texto na próxima página).
Para além disso, na área florestal, temos a ousadia de querer, conjuntamente com a direção geral de agricultura e com a direção geral de florestas, pegar em todas as terras abandonadas e nos baldios e reordenar a floresta no nosso território. Salazar fez muitas coisas más mas fez algumas muito boas. Ainda hoje estamos a tirar lucro da floresta que foi plantada há dezenas de anos. Existe outro projeto ao nível da proteção civil, no que diz respeito ao combate de incêndios de forma supramunicipal.

MB.: De que forma?
AP.: Basta que o Estado diminua o peso no que diz respeito à coordenação de meios e entregue a uma entidade da região. Não precisa de ser uma entidade nova. Terá de haver uma mudança de mentalizados do ICNF, que funciona mais como um obstáculo do que como uma ajuda. Não conserva a natureza e traz as pessoas zangadas.
A par deste projetos, que passam pelo património, existem projetos municipais que serão integrados na estratégia, desde que sejam reconhecidos como tendo interesse supramunicipal, em que os promotores são as autarquias, acontecem num território específico mas são vistos pela CIM e será dado o aval no caso de estarem de acordo com a estratégia coletiva.

MB.: Nessa estratégia, onde se enquadram as feiras temáticas?
AP.: Todos os certames são instrumentos de promoção do território e quantos mais existirem, melhor. Mas temos de ter uma estratégia comum. Não podemos sobrepor datas. Não pode haver um ou dois fins de semana em que exista muita coisa e depois três ou quatro em que não exista nada. Já fizemos o levantamento dos certames mais emblemáticos.
Por outro lado, a Feira dos Gorazes de Mogadouro não deve ser apenas de Mogadouro, deve ser de toda a região e todos nos envolvermos na sua promoção. De forma a que a região capte pessoas.

MB.: Acha que as CIM vão acabar por absorver os municípios?
AP.: Não, nem é desejável que assim aconteça.

MB.: Na questão dos transportes, poderá a CIM adotar um sistema comum?
AP.: São coisas diferentes, mas o princípio é o mesmo. Há concessões que já não funcionam. É preciso apresentar ao Governo um novo plano de mobilidade territorial. Ninguém melhor do que os autarcas conseguem fazer esse trabalho. Com as novas rodovias é possível fazer um novo esquema de mobilidade que dê resposta de forma muito mais rápida.

MB.: E a ligação à Sanábria?
AP.: É extremamente importante, não por ser a Sanábria, mas por causa de duas vias importantes, o TGV e a Autoestrada das Rias Baixas. Não nos podemos esquecer que aqui ao lado temos milhões de habitantes e que não existem ligações.

in:mdb.pt

Ténis de Mesa // João Geraldo entre os campeões da Europa

O mirandelense João Geraldo festejou ontem um inédito título europeu de Ténis de Mesa, pela Seleção Nacional, conquistado em Lisboa.

Apesar de ontem não ter jogado, o atleta do Clube de Ténis de Mesa de Mirandela foi um dos selecionados para integrar a formação das quinas neste campeonato da Europa.

Portugal bateu ontem a Alemanha, por 3-1, na final do Europeu disputada no Meo Arena, antigo Pavilhão Atlântico, em Lisboa.

Arqueólogos estudam e recuperam o Castro dos Mouros em Vilarinho dos Galegos, concelho de Mogadouro

O Castro dos Mouros, em Vilarinho dos Galegos, concelho de Mogadouro, vai ser valorizado para fruição pública, constituindo-se desta maneira  como mais um atractivo cultural que ajudará a cimentar neste concelho nordestino o turismo ligado ao património e à arqueologia.

Depois de quatro anos de investigação realizada neste sítio arqueológico que remonta à Idade do Ferro (cerca de 2500 anos), a equipa responsável pelo projecto de investigação, liderada por António Pereira Dinis, anunciou no passado fim-de-semana, no âmbito do II encontro de Arqueologia do concelho de Mogadouro, que irá ser feita a reconstrução e preservação do imóvel.

"Agora estamos apostados em desenvolver uma segunda fase de trabalhos arqueológicos que vai ao encontro da conservação, reconstrução e valorização do sítio, tornando-o assim, num espaço visitável que faça parte dos roteiros da arqueologia castreja", disse o investigador António Pereira Dinis, citado pela Agência Lusa.

Este é já o quarto ano de intervenções arqueológicas no local, que envolveram ao longo deste tempo jovens locais bem como alunos e arqueólogos da Universidade do Minho (UM). Durante este período estudou-se o processo cronológico, o processo de ocupação e as matrizes culturais que caracterizam este assentamento, tendo daqui resultado um novo paradigma para a interpretação deste período cronológico na região.

António Pereira Dinis sublinha que se conhecia “muito pouco sobre a Idade do Ferro na região do Douro Superior. Com as escavações em sítios como o castro de Vilarinhos dos Galegos, o de Crestelos (no concelho de Mogadouro) e o Castelinho (em Torre de Moncorvo), estes locais trouxeram uma mudança de paradigma em relações a este período histórico no noroeste peninsular ".

O projecto tem tido o apoio da Câmara Municipal de Mogadouro e o atual presidente, Francisco Guimarães, disse que pretende dar continuidade aos trabalhos, tendo afirmando à agência Lusa “que há uma importante espólio arqueológico no concelho e na região, pelo que é preciso continuar a expandir este tipo de trabalhos arqueológicos".

in:noticiasdonordeste.pt

ADDB organiza jantar solidário pelo cuidado dos pés

Os cuidados com os pés são essenciais para qual pessoa, mas para quem sofre de diabetes mais ainda.

É a Associação de Diabéticos do Distrito de Bragança (ADDB) quem alerta os seus associados e a população em geral para esse facto. E por isso promoveu, novamente, um jantar solidário, em Macedo de Cavaleiros, para angariar fundos para a comprar de material de tratamento podal.

Margarida Pires, presidente da associação, explica quais os materiais que mais necessitam.

Mas, porque é que manter os pés saudáveis é tão importante?

Atualmente, cerca de 15 pessoas já recorrem à ajuda da ADDB para manterem os pés saudáveis, e assim evitar o aparecimento de infeções.

No sábado 70 pessoas responderam ao apelo, e participaram no jantar solidário da ADDB, cujas receitas angariadas revertem para a compra de materiais para tratamentos podais.

Escrito por ONDA LIVRE

Bornes tem novo espaço de lazer para miúdos e graúdos

Este domingo foi dia de inauguração em Bornes, concelho de Macedo de Cavaleiros.

Foi oficialmente aberto o Parque das Nogueiras, sitiado perto do largo principal da aldeia, que conta também com um parque infantil.

O nome faz mesmo alusão às árvores que antes ali existiam, e continuam a existir. Segundo contam populares também era um local que servia para depositar lixo, dada a sua proximidade com a estrada.

O presidente da União de Freguesia de Bornes e Burga diz que este parque era um sonho antigo. Agora a aldeia ganhou um novo espaço de convívio para todos. António Romão espera ainda que quem visite Bornes usufrua do espaço.

Opinião partilhada por Carlos Barroso.

O vice-presidente da Câmara Municipal de Macedo de Cavaleiros considera que será possível avós levarem os netos ao parque, num encontro intergeracional.

O autarca relembra que mais obras foram feitas na aldeia, com vista ao seu melhoramento.

O Parque das Nogueiras foi ontem inaugurado em Bornes, concelho de Macedo de Cavaleiros.

A obra ficou orçada em cerca de 40 mil euros, já somado o custo da compra do terreno.

Mais obras têm sido feitas na aldeia, com a colaboração da Câmara Municipal. Recentemente houve obras de requalificação de arruamentos e do largo da aldeia, que terão representado um investimento de 50 mil euros.

Escrito por ONDA LIVRE

Estudantes de Vinhais distinguidos com prémio de Mérito

Quinze estudantes do concelho de Vinhais foram distinguidos na passada sexta-feira com o Prémio Municipal de Mérito Escolar. O município distribuiu 3200 euros pelos melhores alunos do 4º ao 12º ano tendo como critérios a média do ano lectivo passado e a assiduidade.
Esta é uma forma incentivar os jovens a terem um bom desempenho escolar, que o município de Vinhais promove desde há 4 anos. Este ano foi anunciado um novo prémio que deverá ser atribuído já no próximo ano. 
O vereador da Educação, Roberto Afonso, explica que o objectivo é distinguir os alunos de Vinhais que ingressem no curso de medicina, homenageando o médico da terra, o Dr Álvaro Leite. “Estamos já a preparar um regulamento que pretende atribuir o prémio a todos os alunos do concelho de Vinhais que concluam o ensino secundário no Agrupamento de Escolas de Vinhais e que tenham entrada em medicina”, salienta o vereador. 
Uma das alunas que pode vir a receber este prémio é Daniela Pires. Tem 16 anos, frequenta o 11º ano e quer ingressar em medicina. Ganhou o prémio de melhor aluna do 10º ano mas é também a melhor aluna do secundário, com uma média de 19,14. 
O Prémio de Mérito já não é novidade para Daniela, uma vez que o tem conquistado todos os anos, desde que foi criado. A jovem garante que estuda sem pensar em ganhar o prémio mas admite que é boa ajuda para o futuro. “Sinceramente não penso muito no prémio mas nos objectivos que tenho e que preciso destas notas para conseguir o que quero. Se possível queria tirar medicina e especializar-me em neurologia”, conta a estudante . 
Ainda sem saber o que vai seguir mas igualmente satisfeita com a distinção está Jéssica Santos, de 10 anos. Ganhou o prémio do 4º ano e agradece a ajuda da professora e da mãe no sucesso escolar que obteve no ano passado. “Acho justo e graças à professora que nos incentivou e não nos deixou ir abaixo. Estudei, a minha mãe tirou-me as dúvidas e a professora também”, confessa Jéssica Santos que frequenta agora o 5º ano. 
O prémio Municipal de Mérito Escolar foi atribuído no Dia Nacional do Diploma, numa cerimónia que decorreu no Centro Cultural Solar dos Condes em Vinhais. 

Escrito por Brigantia.

Obras da APADI arrancam no próximo mês

As obras do Centro de Actividades Ocupacionais da Associação de Pais e Amigos do Diminuído Intelectual (APADI), em Bragança, devem começar já no próximo mês. O presidente da direcção da APADI, Jorge Novo, salienta que além deste projecto, o objectivo é remodelar o lar residencial, de forma a proporcionar melhores condições a utentes e funcionários da instituição.
“É um projecto que visa dar melhores condições aos 30 utentes que temos no Centro de Actividades Ocupacionais e, ao mesmo tempo, estamos já a pensar num outro projecto que é o lar residencial para darmos mais condições aos nossos utentes e aos nossos técnicos para poderem desenvolver o seu trabalho”, revela o responsável. 
As obras do Centro de Actividades Ocupacionais, que se prevê que estejam prontas em Setembro do próximo ano, representam um investimento de mais de 750 mil euros. Já a remodelação do lar residencial está orçada em 1 milhão e duzentos mil euros. Valores que Jorge Novo admite que representam um esforço financeiro instituição. “São obras que vão exigir da nossa parte bastante esforço financeiro mas contamos com o apoio das instituições e temos tido esse apoio, nomeadamente da Câmara Municipal e da Segurança Social e vamos ver se conseguimos candidatar estes projectos a alguns fundos comunitários”, salienta o presidente da instituição. 
Declarações à margem da comemoração dos 35 anos da APADI que juntou no sábado 300 pessoas num almoço convívio, que permitiu angariar cerca de 2400 euros para a instituição. A Associação de Pais e Amigos do Diminuído Intelectual tem nesta altura 107 utentes e 18 em lista de espera. 

Escrito por Brigantia