quinta-feira, 31 de março de 2016
Unidade de Ortopedia de Macedo continua a receber médicos estrangeiros em formação
A Unidade de Ortopedia de Macedo de Cavaleiros continua a receber médicos estrangeiros que vêm aprender as técnicas usadas no hospital transmontano.
Depois de croatas, brasileiros e sérvios, ontem foram dois profissionais bósnios que assistiram a duas cirurgias de colocação de uma prótese no joelho, para tratar a artrose.
Paulo Montanha, cirurgião da equipa, explica em que consiste.
“É uma cirurgia que faz parte do tratamento da artrose no joelho. É a última linha no tratamento a esta doença.
Em linguagem simples, é substituir a zona lesada da articulação por umas peças metálicas e de polietileno. Fazemos esta operação aqui em Macedo já há muito tempo. Temos uma parceira com um empresa, e o nosso número já nos permite ter alguma experiência na artroplastia. Daí a vinda de médicos bósnios. É a quarto ou quinto intercâmbio que temos deste género, com profissionais que são experientes, mas que não têm o nosso à-vontade a trabalhar, especificamente, com tipo de próteses.”
Parcerias que não vão ficar por aqui.
“O balanço é bom. É sempre bom aprender com pessoas que trabalham na medicina de forma diferente.
Provavelmente dentro de dois meses vem cá outro grupo.”
Tarik Kapidzic é um dos médicos que veio da Bósnia, que revela não levar só conhecimentos cirúrgicos da região.
Tarik Kapidzic (TK) – Aqui em Portugal é tudo muito bom. Os nossos colegas ajudam-nos, de coração. Temos aprendido e trocado experiências. E, claro, a comida e o vinho desta região são maravilhosos.
A revisão técnica é diferente. A companhia com que nós trabalhamos proporciona a troca de instrumentação, e há técnicas diferentes para proceder à operação.
Onda Livre – Agora vai aplicar estas técnicas no seu país?
TK – Sim, vamos replicar a operação, com a nova instrumentação.
No último ano e meio, foram realizadas na Unidade de Macedo de Cavaleiros mais de 260 atroplastias do joelho, operações realizadas sobretudo nos mais idosos.
De relembrar que este serviço tem o grau máximo de excelência clínica, e é um dos hospitais a nível europeu com mais experiência neste tipo de cirurgia.
Escrito por ONDA LIVRE
Depois de croatas, brasileiros e sérvios, ontem foram dois profissionais bósnios que assistiram a duas cirurgias de colocação de uma prótese no joelho, para tratar a artrose.
Paulo Montanha, cirurgião da equipa, explica em que consiste.
“É uma cirurgia que faz parte do tratamento da artrose no joelho. É a última linha no tratamento a esta doença.
Em linguagem simples, é substituir a zona lesada da articulação por umas peças metálicas e de polietileno. Fazemos esta operação aqui em Macedo já há muito tempo. Temos uma parceira com um empresa, e o nosso número já nos permite ter alguma experiência na artroplastia. Daí a vinda de médicos bósnios. É a quarto ou quinto intercâmbio que temos deste género, com profissionais que são experientes, mas que não têm o nosso à-vontade a trabalhar, especificamente, com tipo de próteses.”
Parcerias que não vão ficar por aqui.
“O balanço é bom. É sempre bom aprender com pessoas que trabalham na medicina de forma diferente.
Provavelmente dentro de dois meses vem cá outro grupo.”
Tarik Kapidzic é um dos médicos que veio da Bósnia, que revela não levar só conhecimentos cirúrgicos da região.
Tarik Kapidzic (TK) – Aqui em Portugal é tudo muito bom. Os nossos colegas ajudam-nos, de coração. Temos aprendido e trocado experiências. E, claro, a comida e o vinho desta região são maravilhosos.
A revisão técnica é diferente. A companhia com que nós trabalhamos proporciona a troca de instrumentação, e há técnicas diferentes para proceder à operação.
Onda Livre – Agora vai aplicar estas técnicas no seu país?
TK – Sim, vamos replicar a operação, com a nova instrumentação.
No último ano e meio, foram realizadas na Unidade de Macedo de Cavaleiros mais de 260 atroplastias do joelho, operações realizadas sobretudo nos mais idosos.
De relembrar que este serviço tem o grau máximo de excelência clínica, e é um dos hospitais a nível europeu com mais experiência neste tipo de cirurgia.
Escrito por ONDA LIVRE
Em Abril … VEM LIBERTAR UM POEMA
No âmbito das celebrações do 25 de abril, a autarquia de Miranda do Douro, desafia a população, bem como a comunidade escolar, e todos os que queiram participar na atividade em abril vem “libertar um poema”.
Os poemas devem ser enviados para o email cultura@cm-mdouro.pt, até ao dia 20 de abril. Os mesmos serão colocados na página de Facebook do município e restantes redes sociais.
Posteriormente, vão ser expostos e lidos, no dia 25 de abril, na Incubadora Cultural e Artística de Miranda do Douro.
No poema deve vir mencionado o nome, ou pseudónimo do poeta.
Poetas?! Somos nós todos!
Quem nunca escreveu um poema, de amor ou de desamor, de ânimo ou de desencanto, de luta ou de rendição?
Onde está esse poema? Com certeza guardado numa gaveta, perdido no tempo e sem tempo para respirar, para ter vida e conviver com outros poemas, também eles abandonados e esquecidos num arquivo de memórias que resistem ao tempo.
O poeta Garcia Lorca afirmou que a poesia não precisa de adeptos mas sim de afetos. Venham eles das memórias do passado ou das vivências do presente. Vamos dar razão ao poeta Gabriel Celaya quando proclamou que a poesia é uma arma carregada de futuro e vamos abrir as janelas de amanhã a esses poemas que jazem esquecidos nos jardins dos nossos sentimentos.
Vamos encontrar-nos, com poemas nas nossas mãos, na Incubadora Cultural e Artística (antiga prisão de Miranda do Douro), em tempos de celebração de Abril e da Liberdade. Vamos usar as chaves da poesia para abrir os portões de um espaço que sempre foi espaço de criatividade e de liberdade.
Venha ler-nos um dos seus poemas. E contar, se assim o quiser, a história desse poema que continua a fazer parte da sua vida. É um tempo de partilha que queremos viver consigo.
Vamos libertar um poema!
POEMAS DE AMOR
Alguém disse que não há poemas de amor mas sim apenas de desamor. Porque o amor é para viver e não deixa tempo livre para sobre ele escrevermos enquanto o estamos a viver. Seja como for, esses poemas falam do amor, são sobre o amor, esse sentimento múltiplo que é razão de ser fundamental da nossa existência.
POEMAS DE TERRA E GENTES
Vivemos em comunidade e escrevemos sobre a terra em que nascemos ou vivemos, com gente dentro, com pessoas que fazem parte da nossa vida em comunidade. Gente que admiramos e respeitamos, afinal pessoas que são, como escreveu Amadeu Ferreira, os verdadeiros, os mais autênticos monumentos destas terras.
POEMAS DE LUTA E LIBERDADE
Porque a liberdade é essência do ser humano, também cada um de nós com certeza em alguma altura escreveu versos que a exaltam e proclamam, aos mais diversos níveis, desde o sentimento individual até à dimensão coletiva. E que melhor maneira teríamos para celebrar Abril, que abriu um tempo novo de muitas liberdades a conquistar?
Que se abram as celas dos poemas encarcerados através dos quais expressamos a nossa vontade de viver amanhãs redentores de liberdade numa terra sem muros nem ameias, como canta José Afonso.
Os poemas devem ser enviados para o email cultura@cm-mdouro.pt, até ao dia 20 de abril. Os mesmos serão colocados na página de Facebook do município e restantes redes sociais.
Posteriormente, vão ser expostos e lidos, no dia 25 de abril, na Incubadora Cultural e Artística de Miranda do Douro.
No poema deve vir mencionado o nome, ou pseudónimo do poeta.
Poetas?! Somos nós todos!
Quem nunca escreveu um poema, de amor ou de desamor, de ânimo ou de desencanto, de luta ou de rendição?
Onde está esse poema? Com certeza guardado numa gaveta, perdido no tempo e sem tempo para respirar, para ter vida e conviver com outros poemas, também eles abandonados e esquecidos num arquivo de memórias que resistem ao tempo.
O poeta Garcia Lorca afirmou que a poesia não precisa de adeptos mas sim de afetos. Venham eles das memórias do passado ou das vivências do presente. Vamos dar razão ao poeta Gabriel Celaya quando proclamou que a poesia é uma arma carregada de futuro e vamos abrir as janelas de amanhã a esses poemas que jazem esquecidos nos jardins dos nossos sentimentos.
Vamos encontrar-nos, com poemas nas nossas mãos, na Incubadora Cultural e Artística (antiga prisão de Miranda do Douro), em tempos de celebração de Abril e da Liberdade. Vamos usar as chaves da poesia para abrir os portões de um espaço que sempre foi espaço de criatividade e de liberdade.
Venha ler-nos um dos seus poemas. E contar, se assim o quiser, a história desse poema que continua a fazer parte da sua vida. É um tempo de partilha que queremos viver consigo.
Vamos libertar um poema!
POEMAS DE AMOR
Alguém disse que não há poemas de amor mas sim apenas de desamor. Porque o amor é para viver e não deixa tempo livre para sobre ele escrevermos enquanto o estamos a viver. Seja como for, esses poemas falam do amor, são sobre o amor, esse sentimento múltiplo que é razão de ser fundamental da nossa existência.
POEMAS DE TERRA E GENTES
Vivemos em comunidade e escrevemos sobre a terra em que nascemos ou vivemos, com gente dentro, com pessoas que fazem parte da nossa vida em comunidade. Gente que admiramos e respeitamos, afinal pessoas que são, como escreveu Amadeu Ferreira, os verdadeiros, os mais autênticos monumentos destas terras.
POEMAS DE LUTA E LIBERDADE
Porque a liberdade é essência do ser humano, também cada um de nós com certeza em alguma altura escreveu versos que a exaltam e proclamam, aos mais diversos níveis, desde o sentimento individual até à dimensão coletiva. E que melhor maneira teríamos para celebrar Abril, que abriu um tempo novo de muitas liberdades a conquistar?
Que se abram as celas dos poemas encarcerados através dos quais expressamos a nossa vontade de viver amanhãs redentores de liberdade numa terra sem muros nem ameias, como canta José Afonso.
“Uma Bondade Perfeita” é o novo livro de Ernesto Rodrigues
O escritor transmontano Ernesto Rodrigues lança hoje o seu mais recente romance.
“Uma Bondade Perfeita”, assim se chama a obra, aborda um tema actual: os refugiados.
O autor revela que a ideia partiu da situação dos refugiados do Afeganistão em 2010. “Na época eram os refugiados do Afeganistão. A partir daí inventei a história de um psicopata que se serve desses miseráveis, de facto abandonados à sua sorte, para matar um a um a própria família.
Nesse quadro de dificuldades, de grandes massas de centenas de refugiados entre os quais está uma criança, que ele não sabe se é filho ou não, ele quer vingar-se da mulher que fugiu com esse criança aos dois anos sempre na dúvida se seria seu filho. Ele quer atrair a mulher que dirige uma organização não-governamental de apoio aos refugiados do lado de lá da fronteira, no Paquistão”, explica o escritor.
Ao sexto romance, o Ernesto Rodrigues aborda a questão dos refugiados que serve como pano de fundo para a história, mas dentro deste cenário surge o drama individual das personagens. “Na capa temos uma refugiada com um filho, mas em fundo está uma mãe com o seu menino, uma pintura do século XVI e portanto o contraste é muito vivo entre a serenidade dessa madona do século XVI e a angústia desta mãe do século XXI.
É um assunto que sendo da história actual tem depois os dramas, mesmo as tragédias individuais, e sobretudo como certas criaturas, neste caso até alguém que tinha veleidades políticas, exerce a violência doméstica em relação à primeira mulher e depois persegue esta segunda”, afirma.
A obra “Uma Bondade Perfeita”, o sexto romance de Ernesto Rodrigues, natural de Torre de Dona Chama, Mirandela, é apresentada esta tarde em Lisboa.
Escrito por Brigantia
“Uma Bondade Perfeita”, assim se chama a obra, aborda um tema actual: os refugiados.
O autor revela que a ideia partiu da situação dos refugiados do Afeganistão em 2010. “Na época eram os refugiados do Afeganistão. A partir daí inventei a história de um psicopata que se serve desses miseráveis, de facto abandonados à sua sorte, para matar um a um a própria família.
Nesse quadro de dificuldades, de grandes massas de centenas de refugiados entre os quais está uma criança, que ele não sabe se é filho ou não, ele quer vingar-se da mulher que fugiu com esse criança aos dois anos sempre na dúvida se seria seu filho. Ele quer atrair a mulher que dirige uma organização não-governamental de apoio aos refugiados do lado de lá da fronteira, no Paquistão”, explica o escritor.
Ao sexto romance, o Ernesto Rodrigues aborda a questão dos refugiados que serve como pano de fundo para a história, mas dentro deste cenário surge o drama individual das personagens. “Na capa temos uma refugiada com um filho, mas em fundo está uma mãe com o seu menino, uma pintura do século XVI e portanto o contraste é muito vivo entre a serenidade dessa madona do século XVI e a angústia desta mãe do século XXI.
É um assunto que sendo da história actual tem depois os dramas, mesmo as tragédias individuais, e sobretudo como certas criaturas, neste caso até alguém que tinha veleidades políticas, exerce a violência doméstica em relação à primeira mulher e depois persegue esta segunda”, afirma.
A obra “Uma Bondade Perfeita”, o sexto romance de Ernesto Rodrigues, natural de Torre de Dona Chama, Mirandela, é apresentada esta tarde em Lisboa.
Escrito por Brigantia
Vinhais nomeia novo júri para procedimento de contracção do empréstimo bancário
O Município de Vinhais anulou o procedimento para a contracção do empréstimo bancário no valor de mais de 2 milhões e meio de euros para obras de saneamento, arruamentos e requalificação de estradas, em várias localidades que são consideradas fundamentais e urgentes pela autarquia.
O despacho, assinado pelo presidente do Município de Vinhais no passado dia 21, e aprovado em reunião de Câmara esta terça-feira, determina ainda a nomeação de um novo júri, que deverá iniciar um novo procedimento.
Na base desta alteração, está, de acordo com o despacho a que a Brigantia teve acesso, o surgimento de “dúvidas relativamente ao impedimento a que um dos membros do júri do procedimento se encontrava” e, segundo o mesmo documento, “foi feito para que essas dúvidas sejam dissipadas e porque esse assunto é urgente”.
A anulação do procedimento anterior e o início do novo procedimento surgem depois de a oposição, neste caso a coligação PSD-CDS-PP ter denunciado aquilo que considera ser a “ausência de imparcialidade e integridade do júri do concurso, uma vez que o presidente do mesmo” era “o próprio Revisor Oficial de Contas do Município - Fernando Peixinho”, acusando-o, desta forma, de “comprometer o código de ética profissional a que está obrigado”.
O presidente da concelhia social-democrata de Vinhais, Carlos Almendra, classifica esta situação como “surreal” e “evitável”. “Trata-se de uma situação por um lado evitável, se tivesse sido dado ouvidos àquilo que foi defendido publicamente pelos dois partidos e pelos nossos representantes nos diferentes órgãos e, por outro lado, é até uma situação surreal, que no fundo parece que andamos a brincar com as liberações e com os órgãos autárquicos. Portanto, essa situação teria sido evitável se tivesse sido feito e dado ouvidos àquilo que nós tínhamos defendido, e que no fundo não é mais do que o primado da lei e da ética republicana nas decisões e nas deliberações que são tomadas pelos diferentes órgãos autárquicos”, sustenta Carlos Almendra.
O social-democrata insiste em sublinhar que não considera ético que o presidente do júri Revisor Oficial de Contas do Município. “Uma vez que está a intervir na selecção num contrato do município, havia, quanto a nós, uma violação do código de ética que deve nortear os revisores oficiais de contas e uma vez que ele vai rever as contas do município não faria sentido ele participar na elaboração das próprias contas através da constituição de um contrato ou da emissão de um parecer relativamente a um contrato. Foi isso que nós exprimimos.
Para além de outras situações, o próprio empréstimo que não devia ser um empréstimo para fazer novas obras, mas sim para pagar as obras que estão pendentes e que estão por realizar e por pagar nas juntas de freguesia”, considera o líder da concelhia do PSD. Contactado pela Brigantia, o presidente do Município de Vinhais, Américo Pereira, não quis comentar esta situação, remetendo para a informação que consta no despacho.
Fernando Peixinho também não quis prestar declarações sobre o assunto.
Escrito por Brigantia
O despacho, assinado pelo presidente do Município de Vinhais no passado dia 21, e aprovado em reunião de Câmara esta terça-feira, determina ainda a nomeação de um novo júri, que deverá iniciar um novo procedimento.
Na base desta alteração, está, de acordo com o despacho a que a Brigantia teve acesso, o surgimento de “dúvidas relativamente ao impedimento a que um dos membros do júri do procedimento se encontrava” e, segundo o mesmo documento, “foi feito para que essas dúvidas sejam dissipadas e porque esse assunto é urgente”.
A anulação do procedimento anterior e o início do novo procedimento surgem depois de a oposição, neste caso a coligação PSD-CDS-PP ter denunciado aquilo que considera ser a “ausência de imparcialidade e integridade do júri do concurso, uma vez que o presidente do mesmo” era “o próprio Revisor Oficial de Contas do Município - Fernando Peixinho”, acusando-o, desta forma, de “comprometer o código de ética profissional a que está obrigado”.
O presidente da concelhia social-democrata de Vinhais, Carlos Almendra, classifica esta situação como “surreal” e “evitável”. “Trata-se de uma situação por um lado evitável, se tivesse sido dado ouvidos àquilo que foi defendido publicamente pelos dois partidos e pelos nossos representantes nos diferentes órgãos e, por outro lado, é até uma situação surreal, que no fundo parece que andamos a brincar com as liberações e com os órgãos autárquicos. Portanto, essa situação teria sido evitável se tivesse sido feito e dado ouvidos àquilo que nós tínhamos defendido, e que no fundo não é mais do que o primado da lei e da ética republicana nas decisões e nas deliberações que são tomadas pelos diferentes órgãos autárquicos”, sustenta Carlos Almendra.
O social-democrata insiste em sublinhar que não considera ético que o presidente do júri Revisor Oficial de Contas do Município. “Uma vez que está a intervir na selecção num contrato do município, havia, quanto a nós, uma violação do código de ética que deve nortear os revisores oficiais de contas e uma vez que ele vai rever as contas do município não faria sentido ele participar na elaboração das próprias contas através da constituição de um contrato ou da emissão de um parecer relativamente a um contrato. Foi isso que nós exprimimos.
Para além de outras situações, o próprio empréstimo que não devia ser um empréstimo para fazer novas obras, mas sim para pagar as obras que estão pendentes e que estão por realizar e por pagar nas juntas de freguesia”, considera o líder da concelhia do PSD. Contactado pela Brigantia, o presidente do Município de Vinhais, Américo Pereira, não quis comentar esta situação, remetendo para a informação que consta no despacho.
Fernando Peixinho também não quis prestar declarações sobre o assunto.
Escrito por Brigantia
Outro incêndio no centro da cidade de Bragança
O incêndio numa chaminé de um prédio, nas traseiras do edifício dos CTT, em Bragança, provocou alguma apreensão na segunda-feira ao final do dia.
Depois do incêndio na sala de cinema da Torralta, o sobressalto para situações do género é maior, até porque são vários os edifícios no centro histórico que albergam visitas indesejáveis e que, um dia, podem propiciar a tragédia.
À atenção das autoridades.
in:mdb.pt
Depois do incêndio na sala de cinema da Torralta, o sobressalto para situações do género é maior, até porque são vários os edifícios no centro histórico que albergam visitas indesejáveis e que, um dia, podem propiciar a tragédia.
À atenção das autoridades.
in:mdb.pt
Motociclismo - Entrevista a Bruna Lopes // “Espero ter apoios para toda a temporada”
Depois de um ano em que se sagrou campeã nacional de 80cc e fez história por ser a primeira rapariga a vencer numa categoria mista, aos 13 anos, Bruna Lopes enfrenta a nova época com o objetivo de conseguir chergar ao fim da temporada no Campeonato Espanhol, mais competitivo. Mas a falta de apoiso ameaça travar o sonho.
Mensageiro de Bragança: O que espera este ano?
Bruna Lopes: Espero que consiga terminar o campeonato, terminar todas as provas e lutar por lugares cimeiros.
MB.: Ainda não tem apoios garantidos para as provas todas?
BL.: Não, não tenho. Sei que vou fazer a primeira e a segunda prova. O resto ainda não sei.
MB.: Como vê esta situação, depois de ter sido a primeira mulher a sagrar-se campeã nacional?
BL.: É bastante complicado. Gosto do que faço e não continuar por falta de apoios deixa-me triste. Saber que não há muitas pessoas a apoiar a modalidade nem a mim mesma é bastante complicado. Questiono-me sobre o porquê de isso acontecer. Temos muitos jovens em Portugal que poderiam ir mais além. Eu, por exemplo, não sei se consigo chegar a ser piloto de alta competição ou não. Mas, se não tentar, nunca saberei aonde posso chegar. E deixa-me triste não haver gente a apoiar isto.
MB.: A falta de apoios tem a ver com o facto de ser um projeto de Bragança, longe dos grandes centros?
BL.: Em Portugal, é um desporto que não tem visibilidade, pelo qual as pessoas não se interessam. Só se focam no futebol. Todos os apoios, como as cervejeiras, comunicações, vão para o futebol. Mas se apostassem noutro tipo de desporto, como o motociclismo, poderia haver mais resultados.
in:mdb.pt
Mensageiro de Bragança: O que espera este ano?
Bruna Lopes: Espero que consiga terminar o campeonato, terminar todas as provas e lutar por lugares cimeiros.
MB.: Ainda não tem apoios garantidos para as provas todas?
BL.: Não, não tenho. Sei que vou fazer a primeira e a segunda prova. O resto ainda não sei.
MB.: Como vê esta situação, depois de ter sido a primeira mulher a sagrar-se campeã nacional?
BL.: É bastante complicado. Gosto do que faço e não continuar por falta de apoios deixa-me triste. Saber que não há muitas pessoas a apoiar a modalidade nem a mim mesma é bastante complicado. Questiono-me sobre o porquê de isso acontecer. Temos muitos jovens em Portugal que poderiam ir mais além. Eu, por exemplo, não sei se consigo chegar a ser piloto de alta competição ou não. Mas, se não tentar, nunca saberei aonde posso chegar. E deixa-me triste não haver gente a apoiar isto.
MB.: A falta de apoios tem a ver com o facto de ser um projeto de Bragança, longe dos grandes centros?
BL.: Em Portugal, é um desporto que não tem visibilidade, pelo qual as pessoas não se interessam. Só se focam no futebol. Todos os apoios, como as cervejeiras, comunicações, vão para o futebol. Mas se apostassem noutro tipo de desporto, como o motociclismo, poderia haver mais resultados.
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Miranda do Douro // Os irlandeses Full Set e os portugueses Trasga no Intercéltico de Sendim
O Festival Intercéltico de Sendim, em Miranda do Douro, tem a programação fechada, abrindo portas a grupos emergentes na cena da música folk europeia, onde os “cabeça de cartaz” são os irlandeses Full Set e os portugueses Trasga.
A 17.ª edição do FIS, promovida pela Sons da Terra e com apoios institucionais da Câmara de Miranda do Douro, vai decorrer entre os dias 04 e 06 de agosto.
O largo D. João III, em Miranda do Douro, acolhe a abertura do festival com as atuações dos portugueses Andarilho 2.0, e dos Almez que vêm da província espanhola de Castilha la Mancha.
Já no segundo dia, e de regresso a Sendim, e ao Parque das Eiras, a Orquestra de Foles fazem a celebração Intercéltica com a companhia de Pepe Vaamonde Grupo (Galiza), haverá ainda palco para uma nova atuação dos Almez.
O último dia dos FIS (06 de agosto) ficará marcado pelas autuações do Full Set, que de acordo com o diretor do festival de música, Mário Correia, são uma ”grande promessa” da folk europeia.
in:mdb.pt
A 17.ª edição do FIS, promovida pela Sons da Terra e com apoios institucionais da Câmara de Miranda do Douro, vai decorrer entre os dias 04 e 06 de agosto.
O largo D. João III, em Miranda do Douro, acolhe a abertura do festival com as atuações dos portugueses Andarilho 2.0, e dos Almez que vêm da província espanhola de Castilha la Mancha.
Já no segundo dia, e de regresso a Sendim, e ao Parque das Eiras, a Orquestra de Foles fazem a celebração Intercéltica com a companhia de Pepe Vaamonde Grupo (Galiza), haverá ainda palco para uma nova atuação dos Almez.
O último dia dos FIS (06 de agosto) ficará marcado pelas autuações do Full Set, que de acordo com o diretor do festival de música, Mário Correia, são uma ”grande promessa” da folk europeia.
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Mirandela // Câmara ajuda a pagar a renda a novas lojas
Cerca de uma dezena de lojas, que abriram nos últimos meses, está a beneficiar da ajuda do Município, no valor de 1200 euros, para ajudar a pagar a renda, e há mais três candidatas.
O incentivo durante seis meses já contemplou lojas de diferentes ramos, desde informática, comunicação, prestação de serviços ou costura. A aposta da autarquia é “essencialmente em setores deficitários e zonas deprimidas da cidade”, afirma o presidente da Câmara de Mirandela, António Branco, que faz questão de ressalvar que não irá apoiar oferta que já existe em abundância e que é responsável pela dinâmica económica do concelho, como é o caso das lojas de produtos regionais, onde sobressai a alheira de Mirandela.
Também está em fase de conclusão, o regulamento do programa “Emprego Já” que vai atribuir mil euros às empresas por cada posto de trabalho fixo que criarem, pelo menos, durante três anos.
O incentivo será pago em duas tranches: a primeira no ato da contratação e a segunda passados 12 meses. Estas medidas constam da estratégia delineada pelo Gabinete de Apoio à Empresa e ao Empreendedor (GAEE).
in:mdb.pt
O incentivo durante seis meses já contemplou lojas de diferentes ramos, desde informática, comunicação, prestação de serviços ou costura. A aposta da autarquia é “essencialmente em setores deficitários e zonas deprimidas da cidade”, afirma o presidente da Câmara de Mirandela, António Branco, que faz questão de ressalvar que não irá apoiar oferta que já existe em abundância e que é responsável pela dinâmica económica do concelho, como é o caso das lojas de produtos regionais, onde sobressai a alheira de Mirandela.
Também está em fase de conclusão, o regulamento do programa “Emprego Já” que vai atribuir mil euros às empresas por cada posto de trabalho fixo que criarem, pelo menos, durante três anos.
O incentivo será pago em duas tranches: a primeira no ato da contratação e a segunda passados 12 meses. Estas medidas constam da estratégia delineada pelo Gabinete de Apoio à Empresa e ao Empreendedor (GAEE).
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Mirandela // Centenas de projetos rurais em causa devido a atraso na abertura dos programas
As associações de desenvolvimento local estão preocupadas com o significativo atraso no lançamento dos programas para apoio a projetos destinados ao desenvolvimento rural.
Só a DESTEQUE - Associação de Desenvolvimento da Terra Quente Transmontana – tem mais de uma centena de intenções de candidatura em espera. “Estamos há cerca de meio ano à espera que os programas abram os concursos e isso é muito complicado de gerir”, explica a coordenadora técnica da DESTEQUE, admitindo que a situação “pode levar alguns promotores a desistir dos seus investimentos”, revela Aurora Ribeiro.
Para além deste problema, diz ser “escandaloso” o envelope financeiro disponível no FEDER, de apenas 900 mil euros, para distribuir, nos próximos cinco anos, pelos cinco concelhos da sua área de abrangência: Mirandela, Macedo de Cavaleiros, Alfândega da Fé, Carrazeda de Ansiães e Vila Flor. “É claramente uma verba muito escassa. Vamos precisar que na revisão do programa, em 2018, sejamos reforçados largamente nas verbas FEDER”, sustenta.
in:mdb.pt
Só a DESTEQUE - Associação de Desenvolvimento da Terra Quente Transmontana – tem mais de uma centena de intenções de candidatura em espera. “Estamos há cerca de meio ano à espera que os programas abram os concursos e isso é muito complicado de gerir”, explica a coordenadora técnica da DESTEQUE, admitindo que a situação “pode levar alguns promotores a desistir dos seus investimentos”, revela Aurora Ribeiro.
Para além deste problema, diz ser “escandaloso” o envelope financeiro disponível no FEDER, de apenas 900 mil euros, para distribuir, nos próximos cinco anos, pelos cinco concelhos da sua área de abrangência: Mirandela, Macedo de Cavaleiros, Alfândega da Fé, Carrazeda de Ansiães e Vila Flor. “É claramente uma verba muito escassa. Vamos precisar que na revisão do programa, em 2018, sejamos reforçados largamente nas verbas FEDER”, sustenta.
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Macedo de Cavaleiros // João Venceslau regressa ao comando dos bombeiros
A Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) já homologou João Venceslau como comandante dos Bombeiros Voluntários de Macedo de Cavaleiros, cujo nome havia sido proposto pela associação humanitária e por duas vezes rejeitado.
João Venceslau, mais conhecido como comandante 'Joca' estava há cerca de um ano e meio afastado do comando depois de ter saído para ocupar o cargo de segundo comandante Operacional Distrital, do qual acabou por pedir a demissão uns meses após a nomeação. O visado havia avançado com ações para o Tribunal Administrativo e Fiscal de Mirandela, que lhe foram favoráveis e a ANPC acabou por deixar cair o processo.
A proposta de nomeação de João Venceslau foi vetada duas vezes pela ANPC "por não estarem reunidas condições para dar continuidade à nomeação", segundo a informação que chegou à associação humanitária tendo, inclusivamente sugerido que a associação devia propor um novo elemento.
in:mdb.pt
João Venceslau, mais conhecido como comandante 'Joca' estava há cerca de um ano e meio afastado do comando depois de ter saído para ocupar o cargo de segundo comandante Operacional Distrital, do qual acabou por pedir a demissão uns meses após a nomeação. O visado havia avançado com ações para o Tribunal Administrativo e Fiscal de Mirandela, que lhe foram favoráveis e a ANPC acabou por deixar cair o processo.
A proposta de nomeação de João Venceslau foi vetada duas vezes pela ANPC "por não estarem reunidas condições para dar continuidade à nomeação", segundo a informação que chegou à associação humanitária tendo, inclusivamente sugerido que a associação devia propor um novo elemento.
in:mdb.pt
Tracção animal não passou de moda e há quem faça cursos para aprender
Numa altura em que as máquinas vão conquistando terreno na agricultura ainda há quem queira aprender a arrear um burro ou lavrar com uma mula ou um cavalo, a usar só um animal ou a combinação de vários. Até há quem frequente cursos de formação para adquirir esse saber que os agricultores foram imortalizado entre gerações, mas que tem sido deixado de lado sobretudo por causa dos tratores.
A Associação Portuguesa de Tração Animal (APTRAN) realiza cursos para ensinar a lavrar com animais e estes têm uma procura cada vez maior, o último decorreu na Escola Superior Agrária (ESA) entre 18 e 23 de março.
in:mdb.pt
A Associação Portuguesa de Tração Animal (APTRAN) realiza cursos para ensinar a lavrar com animais e estes têm uma procura cada vez maior, o último decorreu na Escola Superior Agrária (ESA) entre 18 e 23 de março.
in:mdb.pt
Proposta de portagem para os cerca de 26 km da Autoestrada do Marão
Associações empresariais do Douro e Trás-os-Montes reivindicam ao Governo preços acessíveis e competitivos nas portagens da nova Autoestrada do Marão, que deverá ligar Amarante a Vila Real a partir de abril.
O presidente da Infraestruturas de Portugal (IP), António Ramalho, já afirmou que a proposta de portagem para os cerca de 26 quilómetros da Autoestrada do Marão ronda os dois euros (classe 1), um valor que disse ser "substancialmente mais baixo" do previsto inicialmente, que era de três euros, e possível por causa do financiamento comunitário da empreitada.
Os valores a cobrar serão fixados pelo Governo e, até ao momento, ainda não foram anunciados.
Desde o início que o projeto desta autoestrada prevê o pagamento de portagens, no entanto, numa região onde as empresas e utentes se queixam de pagar as portagens "mais caras do país" na A24 (Viseu, Vila Real, Chaves), reivindicam-se agora "valores mais acessíveis e competitivos" para a nova via.
O presidente da Associação Empresarial de Vila Real, Luís Tão, lembrou que esta "foi anunciada como a autoestrada da justiça para a região transmontana".
Agora, na sua opinião, para que essa justiça "fosse real" as portagens teriam que "ser zero" pelo período correspondente ao atraso que existe neste território.
"Dever-se-ia avaliar o atraso desta região e se avaliássemos que 30 anos é o valor do atraso, nós durante esses 30 anos não devíamos ter de pagar portagens", sustentou.
Não sendo possível, Luís Tão defendeu que os preços a cobrar devem "ser competitivos".
"Neste momento, vemos que é tudo a encarecer os custos de produção e, se os conseguirmos baixar, mais concorrenciais e competitivos serão os nossos produtos e as nossas empresas", afirmou à agência Lusa.
Em Trás-os-Montes e no Douro, os principais produtos exportadores são o granito e os vinhos.
A Associação dos Industriais do Granito (AIGRA), com sede em Vila Pouca de Aguiar, também se associa à reivindicação por preços acessíveis para a nova autoestrada.
O presidente da associação, Domingos Ribeiro, referiu que há muito granito a ser exportado pelo porto de Leixões e que, por isso, a Autoestrada do Marão que liga à A4, em Amarante, é mais uma opção para as empresas.
"É óbvio que qualquer novo custo vai influenciar. Neste momento, os custos já são tantos, entre combustíveis e portagens, que as contas são feitas encomenda a encomenda, porque está sempre tudo a mudar", frisou o empresário.
No entanto, segundo referiu, há outras contas que têm que ser feitas, como ao combustível que as viaturas pesadas gastam nas subidas da serra do Marão, pelo Itinerário Principal 4 (IP4), o desgaste da viatura e o tempo da viagem.
Nessa soma, a viagem pelo túnel que rasga a serra poderá ficar "mais em conta", mas, na sua opinião, tudo dependerá do preço da portagem.
Atualmente, ainda há muitas empresas de vinhos do Douro que optam por fazer os transportes pela sinuosa estrada nacional que liga Peso da Régua a Mesão Frio e Amarante.
António Saraiva, da Associação das Empresas de Vinho do Porto (AEVP), salientou que, com a nova via e se o custo for competitivo, muitas empresas poderão optar por esta autoestrada.
"Trata-se de uma obra muito importante", frisou António Saraiva.
Agência Lusa
O presidente da Infraestruturas de Portugal (IP), António Ramalho, já afirmou que a proposta de portagem para os cerca de 26 quilómetros da Autoestrada do Marão ronda os dois euros (classe 1), um valor que disse ser "substancialmente mais baixo" do previsto inicialmente, que era de três euros, e possível por causa do financiamento comunitário da empreitada.
Os valores a cobrar serão fixados pelo Governo e, até ao momento, ainda não foram anunciados.
Desde o início que o projeto desta autoestrada prevê o pagamento de portagens, no entanto, numa região onde as empresas e utentes se queixam de pagar as portagens "mais caras do país" na A24 (Viseu, Vila Real, Chaves), reivindicam-se agora "valores mais acessíveis e competitivos" para a nova via.
O presidente da Associação Empresarial de Vila Real, Luís Tão, lembrou que esta "foi anunciada como a autoestrada da justiça para a região transmontana".
Agora, na sua opinião, para que essa justiça "fosse real" as portagens teriam que "ser zero" pelo período correspondente ao atraso que existe neste território.
"Dever-se-ia avaliar o atraso desta região e se avaliássemos que 30 anos é o valor do atraso, nós durante esses 30 anos não devíamos ter de pagar portagens", sustentou.
Não sendo possível, Luís Tão defendeu que os preços a cobrar devem "ser competitivos".
"Neste momento, vemos que é tudo a encarecer os custos de produção e, se os conseguirmos baixar, mais concorrenciais e competitivos serão os nossos produtos e as nossas empresas", afirmou à agência Lusa.
Em Trás-os-Montes e no Douro, os principais produtos exportadores são o granito e os vinhos.
A Associação dos Industriais do Granito (AIGRA), com sede em Vila Pouca de Aguiar, também se associa à reivindicação por preços acessíveis para a nova autoestrada.
O presidente da associação, Domingos Ribeiro, referiu que há muito granito a ser exportado pelo porto de Leixões e que, por isso, a Autoestrada do Marão que liga à A4, em Amarante, é mais uma opção para as empresas.
"É óbvio que qualquer novo custo vai influenciar. Neste momento, os custos já são tantos, entre combustíveis e portagens, que as contas são feitas encomenda a encomenda, porque está sempre tudo a mudar", frisou o empresário.
No entanto, segundo referiu, há outras contas que têm que ser feitas, como ao combustível que as viaturas pesadas gastam nas subidas da serra do Marão, pelo Itinerário Principal 4 (IP4), o desgaste da viatura e o tempo da viagem.
Nessa soma, a viagem pelo túnel que rasga a serra poderá ficar "mais em conta", mas, na sua opinião, tudo dependerá do preço da portagem.
Atualmente, ainda há muitas empresas de vinhos do Douro que optam por fazer os transportes pela sinuosa estrada nacional que liga Peso da Régua a Mesão Frio e Amarante.
António Saraiva, da Associação das Empresas de Vinho do Porto (AEVP), salientou que, com a nova via e se o custo for competitivo, muitas empresas poderão optar por esta autoestrada.
"Trata-se de uma obra muito importante", frisou António Saraiva.
Agência Lusa
Apresentado projeto de Arquitetura para antigo Asilo e Capela do Convento de S. Francisco em Torre de Moncorvo
No passado dia 11 Março foi apresentado, por uma equipa da Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa, o projeto de arquitetura para o antigo Asilo e Capela do Convento de S. Francisco.
A apresentação teve lugar no Salão Nobre dos Paços do concelho e contou também com a presença do Presidente da Câmara Municipal de Torre de Moncorvo, Nuno Gonçalves, do Presidente da Fundação Francisco António Meireles, António Moreira, do Vice-Presidente da Câmara Municipal de Torre de Moncorvo, Victor Moreira e de um arquiteto e engenheiro civil da mesma instituição. Pretende-se criar neste espaço um Hotel com Spa, um conceito que englobe o enoturismo, a produção vinícola e o bem-estar.
Após várias reuniões de trabalho com as entidades promotoras surge agora o projeto que contempla 3 edifícios: o antigo asilo, onde será implementado o hotel que terá a particularidade de ser constituído por apartamentos, quartos em grupo para jovens e quartos com acesso facilitado a pessoas com mobilidade reduzida, a Capela do Convento de S. Francisco, onde será instalado um spa e será ainda criado um edifício, inserido na arquitetura existente, onde ficará uma adega com parte destinada à produção, ao estágio do vinho e de venda ao público.
in:noticiasdonordeste.pt
A apresentação teve lugar no Salão Nobre dos Paços do concelho e contou também com a presença do Presidente da Câmara Municipal de Torre de Moncorvo, Nuno Gonçalves, do Presidente da Fundação Francisco António Meireles, António Moreira, do Vice-Presidente da Câmara Municipal de Torre de Moncorvo, Victor Moreira e de um arquiteto e engenheiro civil da mesma instituição. Pretende-se criar neste espaço um Hotel com Spa, um conceito que englobe o enoturismo, a produção vinícola e o bem-estar.
Após várias reuniões de trabalho com as entidades promotoras surge agora o projeto que contempla 3 edifícios: o antigo asilo, onde será implementado o hotel que terá a particularidade de ser constituído por apartamentos, quartos em grupo para jovens e quartos com acesso facilitado a pessoas com mobilidade reduzida, a Capela do Convento de S. Francisco, onde será instalado um spa e será ainda criado um edifício, inserido na arquitetura existente, onde ficará uma adega com parte destinada à produção, ao estágio do vinho e de venda ao público.
in:noticiasdonordeste.pt
Empresas querem optar pelo Túnel do Marão mas ainda fazem contas às portagens
As empresas de Vila Real querem vir a usar o Túnel do Marão, inserido na nova autoestrada que deverá entrar em funcionamento em abril, mas algumas ainda estão a fazer as contas ao custo da portagem.
Com a nova via de 26 quilómetros, fica concluída a ligação do Porto, Vila Real e Bragança por autoestrada (A4).
A Infraestruturas de Portugal (IP) já disse que a proposta de portagem ronda os dois euros (classe 1), mas os valores a cobrar serão fixados pelo Governo e, até ao momento, ainda não foram anunciados.
Apesar da portagem, os empresários de Vila Real acreditam que a viagem que vai passar pelo túnel rodoviário de quase seis quilómetros "vai compensar".
Carlos Sanfins está à frente de uma empresa de distribuição de peixe que praticamente todos os dias vai às lotas de Matosinhos, Póvoa ou Aveiro buscar o produto que depois vende um pouco por toda a região transmontana.
"Tudo depende do valor da portagem, mas se for entre os quatro a cinco euros para os nossos veículos (classe 2) vai compensar, principalmente na viagem de regresso porque os carros vêm carregados e, na subida da serra do Marão pelo Itinerário Principal 4 (IP4), gastam muito gasóleo", afirmou à agência Lusa.
A acrescentar aos custos do combustível estão ainda o desgaste dos veículos e o tempo de viagem. Pela nova autoestrada são menos quilómetros e o trajeto fica mais rápido.
Por isso, Carlos Sanfins referiu que a viagem de regresso será feita na nova via e a de ida para o litoral vai depender do fator custo.
"No Marão são 12 quilómetros a subir e o carro consome na ordem os 30 a 35 litros aos 100 quilómetros. Só nesses 12 quilómetros devemos gastar cerca de seis a sete euros de gasóleo, mais o desgaste do carro de ele vir ali a puxar. Assim, os quatro ou cinco euros de portagem compensam", frisou.
Esta empresa que tem sede na Portela, em Vila Real, possui 14 veículos e gasta entre 15.000 a 16.000 euros por ano em portagens.
Jorge Santos, da transportadora Rodonorte, afirmou à agência Lusa que a empresa vai passar a utilizar o Túnel do Marão, uma solução que diminuirá o tempo da viagem para o Porto e também para Lisboa.
"A nossa intenção é assegurar que os nossos passageiros tenham uma viagem cómoda e no mais curto espaço de tempo possível", frisou.
Jorge Santos salientou que, mesmo que exista um aumento dos gastos da empresa por causa da portagem, este poderá ser colmatado com um menor gasto em termos de manutenção das viaturas.
"Como o IP4 tem uma subida muito acentuada, tem também um maior desgaste de material. Com a utilização do túnel temos a convicção de que iremos ter um menor gasto em termos de manutenção e consumo de combustível", sublinhou.
A Kathrein Automotive está, neste momento, a apostar em Vila Real para ser a principal fábrica produtiva do grupo e abastecer o mercado europeu.
O grupo alemão possui uma fábrica de componentes para automóveis que produz antenas e, entre os seus clientes estão marcas como a BMW, a Mercedes, a Audi, a Volvo ou a Ford, com a produção transmontana a seguir viagem para toda a Europa.
Segundo um dos responsáveis pela empresa, Miguel Pinto, o Túnel do Marão vai passar a ser uma solução para esta empresa por uma questão de rapidez e de segurança, frisando que, por vezes, um atraso numa encomenda pode trazer custos elevados e que, por isso, o preço a pagar pela portagem justifica.
A matéria-prima para esta empresa vem normalmente do exterior e chega ao Porto de Leixões por via marítima, seguindo depois de transporte rodoviário para Vila Real. Os equipamentos são exportados principalmente por carrinhas.
PLI // MSP
Lusa/Fim
Com a nova via de 26 quilómetros, fica concluída a ligação do Porto, Vila Real e Bragança por autoestrada (A4).
A Infraestruturas de Portugal (IP) já disse que a proposta de portagem ronda os dois euros (classe 1), mas os valores a cobrar serão fixados pelo Governo e, até ao momento, ainda não foram anunciados.
Apesar da portagem, os empresários de Vila Real acreditam que a viagem que vai passar pelo túnel rodoviário de quase seis quilómetros "vai compensar".
Carlos Sanfins está à frente de uma empresa de distribuição de peixe que praticamente todos os dias vai às lotas de Matosinhos, Póvoa ou Aveiro buscar o produto que depois vende um pouco por toda a região transmontana.
"Tudo depende do valor da portagem, mas se for entre os quatro a cinco euros para os nossos veículos (classe 2) vai compensar, principalmente na viagem de regresso porque os carros vêm carregados e, na subida da serra do Marão pelo Itinerário Principal 4 (IP4), gastam muito gasóleo", afirmou à agência Lusa.
A acrescentar aos custos do combustível estão ainda o desgaste dos veículos e o tempo de viagem. Pela nova autoestrada são menos quilómetros e o trajeto fica mais rápido.
Por isso, Carlos Sanfins referiu que a viagem de regresso será feita na nova via e a de ida para o litoral vai depender do fator custo.
"No Marão são 12 quilómetros a subir e o carro consome na ordem os 30 a 35 litros aos 100 quilómetros. Só nesses 12 quilómetros devemos gastar cerca de seis a sete euros de gasóleo, mais o desgaste do carro de ele vir ali a puxar. Assim, os quatro ou cinco euros de portagem compensam", frisou.
Esta empresa que tem sede na Portela, em Vila Real, possui 14 veículos e gasta entre 15.000 a 16.000 euros por ano em portagens.
Jorge Santos, da transportadora Rodonorte, afirmou à agência Lusa que a empresa vai passar a utilizar o Túnel do Marão, uma solução que diminuirá o tempo da viagem para o Porto e também para Lisboa.
"A nossa intenção é assegurar que os nossos passageiros tenham uma viagem cómoda e no mais curto espaço de tempo possível", frisou.
Jorge Santos salientou que, mesmo que exista um aumento dos gastos da empresa por causa da portagem, este poderá ser colmatado com um menor gasto em termos de manutenção das viaturas.
"Como o IP4 tem uma subida muito acentuada, tem também um maior desgaste de material. Com a utilização do túnel temos a convicção de que iremos ter um menor gasto em termos de manutenção e consumo de combustível", sublinhou.
A Kathrein Automotive está, neste momento, a apostar em Vila Real para ser a principal fábrica produtiva do grupo e abastecer o mercado europeu.
O grupo alemão possui uma fábrica de componentes para automóveis que produz antenas e, entre os seus clientes estão marcas como a BMW, a Mercedes, a Audi, a Volvo ou a Ford, com a produção transmontana a seguir viagem para toda a Europa.
Segundo um dos responsáveis pela empresa, Miguel Pinto, o Túnel do Marão vai passar a ser uma solução para esta empresa por uma questão de rapidez e de segurança, frisando que, por vezes, um atraso numa encomenda pode trazer custos elevados e que, por isso, o preço a pagar pela portagem justifica.
A matéria-prima para esta empresa vem normalmente do exterior e chega ao Porto de Leixões por via marítima, seguindo depois de transporte rodoviário para Vila Real. Os equipamentos são exportados principalmente por carrinhas.
PLI // MSP
Lusa/Fim
Incêndio na central hidroelétrica de Miranda do Douro já foi extinto
Miranda do Douro, Bragança, 31 mar (Lusa) - O incêndio que deflagrou hoje num transformador de "alta potência" da central hidroelétrica de Miranda do Douro foi dado como extinto cerca das 04:40, disse fonte do Centro Distrital de Operações de Socorro de Bragança.
De acordo com a fonte, as causas do incêndio, que deflagrou hoje cerca das 00:30, ainda estão a ser apuradas.
Em declarações à Lusa durante a madrugada, o comandante dos bombeiros de Miranda do Douro, Luís Martins, explicou que "as altas temperaturas que se registaram no início do incêndio, aliadas ao possível risco de explosão de componentes do transformador, levou os operacionais no terreno a tomarem as devidas precauções".
No local estiveram os bombeiros de Miranda do Douro, com 22 homens, auxiliados por seis viaturas.
PM/(FYP) // ARA
Lusa/Fim
De acordo com a fonte, as causas do incêndio, que deflagrou hoje cerca das 00:30, ainda estão a ser apuradas.
Em declarações à Lusa durante a madrugada, o comandante dos bombeiros de Miranda do Douro, Luís Martins, explicou que "as altas temperaturas que se registaram no início do incêndio, aliadas ao possível risco de explosão de componentes do transformador, levou os operacionais no terreno a tomarem as devidas precauções".
No local estiveram os bombeiros de Miranda do Douro, com 22 homens, auxiliados por seis viaturas.
PM/(FYP) // ARA
Lusa/Fim
quarta-feira, 30 de março de 2016
Bragança // Imagem do Sagrado Coração de Maria roubada e profanada
O nicho do Sagrado Coração de Maria, instalado Alameda de Santa Apolónia, em Bragança, foi vandalizado e a imagem furtada e profanada, tudo indica durante a madrugada desta quarta-feira.
Presume-se que a imagem tenha sido arrastada pelo chão, uma vez que foram encontrados pedaços em vários locais do Bairro Artur Mirandela, mas a santa, ou o que resta dela, ainda não foi encontrada.
O nicho foi construído há cerca de 30 anos e a festa anual realiza-se nos dias 14 e 15 de maio.
A PSP de Bragança confirma que esteve no local e registou a ocorrência, nomeadamente o furto e os estragos no local, como por exemplo os vidros partidos.
in:mdb.pt
Presume-se que a imagem tenha sido arrastada pelo chão, uma vez que foram encontrados pedaços em vários locais do Bairro Artur Mirandela, mas a santa, ou o que resta dela, ainda não foi encontrada.
O nicho foi construído há cerca de 30 anos e a festa anual realiza-se nos dias 14 e 15 de maio.
A PSP de Bragança confirma que esteve no local e registou a ocorrência, nomeadamente o furto e os estragos no local, como por exemplo os vidros partidos.
in:mdb.pt
OPERAÇÃO PÁSCOA – GNR - Comando Territorial de Bragança. Mais acidentes do que em 2015, mas sem vítimas mortais
Durante os quatro dias da Operação Páscoa, o Comando Territorial de Bragança da GNR registou 11 acidentes e 3 feridos leves, sendo que 760 condutores foram fiscalizados e desses 95 foram autuados.
Entre o dia 24 e o dia 27 de março, o Comando Territorial de Bragança da Guarda Nacional Republicana (GNR) intensificou o patrulhamento e a fiscalização rodoviária, com particular incidência nas vias mais críticas da sua zona de ação, com o objetivo de combater a sinistralidade rodoviária, regular o trânsito e garantir o apoio a todos os utentes das vias, proporcionando-lhes uma deslocação em segurança para os locais de origem.
Durante os quatro dias de Operação e, comparativamente à “Operação Páscoa 2015”, que decorreu de 2 a 5 de abril do ano transato, registaram-se mais três acidentes, 11 no total, e três feridos leves, o mesmo número que em 2015.
Dos cerca de 760 condutores fiscalizados, foram registadas diversas infrações, destacando-se seis por condução sob a influência do álcool, destes dois foram detidos com taxa de álcool no sangue igual ou superior a 1,2 g/l), 95 autos de contraordenação e, destes, 70 foram-no por excesso de velocidade.
A nível nacional, e também comparativamente à “Operação Páscoa 2015”, registaram-se mais 106 acidentes (804), menos três mortos (três), mais um ferido grave (22) e mais 37 feridos leves (256). Dos cerca de 15 mil condutores fiscalizados, foram registadas neste período 5169 infrações, destacando-se 2645 por excesso de velocidade e 236 por condução sob a influência do álcool, tendo, desses, ficado detida uma centena com taxa de álcool no sangue igual ou superior a 1,2 gramas por litro (g/l), 222 pela incorreta ou não utilização do cinto de segurança, 209 por falta de inspeção periódica obrigatória e 194 por utilização indevida do telemóvel durante a condução.
Para além da sua atividade operacional diária, a GNR levou a efeito um conjunto de operações em todo o território nacional, no feriado e fim-de-semana de 25, 26 e 27 de março, que visou, sobretudo, a prevenção e combate à criminalidade violenta, bem como a fiscalização rodoviária.
Dos resultados desta atividade operacional reforçada desenvolvida a nível nacional, a GNR registou 149 detidos em flagrante delito. Destes, 81 foram-no por condução sob o efeito do álcool, 50 por condução sem habilitação legal, nove por tráfico de estupefacientes, três por posse de arma proibida e dois por furtos.
Quanto ao trânsito, foram detetadas 3228 infrações detetadas, destacando-se 1820 por excesso de velocidade, 186 por condução com Taxa de Álcool no Sangue superior ao permitido por lei, 130 por falta ou incorreta utilização do cinto de segurança e/ou sistema de retenção para crianças, 114 por falta de inspeção periódica obrigatória, 96 por uso indevido do telemóvel no exercício da condução e 46 por falta de seguro de responsabilidade civil obrigatório.
A GNR apreendeu, ainda, 207 doses de haxixe, 13 gramas de anfetaminas e duas armas brancas.
Bruno Mateus Filena
in:diariodetrasosmontes.com
Entre o dia 24 e o dia 27 de março, o Comando Territorial de Bragança da Guarda Nacional Republicana (GNR) intensificou o patrulhamento e a fiscalização rodoviária, com particular incidência nas vias mais críticas da sua zona de ação, com o objetivo de combater a sinistralidade rodoviária, regular o trânsito e garantir o apoio a todos os utentes das vias, proporcionando-lhes uma deslocação em segurança para os locais de origem.
Durante os quatro dias de Operação e, comparativamente à “Operação Páscoa 2015”, que decorreu de 2 a 5 de abril do ano transato, registaram-se mais três acidentes, 11 no total, e três feridos leves, o mesmo número que em 2015.
Dos cerca de 760 condutores fiscalizados, foram registadas diversas infrações, destacando-se seis por condução sob a influência do álcool, destes dois foram detidos com taxa de álcool no sangue igual ou superior a 1,2 g/l), 95 autos de contraordenação e, destes, 70 foram-no por excesso de velocidade.
A nível nacional, e também comparativamente à “Operação Páscoa 2015”, registaram-se mais 106 acidentes (804), menos três mortos (três), mais um ferido grave (22) e mais 37 feridos leves (256). Dos cerca de 15 mil condutores fiscalizados, foram registadas neste período 5169 infrações, destacando-se 2645 por excesso de velocidade e 236 por condução sob a influência do álcool, tendo, desses, ficado detida uma centena com taxa de álcool no sangue igual ou superior a 1,2 gramas por litro (g/l), 222 pela incorreta ou não utilização do cinto de segurança, 209 por falta de inspeção periódica obrigatória e 194 por utilização indevida do telemóvel durante a condução.
Para além da sua atividade operacional diária, a GNR levou a efeito um conjunto de operações em todo o território nacional, no feriado e fim-de-semana de 25, 26 e 27 de março, que visou, sobretudo, a prevenção e combate à criminalidade violenta, bem como a fiscalização rodoviária.
Dos resultados desta atividade operacional reforçada desenvolvida a nível nacional, a GNR registou 149 detidos em flagrante delito. Destes, 81 foram-no por condução sob o efeito do álcool, 50 por condução sem habilitação legal, nove por tráfico de estupefacientes, três por posse de arma proibida e dois por furtos.
Quanto ao trânsito, foram detetadas 3228 infrações detetadas, destacando-se 1820 por excesso de velocidade, 186 por condução com Taxa de Álcool no Sangue superior ao permitido por lei, 130 por falta ou incorreta utilização do cinto de segurança e/ou sistema de retenção para crianças, 114 por falta de inspeção periódica obrigatória, 96 por uso indevido do telemóvel no exercício da condução e 46 por falta de seguro de responsabilidade civil obrigatório.
A GNR apreendeu, ainda, 207 doses de haxixe, 13 gramas de anfetaminas e duas armas brancas.
Bruno Mateus Filena
in:diariodetrasosmontes.com
O Festival Intercéltico de Sendim (FIS) 2016
O Festival Intercéltico de Sendim (FIS), em Miranda do Douro no início de agosto, tem a programação fechada, abrindo portas a grupos emergentes na cena da música folk europeia, sendo "cabeça de cartaz" os irlandeses Full Set e os portugueses Trasga.
A 17.ª edição do FIS, promovida pela Sons da Terra e com apoios institucionais da Câmara de Miranda do Douro e da Junta de Freguesia de Sendim, no distrito de Bragança, vai decorrer entre os dias 04 e 06 de agosto.
O largo D. João III, em Miranda do Douro, acolhe a abertura do festival com as atuações dos portugueses Andarilho 2.0, e dos Almez, oriundos da província espanhola de Castilha la Mancha.
Já no segundo dia, e de regresso a Sendim, e ao Parque das Eiras, a Orquestra de Foles fazem a celebração intercéltica com a companhia de Pepe Vaamonde Grupo (Galiza), haverá ainda palco para uma nova atuação dos Almez.
O último dia dos FIS (06 de agosto) ficará marcado pelas autuações do Full Set que, de acordo com o diretor do festival, Mário Correia, são uma "grande promessa" da folk europeia.
A juntar-se, no mesmo palco estão os mirandeses Trasga, uma formação que está em "permanente atualização" e que trabalha com temas originais baseados no panorama da música folk transmontana.
"No Intercéltico procurámos dar espaço a grupos mais recentes e este foi o ano de estreia para esta nossa opção", justificou Mário Correia.
Segundo os mentores do FIS, há igualmente uma "aposta forte" na animação das ruas e praças de Sendim, com atuações de gaiteiros mirandeses e músicos amadores vindos um pouco de todo o país.
Não faltarão as oficinas das gaitas e danças mirandesas e as celebrações intercélticas na "indomável" Taberna dos Celtas ou outros espaços culturais e gastronómicos que se espalham pela vila transmontana.
"O Festival Celta oferece um vasto e diversificado conjunto de atividades paralelas, onde a língua e cultura mirandesa, aliadas ao património natural e aos grupos europeus de música folk, atraem um conjunto de apreciadores vindos um pouco de todo e país e da vizinha Espanha", referiram os organizadores.
Agência Lusa
A 17.ª edição do FIS, promovida pela Sons da Terra e com apoios institucionais da Câmara de Miranda do Douro e da Junta de Freguesia de Sendim, no distrito de Bragança, vai decorrer entre os dias 04 e 06 de agosto.
O largo D. João III, em Miranda do Douro, acolhe a abertura do festival com as atuações dos portugueses Andarilho 2.0, e dos Almez, oriundos da província espanhola de Castilha la Mancha.
Já no segundo dia, e de regresso a Sendim, e ao Parque das Eiras, a Orquestra de Foles fazem a celebração intercéltica com a companhia de Pepe Vaamonde Grupo (Galiza), haverá ainda palco para uma nova atuação dos Almez.
O último dia dos FIS (06 de agosto) ficará marcado pelas autuações do Full Set que, de acordo com o diretor do festival, Mário Correia, são uma "grande promessa" da folk europeia.
A juntar-se, no mesmo palco estão os mirandeses Trasga, uma formação que está em "permanente atualização" e que trabalha com temas originais baseados no panorama da música folk transmontana.
"No Intercéltico procurámos dar espaço a grupos mais recentes e este foi o ano de estreia para esta nossa opção", justificou Mário Correia.
Segundo os mentores do FIS, há igualmente uma "aposta forte" na animação das ruas e praças de Sendim, com atuações de gaiteiros mirandeses e músicos amadores vindos um pouco de todo o país.
Não faltarão as oficinas das gaitas e danças mirandesas e as celebrações intercélticas na "indomável" Taberna dos Celtas ou outros espaços culturais e gastronómicos que se espalham pela vila transmontana.
"O Festival Celta oferece um vasto e diversificado conjunto de atividades paralelas, onde a língua e cultura mirandesa, aliadas ao património natural e aos grupos europeus de música folk, atraem um conjunto de apreciadores vindos um pouco de todo e país e da vizinha Espanha", referiram os organizadores.
Agência Lusa
II Jornadas Técnicas do Castanheiro – São Martinho
É já no próximo dia 9 de abril, sábado, a partir das 14 horas, que se realizam as II Jornadas Técnicas do Castanheiro, na Sede da Florest´Água, em São Martinho de Angueira, em Miranda do Douro.
Esta é uma iniciativa do Município de Miranda do Douro em colaboração com o IPB - Instituto Politécnico de Bragança, Florest’ Água – Associação de Produtores Florestais e Regantes de São Martinho e Junta de Freguesia de São Martinho de Angueira.
Nesse sentido, fica o convite para participar na iniciativa que, além de palestras, contempla uma visita técnica a um souto.
Esta é uma iniciativa do Município de Miranda do Douro em colaboração com o IPB - Instituto Politécnico de Bragança, Florest’ Água – Associação de Produtores Florestais e Regantes de São Martinho e Junta de Freguesia de São Martinho de Angueira.
Nesse sentido, fica o convite para participar na iniciativa que, além de palestras, contempla uma visita técnica a um souto.
Câmara Municipal de Torre de Moncorvo comemorou dia do Município com programa diversificado
Torre de Moncorvo recebeu no passado dia 19 de Março as comemorações do dia do Município e Festividades de S. José.
Do programa fez parte o hastear das Bandeiras Nacional e do Município, nos Paços do Concelho, com a participação da Escola Municipal Sabor Artes, Agrupamento de Escuteiros 788, Bombos da Lousa, Corpo dos Bombeiros Voluntários de Torre de Moncorvo e Corpo de Destacamento da G.N.R de Torre de Moncorvo.
Durante a tarde teve lugar no Salão Nobre dos Paços de Concelho a cerimónia de homenagem aos funcionários do Município Aposentados e a celebração de protocolos com as Juntas de Freguesias, Instituições e Associações do concelho, nomeadamente com as Instituições Particulares de Solidariedade Social, Associação de Antigos Alunos do Colégio Campos Monteiro, Agrupamento de Escuteiros, Associação Recreativa da Lousa, Clube Académico de Carviçais, Grupo Alma de Ferro Teatro, Associação Recreativa de Santo Cristo, Sporting Clube de Moncorvo, Associação Cultural e Desportiva de Carviçais, Sociedade Filarmónica do Felgar, Museu do Ferro, Projeto Arqueológico da Região de Moncorvo, Clube de Caça e Pesca de Moncorvo, Santa Casa da Misericórdia de Torre de Moncorvo, Associação de Comerciantes e Industriais de Moncorvo, Fundação Francisco António Meireles, Grupo Desportivo de Moncorvo e Associação Humanitária do Bombeiros Voluntários de Torre de Moncorvo.
O Presidente da Câmara Municipal de Torre de Moncorvo, Nuno Gonçalves, assinou protocolos com diversas instituições locais. “Hoje vamos assinar e assinalar mais um ano de atividade. Para terem uma ideia, neste sentido do que é a transparência, assinamos hoje contratos e protocolos no valor de 580.013,00€ e vamos assinar e pagar os acordos de execução com as Juntas de Freguesia no valor de 72. 048,00€, que são também um mudança e uma viragem, têm de ser aprovados não só no executivo camarário mas também na assembleia municipal o que quer dizer que não há possibilidade de se fazer aqui qualquer tipos de acordos com o Município e as freguesias sem as outras saberem, mais um exemplo de transparência”, referiu o autarca.
Foi também inaugurado o monumento de “Homenagem aos Artesãos do Ferro”, situado na rotunda do Prado de Baixo. A cerimónia contou com a leitura de um poema, de Henrique de Campos, sobre os artesãos do ferro de Torre de Moncorvo, interpretado por dois membros do Grupo Alma de Ferro Teatro.
Destaque também para as cerimónias religiosas com missa e procissão em honra de S. José e o espetáculo musical que teve lugar à noite no Largo General Claudino com um concerto de Tiago Bettencourt, cuja abertura ficou a cargo da Escola Municipal Sabor Artes.
NI-Luciana Raimundo
Do programa fez parte o hastear das Bandeiras Nacional e do Município, nos Paços do Concelho, com a participação da Escola Municipal Sabor Artes, Agrupamento de Escuteiros 788, Bombos da Lousa, Corpo dos Bombeiros Voluntários de Torre de Moncorvo e Corpo de Destacamento da G.N.R de Torre de Moncorvo.
Durante a tarde teve lugar no Salão Nobre dos Paços de Concelho a cerimónia de homenagem aos funcionários do Município Aposentados e a celebração de protocolos com as Juntas de Freguesias, Instituições e Associações do concelho, nomeadamente com as Instituições Particulares de Solidariedade Social, Associação de Antigos Alunos do Colégio Campos Monteiro, Agrupamento de Escuteiros, Associação Recreativa da Lousa, Clube Académico de Carviçais, Grupo Alma de Ferro Teatro, Associação Recreativa de Santo Cristo, Sporting Clube de Moncorvo, Associação Cultural e Desportiva de Carviçais, Sociedade Filarmónica do Felgar, Museu do Ferro, Projeto Arqueológico da Região de Moncorvo, Clube de Caça e Pesca de Moncorvo, Santa Casa da Misericórdia de Torre de Moncorvo, Associação de Comerciantes e Industriais de Moncorvo, Fundação Francisco António Meireles, Grupo Desportivo de Moncorvo e Associação Humanitária do Bombeiros Voluntários de Torre de Moncorvo.
O Presidente da Câmara Municipal de Torre de Moncorvo, Nuno Gonçalves, assinou protocolos com diversas instituições locais. “Hoje vamos assinar e assinalar mais um ano de atividade. Para terem uma ideia, neste sentido do que é a transparência, assinamos hoje contratos e protocolos no valor de 580.013,00€ e vamos assinar e pagar os acordos de execução com as Juntas de Freguesia no valor de 72. 048,00€, que são também um mudança e uma viragem, têm de ser aprovados não só no executivo camarário mas também na assembleia municipal o que quer dizer que não há possibilidade de se fazer aqui qualquer tipos de acordos com o Município e as freguesias sem as outras saberem, mais um exemplo de transparência”, referiu o autarca.
Foi também inaugurado o monumento de “Homenagem aos Artesãos do Ferro”, situado na rotunda do Prado de Baixo. A cerimónia contou com a leitura de um poema, de Henrique de Campos, sobre os artesãos do ferro de Torre de Moncorvo, interpretado por dois membros do Grupo Alma de Ferro Teatro.
Destaque também para as cerimónias religiosas com missa e procissão em honra de S. José e o espetáculo musical que teve lugar à noite no Largo General Claudino com um concerto de Tiago Bettencourt, cuja abertura ficou a cargo da Escola Municipal Sabor Artes.
NI-Luciana Raimundo
Director do Agrupamento de Mirandela critica opção de ensino vocacional
O director do Agrupamento de escolas de Mirandela critica a opção do Ministério de Educação em criar turmas de ensino vocacional integradas no ensino regular.
Vítor Esteves entende que esta estratégia está a criar mau ambiente nas escolas e dificulta o trabalho dos professores, pelo que aplaude a intenção do novo titular da pasta da educação em terminar com o ensino vocacional.
“Temos três turmas de ensino vocacional, que é um ensino de recurso onde estão colocados os alunos que tiveram mais reprovações e a experiência estar a ser negativa.
O senhor ministro da educação diz que vão terminar com os cursos vocacionais. Porque se chegou a uma conclusão de que não está a dar resultado”, frisa o director do maior agrupamento do distrito.
Vítor Esteves revela que a indisciplina tem vindo a descer bastante no agrupamento de escolas de Mirandela, com os únicos casos problemáticos a estarem localizados nos cerca de 50 alunos do ensino vocacional que estão a causar uma enorme carga emocional aos professores.
Recentemente, a direcção do agrupamento teve mesmo de tomar medidas, como a transferência de uma turma do ensino vocacional da escola Luciano Cordeiro para a secundária.
Vítor Esteves defende que, caso o ensino vocacional continue, então os alunos deviam ser distribuídos pelas turmas do ensino regular. “Os alunos não podem ser colocados fora da escola. Estão muito desmotivados e poderiam estar noutro tipo de ensino. Mas se tivermos de continuar a tê-los, mais vale a dispersão destes alunos pelas várias turmas do ensino regular”, frisa Vítor Esteves.
O director do agrupamento de escolas a criticar a opção de criar turmas do ensino vocacional que entende serem um foco de indisciplina.
Escrito por Terra Quente (CIR)
Vítor Esteves entende que esta estratégia está a criar mau ambiente nas escolas e dificulta o trabalho dos professores, pelo que aplaude a intenção do novo titular da pasta da educação em terminar com o ensino vocacional.
“Temos três turmas de ensino vocacional, que é um ensino de recurso onde estão colocados os alunos que tiveram mais reprovações e a experiência estar a ser negativa.
O senhor ministro da educação diz que vão terminar com os cursos vocacionais. Porque se chegou a uma conclusão de que não está a dar resultado”, frisa o director do maior agrupamento do distrito.
Vítor Esteves revela que a indisciplina tem vindo a descer bastante no agrupamento de escolas de Mirandela, com os únicos casos problemáticos a estarem localizados nos cerca de 50 alunos do ensino vocacional que estão a causar uma enorme carga emocional aos professores.
Recentemente, a direcção do agrupamento teve mesmo de tomar medidas, como a transferência de uma turma do ensino vocacional da escola Luciano Cordeiro para a secundária.
Vítor Esteves defende que, caso o ensino vocacional continue, então os alunos deviam ser distribuídos pelas turmas do ensino regular. “Os alunos não podem ser colocados fora da escola. Estão muito desmotivados e poderiam estar noutro tipo de ensino. Mas se tivermos de continuar a tê-los, mais vale a dispersão destes alunos pelas várias turmas do ensino regular”, frisa Vítor Esteves.
O director do agrupamento de escolas a criticar a opção de criar turmas do ensino vocacional que entende serem um foco de indisciplina.
Escrito por Terra Quente (CIR)
Azeite da Cooperativa Agrícola de Macedo de Cavaleiros muda de imagem para aumentar vendas
A Cooperativa Agrícola de Macedo de Cavaleiros tem desde ontem uma nova imagem.
A renovação da marca pretende melhorar a divulgação da produção e alargar horizontes à instituição.
Também o azeite Azibo, produzido pela cooperativa, vai ser comercializado com uma nova imagem. Luís Rodrigues, presidente da cooperativa agrícola, espera que através de uma imagem mais atractiva as vendas possam aumentar. “Já tínhamos um rótulo registado que na altura da criação da marca foi feito, mas nesta altura achámos importante dar este passo. o nosso objectivo é vender mais azeite embalado e o mercado gosta de coisas apelativas, daí esta mudança”, explica o responsável.
O anterior rótulo existia desde o ano 2000, altura em que a marca Azibo surgiu.
A aposta numa nova imagem da marca do azeite, que representa 90 por cento da produção da cooperativa, é também uma forma de apostar mais no engarrafamento e reforçar o sector da venda a retalho, esperando os responsáveis que possa chegar a novos mercados. “É nosso intuito incentivar que haja uma maior valorização do azeite. Esperamos que este mecanismo nos leve a novos mercados”, sublinha Luís Rodrigues.
A cooperativa agrícola de Macedo de Cavaleiros vai ainda apostar na renovação da marca de vinho.
A cooperativa tem actualmente 1700 associados activos. A maior parte entrega azeite, sendo ali produzidos 700 a 800 mil litros deste produto, em média por ano.
Escrito por Brigantia
A renovação da marca pretende melhorar a divulgação da produção e alargar horizontes à instituição.
Também o azeite Azibo, produzido pela cooperativa, vai ser comercializado com uma nova imagem. Luís Rodrigues, presidente da cooperativa agrícola, espera que através de uma imagem mais atractiva as vendas possam aumentar. “Já tínhamos um rótulo registado que na altura da criação da marca foi feito, mas nesta altura achámos importante dar este passo. o nosso objectivo é vender mais azeite embalado e o mercado gosta de coisas apelativas, daí esta mudança”, explica o responsável.
O anterior rótulo existia desde o ano 2000, altura em que a marca Azibo surgiu.
A aposta numa nova imagem da marca do azeite, que representa 90 por cento da produção da cooperativa, é também uma forma de apostar mais no engarrafamento e reforçar o sector da venda a retalho, esperando os responsáveis que possa chegar a novos mercados. “É nosso intuito incentivar que haja uma maior valorização do azeite. Esperamos que este mecanismo nos leve a novos mercados”, sublinha Luís Rodrigues.
A cooperativa agrícola de Macedo de Cavaleiros vai ainda apostar na renovação da marca de vinho.
A cooperativa tem actualmente 1700 associados activos. A maior parte entrega azeite, sendo ali produzidos 700 a 800 mil litros deste produto, em média por ano.
Escrito por Brigantia
La Lhéngua Mirandesa. Ancontro Anternacional d'Ambestigadores
Na aldeia de Picote no concelho de Miranda do Douro decorre o 1º Encontro Internacional de Investigadores da língua Mirandesa.
Reconhecida em 1999 como a segunda língua oficial de Portugal, o mirandês tem vindo a ganhar uma importância assinalável no país e além-fronteiras.
O jornalista Afonso de Sousa foi conhecer os objetivos deste encontro
Foi nesse ano que o então deputado Júlio Meirinhos levou ao parlamento o projeto que viria a ser lei e que confere ao mirandês o estatuto de segunda língua oficial portuguesa. O próprio é um dos oradores do encontro. "Aquilo que o sábio Leite de Vasconcelos, em 1891 já clamava uma lei. Só foi possível nessa altura e coincidiu com um falante em mirandês, primeiro cidadão a falar mirandês na assembleia da república e um trabalho de nove meses que gerou uma lei parida por unanimidade. É essa história que nós vamos contar, as peripécias, os bastidores para se aperceberem das grandes dificuldades, do grande património que é a lei e o instrumento importante para o futuro".
Júlio Meirinhos acrescenta que hoje há cada vez mais pessoas que têm "proa" em falar e escrever o mirandês. "No planalto (mirandês) e no mundo, porque se continua a falar no mundo inteiro, na emigração, há à volta de 15 a 20 mil. Hoje há um "proa", um gosto em falar mirandês e eu falo, em Lisboa, e escrevo nos e-mails e nas mensagens".
Outro dos oradores será António Bárbolo, investigador da língua e vice-presidente da Associação "FRAUGA", que organiza o encontro. Acrescenta que ele vai servir para refletir sobre todo o interesse internacional, principalmente ao nível da escrita, que o mirandês está a ter.
Em Picote estão investigadores franceses, alemães, espanhóis, e "um polaco que fez a tese de doutoramento sobre o mirandês, o que é uma coisa curiosíssima. É justamente este espaço de partilha que nós queremos ter aqui. Penso que os investigadores e o público tem essa curiosidade em perceber como é que o mirandês é visto lá fora porque, muitas vezes, esse olhar distante é muito mais interessante e muito mais saudável do que o olhar daqueles que estamos "dentro", nesta caso, da língua e da cultura".
Esta terça e quarta-feira são dias de reflexão sobre o mirandês que cada vez mais se está a tornar uma lhéngua de proa para quem a escreve e para quem a fala e onde especialistas nacionais e estrangeiros vão olhar a história do mirandês falado e escrito e perceber o presente e futuro da lhéngua.
Afonso de Sousa
TSF
Reconhecida em 1999 como a segunda língua oficial de Portugal, o mirandês tem vindo a ganhar uma importância assinalável no país e além-fronteiras.
O jornalista Afonso de Sousa foi conhecer os objetivos deste encontro
Foi nesse ano que o então deputado Júlio Meirinhos levou ao parlamento o projeto que viria a ser lei e que confere ao mirandês o estatuto de segunda língua oficial portuguesa. O próprio é um dos oradores do encontro. "Aquilo que o sábio Leite de Vasconcelos, em 1891 já clamava uma lei. Só foi possível nessa altura e coincidiu com um falante em mirandês, primeiro cidadão a falar mirandês na assembleia da república e um trabalho de nove meses que gerou uma lei parida por unanimidade. É essa história que nós vamos contar, as peripécias, os bastidores para se aperceberem das grandes dificuldades, do grande património que é a lei e o instrumento importante para o futuro".
Júlio Meirinhos acrescenta que hoje há cada vez mais pessoas que têm "proa" em falar e escrever o mirandês. "No planalto (mirandês) e no mundo, porque se continua a falar no mundo inteiro, na emigração, há à volta de 15 a 20 mil. Hoje há um "proa", um gosto em falar mirandês e eu falo, em Lisboa, e escrevo nos e-mails e nas mensagens".
Outro dos oradores será António Bárbolo, investigador da língua e vice-presidente da Associação "FRAUGA", que organiza o encontro. Acrescenta que ele vai servir para refletir sobre todo o interesse internacional, principalmente ao nível da escrita, que o mirandês está a ter.
Em Picote estão investigadores franceses, alemães, espanhóis, e "um polaco que fez a tese de doutoramento sobre o mirandês, o que é uma coisa curiosíssima. É justamente este espaço de partilha que nós queremos ter aqui. Penso que os investigadores e o público tem essa curiosidade em perceber como é que o mirandês é visto lá fora porque, muitas vezes, esse olhar distante é muito mais interessante e muito mais saudável do que o olhar daqueles que estamos "dentro", nesta caso, da língua e da cultura".
Esta terça e quarta-feira são dias de reflexão sobre o mirandês que cada vez mais se está a tornar uma lhéngua de proa para quem a escreve e para quem a fala e onde especialistas nacionais e estrangeiros vão olhar a história do mirandês falado e escrito e perceber o presente e futuro da lhéngua.
Afonso de Sousa
TSF
terça-feira, 29 de março de 2016
CHATEADOS E INSEGUROS
Este jornal noticiou o temor das pessoas ante o crescendo de assaltos na cidade de Bragança. Cumpriu o seu dever. Na sequência reuniu o Conselho Municipal de Segurança, o qual concluiu (como se esperava) ser Bragança “segura”, as aspas significam o no seu todo a velha urbe não estar ameaçada por gangs, quadrilhas de carteiristas, desalmados faquistas, estripadores nos dias de nevoeiro, além de fantasmas à meia-noite porque a iluminação eléctrica os ter dissipado.
No entanto, no miolo e periferia da cidade as pessoas idosas e mais débeis, os proprietários de lojas sofrem no espírito, na carne e na propriedade os efeitos do talento dos amigos do alheio. Os jornais não inventam, os relatos dos prejudicados escoram-se nos prejuízos recebidos.
Segundo o Nordeste desfraldaram-se estatísticas a sufragarem as garantias das autoridades, todos conhecemos a historieta do copo de água meio cheio e meio vazio, mutatis mutandis dos dois frangos deglutidos por um rapaz cheio de apetite na companhia de outro rapazão. A estatística informa a percentagem per capita ser a de um frango por cabeça.
Não vou tecer considerações acerca do conceito de segurança e os seus diversos patamares, não possuo os conhecimentos do Engenheiro Ângelo Correia o qual recentemente defendeu brilhantemente a sua tese de doutoramento sobre o tema, muito menos de Severiano Teixeira ilustre professor da matéria, da sociedade civil saliento os dois, da militar, felizmente, nos três ramos das Forças Armadas existem distintos e notáveis oficiais sumidades na matéria, os bragançanos distinguem-se pelo menos desde o tempo de General João de Deus Pinheiro. O «meu João» dizia orgulhoso o sogro, o tarimbeiro Capitão Ferreira.
Não teço teorias no que tange à doutrina em causa, limito-me a comentar as palavras lidas no Nordeste, especialmente as infelizes e deploráveis (na minha opinião) proferidas pelo Sr. Amândio Correia, comandante da PSP do burgo brigantino. O Senhor brune os assaltos como não sendo um problema de segurança, realmente as instituições não estão ameaçadas, não existem nichos territoriais onde nem de dia as pessoas se atrevem a percorrer ou bairros onde a polícia não entra. No geral é segura, no particular existem pontos focais a causarem apreensão a cidadãos de todos os quilates. Mas o Comandante da polícia atreve-se a dizer: ”Se eu fosse assaltado, se eu fosse vítima de roubo, se eu tivesse um estabelecimento e chegasse lá e visse a porta arrombada ficava chateado, como é evidente, compreendo a situação das pessoas que são vítimas de crime mas isso, em termos pessoais, em termos de segurança não constitui um problema.”
Estas afirmações são lapidares, por um lado são a prova provada da existência de razões de temor e tremor por parte dos indefesos, por outro a noção sobranceira de segurança geral, quando a PSP é organismo de segurança pública. Indefiro a vontade de trazer a terreiro luz acerca da etimologia da palavra pública; rejeito o desejo de estabelecer a sua ligação com o povo, atenho-me a defender o conceito de a PSP ter como primacial função proteger e auxiliar as populações no geral e cada indivíduo em particular.
O sacudir as mágoas dos afectados no balde dos chateados porque os números dizem ter diminuído a criminalidade apenas indicia o sabido em termos gerais, grande número de assaltados ou objecto de danos nas suas propriedades móveis e imóveis não se queixam, porque fazer a queixa é uma maçada, e…não vale a pena. Testemunhos do atrás afirmado não faltam.
O engordar a convicção do «não valer a pena» aumenta o receio a levar ao afoitamento da defesa própria, do salve-se quem puder, do desânimo da vítima ao sentir no âmago a inutilidade da queixa. Por assim ser, de vez em quando, fala-se na lei de Lynch, alguns fazem justiça (?) pelas próprias mãos. Há dias um homem de setenta anos objecto de assalto à sua casa e agressão à mulher ferrou um tiro de caçadeira no larápio. Matou-o. Muitos aplaudiram a desenvoltura do mancebo septuagenário.
O Senhor Amândio Correia está seguro, logo não se chateia, assim continue quando passar ao estado de reserva e reforma. Os outros vão-se chateando e pagando impostos. O crescendo da idade avançada leva a os contribuintes terem como especiais preocupações a segurança e assistência sanitária. É elementar!
PS. A passividade, o relaxamento e burocracia contribuíram para a tragédia de Bruxelas.
Armando Fernandes
in:jornalnordeste.com
Segundo o Nordeste desfraldaram-se estatísticas a sufragarem as garantias das autoridades, todos conhecemos a historieta do copo de água meio cheio e meio vazio, mutatis mutandis dos dois frangos deglutidos por um rapaz cheio de apetite na companhia de outro rapazão. A estatística informa a percentagem per capita ser a de um frango por cabeça.
Não vou tecer considerações acerca do conceito de segurança e os seus diversos patamares, não possuo os conhecimentos do Engenheiro Ângelo Correia o qual recentemente defendeu brilhantemente a sua tese de doutoramento sobre o tema, muito menos de Severiano Teixeira ilustre professor da matéria, da sociedade civil saliento os dois, da militar, felizmente, nos três ramos das Forças Armadas existem distintos e notáveis oficiais sumidades na matéria, os bragançanos distinguem-se pelo menos desde o tempo de General João de Deus Pinheiro. O «meu João» dizia orgulhoso o sogro, o tarimbeiro Capitão Ferreira.
Não teço teorias no que tange à doutrina em causa, limito-me a comentar as palavras lidas no Nordeste, especialmente as infelizes e deploráveis (na minha opinião) proferidas pelo Sr. Amândio Correia, comandante da PSP do burgo brigantino. O Senhor brune os assaltos como não sendo um problema de segurança, realmente as instituições não estão ameaçadas, não existem nichos territoriais onde nem de dia as pessoas se atrevem a percorrer ou bairros onde a polícia não entra. No geral é segura, no particular existem pontos focais a causarem apreensão a cidadãos de todos os quilates. Mas o Comandante da polícia atreve-se a dizer: ”Se eu fosse assaltado, se eu fosse vítima de roubo, se eu tivesse um estabelecimento e chegasse lá e visse a porta arrombada ficava chateado, como é evidente, compreendo a situação das pessoas que são vítimas de crime mas isso, em termos pessoais, em termos de segurança não constitui um problema.”
Estas afirmações são lapidares, por um lado são a prova provada da existência de razões de temor e tremor por parte dos indefesos, por outro a noção sobranceira de segurança geral, quando a PSP é organismo de segurança pública. Indefiro a vontade de trazer a terreiro luz acerca da etimologia da palavra pública; rejeito o desejo de estabelecer a sua ligação com o povo, atenho-me a defender o conceito de a PSP ter como primacial função proteger e auxiliar as populações no geral e cada indivíduo em particular.
O sacudir as mágoas dos afectados no balde dos chateados porque os números dizem ter diminuído a criminalidade apenas indicia o sabido em termos gerais, grande número de assaltados ou objecto de danos nas suas propriedades móveis e imóveis não se queixam, porque fazer a queixa é uma maçada, e…não vale a pena. Testemunhos do atrás afirmado não faltam.
O engordar a convicção do «não valer a pena» aumenta o receio a levar ao afoitamento da defesa própria, do salve-se quem puder, do desânimo da vítima ao sentir no âmago a inutilidade da queixa. Por assim ser, de vez em quando, fala-se na lei de Lynch, alguns fazem justiça (?) pelas próprias mãos. Há dias um homem de setenta anos objecto de assalto à sua casa e agressão à mulher ferrou um tiro de caçadeira no larápio. Matou-o. Muitos aplaudiram a desenvoltura do mancebo septuagenário.
O Senhor Amândio Correia está seguro, logo não se chateia, assim continue quando passar ao estado de reserva e reforma. Os outros vão-se chateando e pagando impostos. O crescendo da idade avançada leva a os contribuintes terem como especiais preocupações a segurança e assistência sanitária. É elementar!
PS. A passividade, o relaxamento e burocracia contribuíram para a tragédia de Bruxelas.
Armando Fernandes
in:jornalnordeste.com
Distrito de Bragança investe 2,5 milhões de euros para preservar Mercados Municipais
Os municípios têm apostado em obras de requalificação que ascendem aos 2,5milhões de euros mas o que é facto é que estes equipamentos estão desertos.
Furtado cofre do matadouro municipal de Miranda do Douro
Um cofre com as dimensões de 80x40x40 centímetros foi furtado hoje, de madrugada, do interior do Matadouro de Miranda do Douro, disse fonte da Câmara Municipal, que tutela o equipamento.
Contactada pela Lusa, a vereadora Anabela Torrão não adiantou outros detalhes, nomeadamente se havia dinheiro no cofre e, nesse caso, quanto.
Também na madrugada de hoje e igualmente no concelho de Miranda do Douro, distrito de Bragança, foram assaltadas as instalações da Cooperativa Agrícola de Palaçoulo (CA-P), tendo sido levado o dinheiro que se encontrava numa caixa registadora.
Forma furtados também "pequenos cofres" que se encontravam no interior de viaturas afetas aos serviços apoio sanitário, indicou Adriano Cangueiro, presidente da CA-P, em declarações à Lusa.
A fonte disse que ainda é preciso fazer uma contagem para se perceber a quantia furtada, que no seu grosso resulta da venda de combustível.
A GNR de Miranda do Douro está investigar ambos os casos.
Agência Lusa
Contactada pela Lusa, a vereadora Anabela Torrão não adiantou outros detalhes, nomeadamente se havia dinheiro no cofre e, nesse caso, quanto.
Também na madrugada de hoje e igualmente no concelho de Miranda do Douro, distrito de Bragança, foram assaltadas as instalações da Cooperativa Agrícola de Palaçoulo (CA-P), tendo sido levado o dinheiro que se encontrava numa caixa registadora.
Forma furtados também "pequenos cofres" que se encontravam no interior de viaturas afetas aos serviços apoio sanitário, indicou Adriano Cangueiro, presidente da CA-P, em declarações à Lusa.
A fonte disse que ainda é preciso fazer uma contagem para se perceber a quantia furtada, que no seu grosso resulta da venda de combustível.
A GNR de Miranda do Douro está investigar ambos os casos.
Agência Lusa
Sessão de Esclarecimento sobre a Reserva da Biosfera Transfronteiriça Meseta Ibérica em Miranda do Douro
Realiza-se no próximo dia 4 de abril, a partir das 15 horas, no miniauditório de Miranda do Douro, uma reunião para os agentes económicos para esclarecimentos sobre a Reserva da Biosfera Transfronteiriça Meseta Ibérica.
Recordo que a Reserva da Biosfera Transfronteiriça Meseta Ibérica foi declarada a 09 de junho de 2015, pela UNESCO.
A RBT Meseta Ibérica é a 15ª Reserva da Biosfera Transfronteiriça no mundo e a segunda em Portugal – das 651 Reservas da Biosfera da UNESCO apenas 15 são transfronteiriças
A Reserva de Biosfera Transfronteiriça (RBT) Meseta Ibérica, cuja gestão está a cargo do Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial ZASNET, é um selo de excelência, atribuída pela UNESCO, a um território onde a simbiose entre o Homem e a Biosfera é plena. Plenitude de um espaço com potencialidades de desenvolvimento socioeconómico sustentável.
Com esta designação pretende-se potenciar o turismo, aliando esta marca UNESCO à conservação da Natureza, aos produtos regionais certificados e à criação de novas oportunidades de emprego, neste que é um território sem fronteiras naturais e agora sem fronteiras no que respeita ao desenvolvimento, num processo de gerações e de trabalho em rede que irá potenciar muitas parcerias e criar sinergias vitais para o desenvolvimento sustentável desta vasta região.
Recordo que a Reserva da Biosfera Transfronteiriça Meseta Ibérica foi declarada a 09 de junho de 2015, pela UNESCO.
A RBT Meseta Ibérica é a 15ª Reserva da Biosfera Transfronteiriça no mundo e a segunda em Portugal – das 651 Reservas da Biosfera da UNESCO apenas 15 são transfronteiriças
A Reserva de Biosfera Transfronteiriça (RBT) Meseta Ibérica, cuja gestão está a cargo do Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial ZASNET, é um selo de excelência, atribuída pela UNESCO, a um território onde a simbiose entre o Homem e a Biosfera é plena. Plenitude de um espaço com potencialidades de desenvolvimento socioeconómico sustentável.
Com esta designação pretende-se potenciar o turismo, aliando esta marca UNESCO à conservação da Natureza, aos produtos regionais certificados e à criação de novas oportunidades de emprego, neste que é um território sem fronteiras naturais e agora sem fronteiras no que respeita ao desenvolvimento, num processo de gerações e de trabalho em rede que irá potenciar muitas parcerias e criar sinergias vitais para o desenvolvimento sustentável desta vasta região.
Intenso Nordeste
O despontar da primavera levou-nos a uma das regiões mais puras e selvagens do país. E uma das mais férteis, também: em histórias, em sabores, em paisagens. Uma terra que se chama Fria, ainda que, à nossa espera, haja sempre uma lareira acesa, um sorriso caloroso e a ocasional posta de vitela sobre as brasas. Viagem intensa, muito intensa, por cidades e aldeias do canto nordeste de Portugal.
A vila de Vinhais é pequena. Encaixa no Parque Natural de Montesinho, serve-lhe de porta. Há visitas a fazer ao centro cultural, ao Museu de Arte Sacra, ao Parque de Artes e Ofícios. Pelas ruas, conversa-se com a amistosa gente local, respira-se ar puro, explora-se as ruínas do castelo. E almoça-se num dos vários restaurantes de pouca cerimónia, mas em cuja carta está bem expressa toda a suculência da terra. O menu do dia da Churrasqueira Vasco da Gama chama a atenção: estão lá anunciados os cuscos, as bolinhas de massa de trigo barbela que continuam a ser um segredo caseiro transmontano. Mas Zélia, a cozinheira, de pronto pede desculpa pela ilusão.
«Pus o tacho ao lume, enganei-me e meti-lhe arroz.» Nem tudo se perde: «Mas temos alheiras caseiras.» Vieram elas, feitas por Zélia, que cozinha ali, com o marido e a irmã Adriana, há 16 anos. Às alheiras juntaram-se uns grelos puros de sabor, uma conversa com a família que serve carnes de criação e um inesperado encontro com Rita Blanco e outras atrizes do filme Amen, de João Canijo, que de janeiro a março montaram residência em Vinhais.
Parte da equipa ficou instalada no Parque Biológico de Vinhais, espaço de cinco hectares dentro do Parque Natural de Montesinho, que se tem tornado polo de atração de visitantes, em boa parte pela graça do alojamento que oferece, em bungalows ou em pods equipados com conforto de hotelaria, postos em redor de uma piscina biológica. O parque é um excelente exemplo de como transformar espaço degradado num lugar de grande interesse para o público na natureza.
«Isto é a montra do que é o Montesinho», diz a diretora Carla Alves, explicando a origem do projeto, aberto em 2008, apoiado pelo seu congénere de Gaia. Tem crescido sustentadamente e vale mesmo a pena a visita, para ver de perto javalis, veados e corços, vacas e bois, ovelhas e cabras e até as quatro raças portuguesas de galinha. Quem fizer a volta toda sai de lá a saber muito mais sobre estes bichos e também sobre os cogumelos do Montesinho.
Essas lições encontram-se em dois edifícios de madeira. O Centro Interpretativo das Raças Autóctones Portuguesas, onde figuras em tamanho real de 55 bovinos, caprinos, ovinos, suínos e cães de gado permitem compreender, a olho nu, as subtilezas da biodiversidade. Ao lado, no Centro Micológico, aprende-se sobre cogumelos. Além destes centros, pode-se montar a cavalo, andar de bicicleta e caminhar em percursos sinalizados.
2. NATUREZA, NO PARQUE NATURAL DE MONTESINHO
Do Parque Biológico, uma boa estrada de montanha leva à aldeia de Moimenta da Raia, na borda com Espanha, passando por várias outras aldeias do Parque Natural. É um percurso para ir parando, olhando e respirando ar puro, sem atrações turísticas organizadas - e ainda bem. Porque o caminho faz-se de postal em postal, com montanhas em cujo topo, nesta época, ainda se vê uma cobertura de neve, e a paisagem é feita de carvalhos e castanheiros. Todo o conjunto revela um viver genuíno, onde a simpatia transmontana está sempre presente - ora indicando direções, ora apontando os lugares de interesse, ora apenas falando da sua pena de ver as aldeias esvaziando-se de gente e, sobretudo, da sua juventude.
Moimenta da Raia é exemplar desse viver e dessa inquietação, com a pequena escola primária no centro, encerrada há poucos anos, a ter nas costas o moderno lar de idosos. É atravessar a aldeia com atenção às portas que indicam os fornos e a forja comunitária, até onde acabam as casas e começam os campos, lugar onde fica a igreja matriz, que é, como indica a placa, uma construção «de inesperada imponência no local», porque foi ampliada quando ali mandava a Sé de Miranda, no século xvii.
Para ir dali à aldeia de Montesinho, há que baixar quase até Bragança pela Nacional 103, passando por mais algumas aldeias, entre elas Parâmio, onde se encontra um dos poucos lugares para comer. Foi por quase não os haver no Montesinho que o casal Manuel João e Elisabete Costa resolveram acumular os soutos e o rebanho de duzentas ovelhas com a empreitada de transformar o armazém agrícola que era do avô dele num restaurante, aberto há menos de um ano.
É um pequeno lugar desprovido de rodeios decorativos, porém com detalhes que honram o nome escolhido - Taberna O Capelas, a alcunha desse avô lavrador. Junto ao balcão do café, há um pedaço de rocha de onde brota água de nascente e onde o casal criou uma fonte, sendo aí que os clientes vão encher o jarro para a mesa. E a água escoa para um pequeno aquário de trutas, construído no chão da sala de refeições. O que se come ali é o que a família cria, como o fumeiro feito por Elisabete, e enormes nacos de vitela, vaca ou cordeiro, sem possibilidade de sair em desconsolo.
3. VIDA DE CIDADE, EM BRAGANÇA
Mal acaba o Montesinho, começam os prédios dos subúrbios de Bragança. Na cidade, porém, o centro histórico está a crescer em graça, com os solares brasonados em recuperação, uma oferta cultural a namorar a arte contemporânea, sem ofuscar a robusta cultura tradicional. Bragança é airosa, cheia de luz, com as margens do rio Fervença a convidar a passeios com calma e com uma ligação direta entre a Sé e o Castelo que tem de ser feita a pé - e com muitas paragens para fazer, todas elas enriquecedoras. Vamos, então, do Largo da Sé à Rua de Abílio Beça, com a primeira escala no Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, equipamento que abriu portas em 2008, coroando uma década de intenções de ligar dois museus - aquele e outro, em Zamora, dedicado ao arquiteto espanhol Rafael Moneo.
O centro brigantino instalou-se numa casa solarenga recuperada com projeto de Souto de Moura, em parceria com o Museu de Serralves. A obra de Graça Morais é rainha e já permitiu fazer 17 exposições em seu nome. «Ela continua em grande atividade e isso permite-nos mostrar trabalho inédito», diz o diretor do CAC, Jorge da Costa. Mesmo ao lado, está em obras mais um equipamento a inaugurar em maio, o Centro de Interpretação Sefardita, e alguns metros abaixo, no número 75, o Centro de Fotografia Georges Dussaud, nascido do encantamento do fotógrafo francês por Trás-os-Montes, cuja vida quotidiana e momentos festivos fotografou sofregamente, e que evoca a sua amizade pelo escritor Miguel Torga.
Ainda antes de chegar ao castelo, pode-se (deve-se) entrar no Museu do Abade de Baçal, grande e carismática figura da etnologia e história local, porque em poucos lugares há tanto e tão variado para ver, mercê das coleções próprias e das parcerias com entidades como o Museu da Presidência. Além da exposição permanente, com obras de Abel Salazar, Almada Negreiros e Sarah Afonso, pode ver-se arte sacra, porcelanas, arte contemporânea e, para quem apreciar a fundo, pedir uma visita guiada. Se se tiver a sorte de ter como guia Ana Luísa Pereira, a coordenadora do Serviço Educativo, tanto melhor. A brigantina que regressou à terra após ter vivido no Porto e em Lisboa é uma entusiasta de Bragança. «Não temos aqui gente, mas não se percebe, porque é um lugar tão bom para viver». Perceber, até percebe, mas prefere arregaçar as mangas - dirigindo um programa de formação estética e artística que faz itinerância nas escolas das aldeias.
Por fim, alcança-se a cidadela, um lugar ainda autêntico e admiravelmente preservado. E o castelo, que faz as delícias de qualquer um, pequeno ou crescido - ou há alguém que não goste de soltar a imaginação caminhando sobre ameias? Dentro do castelo, é interessante a visita ao Museu Militar, que exibe, através de muitas peças antigas, aspetos da vida defensiva do país, desde a constituição do reino até à II Guerra Mundial. E, fora dele, na cidadela, o pequenino Museu Ibérico da Máscara e do Traje mostra, a um tempo, as máscaras das festas tradicionais e honra o trabalho dos seus artesãos.
E no que diz respeito a comer bem em Bragança, destaquemos, por agora, sobretudo a aposta de António Gonçalves e Óscar Gonçalves, de 30 e 40 anos, conhecidos como os irmãos Geadas - o cognome ficou-lhes do pai, Adérito, que abriu há quase 40 anos o restaurante O Geadas em Bragança, depois de um primeiro negócio em Vinhais. Com a sua mulher Iracema a comandar a cozinha, continua ser uma referência de pratos de base tradicional soberbamente cozinhados, mas os filhos decidiram catapultar a marca de família para outro patamar.
Em parceria com o grupo Pestana, assumiram há dois anos a gestão da Pousada de São Bartolomeu, um edifício de 1959, projetado pelo arquiteto João Loureiro numa encosta de Bragança de onde se avista, com privilégio, o castelo e o centro histórico de todos os quartos e ainda das janelas do restaurante G - onde fizeram o investimento de algum risco de criar cozinha de autor em Bragança, apenas assente em produtos regionais de alta qualidade.
Na pousada, a ideia é preservar o acolhimento de proximidade «do início das pousadas», explica António, que dirige a parte hoteleira. A decoração está no mesmo estilo rétro da abertura, porém com um toque pessoal do novo diretor, que pôs à vista um fabuloso mural de azulejos de Júlio Resende e distribuiu peças de artistas contemporâneos locais pelas salas. No restaurante G, impôs-se uma ruptura. Passar do «conceito de regionalidade para o conceito de contemporaneidade», refere António.
Na cozinha, Óscar, o irmão mais velho, trabalha apenas carnes de raças autóctones, produtos de época escolhidos a dedo e outros ainda que estavam já em desuso, incluindo na agricultura, mas que foram recuperar em prol da criação de sabor. Um deles é a escorcioneira, uma raiz comestível de sabor semelhante ao nabo, porém mais delicado, que surge no desconstruído bacalhau com todos. O menu de degustação é uma viagem por quase tudo o que se come em Trás-os-Montes, e honrando alimentos tão básicos como o pão e o azeite, por onde se faz demorada entrada. A refeição prossegue por pratos de base clássica, como a empada de perdiz, mas sempre com uma espiral de sabores inesperada, neste caso, uma fresca cama de fruta e legumes. Já o lombo de veado surge rodeado daquilo que o animal come, como batata, cogumelos e bagas, entre outras prendas silvestres, preparadas para consolo humano.
No centro histórico, para uma refeição mais modesta, mas interessante para outros propósitos, há a novidade da pequena casa focada em cogumelos. Trata-se de O Batoque, projeto de dois amigos - Francisco Touças e Mário Tavares - que a ele juntaram Werner Ritter, cozinheiro suíço ali instalado há alguns anos. Numa ruazinha do centro, o pequeno espaço abre ao fim da tarde para servir quase exclusivamente petiscos feitos com cogumelos, e recomenda-se pedir vários pratos para partilhar, começando pelos ótimos rissóis, fritos instantes antes de chegarem à mesa. E de Bragança, segue-se caminho para outros recantos do Nordeste.
4. PLANALTO MIRANDÊS: NO DOURO INTERNACIONAL
O isolamento de séculos, a proximidade com a região de Castela e Leão e as restrições à produção após a entrada de Portugal na CEE moldaram o Planalto Mirandês, transformando-o naquilo que é hoje. No planalto e nas arribas, que integram o Parque Natural do Douro Internacional, as populações ainda lembram histórias de contrabando e pobreza, mas também de solidariedade. Este território, onde se fala uma língua própria - o mirandês, com as suas variantes - onde há animais únicos como o burro ou os bovinos de raça mirandesa, está a reinventar-se, a voltar a ter orgulho nas tradições, a repensar a agricultura e a adaptar-se a um apelativo mercado turístico. E está a fazê-lo mantendo a ligação à identidade cultural, à natureza e às pessoas.
Foi mesmo esse o objetivo da Associação de Municípios da Terra Fria do Nordeste Transmontano quando decidiu criar a Rota da Terra Fria, definindo circuitos e integrando diversas parcerias. Pedro Cordeiro, engenheiro agrário alentejano que deixou Portalegre para trabalhar no Nordeste Transmontano, promove com o seu projeto Douro Pula Canhada várias experiências dentro da rota. «A ideia inicial era fazer só percursos pedestres e birdwatching». Mas, «face à riqueza da região», o projeto cresceu, desde a sua criação em 2012, e hoje dá a conhecer - com passeios de jipe, BTT e canoagem -, o património natural e cultural de forma integrada e em contacto com os habitantes, que conhece bem. Durante uma caminhada para visitar o castro de Vilarinho dos Galegos (Mogadouro), nas arribas do Douro, mesmo quando fala de história, Pedro não larga o binóculo, que leva à cara frequentemente para observar com entusiasmo os primeiros abutres-do-egito do ano, animal-símbolo do Parque Natural, ou os muitos grifos que planam entre as escarpas do rio que separa Portugal e Espanha. Em baixo, este apresenta-se com um correr tranquilo, moldado pelas barragens que foram construídas a partir dos anos 1950.
Foi um Douro bem diferente que Ângelo Arribas conheceu na sua infância, em Freixiosa, aldeia no concelho de Miranda delimitada pelo planalto, de um lado, e as escarpas, do outro. «Antes, o rio era muito mais rápido e baixo. Passávamos a pé para Espanha, seguros por uma corda», recorda aquele que é um dos mais famosos gaiteiros de Miranda, lembrando os tempos da ditadura e as aventuras do contrabando. No cimo das arribas, que percorre a passo rápido e intrépido, explica que «ali se semeava o centeio», e, mais perto do rio, as oliveiras. «Os tempos do contrabando eram uma "escravidão"», admite. Café, sabão, aguardente e até dinamite eram transportados durante a noite por carreiros que hoje parecem intransponíveis. Durante a Guerra Civil Espanhola, passava-se também pão e conservas, evitando o olhar dos carabineiros, sempre prontos a disparar. No topo da arriba, Ângelo tira da mala a flauta, o tambor e a gaita-de-foles, instrumentos que ele construiu. O céu e os montes enquadram o cenário do vale, por onde ecoam sons tradicionais de festa e de trabalho.
O momento dá sentido ao slogan que António Carção inventou para a região - um «cachico de l cielo na tierra». Um pedaço de céu na terra. Carção transformou, há quatro anos, a casa do bisavô, em Sendim, num espaço de turismo rural, o Curral de l Tiu Pino. Este professor de Educação Física, que já foi vereador da Cultura em Miranda e esteve envolvido na promoção do mirandês a língua oficial, quis valorizar o passado do bisavô, o tiu Pino. Era um «agricultor remediado, um homem bom» que abria a sua casa para abrigar da intempérie quem passava com o carro de bois repleto de trigo, aveia, batata. Na entrada, foi conservado o carro de bois do pai ainda com os cestos da vindima. Carção lembra-se de faltar às aulas para pisar uvas no lagar, que hoje, recuperado, é sala de estar de quem pernoita no Curral. O espaço é composto por quatro estúdios com cozinha e outros tantos quartos.
Muito mudou desde os tempos em que se fazia vinho nos lagares antigos. A vinha já não é predominante na paisagem, como não o é o cereal que até aos anos 1980 fazia do Planalto Mirandês o segundo «celeiro» de Portugal
Depois da entrada na União Europeia, houve apoios para o arranque das vinhas e abandono do cereal e incentivos à reflorestação. Mas nem sempre o conhecimento e a tradição se perdem de uma geração para outra. Ainda em Sendim, encontramos o produtor e enólogo José Preto, que cresceu entre vinhas e lagares, e testemunhou a criação da denominação de origem Trás-os-Montes e da sub-região Planalto Mirandês. O avô fazia e vendia vinho antes da criação da adega cooperativa do Ribadouro. José Preto tem a sua própria adega, herança familiar que renovou. As vinhas, nas encostas do Douro são conduzidas em tradicional «cabeça de salgueiro», muito próximas do solo, o que permite maior controlo das uvas. Este ano, vai lançar o seu primeiro branco.
Uma visita a Sendim não fica completa sem se ir ao restaurante Gabriela, que se gaba de ser o primeiro a servir a afamada posta. A Gabriela, que na verdade se chamava Ana das Dores Morete, era conhecida pela sua língua solta e a farta penugem facial. Muito nova foi para França e lá trabalhou em restaurantes, após a I Grande Guerra. Quando regressou, montou uma taberna e hospedaria, no edifício ao lado do atual restaurante. Começou a fazer feiras e aproveitou o aparecimento das primeiras camionetas para carregar mesas e cadeiras, podendo, assim, servir quem quisesse comer sentado e de faca e garfo. Tradicionalmente, «os vitelos abatidos nas feiras eram servidos em nacos grelhados em cima de um pão. Ela começou a servi-lo no prato: era carne «posta» no prato com batatas e molho (a receita é segredo de família)», explica Altino, marido de Adelaide, que faz parte da terceira geração à frente do restaurante. Com a construção das barragens, a zona encheu-se de forasteiros e o restaurante tornou-se famoso.
À saída da vila, tempo ainda para visitar a oficina de Armandino Torrão, cuteleiro que fabrica facas, canivetes e outros objetos cortantes. Após voltar da Suíça, onde esteve emigrado, quis aprender cutelaria, ofício com tradição na região (famosa pelas facas de Palaçoulo). «Sempre gostei de navalhas artesanais, personalizadas, e não faço duas iguais», diz.
5. AINDA O DOURO: ALDEIAS, BARRAGENS E ARQUITETURA MODERNA
A poucos minutos de Sendim, para norte, paragem obrigatória em Picote. Aldeia com caráter, sítio habitado muito antes da ocupação romana, tem o miradouro da Fraga do Puio como ex-líbris. António Lourenço, que nos recebeu na Casa de l Puio, habitação familiar adaptada ao turismo rural, é um bom guia para se conhecer a zona. A poucos metros metros da casa, o miradouro proporciona uma vista memorável para o rio. Vale a pena visitar o Terra Mater - Ecomuseu da Terra de Miranda, que apresenta as tradições do planalto. À saída da aldeia, compram-se fumados e pão acabado de cozer em forno a lenha, na Cozinha Regional Picote.
Cinco quilómetros para norte, Barrocal do Douro aparece como um tesouro praticamente abandonado. Nos anos 1950, o jovem arquiteto João Archer de Carvalho foi contratado pela Hidroeléctrica do Douro para projetar a barragem do Picote. Além da barragem idealizou de raiz uma pequena cidade, em estilo modernista, longe do convencional «português suave» que dominava a arquitetura portuguesa. Desenhou as casas para quadros da empresa e para os restantes trabalhadores, algumas delas ainda habitadas. Uma escola, hoje a funcionar como café, um campo de ténis, padaria e até um cinema fizeram parte da vida de Barrocal do Douro durante o tempo da construção da barragem, quando lá viviam 6500 pessoas. Hoje, são poucas dezenas. A EDP é ainda proprietária da pousada e da piscina (abertas apenas a quadros da empresa).
Na mesma época, construiu-se a barragem da Bemposta (Cardal do Douro), mais a sul. Aqui há outro bairro da EDP, não tão vistoso, mas que vale a pena visitar. A escola primária foi adaptada para turismo rural, as Casas da Arriba, empreendimento da Naturisnor, empresa que promove também passeios de barco pelo troço do Douro entre as duas barragens.
Voltando a Picote, está-se a meia hora de Miranda do Douro. As ruínas do castelo, a Sé e o Museu da Terra são paragens aconselháveis. No centro da cidade pode ficar a conhecer-se o trabalho em burel, de que são feitas as capas de honra. A loja de Maria Suzana Castro é um exemplo da recuperação deste ofício. Além das capas, fazem-se naquele tecido peças modernas, como mochilas ou casacos.
No parque urbano do Rio Fresno, à entrada da cidade, pode passear-se devagar e até, com alguma sorte, avistar lontras. Saindo da cidade e já fora do Parque do Douro Internacional está a aldeia de Atenor, conhecida pela Ronda das Adegas, que se realiza em maio, e também por ser lá que tem sede a Associação para o Estudo e Proteção do Gado Asinino, que promove a preservação dos burros de raça mirandesa, que durante séculos foram um dos maiores apoios de trabalho dos mirandeses. A sede tem uma pequena loja e, ali perto, pode visitar-se o centro onde estão estes animais que estiveram perto de se extinguir. Durante o ano, a associação organiza várias atividades, como o Festival do Burro e do Gaiteiro.
6. PALAÇOULO, 500 ANOS DE VIMIOSO E UM RESTAURANTE À LAREIRA
Um aspeto curioso das terras de Miranda é o inusitado desenvolvimento industrial. Palaçoulo, a seis quilómetros de Atenor, é a aldeia sem desemprego da região. As indústrias da cutelaria e da tanoaria empregam centenas de pessoas. Um exemplo de sucesso internacional é a Tanoaria JM Gonçalves, responsável por «abastecer» de pipas famosas adegas. O que começou por ser um pequeno negócio artesanal foi passando de geração em geração. Hoje, ainda na mesma família, é uma fábrica reconhecida internacionalmente. Fabrica pipas para a Francis Ford Coppola Winery, na Califórnia (sim, do realizador) e para a famosa bodega Marqués de Riscal, em Espanha. É também nos pipos que de aqui saem que se faz o Barca Velha.
Abandonemos agora o concelho de Miranda. Rumando para sudoeste volta-se para Mogadouro. Para noroeste entramos em Vimioso, que celebra em 2016 os 500 anos do Foral. O Núcleo Museológico da Casa da Cultura, pequeno e bem organizado, onde se pode ver uma cozinha tradicional ou uma antiga sala de escola primária, pode ser o ponto de partida para a visita ao município, muito conhecido pelo castelo de Algoso, que não deve ser visitado sem antes se passar pelo centro de acolhimento (no centro de aldeia de Algoso). Aqui, é possível conhecer a história do castelo, que data da reconquista cristã, e até marcar uma visita guiada ao seu interior e à torre.
Outra coisa boa que Vimioso tem para oferecer são os pratos sofisticados do A Vileira, um dos poucos restaurantes da rota da Terra Fria que serve carne mirandesa certificada. Nuno Garcia e a sua mãe Carla Freitas estão no restaurante há 15 anos, data em que o pai o abriu. Entretanto, o pai foi para França abrir o restaurante Plaisir de Portugal, em Créteil, arredores de Paris. Nuno mantém o negócio e inovou na carta. Mantêm-se os pratos tradicionais, como a posta e a costeleta à mirandesa, o bacalhau da Islândia assado na brasa ou o polvo de Olhão à lagareiro, mas apresentam-se propostas que dificilmente se encontram nestas paragens, como risotti ou especialidades brasileiras. Em 2014, a casa ganhou o primeiro prémio nas jornadas micológicas.
Rumando para sul, termina-se a rota em Mogadouro. E antes da despedida, pode visitar-se, na aldeia de Bruçó, a queijaria artesanal Fonte Velha, onde é produzido o queijo Sabor da Aldeia. Há dez anos que Dona Paula o faz a partir do leite das suas duzentas ovelhas, que o marido trata de criar. O gosto pelo ofício é antigo, pois já fazia queijo com os pais. Hoje, a sua queijaria é a única certificada na região.
Tempo para a última posta, agora no restaurante A Lareira, no centro de Mogadouro. O chef Eliseu Amaro é natural de Sendim e trabalhou, muitos anos, no restaurante de luxo Le Grand Veneur, em Barbizon, França. Ali aprendeu as artes da rôtisserie que agora aplica na lareira do seu restaurante, onde grelha a carne diante dos clientes. É já um prenúncio dos limites da Terra Fria. A Terra Quente começa mesmo ali ao lado.
DORA MOTA E LUÍSA MARINHO
Jornal de Notícias
EVASÕES
OCTÁVIO PASSOS/GLOBAL IMAGENS |
«Pus o tacho ao lume, enganei-me e meti-lhe arroz.» Nem tudo se perde: «Mas temos alheiras caseiras.» Vieram elas, feitas por Zélia, que cozinha ali, com o marido e a irmã Adriana, há 16 anos. Às alheiras juntaram-se uns grelos puros de sabor, uma conversa com a família que serve carnes de criação e um inesperado encontro com Rita Blanco e outras atrizes do filme Amen, de João Canijo, que de janeiro a março montaram residência em Vinhais.
Parte da equipa ficou instalada no Parque Biológico de Vinhais, espaço de cinco hectares dentro do Parque Natural de Montesinho, que se tem tornado polo de atração de visitantes, em boa parte pela graça do alojamento que oferece, em bungalows ou em pods equipados com conforto de hotelaria, postos em redor de uma piscina biológica. O parque é um excelente exemplo de como transformar espaço degradado num lugar de grande interesse para o público na natureza.
«Isto é a montra do que é o Montesinho», diz a diretora Carla Alves, explicando a origem do projeto, aberto em 2008, apoiado pelo seu congénere de Gaia. Tem crescido sustentadamente e vale mesmo a pena a visita, para ver de perto javalis, veados e corços, vacas e bois, ovelhas e cabras e até as quatro raças portuguesas de galinha. Quem fizer a volta toda sai de lá a saber muito mais sobre estes bichos e também sobre os cogumelos do Montesinho.
FOTO PEDRO GRANADEIRO/GLOBAL IMAGENS |
2. NATUREZA, NO PARQUE NATURAL DE MONTESINHO
Do Parque Biológico, uma boa estrada de montanha leva à aldeia de Moimenta da Raia, na borda com Espanha, passando por várias outras aldeias do Parque Natural. É um percurso para ir parando, olhando e respirando ar puro, sem atrações turísticas organizadas - e ainda bem. Porque o caminho faz-se de postal em postal, com montanhas em cujo topo, nesta época, ainda se vê uma cobertura de neve, e a paisagem é feita de carvalhos e castanheiros. Todo o conjunto revela um viver genuíno, onde a simpatia transmontana está sempre presente - ora indicando direções, ora apontando os lugares de interesse, ora apenas falando da sua pena de ver as aldeias esvaziando-se de gente e, sobretudo, da sua juventude.
Moimenta da Raia é exemplar desse viver e dessa inquietação, com a pequena escola primária no centro, encerrada há poucos anos, a ter nas costas o moderno lar de idosos. É atravessar a aldeia com atenção às portas que indicam os fornos e a forja comunitária, até onde acabam as casas e começam os campos, lugar onde fica a igreja matriz, que é, como indica a placa, uma construção «de inesperada imponência no local», porque foi ampliada quando ali mandava a Sé de Miranda, no século xvii.
Para ir dali à aldeia de Montesinho, há que baixar quase até Bragança pela Nacional 103, passando por mais algumas aldeias, entre elas Parâmio, onde se encontra um dos poucos lugares para comer. Foi por quase não os haver no Montesinho que o casal Manuel João e Elisabete Costa resolveram acumular os soutos e o rebanho de duzentas ovelhas com a empreitada de transformar o armazém agrícola que era do avô dele num restaurante, aberto há menos de um ano.
É um pequeno lugar desprovido de rodeios decorativos, porém com detalhes que honram o nome escolhido - Taberna O Capelas, a alcunha desse avô lavrador. Junto ao balcão do café, há um pedaço de rocha de onde brota água de nascente e onde o casal criou uma fonte, sendo aí que os clientes vão encher o jarro para a mesa. E a água escoa para um pequeno aquário de trutas, construído no chão da sala de refeições. O que se come ali é o que a família cria, como o fumeiro feito por Elisabete, e enormes nacos de vitela, vaca ou cordeiro, sem possibilidade de sair em desconsolo.
FOTO PEDRO GRANADEIRO/GLOBAL IMAGENS |
Mal acaba o Montesinho, começam os prédios dos subúrbios de Bragança. Na cidade, porém, o centro histórico está a crescer em graça, com os solares brasonados em recuperação, uma oferta cultural a namorar a arte contemporânea, sem ofuscar a robusta cultura tradicional. Bragança é airosa, cheia de luz, com as margens do rio Fervença a convidar a passeios com calma e com uma ligação direta entre a Sé e o Castelo que tem de ser feita a pé - e com muitas paragens para fazer, todas elas enriquecedoras. Vamos, então, do Largo da Sé à Rua de Abílio Beça, com a primeira escala no Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, equipamento que abriu portas em 2008, coroando uma década de intenções de ligar dois museus - aquele e outro, em Zamora, dedicado ao arquiteto espanhol Rafael Moneo.
O centro brigantino instalou-se numa casa solarenga recuperada com projeto de Souto de Moura, em parceria com o Museu de Serralves. A obra de Graça Morais é rainha e já permitiu fazer 17 exposições em seu nome. «Ela continua em grande atividade e isso permite-nos mostrar trabalho inédito», diz o diretor do CAC, Jorge da Costa. Mesmo ao lado, está em obras mais um equipamento a inaugurar em maio, o Centro de Interpretação Sefardita, e alguns metros abaixo, no número 75, o Centro de Fotografia Georges Dussaud, nascido do encantamento do fotógrafo francês por Trás-os-Montes, cuja vida quotidiana e momentos festivos fotografou sofregamente, e que evoca a sua amizade pelo escritor Miguel Torga.
Ainda antes de chegar ao castelo, pode-se (deve-se) entrar no Museu do Abade de Baçal, grande e carismática figura da etnologia e história local, porque em poucos lugares há tanto e tão variado para ver, mercê das coleções próprias e das parcerias com entidades como o Museu da Presidência. Além da exposição permanente, com obras de Abel Salazar, Almada Negreiros e Sarah Afonso, pode ver-se arte sacra, porcelanas, arte contemporânea e, para quem apreciar a fundo, pedir uma visita guiada. Se se tiver a sorte de ter como guia Ana Luísa Pereira, a coordenadora do Serviço Educativo, tanto melhor. A brigantina que regressou à terra após ter vivido no Porto e em Lisboa é uma entusiasta de Bragança. «Não temos aqui gente, mas não se percebe, porque é um lugar tão bom para viver». Perceber, até percebe, mas prefere arregaçar as mangas - dirigindo um programa de formação estética e artística que faz itinerância nas escolas das aldeias.
FOTO PEDRO GRANADEIRO/GLOBAL IMAGENS |
E no que diz respeito a comer bem em Bragança, destaquemos, por agora, sobretudo a aposta de António Gonçalves e Óscar Gonçalves, de 30 e 40 anos, conhecidos como os irmãos Geadas - o cognome ficou-lhes do pai, Adérito, que abriu há quase 40 anos o restaurante O Geadas em Bragança, depois de um primeiro negócio em Vinhais. Com a sua mulher Iracema a comandar a cozinha, continua ser uma referência de pratos de base tradicional soberbamente cozinhados, mas os filhos decidiram catapultar a marca de família para outro patamar.
Em parceria com o grupo Pestana, assumiram há dois anos a gestão da Pousada de São Bartolomeu, um edifício de 1959, projetado pelo arquiteto João Loureiro numa encosta de Bragança de onde se avista, com privilégio, o castelo e o centro histórico de todos os quartos e ainda das janelas do restaurante G - onde fizeram o investimento de algum risco de criar cozinha de autor em Bragança, apenas assente em produtos regionais de alta qualidade.
Na pousada, a ideia é preservar o acolhimento de proximidade «do início das pousadas», explica António, que dirige a parte hoteleira. A decoração está no mesmo estilo rétro da abertura, porém com um toque pessoal do novo diretor, que pôs à vista um fabuloso mural de azulejos de Júlio Resende e distribuiu peças de artistas contemporâneos locais pelas salas. No restaurante G, impôs-se uma ruptura. Passar do «conceito de regionalidade para o conceito de contemporaneidade», refere António.
Na cozinha, Óscar, o irmão mais velho, trabalha apenas carnes de raças autóctones, produtos de época escolhidos a dedo e outros ainda que estavam já em desuso, incluindo na agricultura, mas que foram recuperar em prol da criação de sabor. Um deles é a escorcioneira, uma raiz comestível de sabor semelhante ao nabo, porém mais delicado, que surge no desconstruído bacalhau com todos. O menu de degustação é uma viagem por quase tudo o que se come em Trás-os-Montes, e honrando alimentos tão básicos como o pão e o azeite, por onde se faz demorada entrada. A refeição prossegue por pratos de base clássica, como a empada de perdiz, mas sempre com uma espiral de sabores inesperada, neste caso, uma fresca cama de fruta e legumes. Já o lombo de veado surge rodeado daquilo que o animal come, como batata, cogumelos e bagas, entre outras prendas silvestres, preparadas para consolo humano.
No centro histórico, para uma refeição mais modesta, mas interessante para outros propósitos, há a novidade da pequena casa focada em cogumelos. Trata-se de O Batoque, projeto de dois amigos - Francisco Touças e Mário Tavares - que a ele juntaram Werner Ritter, cozinheiro suíço ali instalado há alguns anos. Numa ruazinha do centro, o pequeno espaço abre ao fim da tarde para servir quase exclusivamente petiscos feitos com cogumelos, e recomenda-se pedir vários pratos para partilhar, começando pelos ótimos rissóis, fritos instantes antes de chegarem à mesa. E de Bragança, segue-se caminho para outros recantos do Nordeste.
4. PLANALTO MIRANDÊS: NO DOURO INTERNACIONAL
O isolamento de séculos, a proximidade com a região de Castela e Leão e as restrições à produção após a entrada de Portugal na CEE moldaram o Planalto Mirandês, transformando-o naquilo que é hoje. No planalto e nas arribas, que integram o Parque Natural do Douro Internacional, as populações ainda lembram histórias de contrabando e pobreza, mas também de solidariedade. Este território, onde se fala uma língua própria - o mirandês, com as suas variantes - onde há animais únicos como o burro ou os bovinos de raça mirandesa, está a reinventar-se, a voltar a ter orgulho nas tradições, a repensar a agricultura e a adaptar-se a um apelativo mercado turístico. E está a fazê-lo mantendo a ligação à identidade cultural, à natureza e às pessoas.
Foi mesmo esse o objetivo da Associação de Municípios da Terra Fria do Nordeste Transmontano quando decidiu criar a Rota da Terra Fria, definindo circuitos e integrando diversas parcerias. Pedro Cordeiro, engenheiro agrário alentejano que deixou Portalegre para trabalhar no Nordeste Transmontano, promove com o seu projeto Douro Pula Canhada várias experiências dentro da rota. «A ideia inicial era fazer só percursos pedestres e birdwatching». Mas, «face à riqueza da região», o projeto cresceu, desde a sua criação em 2012, e hoje dá a conhecer - com passeios de jipe, BTT e canoagem -, o património natural e cultural de forma integrada e em contacto com os habitantes, que conhece bem. Durante uma caminhada para visitar o castro de Vilarinho dos Galegos (Mogadouro), nas arribas do Douro, mesmo quando fala de história, Pedro não larga o binóculo, que leva à cara frequentemente para observar com entusiasmo os primeiros abutres-do-egito do ano, animal-símbolo do Parque Natural, ou os muitos grifos que planam entre as escarpas do rio que separa Portugal e Espanha. Em baixo, este apresenta-se com um correr tranquilo, moldado pelas barragens que foram construídas a partir dos anos 1950.
Foi um Douro bem diferente que Ângelo Arribas conheceu na sua infância, em Freixiosa, aldeia no concelho de Miranda delimitada pelo planalto, de um lado, e as escarpas, do outro. «Antes, o rio era muito mais rápido e baixo. Passávamos a pé para Espanha, seguros por uma corda», recorda aquele que é um dos mais famosos gaiteiros de Miranda, lembrando os tempos da ditadura e as aventuras do contrabando. No cimo das arribas, que percorre a passo rápido e intrépido, explica que «ali se semeava o centeio», e, mais perto do rio, as oliveiras. «Os tempos do contrabando eram uma "escravidão"», admite. Café, sabão, aguardente e até dinamite eram transportados durante a noite por carreiros que hoje parecem intransponíveis. Durante a Guerra Civil Espanhola, passava-se também pão e conservas, evitando o olhar dos carabineiros, sempre prontos a disparar. No topo da arriba, Ângelo tira da mala a flauta, o tambor e a gaita-de-foles, instrumentos que ele construiu. O céu e os montes enquadram o cenário do vale, por onde ecoam sons tradicionais de festa e de trabalho.
O momento dá sentido ao slogan que António Carção inventou para a região - um «cachico de l cielo na tierra». Um pedaço de céu na terra. Carção transformou, há quatro anos, a casa do bisavô, em Sendim, num espaço de turismo rural, o Curral de l Tiu Pino. Este professor de Educação Física, que já foi vereador da Cultura em Miranda e esteve envolvido na promoção do mirandês a língua oficial, quis valorizar o passado do bisavô, o tiu Pino. Era um «agricultor remediado, um homem bom» que abria a sua casa para abrigar da intempérie quem passava com o carro de bois repleto de trigo, aveia, batata. Na entrada, foi conservado o carro de bois do pai ainda com os cestos da vindima. Carção lembra-se de faltar às aulas para pisar uvas no lagar, que hoje, recuperado, é sala de estar de quem pernoita no Curral. O espaço é composto por quatro estúdios com cozinha e outros tantos quartos.
Muito mudou desde os tempos em que se fazia vinho nos lagares antigos. A vinha já não é predominante na paisagem, como não o é o cereal que até aos anos 1980 fazia do Planalto Mirandês o segundo «celeiro» de Portugal
Depois da entrada na União Europeia, houve apoios para o arranque das vinhas e abandono do cereal e incentivos à reflorestação. Mas nem sempre o conhecimento e a tradição se perdem de uma geração para outra. Ainda em Sendim, encontramos o produtor e enólogo José Preto, que cresceu entre vinhas e lagares, e testemunhou a criação da denominação de origem Trás-os-Montes e da sub-região Planalto Mirandês. O avô fazia e vendia vinho antes da criação da adega cooperativa do Ribadouro. José Preto tem a sua própria adega, herança familiar que renovou. As vinhas, nas encostas do Douro são conduzidas em tradicional «cabeça de salgueiro», muito próximas do solo, o que permite maior controlo das uvas. Este ano, vai lançar o seu primeiro branco.
Uma visita a Sendim não fica completa sem se ir ao restaurante Gabriela, que se gaba de ser o primeiro a servir a afamada posta. A Gabriela, que na verdade se chamava Ana das Dores Morete, era conhecida pela sua língua solta e a farta penugem facial. Muito nova foi para França e lá trabalhou em restaurantes, após a I Grande Guerra. Quando regressou, montou uma taberna e hospedaria, no edifício ao lado do atual restaurante. Começou a fazer feiras e aproveitou o aparecimento das primeiras camionetas para carregar mesas e cadeiras, podendo, assim, servir quem quisesse comer sentado e de faca e garfo. Tradicionalmente, «os vitelos abatidos nas feiras eram servidos em nacos grelhados em cima de um pão. Ela começou a servi-lo no prato: era carne «posta» no prato com batatas e molho (a receita é segredo de família)», explica Altino, marido de Adelaide, que faz parte da terceira geração à frente do restaurante. Com a construção das barragens, a zona encheu-se de forasteiros e o restaurante tornou-se famoso.
À saída da vila, tempo ainda para visitar a oficina de Armandino Torrão, cuteleiro que fabrica facas, canivetes e outros objetos cortantes. Após voltar da Suíça, onde esteve emigrado, quis aprender cutelaria, ofício com tradição na região (famosa pelas facas de Palaçoulo). «Sempre gostei de navalhas artesanais, personalizadas, e não faço duas iguais», diz.
5. AINDA O DOURO: ALDEIAS, BARRAGENS E ARQUITETURA MODERNA
A poucos minutos de Sendim, para norte, paragem obrigatória em Picote. Aldeia com caráter, sítio habitado muito antes da ocupação romana, tem o miradouro da Fraga do Puio como ex-líbris. António Lourenço, que nos recebeu na Casa de l Puio, habitação familiar adaptada ao turismo rural, é um bom guia para se conhecer a zona. A poucos metros metros da casa, o miradouro proporciona uma vista memorável para o rio. Vale a pena visitar o Terra Mater - Ecomuseu da Terra de Miranda, que apresenta as tradições do planalto. À saída da aldeia, compram-se fumados e pão acabado de cozer em forno a lenha, na Cozinha Regional Picote.
Cinco quilómetros para norte, Barrocal do Douro aparece como um tesouro praticamente abandonado. Nos anos 1950, o jovem arquiteto João Archer de Carvalho foi contratado pela Hidroeléctrica do Douro para projetar a barragem do Picote. Além da barragem idealizou de raiz uma pequena cidade, em estilo modernista, longe do convencional «português suave» que dominava a arquitetura portuguesa. Desenhou as casas para quadros da empresa e para os restantes trabalhadores, algumas delas ainda habitadas. Uma escola, hoje a funcionar como café, um campo de ténis, padaria e até um cinema fizeram parte da vida de Barrocal do Douro durante o tempo da construção da barragem, quando lá viviam 6500 pessoas. Hoje, são poucas dezenas. A EDP é ainda proprietária da pousada e da piscina (abertas apenas a quadros da empresa).
Na mesma época, construiu-se a barragem da Bemposta (Cardal do Douro), mais a sul. Aqui há outro bairro da EDP, não tão vistoso, mas que vale a pena visitar. A escola primária foi adaptada para turismo rural, as Casas da Arriba, empreendimento da Naturisnor, empresa que promove também passeios de barco pelo troço do Douro entre as duas barragens.
Voltando a Picote, está-se a meia hora de Miranda do Douro. As ruínas do castelo, a Sé e o Museu da Terra são paragens aconselháveis. No centro da cidade pode ficar a conhecer-se o trabalho em burel, de que são feitas as capas de honra. A loja de Maria Suzana Castro é um exemplo da recuperação deste ofício. Além das capas, fazem-se naquele tecido peças modernas, como mochilas ou casacos.
No parque urbano do Rio Fresno, à entrada da cidade, pode passear-se devagar e até, com alguma sorte, avistar lontras. Saindo da cidade e já fora do Parque do Douro Internacional está a aldeia de Atenor, conhecida pela Ronda das Adegas, que se realiza em maio, e também por ser lá que tem sede a Associação para o Estudo e Proteção do Gado Asinino, que promove a preservação dos burros de raça mirandesa, que durante séculos foram um dos maiores apoios de trabalho dos mirandeses. A sede tem uma pequena loja e, ali perto, pode visitar-se o centro onde estão estes animais que estiveram perto de se extinguir. Durante o ano, a associação organiza várias atividades, como o Festival do Burro e do Gaiteiro.
6. PALAÇOULO, 500 ANOS DE VIMIOSO E UM RESTAURANTE À LAREIRA
Um aspeto curioso das terras de Miranda é o inusitado desenvolvimento industrial. Palaçoulo, a seis quilómetros de Atenor, é a aldeia sem desemprego da região. As indústrias da cutelaria e da tanoaria empregam centenas de pessoas. Um exemplo de sucesso internacional é a Tanoaria JM Gonçalves, responsável por «abastecer» de pipas famosas adegas. O que começou por ser um pequeno negócio artesanal foi passando de geração em geração. Hoje, ainda na mesma família, é uma fábrica reconhecida internacionalmente. Fabrica pipas para a Francis Ford Coppola Winery, na Califórnia (sim, do realizador) e para a famosa bodega Marqués de Riscal, em Espanha. É também nos pipos que de aqui saem que se faz o Barca Velha.
Abandonemos agora o concelho de Miranda. Rumando para sudoeste volta-se para Mogadouro. Para noroeste entramos em Vimioso, que celebra em 2016 os 500 anos do Foral. O Núcleo Museológico da Casa da Cultura, pequeno e bem organizado, onde se pode ver uma cozinha tradicional ou uma antiga sala de escola primária, pode ser o ponto de partida para a visita ao município, muito conhecido pelo castelo de Algoso, que não deve ser visitado sem antes se passar pelo centro de acolhimento (no centro de aldeia de Algoso). Aqui, é possível conhecer a história do castelo, que data da reconquista cristã, e até marcar uma visita guiada ao seu interior e à torre.
Outra coisa boa que Vimioso tem para oferecer são os pratos sofisticados do A Vileira, um dos poucos restaurantes da rota da Terra Fria que serve carne mirandesa certificada. Nuno Garcia e a sua mãe Carla Freitas estão no restaurante há 15 anos, data em que o pai o abriu. Entretanto, o pai foi para França abrir o restaurante Plaisir de Portugal, em Créteil, arredores de Paris. Nuno mantém o negócio e inovou na carta. Mantêm-se os pratos tradicionais, como a posta e a costeleta à mirandesa, o bacalhau da Islândia assado na brasa ou o polvo de Olhão à lagareiro, mas apresentam-se propostas que dificilmente se encontram nestas paragens, como risotti ou especialidades brasileiras. Em 2014, a casa ganhou o primeiro prémio nas jornadas micológicas.
Rumando para sul, termina-se a rota em Mogadouro. E antes da despedida, pode visitar-se, na aldeia de Bruçó, a queijaria artesanal Fonte Velha, onde é produzido o queijo Sabor da Aldeia. Há dez anos que Dona Paula o faz a partir do leite das suas duzentas ovelhas, que o marido trata de criar. O gosto pelo ofício é antigo, pois já fazia queijo com os pais. Hoje, a sua queijaria é a única certificada na região.
Tempo para a última posta, agora no restaurante A Lareira, no centro de Mogadouro. O chef Eliseu Amaro é natural de Sendim e trabalhou, muitos anos, no restaurante de luxo Le Grand Veneur, em Barbizon, França. Ali aprendeu as artes da rôtisserie que agora aplica na lareira do seu restaurante, onde grelha a carne diante dos clientes. É já um prenúncio dos limites da Terra Fria. A Terra Quente começa mesmo ali ao lado.
DORA MOTA E LUÍSA MARINHO
Jornal de Notícias
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