domingo, 30 de abril de 2023

Espetáculo "Vesti-me de vermelho"

 No próximo dia 6 de maio, às 21h30, sobe ao palco do Centro Cultural de Macedo de Cavaleiros, o espetáculo "Vesti-me de Vermelho".
Vesti-me de Vermelho [para que me visses no meio da multidão] retrata, de forma poética, a ausência de contacto entre as pessoas que se cruzam todos os dias, mas não se falam. Reflete sobre a solidão característica da nossa sociedade de hoje, em que no decorrer dos dias, nos falta a coragem de assumir sentimento e manifestar o amor. Numa sociedade cada vez mais individualista, a solidão é real, concreta e estrutural. Esta mulher vive no sótão das suas memórias, de uma relação que sonha, e não se sabe muito bem se alguma vez chegou a existir, por falta de coragem em assumir o que sente. Este espetáculo pretende provocar no público um acordar para uma realidade constante e crescente, e ajudar a refletir sobre a nossa incapacidade de demonstrar amor.

Que não nos falte a coragem para assumir o amor...

➡️ O bilhete tem um custo de 3€ e pode ser adquirido presencialmente no Centro Cultural ou através do telefone 278 428 100.

Horário da bilheteira:

🕒 Dia útil
09h00 - 12h30 | 13h30 - 17h00
🕒 Dia de espetáculo
Ao fim de semana:
16h00 - 18h00 | 20h30 - 21h30

Ó tempo volta para trás...

 
A Severa foi-se embora
O tempo pra mim parou
O passado foi com ela
Para mim não mais voltou

As horas pra mim são dias
As horas pra mim são dias
Os dias pra mim são anos
Recordação é saudade
Recordação é saudade
Saudades são desenganos

Oh, tempo volta pra trás
Traz-me tudo o que eu perdi
Tem pena e dá-me a vida
A vida que eu já vivi

Oh, tempo volta pra trás
Mata as minhas esperanças vãs
Vê que até o próprio sol
Volta todas as manhãs
Vê que até o próprio sol
Volta todas as manhãs

Porque será que o passado
E o amor são tão iguais
Porque será que o amor
Quando vai, não volta mais

Mas para mim a Severa
Mas para mim a Severa
Tem o eco dos meus passos
Eu tenho a saudade à espera
Eu tenho a saudade à espera
Que ela volte prós meus braços

Oh, tempo volta pra trás
Traz-me tudo o que eu perdi
Tem pena e dá-me a vida
A vida que eu já vivi

Oh, tempo volta pra trás
Mata as minhas esperanças vãs
Vê que até o próprio sol
Volta todas as manhãs
Vê que até o próprio sol
Volta todas as manhãs

Oh, tempo volta pra trás
Mata as minhas esperanças vãs
Vê que até o próprio sol
Volta todas as manhãs
Vê que até o próprio sol
Volta todas as manhãs

Tony de Matos

Ainda há Grijó?

 Há mais de 50 anos que frequento Grijó: desde que casei — com a minha Mulher e com Grijó.
A Grijó desses tempos, chamei, num arroubo de generosidade, ‘arredores do paraíso’, em paga do bem que me sentia lá. Hoje pus de lado essa metáfora ousada. Ano após ano, paulatina mas tenazmente, o paraíso tem-se vindo a degradar. Porque só faz sentido chamar arredores do paraíso a um lugar onde haja gente — e em Grijó não há. Todos os anos a morte vem acertar contas com a aldeia — e todos os anos Grijó fica um pouco menos povoado. Este ano foi o Sr. Alberto Alves, príncipe dos marceneiros e coleccionador de móveis e retábulos, que desertou. A morte não abre mão do seu direito de vir colher quem acha que está em termos de ser colhido.
Este fim de semana fomos a Grijó, minha Mulher e eu. À chegada, na sexta-feira, sabem quantas pessoas vimos na rua? Dez? Frio. Cinco? Frio. Três? Nem isso. Vimos uma: o Sr. António, por alcunha Machucho, que costuma vir sentar-se num banco do largo defronte da igreja, ocupado alternadamente em cismar e dormitar. Nem mais uma pessoa às seis da tarde — uma tarde luminosa, nem quente nem fria, que convidava ao ar livre. 
 E, à compita com o Sr. António Machucho, ponho-me também a cismar. Comparo a situação presente com o que acontecia há 50 anos. O que acontecia há 50 anos era isto. A um canto, um grupinho de três ou quatro mulheres confabulava.  Mais além, passava um homem, de sacho ao ombro, a caminho da horta de que custosamente arranca o sustento da família. Acompanha-o a mulher, dois passos atrás, com uma cestinha na mão, que no regresso virá cheia com meia dúzia de tomates, outras tantas cenouras, porventura algumas maçãs, uma couve lombarda, um pé de alface. Perto, seis ou sete crianças escachouçavam — isto é, brincavam em grandes corrimaças e grande grita.
 Há 50 anos, a aldeia já não era o formigueiro humano que devia ter sido há 100 anos, mas tão-pouco era o deserto que é hoje. E o pensamento entra a devanear: o que será daqui a cinco ou dez anos, quando a morte tiver saldado contas com o lar da terceira idade.
 Um tractor passa à minha porta, com grande estrondo de ferragens, interrompendo-me a meditação. E dou-me conta de que há cinco ou seis tractores na aldeia, de outros tantos indivíduos que cultivam os campos, quer sejam de sua propriedade ou arrendados. As ruas deixaram de ser para as pessoas e passaram a ser para os tractores. Nem tão mal. Antes os tractores barulhentos e desengonçados do que ninguém nas ruas.
 Mas que custa, custa. Então a falta das crianças arrasa-nos. Saímos para um breve passeio. E temos a consolação de ver como os prados estão lindos, cobertos com uma alcatifa fofa e luminosa, feita de milhares de florinhas amarelas, como nem Sua Santidade o Papa terá nos seus salões do Vaticano. E isso a dois passos de nossas casa. 
E Grijó volta a ser, como por milagre, os arredores do paraíso. Abençoada Primavera!

A. M. Pires Cabral

Velhos Inimigos - Na Madrugada dos Tempos – Parte 9

 Certamente têm razão aqueles que definem a guerra como estado primitivo e natural. Enquanto o homem for um animal, viverá por meio de luta e à custa dos outros, temerá e odiará o próximo. A vida, portanto, é guerra.

Hermann Hesse
Escritor e pintor alemão
(1877-1962)
Por: Manuel Amaro Mendonça
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")

Todos estavam indignados com a audácia dos homens-macaco, principalmente os estrangeiros pelo assassinato dos dois homens. Aquele grupo, que se mantinha mais ou menos segregado da aldeia, já tinha quase tantos elementos como o próprio clã e, se inicialmente eram olhados com desconfiança, já circulavam livremente entre os demais, fazendo trocas e trabalhando onde era preciso.

Erem convocou um conselho para a semiconstruída casa da reunião, como todos lhe chamavam. As paredes não estavam totalmente erguidas, mas já representavam uma barreira eficaz contra o vento gelado. Os grandes troncos, previamente limpos das cascas, estavam enterrados profundamente à distância de dois homens e o espaço entre eles era diligentemente preenchido com camadas bem equilibradas de pedra. O objetivo era erguer aquelas paredes até ao limite dos troncos onde seriam “fechadas” com travessas de madeira, sobre as quais assentaria o telhado de colmo. Seria uma obra única nas redondezas.
Toda a população da aldeia já representava uma pequena multidão que Altan, o filho mais velho do chefe e Civam, um irmão de Zia tentavam silenciar. Foi, porém, a voz forte de Lemi que conseguiu impor respeito e gradualmente todos se calaram. Erem olhou com satisfação o amigo e tio, embora se sentindo preocupado pelo envelhecimento que este inverno estava a produzir nele.
O chefe subiu a uma pedra para poder olhar para todos e para ser visto. A seu lado esquerdo colocaram-se Zia e Civam e ao direito os seus filhos Altan, Tekin e Asil… uma vez mais Naci primava pela ausência.
— Amigos e vizinhos. — Começou ele à laia de apresentação. — Na noite passada sofremos uma grave afronta; mataram e feriram alguns dos nossos e roubaram e destruíram alimentos que nos irão fazer muita falta. — Um coro de vozes iradas e punhos erguidos ameaçadoramente apoiaram as palavras do chefe que fez um gesto a pedir silêncio. — Não nos bastam já as vezes que atacam os nossos grupos de caça, ou roubam as peças que perseguimos, como agora invadem as nossas próprias casas. — Novas vozes indignadas. — Por muito que me custe, tenho de vos pedir novamente para arriscar a vida pela nossa sobrevivência. Temos de voltar à gruta do nosso inimigo.
— Mas desta vez, temos de acabar o serviço de vez! — Gritou Naci da entrada do edifício. — A nossa covardia colocou-nos nesta situação; morreram alguns de nós no ataque, mas não devíamos ter desistido! Devíamos ter voltado, nem que fosse com todo o nosso clã, nem que morresse metade de nós, mas teríamos acabado com eles de uma vez por todas! — Havia alguns murmúrios de aprovação na audiência. — Em vez disso, andamos a arrastar pedras pelas montanhas e vales.
— O apoio dos deuses é o mais importante! — Gritou Zia, incapaz de se conter, sobrepondo-se ao coro de vários elementos da audiência que também se indignavam pelas palavras heréticas do filho do chefe. — Sem os deuses nada somos! Que podemos nós contra Tarhun[1], quando atroa os céus e destrói grandes árvores ou queima florestas inteiras? Que podemos nós contra Swol que tanto nos traz o suave calor quando a noite deixa de ser maior que o dia, como abrasa o ar e seca os chãos quando o dia é maior que a noite?
— Temos de eliminar a ameaça, sim. — Interveio Erem para conciliar as partes. — Temos de a eliminar de vez, mas agora invocaremos o apoio dos deuses antes de ir. Quero que todos quantos podem lutar se armem e se preparem para a viagem, ficam apenas os velhos, os doentes e as mulheres com crianças. Lemi organizará os grupos e escolherá alguns guerreiros que ficarão com ele a guardar a aldeia. Partiremos amanhã à primeira luz. Não pode ir ninguém ferido, nem doente, lembrem-se que está muito frio e as neves estão altas. Vai ser uma caminhada muito difícil. Quero aqui aproveitar — olhou na direção dos estrangeiros — para pedir a ajuda dos nossos vizinhos, para que nos cedam os guerreiros que puderem para combater esta ameaça.
Destacou-se entre o grupo um homem chamado Tailan, visto pela maioria como o porta-voz. Era dos mais velhos, o rosto alongado e enrugado de muitos sóis, o cabelo comprido preso num rabo de cavalo e a barba mantida curta. Envergava uma camisola de lã escura por baixo de um capote de peles de lobo.
— Apoiaremos de bom grado, grande chefe! — Respondeu ele na sua voz forte e de sotaque carregado. — Mas quero também pedir uma graça, a ti e a todos os que em Barinak[2] nos têm acolhido tão bem; gostaríamos de também poder enterrar os nossos mortos no santuário que estamos a ajudar a construir. Os mortos desta noite… — O homem calou-se à medida que vozes indignadas se faziam ouvir na audiência.
— Esperem! — Mandou Erem. — Acalmem-se, vá! — Insistiu o chefe sobre os descontentes. — Por que o não hão de merecer eles? Não trabalham lá como nós? Não colaboram em todas as atividades do clã como todos os outros? Mesmo nas construções na aldeia, que já não lhes diria respeito? — O descontentamento reduzia-se a alguns resmungos. — Bem sei que são estrangeiros, não são descendentes do grande clã de Birol, mas partilham connosco as dificuldades. Proponho que enterrem os seus mortos no santuário, sim, mas, tal como vivem nos limites da aldeia, os enterramentos serão em volta do círculo e não dentro. O círculo interior fica reservado aos elementos do nosso clã.
Tailan curvou a cabeça em agradecimento, ignorando alguns elementos da audiência que insistiam em manter a discriminação mais acentuada.
— Daqui vamos todos para o santuário — Zia tomou a palavra com autoridade, dando por encerrada a discussão —, sacrificaremos uma cabra e um cabrito. Farei a leitura das entranhas da velha para a aldeia e da nova para o nosso futuro. Invocaremos o favor dos deuses na nossa jornada e, com ajuda deles, desta vez venceremos.
Foi uma grande comunidade que se juntou no santuário onde havia agora cinco monólitos. As condições climatéricas limitavam muito o tempo de trabalho e a pedra com o tamanho necessário e as características exigidas por Zia ou Nehir encontrava-se cada vez mais distante. Por vezes faziam grandes caminhadas para ver um megálito referenciado por um dos caçadores, para chegar à conclusão que não era do material certo, não tinha tamanho ou estava quebrado. Agora optavam por duas equipas chefiadas por uma das mulheres que localizavam as pedras e deixavam lá aqueles que a iriam desbastar para a tornar mais leve e transportável. Só depois se iniciaria o transporte. Tudo tomava mais tempo; encontrar os objetos, a distância e os obstáculos naturais.
Erem, Zia e Nehir compareceram no santuário envergando as vestes e símbolos dos seus altos cargos. Ele trazia a cabeça e a pele de leão, que eram a majestade e o poder sobre os outros e a lança, que representava, ao mesmo tempo, a ferramenta que alimentava o clã e a arma que o defendia. Zia e Nehir envergavam alvos casacos de peles de carneiro que lhes desciam até aos joelhos com as golas e punhos de pele de coelho matizados de branco e cinzento. A mãe estava coroada com o cocar de penas de corvo e pomba cinzenta e a filha com outro de pomba branca, distinguindo os seus estatutos de sacerdotisa/oráculo e o acólito. 
Ainda havia murmúrios descontentes quando Zia executou as mortes rituais junto à fogueira no centro do círculo e invocou os deuses para que vissem o sacrifício que faziam. Aqueles animais eram preciosos e podiam, no espaço de poucas semanas, serem essenciais para evitar a morte pela fome de alguns deles, no entanto, faziam aquela oferenda para que as divindades percebessem que lhes davam mais importância do que à sua própria subsistência.
A noite descia rapidamente sobre o povoado e refletia-se apenas em pequenos espaços deixados entre as nuvens escuras que praticamente cobriam o céu. A luz bruxuleante das chamas projetava a sombra da sacerdotisa nas pedras: um gigante com enormes chifres que parecia querer libertar-se para avançar sobre os crentes. Também o som ressoava de forma impressionante nos monólitos, os que estavam mais perto, sentiam a vibração que deles provinha e as palavras do oráculo ressaltavam e pareciam ficar suspensas no ar. Zia invocava a presença de Swol que não os abandonasse e regressasse rápido com o calor, a caça e as colheitas, de Mensis para que lhes iluminasse a noite e os caçadores não se perdessem no caminho e de Tarhun para que os conduzisse à vitória sobre os inimigos. Enquanto isso, retirava as entranhas dos animais sacrificados para potes de barro que lhe eram estendidos por Nehir.
O chefe do clã colocou-se no meio das duas mulheres e aproximou-se da sacerdotisa para receber a premonição. Nehir marcou-lhe o peito com uma sanguinolenta mão aberta sobre o coração e Zia riscou-lhe o rosto com três dedos sangrentos em cada face antes de lhe segredar o que vira nas entranhas dos animais. Ele olhou-a com profundidade antes de confirmar com um aceno de cabeça que aceitava a previsão que podia ser divulgada ao povo.
Voltaram-se os três de costas para o altar sacrificial, de mãos dadas, os rostos negros e dourados pela luz da fogueira transformados em máscaras divinas, prestes a revelar a vontade dos deuses.
— Swol, — gritou Zia, acima dos murmúrios que se silenciaram de imediato —, abraça os seus filhos e recomenda paciência para regressar em força e abundância. Mensis, diz; as noites serão calmas e, embora as nuvens de neve por vezes ensombrem os céus, ela estará lá para velar por nós. Tarhun dá-nos a sua bênção para levar a vingança aos nossos inimigos. A luta será difícil, mas o nosso clã prevalecerá!
Gritos de alegria e vitória ecoaram entre os crentes que se felicitavam mutuamente por tão auspicioso augúrio. Mas logo Zia tornou a erguer as mãos para impor o silêncio.
— Amanhã será um dia muito comprido e difícil. — Anunciou ela assim que todos se calaram, erguendo um dos potes de barro utilizados na cerimónia. — Aqui estão o sangue da cabra e do cabrito; o velho e o novo misturados e inseparáveis, como sempre deve ser.  — Com um ramo de oliveira aspergiu pingos carmins sobre os crentes. — Todos devem molhar as mãos nele e marcar as faces com três dedos, que dá a força de três homens e as roupas com a mão aberta que dá a coragem do nosso povo. Depois vamos descansar nos braços de Mensis e acordaremos ao som das cornetas de Tarhun.

Manuel Amaro Mendonça
nasceu em Janeiro de 1965, na cidade de São Mamede de Infesta, concelho de Matosinhos, a "Terra de Horizonte e Mar".
É autor dos livros "Terras de Xisto e Outras Histórias" (Agosto 2015), "Lágrimas no Rio" (Abril 2016), "Daqueles Além Marão" (Abril 2017) e "Entre o Preto e o Branco" (2020), todos editados pela CreateSpace e distribuídos pela Amazon.
Foi reconhecido em quatro concursos de escrita e os seus textos já foram selecionados para duas dezenas de antologias de contos, de diversas editoras.
Outros trabalhos estão em projeto e sairão em breve. Siga as últimas novidades AQUI.

Castro da Idade do Ferro em Mogadouro abre para visitas a partir de domingo

 O castro de Vilarinho dos Galegos, em Mogadouro, datado da Idade do Ferro, vai abrir para visitas a partir de domingo, após a realização de obras de consolidação e arranjos da área envolvente de 342 mil euros.


A antiga fortificação, situada no distrito de Bragança, tinha como função defender um enorme povoado existente num local sobranceiro ao rio Douro onde foi colocado “este importante” sítio arqueológico, que remonta a cerca de 800 anos a.C., que é também conhecido localmente por Castelo dos Mouros.

Em declarações à agência Lusa, a vereadora com o pelouro da Cultura no município de Mogadouro, Márcia Barros, disse hoje que, com este novo polo histórico, pretende-se dar a conhecer o espaço, tornando-o visitável e acessível aos interessados.

“Neste momento conseguimos ter uma visão plena do que seria a fortificação [castreja], datada de há mais de 2500 anos. Foi colocado a descoberto um sítio de verdadeira estratégia defensiva ou de eventual ataque, com origem na Idade do Ferro”, vincou a autarca.

O projeto "Valorização e Conservação do Castelo dos Mouros e Castelo de Oleiros” vai agora ser dado a conhecer ao público em geral.

Márcia Barros acrescentou que este espaço já há muito que estava sinalizado porque nas suas imediações existe um miradouro sobranceiro ao rio Douro que é conhecido como Fraga do Calço.

“Este espaço ganha agora uma nova dimensão para quem queira fazer uma viagem no tempo”, sublinhou a vereadora.

Já Emanuel Campos, arqueólogo do município de Mogadouro, avançou à Lusa que o interesse histórico em reação ao castro/castelo dos mouros de Vilarinho dos Galegos é relevante, porque tratar-se de um povoado que está na origem desta aldeia e também de outras localidades do sul do Planalto Mirandês.

“Todos os dados arqueológicos apontam para uma ocupação deste povoado para 800 anos a.C., havendo uma reconstrução da muralha defensiva por volta de 250 anos a.C., prolongando-se até ao século XX”, indicou.

Na opinião do arqueólogo, esta fortificação tinha como objetivo defender uma comunidade rural que existiu junto a Vilarinho dos Galegos, e também como ponto estratégico para a defesa da via navegável do Douro, na Idade do Ferro.

Numa primeira fase de intervenção no Castelo dos Mouros foram realizadas escavações arqueológicas e feita a consolidação de um pano de muralhas viradas a sul que suporta esta fortificação castreja, que fica sobranceira ao Douro Internacional e cujos trabalhos tiveram início em 2011.

Em fases posteriores da intervenção foi possível aos arqueólogos e outros investigadores desfazer um conjunto de dúvidas exigentes em relação às funções da primitiva fortificação.

De acordo com o arqueólogo municipal, o Castelo dos Mouros de Vilarinhos dos Galegos está classificado como Monumento de Interesse Municipal, estando em curso a sua classificação como Sítio de Interesse Público.

A ocupação da área do castro do Castelo dos Mouros e de toda a zona envolvente está cronologicamente situada entre a Idade do Ferro e o século XX.

Este espaço está na confluência das grandes rotas pedestres do Douro Internacional, como é o caso da GR-36, que está a ser bastante procurada e fica dentro do Parque Natural do Douro Internacional (PNDI).

A localização destas estruturas arqueológicas na linha de fronteira com Espanha é também um elemento estratégico a ter em conta nas ações que virão a ser desenvolvidas no futuro.

FYP // JAP
Lusa/Fim

Três toneladas de carne imprópria apreendidas em Macedo de Cavaleiros

 A ASAE encerrou um estabelecimento industrial de produtos de origem animal no distrito de Bragança. Foram apreendidos mais de três mil quilos de produtos "impróprios para consumo humano" avaliados em mais de 38 mil euros.


A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), realizou, nas últimas semanas, através de uma Brigada da Unidade Operacional de Mirandela, uma operação de fiscalização direcionada a um estabelecimento industrial no distrito de Bragança, dá conta uma nota de imprensa divulgada este sábado. O JN apurou que a unidade em causa se situa no concelho de Macedo de Cavaleiros.

Nesta ação de fiscalização, a ASAE apreendeu 3.325,00 Kg de diversos produtos de origem animal, por se encontrarem "anormais avariados e por falta de rastreabilidade e de requisitos". Todos os produtos foram considerados "não seguros e impróprios para consumo humano".

Após perícia pela Direção-Geral de Alimentação e Veterinária, foi determinada a destruição integral dos produtos apreendidos, através do encaminhamento para a Unidade de Transformação de Subprodutos, por terem sido considerados "anormais avariados, com falta de rastreabilidade e de requisitos, e pelo facto de apresentarem grandes quantidades de bolores, desidratação, coloração anormal, presença cristais de gelo na sua superfície, rancificação e sinais de putrefacção", adianta a nota da ASAE, referindo ainda que o valor total da apreensão ascendeu a 38.358,50 euros.

Foi instaurado um processo-crime pela prática do crime contra a saúde pública de géneros alimentícios anormais avariados e a ASAE determinou "a suspensão total de atividade, por incumprimento dos requisitos gerais e específicos de higiene e pela inexistência do número de controlo veterinário (NCV)", atribuído pela Direção-Geral de Alimentação e Veterinária.

Foram ainda apreendidos os equipamentos de etiquetagem e rótulos que o referido estabelecimento industrial utilizava com um NCV já suspenso.

Fernando Pires

𝗙𝗲𝘀𝘁𝗮𝘀, 𝗳𝗲𝗶𝗿𝗮𝘀, 𝗽𝗮𝗽𝗮𝘀 𝗲 𝗯𝗼𝗹𝗼𝘀

 Começou oficialmente a época das festas com um grande momento a decorrer há 15 dias atrás, por ocasião das festas em honra da Nossa Senhora dos Prazeres, nos Cortiços e do espetáculo de stand-up comedy de Gilmário Vemba num salão nobre do centro cultural repleto e que trouxe a nós espetadores não só do distrito de Bragança como também de Vila Real, reforçando que a centralidade do  nosso concelho é uma enorme mais valia. 
Após o seu espetáculo, Gilmário foi até aos Cortiços para experimentar, então, o que ainda temos de melhor.  
É que Macedo, com festas e feiras é, de facto, parte dum reino maravilhoso. 
Mas Macedo de Cavaleiros, a cidade, não o é apenas nesses, mas sim durante todos os dias do ano.
Lamentavelmente, não o é da mesma forma.

📌 Nesses dias, em que não há festas ou feiras, Macedo é marcado pelas lojas vazias e/ou abandonadas, pela maioria dos cafés fechados a partir das 19h e pelos parcos motivos para sair de casa;

📌 Nesses dias, Macedo é a cidade em que coisas tão simples como a limpeza e manutenção das ruas e praças parece ter sido esquecida, a degradação das estradas e passeios proliferam e as fontes e grande maioria dos canteiros ou jardins estão secas, sujas ou abandonadas;

📌 Nesses dias, Macedo é a cidade em que as obras de grande envergadura se arrastam e parecem não ter fim;

📌 Nesses dias, Macedo é a cidade em que os edifícios mais antigos e marcantes estão como que esquecidos ao pesado passar do tempo que os marca, da pior forma possível;
 
📌 Nesses dias, Macedo é a cidade em que as freguesias gerem orçamentos reduzidos que não lhes permitem terminar obras que  pretendam fazer e em que as que foram alvo de intervenção recente veem o serviço parado a meio, deixando os caminhos em estado de avançada degradação, como se metade da obra fosse  suficiente;

📌 Nesses dias, Macedo é a cidade em que alguns bons cidadãos, eleitos e ao serviço da nobre causa do serviço público por partidos da oposição, são alvo de abordagens a roçar a chantagem, a si próprios ou, mais fácil ainda, a seus familiares;

📌 Nesses dias, Macedo é a cidade em que a violência gratuita e os maus costumes se multiplicam, noite adentro, na via pública, resultando em equipamentos danificados, propriedade destruída e, pior ainda, jovens feridos;

📌 Nesses dias, Macedo é a cidade em que dezenas de migrantes de várias nacionalidades deambulam pelo seu seio, como que esquecidos por uma classe política que apregoa a sua defesa mas que cujo programa de inclusão e integração, se é que existe, não me parece estar a resultar como era suposto;

📌 Nesses dias, Macedo é a cidade em que o comércio que resta, estagnado, passa por momentos difíceis e espera em desespero pelo regresso dos meses de Verão, brindados com a visita dos emigrantes que abandonaram a cidade que os viu nascer em busca de emprego e melhores condições de vida;

📌 Nesses dias, Macedo é a cidade em que a zona industrial, sempre afirmada como uma prioridade se mantém, dia após dia, sem qualquer rasgo de progresso à vista;

📌 Nesses dias, Macedo é a cidade que convida a visitar monumentos de interesse público em péssimo estado de conservação e parcas condições de segurança;

📌 Nesses dias, Macedo é a cidade em que serviços públicos fulcrais, como as finanças, prestam funções cada vez mais diminutas, fruto da desvalorização que nos é atribuída por quem governa.

📌📌 Em suma, nos restantes dias do ano, Macedo caracteriza-se por uma cidade moribunda, em que o progresso é, pelos vistos, percetível apenas para alguns e fica cada vez mais claro que a estratégia de  desenvolvimento, se é que existe, teima em não produzir resultados – E neste tema, parece-me pertinente questionar qual é, e em que consiste esse plano de desenvolvimento? É que ao longo das 314 paginas do dossier Macedo 2030, esse documento que custou milhares de euros do erário público, não encontrei mais do que uma descrição social, económica, urbana e patrimonial daquilo que existe. E isso, já nós sabemos.  
E tudo isto, bem à vista dos seus cidadãos que admitem, à míngua, sucessivas governações sazonais em que a obra surge, sempre, na reta final dos mandatos. Cidadãos que infelizmente parecem ter desistido ou, pior ainda, parecem ter receio de o admitir.
Macedo, no seu melhor e naqueles dias de festas e feiras é de facto maravilhoso. 
Mas, nos restantes dias, não é para os Gilmários deste país... infelizmente.

Cláudio Trovisco

Queres conhecer a Serra de Nogueira?

 Vamos assinalar o dia da Biodiversidade, a 20 de Maio, com passeio, Sunset-lanche e atuação musical.
Transporte de autocarro para regressar.

Inscreve-te.

Baixo Sabor tem no balonismo um novo atrativo para promover o território

 O potencial turístico dos Lagos do Sabor, no nordeste transmontano, tem um novo atrativo com a descoberta deste território através de voos de balão de ar quente, uma iniciativa que a organização considera que veio para ficar.


Os voos realizam-se no Sabor & Vilariça Ballon Fest, que decorre até domingo nos concelhos do Baixo Sabor, concretamente em Alfândega da Fé, Mogadouro, Torre de Moncorvo e Macedo de Cavaleiros, a que se junta o concelho vizinho de Vila Flor, em pleno Vale da Vilariça, no distrito de Bragança.

Pelos céus deste território vão voar livremente e ao sabor do vento 13 balões de ar quente de países como a Lituânia, Espanha, Portugal e Países Baixos, que podem transportar até seis pessoas, mais o piloto deste tipo de aeronave. Haverá ainda voos estáticos nos cinco concelhos, no período da noite.

Este festival de balonismo acontece pela primeira vez e conta com a organização do Associação de Municípios do Baixo Sabor (AMBS) e da entidade regional do Turismo do Porto e Norte, que pretendem que, no futuro, tenha amplitude internacional, dado o potencial desta região para este tipo de atividade de lazer e recreio.

Segundo o secretário executivo da AMBS, Vítor Sobral, trata-se de uma iniciativa que “é já uma aposta ganha”, sendo o balonismo “algo que se pretende que faça parte da estratégia e que vai ser consolidado durante muitos anos no território”.

Para o presidente da Câmara de Mogadouro, António Pimentel, esta é uma iniciativa que poderá contribuir para a implementação da estratégia delineada pelos quatro municípios para os Lagos do Sabor para o turismo.

“O balonismo vai-se constituir como um polo dinamizador do turismo no Baixo Sabor, havendo já quem preveja a instalação de voos de balão de ar quente neste território, dada a beleza das paisagens entre as montanhas e o rio Sabor”, vincou o autarca.

Vítor Sobral disse também que o Sabor & Vilariça Ballon Fest já superou todas expectativas, visto que em cerca de 35 minutos após a abertura de inscrições para os voos foram registados um “milhar de pedidos de pessoas de todo o país e de Espanha”, o que obrigou a abrir mais 500 vagas nos cinco municípios aderentes à iniciativa.

Esta manhã, no âmbito daquele que foi o primeiro voo livre do festival, os pilotos também deram nota positiva às condições para o balonismo, com o lituano Tomas Olevsonas a destacar a beleza da paisagem do Baixo Sabor.

“As paisagens são maravilhosas com destaque para os lagos do Sabor e as montanhas circundantes. É terceira vez que voo em Portugal e fiquei encantado com toda esta envolvência”, frisou o piloto de balão de ar quente.

Também Guido Santos, piloto de balão, avançou que, após este primeiro voo em Mogadouro, fica sempre a vontade de voar mais neste território.

“É uma zona muito viável para o voo em balões com capacidade até seis pessoas. Seria muito interessante ter aqui um balão de ar quente a operar neste território dos Lagos do Sabor. Poderia ser partilhado entre as autarquias”, rematou.

Quem teve a sua primeira experiência de voo em balão de ar quente ficou maravilhado com este tipo de atividade e a serenidade das condições meteorológicas para esta prática.

“A paisagem vista do ar é soberba, nada a comparar com o que vemos de baixo. Foi um voo tranquilo e sem sobressaltos. Não consigo descrever o que vi de lá de cima. É espetacular”, disse David Rodrigues, que é fotógrafo.

Para alcançar o sucesso, na ótica dos promotores deste festival, é necessário que haja várias edições do evento “com o objetivo de atrair operadores turísticos para poderem desenvolver a atividade.

Segundo dados avançados pelo TPN, o peso económico do balonismo é de dois milhões de euros e estima-se que, em 2022, tenham sido transportados em Portugal cerca de 7.500 passageiros por todos os operadores, sobretudo em voos de natureza turística.

O programa do festival continua hoje à noite, em Mogadouro, com voos estáticos. Depois, segue-se Vila Flor, também com voos estáticos e livres. Neste concelho haverá na sexta-feira o espetáculo Night Glow, onde os balões de ar quente vão poder sincronizar os seus queimadores com música eletrónica.

Já no sábado, chega a vez do concelho de Torre de Moncorvo, com voos livres ao início da manhã e estáticos à noite, e o mesmo acontece no domingo em Macedo de Cavaleiros, que encerra este primeiro festival de balonismo do Baixo Sabor e Vale da Vilariça.

FYP // JAP
Lusa/Fim

O projeto LIFE Aegypius Return já tem site!

  Já está disponível o site do projeto LIFE Aegypius Return, onde poderá encontrar toda a informação sobre a consolidação da população de abutre-preto em Portugal e no oeste de Espanha. 
Fique a conhecer o projeto LIFE Aegypius Return em detalhe


O website do LIFE Aegypius Return inclui informações detalhadas sobre os objetivos, ações e parceiros do projeto. Fique a conhecer os dez sítios da Rede Natura 2000 ao longo da fronteira entre Portugal e Espanha onde estão a ser desenvolvidos esforços de conservação para o abture-preto e descubra a história e os antecedentes da espécie nos dois países. Quantos abutres-preto existem atualmente? O que levou ao declínio da espécie? E porque razão os abutres são fundamentais para o equilíbrio dos ecossistemas? Siga as notícias, eventos e resultados do projeto, e aceda aos recursos publicados.

Denunciar crimes contra a vida silvestre

Pode ajudar-nos a proteger o abutre-preto. O nosso website inclui uma secção dedicada à denúncia de crimes contra a vida selvagem, incluindo abates ilegais, envenenamento, perturbação de ninhos e incêndios florestais. Se se deparar com algum crime contra a vida silvestre em Portugal e Espanha, denuncie-o e junte-se a nós na proteção do abutre-preto!

Ajude-nos a espalhar a palavra

O recém-lançado website do projeto LIFE Aegypius Return é a plataforma perfeita para os admiradores do abutre-preto se manterem informados e mostrarem o seu apoio. Ajude-nos a espalhar a palavra sobre a importância da conservação da espécie, partilhando as notícias e atualizações do nosso projeto nas redes sociais.

Estamos também a organizar vários eventos para envolver diferentes públicos interessados no projeto, desde conferências dirigidas a cientistas a atividades educativas para as comunidades locais. O primeiro evento é já em novembro deste ano, a European Vulture Conference 2023, em Cáceres (Espanha), que incluirá workshops, conferências e visitas de campo e vai reunir centenas de participantes da comunidade científica e conservação da natureza de toda a Europa. Todos estes eventos serão publicados no nosso sítio Web, não deixe de os consultar e participar naqueles que lhe interessam.

Junte-se a nós e aos nossos esforços de conservação e saiba mais sobre o projeto LIFE Aegypius Return explorando o nosso sítio Web em https://4vultures.org/life-aegypius-return/.

Sobre o projeto

O projeto "LIFE Aegypius return - consolidação e expansão da população de abutre-preto em Portugal e no oeste de Espanha", financiado pelo Programa LIFE da União Europeia e que arrancou em setembro de 2022, tem como objetivos principais aumentar a população de abutre-preto e melhorar o seu estado de conservação e estatuto de ameaça em Portugal.

O projeto LIFE Aegypius Return tem um orçamento de 3.7 milhões e é liderado pela Vulture Conservation Foundation em colaboração com a Palombar – Conservação da Natureza e do Património Rural, a Herdade da Contenda, a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, a Liga para a Proteção da Natureza, a Associação Transumância e Natureza, a Fundación Naturaleza y Hombre, a Guarda Nacional Republicana, e a Associação Nacional de Proprietários Rurais Gestão Cinegética e Biodiversidade.

Este domingo, há passeio de carros antigos e clássicos no concelho de Macedo de Cavaleiros

 A Associação Juvenil de Vilar do Monte, a Vimont, e os Bombeiros Voluntários de Macedo de Cavaleiros associaram-se e este domingo promovem um passeio de carros antigos e clássicos.


A iniciativa está integrada nas 100 atividades de comemoração do centenário da Associação Humanitária e pretende proporcionar um dia diferente e dinâmico aos participantes, como explica o Diretor Desportivo da Vimont, Nuno Pessegueiro:

“Temos um pequeno-almoço no recinto das instalações da Vimont e depois damos início ao passeio por volta das 10h, em direção a Grijó, onde vamos visitar o Centro Hípico e o Centro Interpretativo do Corço.

Seguimos em caravana em direção à aldeia do Romeu, onde iremos visitar o Santuário de Jerusalém do Romeu e degustar lá uns aperitivos.

Seguiremos dali para o quartel dos bombeiros para tirar uma foto e partimos em direção a Vilar do Monte para o almoço com todos os participantes.

Depois, vamos premiar alguns clássicos, através de uma votação por parte de todos os participantes.

Para terminar, seguimos em direção ao Santuário de Nossa Senhora do Campo, em Lamas, onde vai estar a decorrer a festa nesse dia.”

E as inscrições têm chegado de vários pontos da região:

“Temos de Bragança, Valpaços, Alfândega, Sambade, Mirandela e Macedo.”

Este é o primeiro passeio de carros antigos e clássicos, promovido pela associação, mas a intenção é que continue nos anos seguintes:

“Acho que vamos pegar nisto para continuar porque temos de ir evoluindo. Já tivemos algumas atividades, vamos inserindo outras e, se correr bem, talvez no próximo ano possamos continuar. “

As inscrições para participar no I Passeio de Carros Antigos e Clássicos da Vimont, em colaboração com os Bombeiros de Macedo, estão abertas até amanhã.

Escrito por ONDA LIVRE

🎼 𝗝𝗘 𝗖𝗢𝗨𝗥𝗦 𝗣𝗢𝗨𝗥 𝗟𝗔 𝗖𝗨𝗟𝗧𝗨𝗥𝗘 de Gauthier Herrmann Cello

📍 Teatro Municipal de Bragança
🎫 𝗚𝗥𝗔𝗧𝗨𝗜𝗧𝗢 - Levantamento de bilhete obrigatório (Bilheteira presencial do TMB)

“Je Cours Pour La Culture” é um festival itinerante cheio de vida, que cruza fronteiras e propõe Música para todos, em vários lugares! 

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Informação | Curso de Nadador Salvador

 Estão abertas as inscrições para o Curso de Nadador Salvador em Alfândega da Fé.
Se tens mais de 18 anos, escolaridade mínima obrigatória, esta oportunidade é para ti!

Inscreve-te em através dos seguintes contactos: geral@osdelfins.pt ou 913 883 530

Como o âmbar cria fósseis requintados

 Em 1872, cientistas examinaram uma flor fossilizada invulgarmente grande preservada em âmbar descoberta numa mina da Rússia. Identificaram-na como uma planta angiospérmica perene chamada Stewartia kowalewskii. As flores fossilizadas em âmbar são extremamente raras. Esta, com 28 milímetros, é três vezes maior do que a maioria das anteriormente descobertas. Carola Radke / Museum Für Naturkunde Berlin.


Um material de tons quentes valorizado pelos joalheiros, o âmbar demora mais de 40.000 anos a formar-se. Veja imagens de alguns dos melhores espécimes.

Há milhares de anos que a resina de árvore fossilizada conhecida como âmbar fascina os joalheiros e inspira a imaginação científica. Nos últimos 200 anos, sobretudo, paleontólogos de todo o mundo debruçaram-se sobre o âmbar para compreender a antiguidade – estudando os fabulosos fósseis nele preservados. Alguma pergunta sobre o âmbar? Nós respondemos.

O que é o âmbar e como obtém as suas inclusões fósseis?

As plantas segregam vários tipos de líquidos viscosos, como látex, borracha e ceras. Alguns tipos de plantas, geralmente lenhosas, produzem resinas: substâncias complexas e pegajosas que não se dissolvem em água e endurecem quando expostas ao ar.

As resinas actuam como uma crosta sobre as feridas da planta, sendo de certo modo como as plaquetas do nosso sangue. Quando uma planta que fabrica resina é ferida ou sofre algum tipo de ruptura na sua superfície – como uma fenda numa casca de árvore – é exsudada resina no local. Quando exposta à atmosfera e aquecida pela luz solar, a resina começa a endurecer. Este processo forma uma cobertura protectora sobre a ferida da planta, ajudando a manter fungos e outros patógenos à distância.

Uma vez que a resina é pegajosa, pequenas criaturas podem ficar presas nela quando é exsudada pela casca das árvores, goteja no chão ou flui através das raízes da árvore. Por vezes, algumas destas gotas chegam à água: talvez porque uma árvore crescia junto à margem de um oceano ou lago ou porque uma cheia arrastou a árvore para um rio. Destas gotas de resina nascidas na água, algumas acabam enterradas em sedimentos, como areia de uma planície de aluvião ou o lodo do fundo de um lago.

Uma carraça segurando uma pena de dinossauro preservada em âmbar birmanês com 99 milhões de anos. Fotografia de E. Peñalver Via Nature Communications.

Quanto mais fundo a resina for enterrada, mais pressão e calor são exercidos sobre ela. Por um período prolongado, estas condições fazem com que os compostos de resina polimerizarem, ou seja, reajam quimicamente entre si, formando uma rede de ligações moleculares. Este processo gera o material rígido e vítreo que conhecemos como âmbar – e que pode preservar, com extraordinária fidelidade, as formas de quaisquer pequenas criaturas que nele fiquem retidas.

Quanto tempo demora a resina a transformar-se em âmbar?

É difícil dizer ao certo. A transformação da resina em âmbar é um produto das condições experienciadas pela gota de resina. Em geral, o âmbar costuma ter bastante mais de 40.000 anos. Se for mais jovem, o material tem boas probabilidades de ser classificado como copal, uma resina polimerizada antiga que conserva algumas das propriedades materiais da substância fresca, nomeadamente uma superfície mais aderente.

Que tipos de fósseis foram descobertos em âmbar?

Uma vez que o âmbar pode envolver e proteger até criaturas com corpos moles, é excelente para preservar os mais pequenos e delicados habitantes dos ecossistemas de floresta. Ao longo de quase dois séculos, os paleontólogos que estudam o âmbar descobriram insectos, aracnídeos, caranguejos, plantas, fungos, nemátodos, plantas, microorganismos e, ocasionalmente, até pedaços de um animal vertebrado de maiores dimensões.

No entanto, como seria de imaginar, os fósseis que acabam conservados em âmbar costumam ser das criaturas com maiores probabilidades de ficarem sepultadas no interior de resina de uma árvore antiga.

Onde se costumam encontrar fósseis em âmbar?

Existem mais de 160 sítios em todo o mundo onde foram descobertos copal ou âmbar e o âmbar mais antigo do planeta – encontrado num veio de carvão no estado do Illinois – tem cerca de 320 milhões de anos. Contudo, estes pedaços de âmbar têm, em média, cerca de meio centímetro e não possuem fósseis no seu interior. De todos os depósitos de âmbar da Terra, apenas cerca de uma dezena contêm uma grande variedade de fósseis. Quase todos esses depósitos com fósseis têm cerca de 125 milhões de anos ou menos, com uma excepção: um depósito de âmbar com 230 milhões de anos nos Alpes que preserva uma espécie de mosca e duas espécies de ácaros.

Quais são alguns dos mais bem estudados depósitos de âmbar do mundo?

Estima-se que o âmbar báltico tenha entre 34 milhões e 38 milhões, embora alguns depósitos se tenham formado mais cedo. O seu aparecimento deve-se à erosão de sedimentos ao longo da costa do mar Báltico, no norte da Europa, e os depósitos mais bem estudados são provenientes do actual oblast de Kaliningrado, na Rússia. Mais de 3.500 espécies de fósseis de artrópodes foram descobertas em âmbar báltico, incluindo mais de 650 espécies de aranhas. Raramente o âmbar báltico contém fósseis de vertebrados, incluindo uma espectacular osga chamada Yantarogekko balticus, nascida há cerca de 54 milhões de anos. Também já foram encontrados fósseis de plantas, incluindo o maior fóssil conhecido de uma flor preservada em âmbar.

Pensa-se que o âmbar dominicano tenha entre 15 e 20 milhões de anos, embora a sua idade exacta seja tema de debate. Os cientistas encontraram mais de mil espécies de fósseis dentro deste âmbar, incluindo mais de 400 espécies de insectos e 150 espécies de aranhas. Ocasionalmente, também aparecem fósseis de vertebrados, incluindo lagartos anolis e até uma salamandra.

O âmbar birmanês tem cerca de 99 milhões de anos e vem de minas localizadas no estado setentrional de Kachin, no Myanmar, exploradas pelo negócio joalheiro há cerca de 2.000 anos. O interesse científico no âmbar birmanês tem aumentado ao longo das duas últimas décadas, depois de os paleontólogos descobrirem um ecossistema extremamente diversificado: “formigas dos infernos” carnívoras sepultadas a meio de uma refeição, parte da cauda de um dinossauro emplumado, a concha de uma criatura marinha conhecida como amonite e até uma ave bebé ancestral.

Contudo, os paleontólogos debatem acesamente os aspectos éticos do estudo do âmbar birmanês. As minas de âmbar de Kachin estão no centro de décadas de conflito entre as forças armadas e os grupos pró-independência locais do Myanmar e poucos estudos científicos do âmbar birmanês incluíram co-autores birmaneses.

O âmbar canadiano tem entre 78 milhões e 79 milhões de idade e vem principalmente de um local chamado Grassy Lake, na província ocidental de Alberta. Mais de 130 espécies de fósseis diferentes foram encontradas neste âmbar, muitos deles afídeos ou ácaros. Contudo, alguns pedaços de âmbar continham fragmentos de agulhas de coníferas, fungos, pólen e até penas de aves e de outros dinossauros.

Texto: Michael Greshko

quinta-feira, 27 de abril de 2023

𝗠𝘂𝗻𝗶𝗰í𝗽𝗶𝗼 𝗱𝗲 𝗙𝗿𝗲𝗶𝘅𝗼 𝗱𝗲 𝗘𝘀𝗽𝗮𝗱𝗮 à 𝗖𝗶𝗻𝘁𝗮 𝗮𝗱𝗲𝗿𝗶𝘂 à 𝗥𝗲𝗱𝗲 𝗖𝗶𝗱𝗮𝗱𝗲𝘀 𝗲 𝗩𝗶𝗹𝗮𝘀 𝗾𝘂𝗲 𝗖𝗮𝗺𝗶𝗻𝗵𝗮𝗺

 Foi, esta manhã, anunciada oficialmente a adesão do Município de Freixo de Espada à Cinta à Rede Cidades e Vilas que Caminham, uma iniciativa promovida pelo Instituto de Cidades e Vilas com Mobilidade (ICVM) e Red de Ciudades que Caminan de Espanha (RCC). O anúncio ocorreu durante a 1ª reunião técnica online realizada por técnicos da autarquia, subordinada ao tema "O Espaço Público: Evolução do Conceito, Método de Desenho e Boas Práticas de Portugal e Espanha".


O Município de Freixo de Espada à Cinta é o único concelho do distrito de Bragança a pertencer a esta rede, que tem como objetivos incentivar os Municípios portugueses a utilizar este mecanismo internacional para dinamização de novos conhecimentos e competências, partilhando metodologias, soluções técnicas e boas práticas, cimentadas através de ações de sensibilização e formação. A Rede Cidades e Vilas que Caminham pretende, também, promover a humanização e descarbonização dos territórios e da sociedade, reforçando as condições de caminhabilidade, a melhoria da qualidade de vida e dos parâmetros de saúde pública, a melhoria do comércio local, a contribuição para a igualdade de género, o aumento da segurança na circulação pedonal e viária, e a colaboração em rede e transversal para responder, de forma eficaz e assertiva, aos desafios das cidades, vilas e lugares habitados. A Bandeira da Rede Cidades e Vilas que Caminham será entregue, brevemente, ao Município de Freixo de Espada à Cinta.

O pedido de adesão à Rede Cidades e Vilas que Caminham aconteceu logo a seguir ao VII Congresso - Cidades que Caminham, que teve lugar nos dias 8 e 9 de setembro de 2022, no Porto, e no qual o Executivo Autárquico esteve representado pela Vice-Presidente da Câmara Municipal, Ana Luísa Peleira. Este Congresso reuniu governantes, autarcas, técnicos, representantes de instituições públicas e privadas, universitários, empresários e dirigentes e foi um marco de excelência pelas comunicações dos oradores e pelo intenso debate de ideias e trabalho comum que se seguiu.

Luís Portugal: ex-concorrente do “Masterchef” abriu a primeira pregaria de Bragança

 Voltou à terra onde cresceu para recriar os sabores "do antigamente". Ali pode comer "um belo bife raspado de vitela mirandesa".


Quem me viu nascer, vê-me crescer. Recordo a minha tia a assar sardinhas no braseiro e a usar a mesma grelha para assar a carne de reco. Quando eu ou um dos meus primos ficávamos doentes, a tia Julieta fatiava-nos os bifes muito fininhos para conseguirmos comer”. Luís Portugal cresceu à volta dos tachos, com as tias. Os sabores e as memórias que guarda desses tempos de menino são, hoje, a sua principal inspiração.

Abriu a Pregaria do Tuga a meados de março, no bairro histórico dos Batocos, em Bragança. Ali, mesmo em frente à Praça Camões e ao antigo mercado municipal, promete combinar simplicidade e criatividade. O Tuga, apelido pelo qual é conhecido Luís Portugal, quer surpreender.

A alcunha do chef é capaz de lhe dizer qualquer coisa. Em 2014, Luís Portugal participou na segunda edição do “Master Chef” e conquistou o segundo lugar. Desde então, e já com 40 anos, é que começou a dedicar-se à arte da cozinha. “Foi o empurrão que precisava para decidir a minha vida”, confessa à NiT.

Mais tarde, em 2018, o cozinheiro regressou à cozinha dos estúdios da TVI e ganhou o “MasterChef Especial Natal”, onde formou equipa com Pedro Jorge. Nessa altura, já tinha a Tasca do Zé Tuga, um espaço de alta cozinha situado no Castelo de Bragança que tem somado distinções, nomeadamente do Guia Michelin. Há três anos consecutivos que lhe atribui o selo Bib Gourmand (pela relação qualidade preço). Ao longo do tempo, a sua cozinha tem vindo a demonstrar uma vertente autoral, com influências óbvias de Trás-os-Montes.

“Todos gostamos de voltar ao sítio onde fomos felizes. Regresso ao bairro dos Batocos e recordo os meus tempos de miúdo. Lembro-me da minha tia Julieta a dar-nos um pão para comermos, quando dizia que não havia tempo para cozinhar. São memórias que ficam e que tinha muita vontade de as recriar. Aqui brinquei, joguei à bola — entrávamos na casa uns dos outros. Os vizinhos eram quase família e havia um amparo especial entre todos”, conta o chef sobre a escolha da localização do novo projeto.

“Com seis, sete anos já queria andar em redor das vacas, a ver os produtos todos e a cozinhar”, recorda. Contudo, os pais não queriam que fosse cozinheiro, frisa Luís. “O meu pai sempre quis que fosse engenheiro ou doutor, mas nunca me conformei com os desejos dele.” A inauguração da Pregaria do Tuga é prova disso mesmo.

A tia Julieta, como não podia deixar de ser, é uma das figuras onde se inspirou para criar o restaurante. A primeira pregaria da cidade de Bragança nasceu precisamente onde em tempos funcionava o Talho Cachimbo. Era ali que a tia comprava a carne e ouvia as histórias que acompanhavam cada refeição. Agora, o chef garante que a vitela mirandesa, raça autóctone e certificada, que lá serve tem “o máximo sabor”.

Para preparar a abertura, segundo conta à NiT, não foram precisos grandes trabalhos. Afinal, “à mesa, em conversa com o proprietário”, Luís percebeu que tudo estava pronto. “Bastou aproveitar a oportunidade”, acrescenta a rir-se. A água, a eletricidade e o gás chegaram depressa — e quatro dias depois de fechar o negócio, a 17 de março, a Pregaria do Tuga abriu portas. Uma semana depois, já estava tudo a funcionar a 100 por cento.

Entre ferramentas e utensílios de trabalho, que eram usados “maioritariamente no mercado do bairro dos Batocos”, o chef vai servir pregos no pão, com “um belo bife raspado de vitela mirandesa” (desde 5€). Há também bolinhos de bacalhau (4,50€, três unidades), tremoços e azeitonas, cachorros com salsicha fresca (8€) e três tipos de batatas (3€). Tudo por “um bom preço”. O pão, esse, será sempre artesanal, com o sabor de outros tempos.

Quando consultar a carta, procure a secção Lataria, dedicada às conservas nacionais. Ali encontrará sardinhas, petinga ou mexilhão em lata (5€ cada), “que tantas vezes serviam de refeição quando não havia tempo para cozinhar”, recorda.

A seguir, carregue na galeria para ficar a conhecer melhor a Pregaria do Tuga, o novo restaurante em Bragança, onde Luís Portugal replica os sabores e as memórias do antigamente.


Texto: Rita Caeiro

Vai nascer uma nova área verde na envolvência da Estação Ferroviária de Mirandela

 Com o objetivo de promover a qualidade ambiental, urbanística e paisagística das imediações do Estação Ferroviária, a autarquia vai reabilitar, em duas fases, a Estrutura Verde no Vale da Azenha, entre o Parque do Império e a Reginorde.
A primeira fase da empreitada, no valor de 299.815,86€, acrescidos do valor de IVA, contempla o fornecimento e instalação de ligação para abastecimento de água - proveniente do rio Tua - para o sistema de rega, plantação de vegetação adaptada às características climáticas e do solo da região, beneficiação de passeios e implementação de soluções de mobilidade pedonal, reorganização parcial das zonas de estacionamento na Rua Dom Afonso III, com inclusão de estacionamentos para pessoas com mobilidade condicionada e melhoramento da segurança nos pontos de atravessamento pedonal das vias.

Inserido no Plano de Ação de Reabilitação Urbana (PARU), o investimento é financiado em 85 por cento pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, sendo o restante valor suportado pela autarquia mirandelense.