O mercado de gado, em Malhadas, voltou a acolher no dia 6 de abril, os concursos de ovinos de raça churra galega mirandesa e do cão de gado transmontano, num único certame, que contou com a participação de 30 criadores e de muito público, interessado em ver os melhores exemplares destas duas raças autóctones, do planalto mirandês.
O mercado de gado, em Malhadas, voltou a acolher no dia 6 de abril, os concursos de ovinos de raça churra galega mirandesa e do cão de gado transmontano, num único certame, que contou com a participação de 30 criadores e de muito público, interessado em ver os melhores exemplares destas duas raças autóctones, do planalto mirandês.
Presente no certame, a presidente do município de Miranda do Douro, Helena Barril, afirmou que os ovinos mirandeses e o cão de gado transmontano são “o que de mais genuíno existe na ruralidade do planalto mirandês” e por isso “é um imperativo promover, divulgar e preservar estes animais”.
“As raças autóctones têm um elevado valor cultural, económico e turístico, pelo que todas as partes envolvidas, sejam os criadores, as associações e o município devem trabalhar juntos na sua promoção e divulgação”, disse.
Para o presidente da Freguesia de Malhadas, Camilo Raposo, os certames dedicados às raças autóctones, são “um modo de dar vida ao mercado de gado, em Malhadas e de promover a região”.
“Em Malhadas há muitos criadores de ovinos mirandeses. Recordo que é também aqui que está sediada a Associação Nacional de Criadores de Raça Churra Galega Mirandesa (ACOM). E felicito a associação, pela organização simultânea, dos concursos dos ovinos mirandeses e do cão de gado transmontano, pois as duas raças fazem sentido uma com a outra”, destacou.
Paralelamente à realização dos concursos de ovinos mirandeses e do cão de gado transmontano, no dia 5 de abril realizou-se uma visita às instalações do novo Centro de Raças Autóctones, onde decorreu uma reunião dos secretários-técnicos de pequenos ruminantes, com a Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV).
Sobre o concurso dos ovinos, a secretária-técnica da Associação Nacional de Criadores de Raça Churra Galega Mirandesa (ACOM), Andrea Cortinhas, informou que este ano participaram 96 animais, pertencentes a 14 criadores do planalto mirandês, ou seja, dos concelhos de Miranda do Douro, Mogadouro e Vimioso.
A responsável da ACOM indicou que ao longo das 27 edições, o concurso dos ovinos tem registado uma participação regular, havendo, no entanto, criadores que optam por não participar no evento devido à idade avançada.
“A criação de ovinos mirandeses enfrenta o problema do envelhecimento dos criadores e a dificuldade em atrair os jovens para este setor da pecuária”, acrescentou.
Sobre o concurso, a engenheira zootécnica explicou que os ovinos são avaliados mediante o padrão desta raça e de acordo com quatro categorias: o carneiro, o canhono, as ovelhas (ou canhonas) e bazias (ou malatas).
“Os ovinos de raça churra galega mirandesa são animais com um porte médio. Os de lã brança têm careto negro nas orelhas, nos olhos e no focinho. O que se avalia no concurso é a sua condição corporal, o cuidado dos criadores, etc.”, explicou.
Segundo Andrea Cortinhas, o Concurso Nacional de Ovinos de Raça Churra Galega Mirandesa é “essencialmente um modo de promoção da raça” e de “convívio entre os criadores”.
O criador de ovinos, Pedro Alves, natural de Malhadas, foi um dos participantes no XXVII Concurso de Ovinos de Raça Churra Galega Mirandesa. Questionado sobre a mais valia destes animais, o jovem criador destacou a capacidade de adaptação ao clima agreste do planalto mirandês, ora com muito frio, ora com muito calor.
“A par da rusticidade, o cordeiro mirandês, que se alimenta das pastagens no planalto é muito apreciado pela carne tenra e suculenta. Sendo por essa razão, um produto de Denominação de Origem Protegida (DOP)”, disse.
Segundo Andrea Cortinhas, o Concurso Nacional de Ovinos de Raça Churra Galega Mirandesa é “essencialmente um modo de promoção da raça” e de “convívio entre os criadores”.
O criador de ovinos, Pedro Alves, natural de Malhadas, foi um dos participantes no XXVII Concurso de Ovinos de Raça Churra Galega Mirandesa. Questionado sobre a mais valia destes animais, o jovem criador destacou a capacidade de adaptação ao clima agreste do planalto mirandês, ora com muito frio, ora com muito calor.
“A par da rusticidade, o cordeiro mirandês, que se alimenta das pastagens no planalto é muito apreciado pela carne tenra e suculenta. Sendo por essa razão, um produto de Denominação de Origem Protegida (DOP)”, disse.
Na perspectiva do jovem criador, o concurso anual é um forte incentivo para que os criadores continuem a preferir a Raça Churra Galega Mirandesa, em detrimento de outras raças.
O IX Concurso do Cão de Gado Transmontano foi coorganizado pela Associação de Criadores de Cão de Gado Transmontano (ACCGT) e o Clube Português de Canicultura.
No concurso deste ano, participaram 37 cães, vindos maioritariamente do distrito de Bragança, mas também de outras regiões do país, como o Porto, Vila do Conde ou Lisboa.
De acordo com João Silvino, do Clube Português de Canicultura, o cão de gado transmontano é uma raça portuguesa que se distingue na proteção dos rebanhos.
“O cão de gado transmontano para além de ser o melhor companheiro do pastor na guarda do rebanho também trabalha sozinho. Isto é, na ausência do pastor, esta raça de cães também consegue decidir e proteger os rebanhos, através da dissuasão ou confronto físico se houver necessidade”, explicou.
Sobre o concurso, João Silvino, explicou que em Malhadas foram avaliadas as condições morfológicas dos animais, tais como as proporções da cabeça, os tamanhos, as angulações, a cauda, etc.
“A caraterísticas físicas condicionam o desempenho do cão de gado transmontano na proteção dos rebanhos”, justificou.
Humberto Figueiredo, natural de Bragança, tem 14 cães de gado transmontano que o acompanham na pastorícia, numa zona, onde diz que há atualmente 3 a 4 alcateias de lobos.
“O cão de gado transmontano é um excelente guardião dos rebanhos. Na minha família esta raça de cães já existe há 70 anos, sendo um legado dos meus avós”, disse.
Segundo a Associação de Criadores de Cão de Gado Transmontano (ACCGT), atualmente, esta raça já existe um pouco por todo o país e começou também a haver algum interesse além fronteiras, havendo já alguns exemplares em França e na Alemanha.
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