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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 9 de abril de 2024

Malhadas: Canhonas e cães animaram o mercado de gado

 O mercado de gado, em Malhadas, voltou a acolher no dia 6 de abril, os concursos de ovinos de raça churra galega mirandesa e do cão de gado transmontano, num único certame, que contou com a participação de 30 criadores e de muito público, interessado em ver os melhores exemplares destas duas raças autóctones, do planalto mirandês.


O mercado de gado, em Malhadas, voltou a acolher no dia 6 de abril, os concursos de ovinos de raça churra galega mirandesa e do cão de gado transmontano, num único certame, que contou com a participação de 30 criadores e de muito público, interessado em ver os melhores exemplares destas duas raças autóctones, do planalto mirandês.

Presente no certame, a presidente do município de Miranda do Douro, Helena Barril, afirmou que os ovinos mirandeses e o cão de gado transmontano são “o que de mais genuíno existe na ruralidade do planalto mirandês” e por isso “é um imperativo promover, divulgar e preservar estes animais”.

“As raças autóctones têm um elevado valor cultural, económico e turístico, pelo que todas as partes envolvidas, sejam os criadores, as associações e o município devem trabalhar juntos na sua promoção e divulgação”, disse.

Para o presidente da Freguesia de Malhadas, Camilo Raposo, os certames dedicados às raças autóctones, são “um modo de dar vida ao mercado de gado, em Malhadas e de promover a região”.

“Em Malhadas há muitos criadores de ovinos mirandeses. Recordo que é também aqui que está sediada a Associação Nacional de Criadores de Raça Churra Galega Mirandesa (ACOM). E felicito a associação, pela organização simultânea, dos concursos dos ovinos mirandeses e do cão de gado transmontano, pois as duas raças fazem sentido uma com a outra”, destacou.

Paralelamente à realização dos concursos de ovinos mirandeses e do cão de gado transmontano, no dia 5 de abril realizou-se uma visita às instalações do novo Centro de Raças Autóctones, onde decorreu uma reunião dos secretários-técnicos de pequenos ruminantes, com a Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV).

Sobre o concurso dos ovinos, a secretária-técnica da Associação Nacional de Criadores de Raça Churra Galega Mirandesa (ACOM), Andrea Cortinhas, informou que este ano participaram 96 animais, pertencentes a 14 criadores do planalto mirandês, ou seja, dos concelhos de Miranda do Douro, Mogadouro e Vimioso.

A responsável da ACOM indicou que ao longo das 27 edições, o concurso dos ovinos tem registado uma participação regular, havendo, no entanto, criadores que optam por não participar no evento devido à idade avançada.

“A criação de ovinos mirandeses enfrenta o problema do envelhecimento dos criadores e a dificuldade em atrair os jovens para este setor da pecuária”, acrescentou.

Sobre o concurso, a engenheira zootécnica explicou que os ovinos são avaliados mediante o padrão desta raça e de acordo com quatro categorias: o carneiro, o canhono, as ovelhas (ou canhonas) e bazias (ou malatas).

“Os ovinos de raça churra galega mirandesa são animais com um porte médio. Os de lã brança têm careto negro nas orelhas, nos olhos e no focinho. O que se avalia no concurso é a sua condição corporal, o cuidado dos criadores, etc.”, explicou.

Segundo Andrea Cortinhas, o Concurso Nacional de Ovinos de Raça Churra Galega Mirandesa é “essencialmente um modo de promoção da raça” e de “convívio entre os criadores”.

O criador de ovinos, Pedro Alves, natural de Malhadas, foi um dos participantes no XXVII Concurso de Ovinos de Raça Churra Galega Mirandesa. Questionado sobre a mais valia destes animais, o jovem criador destacou a capacidade de adaptação ao clima agreste do planalto mirandês, ora com muito frio, ora com muito calor.

“A par da rusticidade, o cordeiro mirandês, que se alimenta das pastagens no planalto é muito apreciado pela carne tenra e suculenta. Sendo por essa razão, um produto de Denominação de Origem Protegida (DOP)”, disse.

Segundo Andrea Cortinhas, o Concurso Nacional de Ovinos de Raça Churra Galega Mirandesa é “essencialmente um modo de promoção da raça” e de “convívio entre os criadores”.

O criador de ovinos, Pedro Alves, natural de Malhadas, foi um dos participantes no XXVII Concurso de Ovinos de Raça Churra Galega Mirandesa. Questionado sobre a mais valia destes animais, o jovem criador destacou a capacidade de adaptação ao clima agreste do planalto mirandês, ora com muito frio, ora com muito calor.

“A par da rusticidade, o cordeiro mirandês, que se alimenta das pastagens no planalto é muito apreciado pela carne tenra e suculenta. Sendo por essa razão, um produto de Denominação de Origem Protegida (DOP)”, disse.

Na perspectiva do jovem criador, o concurso anual é um forte incentivo para que os criadores continuem a preferir a Raça Churra Galega Mirandesa, em detrimento de outras raças.

O IX Concurso do Cão de Gado Transmontano foi coorganizado pela Associação de Criadores de Cão de Gado Transmontano (ACCGT) e o Clube Português de Canicultura.

No concurso deste ano, participaram 37 cães, vindos maioritariamente do distrito de Bragança, mas também de outras regiões do país, como o Porto, Vila do Conde ou Lisboa.

De acordo com João Silvino, do Clube Português de Canicultura, o cão de gado transmontano é uma raça portuguesa que se distingue na proteção dos rebanhos.

“O cão de gado transmontano para além de ser o melhor companheiro do pastor na guarda do rebanho também trabalha sozinho. Isto é, na ausência do pastor, esta raça de cães também consegue decidir e proteger os rebanhos, através da dissuasão ou confronto físico se houver necessidade”, explicou.

Sobre o concurso, João Silvino, explicou que em Malhadas foram avaliadas as condições morfológicas dos animais, tais como as proporções da cabeça, os tamanhos, as angulações, a cauda, etc.

“A caraterísticas físicas condicionam o desempenho do cão de gado transmontano na proteção dos rebanhos”, justificou.

Humberto Figueiredo, natural de Bragança, tem 14 cães de gado transmontano que o acompanham na pastorícia, numa zona, onde diz que há atualmente 3 a 4 alcateias de lobos.

“O cão de gado transmontano é um excelente guardião dos rebanhos. Na minha família esta raça de cães já existe há 70 anos, sendo um legado dos meus avós”, disse.

Segundo a Associação de Criadores de Cão de Gado Transmontano (ACCGT), atualmente, esta raça já existe um pouco por todo o país e começou também a haver algum interesse além fronteiras, havendo já alguns exemplares em França e na Alemanha.

HA

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