sábado, 30 de novembro de 2019

UM QUASE POEMA

Por: Maria da Conceição Marques
(colaboradora do "Memórias...e outras coisas...")

Na ausência que cruza quilómetros
Que esconde silêncios
Para além de verdades nuas,
há beijos em bocas, imaginados,
Com odor e sabor a maresia.
Isentos de pudor e medo
Presos e sedentos,
Dados em poesia!
A distância que une sentimentos,
Que fala de feridas e medos,
De amores e de segredos,
Que se sentem e se dão.
Sem gestos nem toques,
Sem maldade nem traição.
São caricias na alma
Nos laivos da solidão!
Nos trilhos da distância,
Nos minutos que passam,
Em carinhos trocados,
Em ternuras que se dão!
Quando as mãos se enlaçam no vazio
Sempre que voa a imaginação!
O amor vai nascendo,
Na esquina da vida
Na poeira do caminho!
Em dois pedacinhos de céu,
esvoaçam borboletas,
em brincadeiras sedutoras,
Com paixão e com carinho.
Num baile de nuvens,
Numa valsa de estrelas
Há rodopios de beijos…
Quando a noite adormeceu
Quando a vida aconteceu,
e a poesia morreu…
Os desejos foram apenas sonhos,
Pensamentos lascivos
Em lençóis de seda envolvidos.

Maria da Conceição Marques, natural e residente em Bragança.
Desde cedo comecei a escrever, mas o lugar de esposa e mãe ocupou a minha vida.
Os meus manuscritos ao longo de muitos anos, foram-se perdendo no tempo, entre várias circunstâncias da vida e algumas mudanças de habitação.

Participei nas colectâneas:
POEMA-ME
POETAS DE HOJE
SONS DE POETAS
A LAGOA E A POESIA
A LAGOA O MAR E EU
PALAVRAS DE VELUDO
APENAS SAUDADE
UM GRITO À POBREZA
CONTAS-ME UMA HISTÓRIA
RETRATO DE MIM.
ECLÉTICA I
ECLÉTICA II
5 SENTIDOS
REUNIR ESCRITAS É POSSÍVEL – Projecto da Academia de Letras Infanto-Juvenil de São Bento do Sul, Estado de Santa Catarina
Livros editados:
-O ROSEIRAL DOS SENTIDOS
-SUSPIROS LUNARES
-DELÍRIOS DE UMA PAIXÃO
-ENTRE CÉU E O MAR
-UMA ETERNA MARGARIDA

A Bragança, minha desconhecida.

Por: António Orlando dos Santos (Bombadas)
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")



Ao escrever este título, faço-o com um certo ar de perplexidade, pois do alto da minha ridícula presunção e convencimento de que conheço a minha cidade muito bem, hoje, inesperadamente, concluí, que afinal, não conheço! Enquanto fui miúdo percorri com toda a liberdade a cidade cruzando-a e escrutinando-a, hoje compreendi-a, na sua "Quase" totalidade. Passo a explicar-me:
Hoje participei conjuntamente com os outros alunos da Universidade Sénior numa "Aula"de História, que versava temas tão diversos como Iconografia, Arquitetura, Pintura e Mitologias grega e romana. Isto que nos levou até ao conceito de Europa, a da filha do Rei de Tiro que assim se chamava quando "Zeus Incarnado no corpo de um Touro a levou para Creta perdido de amores" (Fausto B.Dias) e a outra, a nossa, que S. Bento idealizou e que "nascida da Ásia profunda "(Fausto, idem), se transformou na sede dos maiores poderes materiais e intelectuais. 
Há a referir que o Padroeiro da minha Diocese é justamente este Santo, quase para mim desconhecido, mas ao qual em tempos, na minha cidade, foi construído um Convento e uma Igreja que lhe foram votados, reconhecendo quem o mandou fazer, o poder espiritual que este Santo granjeou para si e para Glória da Igreja. 
É exatamente esta igreja que tanta história encerra, o motivo da minha perplexidade. 
Já antes de ir para a Escola, eu cirandava pelas ruas da cidade e dentro da moderação que se impunha, eu metia o bedelho em cantos e esquinas, portas e janelas, pátios e lojas, residências e comércios, fornos e padarias, igrejas e claustros, cartórios e escritórios e tudo o que eu fosse capaz  pensava eu, tinha-as visitado a todas incluindo as capelas espalhadas dentro e fora de portas, sendo de boa memória o meu amado Divino Senhor da Piedade, o guerreiro S.Jorge, das memórias de Aljubarrota (por Santiago, Castela-por S.Jorge,Portugal). O São Lázaro, com as laranjas e os mergulhos inaugurais no Sabor, o meu querido S. Sebastião, que em Janeiro acompanhando a minha mãe visitava, para assistirmos à missa e entregarmos os pés do porco e duas chouriças, por mor da proteção dispensada ao reco que naquele tempo jazia já na salgadeira coberto com duas sacas de sal que se comprava no Marcolino Moreno.
O Santo António no Toural, rondei-o milhentas vezes por fora, tentando vê-lo no seu abrigo, mas foram poucas as vezes que vi a porta aberta, mesmo assim e por insistência, consegui vê-las escancaradas e conhecer uma capela maneirinha e agradável que os que substituíram os Jesuítas na Quinta da Rica Fé mantinham como relíquia para lhe ilustrar o nome e que por isso, que não pelas missas que se lá rezavam se conservou limpa e escarolada, bela e agradável e indiciando por fora um fausto que não possui por dentro. A Igreja da Sé, onde fui batizado e frequentei a catequese, conheci-a como às minhas próprias mãos. É algo indelével na minha memória e não houve canto ou corredor onde eu e os garotos da Caleja não tivéssemos metido o bedelho. Com a presença sempre por perto do Machadinho sacristão e da tia Rosa mulher serena, eternamente vestida com casaco de homem e com um molho de chaves no bolso do avental, dois dos meus tipos inesquecíveis, também a figura que me parecia imponente do Senhor Cónego Ruivo e o tagarelar constante das meninas catequistas, Antónia e Odete Feio, Gabriela do Galinho, Teresinha e irmã, de Donai, Natália Pisco e a minha principal, Maria dos Prazeres (Chavasca), para além de outras que iam chegando e partindo, a Sé era um alfobre pronto a se transformar em roseiral ou nascente de cravos dos mais belos, apenas igualados pelos que a Senhora Natália e o Senhor Mário Samões possuíam em frente da sua Casa de Cantoneiros, à ponte Nova do Sabor.
S.Vicente, onde casei e que naquele tempo servia de sede à Paróquia de S. Maria e que teve o padre mais carismático de todos os que paroquiaram nesta cidade e que através dele e dos seus Pardais, se pressentia renascer dum tempo que fora de "apagada e vil tristeza". Cola-se-me à memória a imagem do Padre Miguel, do meu amigo Toninho Seixas, que fazia às vezes de Sacristão, e também do meu querido amigo Zé Azevedo mais o Daniel e Sérgio Vilar sempre em companhia e comunhão com o filho do Senhor Manuel da Marisqueira, que era vizinho do Zé Azevedo e do Manuel Cowboy, que da Carrasqueira no Sabor lançava o grito de Tarzan, que sendo ficção de Edgar Rice Boroughs era interpretado por John Weissmuller e que vimos todos sentados na Geral do velho Cine Teatro Camões.
Recordo a Quinta-feira Santa em que íamos à noite a S. Francisco na visita às igrejas que de portas abertas e velas e círios acesos esperavam o povo de Deus para que refletisse no que relatam os Evangelhos que descrevem as últimas horas de Cristo após a Ceia, a traição, a negação, o martírio e após a promessa feita ao ladrão arrependido, a morte secundada de raios e coriscos que prenunciaram as trevas que se foram, para dar lugar à luz radiosa que acolheu as santas mulheres no seu caminho até ao túmulo onde o anjo lhes disse: - Aquele que buscais não está! Ressuscitou dos mortos, conforme as Escrituras(Marcos 16 : 6).
Desta igreja que também não conheci bem, pois nesse tempo estava o Asilo do Duque de Bragança ali instalado e esse facto condicionava a nossa curiosidade , estava quase sempre fechada e penso que negligenciada. Como o asilo era feminino a acesso a rapazes era muito controlado. O único elemento que eu via entrar e sair sem restrições era o Dr. Miranda que creio, era o diretor e como que "dono daquilo tudo", freiras incluídas. "Onde há galos não cantam galinhas". Sumariamente passei em revista as igrejas da Cidade e fiz um balanço dos espaços mais abertos e mais recolhidos destas, para mim, caixinhas de surpresas.
Ficou por breve menção a Igreja que foi parte do Convento de S. Bento.
Falta abordar a Igreja da Misericórdia e a de Santa Clara que deixarei para mais tarde, pois merecem uma recordação mais pormenorizada, dada a minha presença e escrutínio, já na fase da adolescência.
Deixo também a Capela do Senhor dos Aflitos que no meu tempo de menino era ponto de encontro quando íamos para as Águas Férreas ou para as bicicletas do Snr Joaquim da Flôr da Ponte. Mencioná-la- ei num registo mais de reduto de confluência das tribos do Loreto, Boavista e Caleja. E sem chegar ao Senhor dos Perdidos que com Santa Apolónia eram pertença respectivamente das famílias do Nuno Câmpios e do Senhor António Dias. Fecharei com o S. Bartolomeu que nesse tempo tinha os caminhos cuidados, a capela a cheirar a novo e as casas da quermesse e coreto acabadinhas de pintar e tinham o zelo dedicado do Senhor Dias Parente, que lia "O Debate" na alfaiataria do Reinaldo Gago, na companhia do Senhor Barata que levantava o braço, tirava o chapéu e gritava: -Viva o Rei!
Há ainda a Santa Rita que visitávamos no Verão quando a minha mãe e a Senhora Maria Luísa, mãe do Manuel Pereira, juntavam toda a garotada da Caleja e de farnel no cabaz onde colocavam maravilhas saborosas, subíamos o Cabeço pela estrada de Turismo e chegados ao mirante em frente do Escadario, havia a primeira maravilha a contemplar. Na parte inferior do mirante há uma escada e um espaço aberto com janela de vidro, onde havia uma série de elementos de fascínio. A saber, um moinho de água com roda exterior um homem flanqueando um burrico carregado com três sacos de cor parda com laivos brancos a denunciar a presença de farinha, num plano mais baixo e liso alinhados em formatura uma dúzia de soldadinhos de chumbo. Para mim era a plena fascinação, olhar aquele grupo e sonhar que eu poderia, quem sabe, um dia, possuí-los foi dos sentimentos mais deliciosos que me foi dado sentir. 
A verdade é que nunca possuí um que fosse desses soldadinhos que me pareciam a coisa mais bela que no mundo se tinha manufaturado. 
Um pouco mais à frente virávamos à esquerda e lá estava a capelinha da Senhora Santa Rita. Rezavam ambas que eram devotas e a seguir à merenda descíamos de novo o Cabeço e chegados à Flor da Ponte o grupo começava a diminuir, já que os mais crescidos começavam a ficar para trás, como quem tem outras contas a contar. 
Voltando à Aula na Universidade Sénior, é mister dizer que o palestrante foi o Dr . Alexandre Rodrigues, que nado e criado aqui e do meu tempo de catraio, sabe disto que até dói. Não há segredos e os que ainda lhe faltam para serem desvendados, estão em banho Maria para não arrefecerem até que ele tenha tempo de descortinar o Xis do problema . E começou o Alexandre a mostrar imagens que preparara para nos fazer entender coisas que sendo públicas, nós, pelos afazeres diários e algumas vezes por preguiça ou desdém , não atinamos em conhecer.
Sendo assim, eu pessoalmente, só de velho aprendi que S . Bento em Bragança é um repositório de arte e simbologia! Falta -me agora repetir as incursões de menino, mas desta vez e porque não posso começar já hoje, parto para Londres, vou ao médico, decidi fazê-lo no próximo dia 13 de Dezembro, em companhia dos meus e minhas condiscípulas atuais, guiados pelo Dr. Alexandre Rodrigues e pela sua sapiência. Será o acrescentar ao registo memorial, os encantos que a história mostra aos leigos que não sabem, mas gostam de saber. Tenho no entanto de confessar que a minha ignorância acerca da Igreja de S. Bento se deve muito ao facto de que quando eu era miúdo a dita estar quase sempre de porta fechada. Depois a acrescentar ao facto, a presença no edifício do Governo Civil e da Esquadra da Polícia, onde o polícia de sentinela à porta sempre me meteu respeito, foram sempre algo que me fez conter a aventurar em incursões ilícitas. 
E o tempo foi correndo e perdi a liberdade de garoto, o que fez com que só em 2008 e por necessidade de servir de cicerone ao Ross, o meu genro americano, que quis visitar o Arquivo Distrital, se proporcionou a oportunidade de eu entrar em S. Bento e um pouco à pressa ver que haviam feito reparações na igreja e ter prendido a minha atenção o coro e o teto. Devo acrescentar que a fachada da Igreja, essa sim faz parte das minhas memórias dos primeiros anos de aventuras.
Prometo voltar ao tema logo que esteja na posse de elementos que me permitam voltar a pensar que conheço a minha cidade.




Bragança 30/11/2019
A. O. dos Santos
(Bombadas)

QUE ESPÉCIE É ESTA: COGUMELO LYCOPERDON ECHINATUM

A leitora Ana Gomes fotografou este cogumelo na aldeia de São Pedro de Sarracenos, em Bragança, a 24 de Novembro, e pediu a identificação da espécie. A associação Ecofungos responde.

Ana Gomes encontrou este cogumelo “que nunca tinha visto” na orla de uma floresta de carvalho na aldeia de São Pedro de Sarracenos, em Bragança.

Trata-se da espécie Lycoperdon echinatum.

Identificação da espécie e texto por: Ecofungos – Associação Micológica.

Este cogumelo pertence ao grupo Gastromycete, que engloba várias espécies como a gigante Calvatia gigantea que pode atingir os 60cm de diâmetro. 


No interior desta “bola” estão milhões de esporos que, por ação da chuva, vento ou mesmo pelo pisoteio, os dispersam em pequenas nuvens visíveis a olho nu.

Novembro pela Floresta: bolotas de carvalho-negral centenário e de sobreiro já estão a germinar e vão fazer crescer floresta autóctone

A atividade Novembro pela Floresta - Voluntariado pela Floresta Autóctone organizada pela Palombar - Associação de Conservação da Natureza e do Património Rural decorreu no dia 16 de novembro e promoveu a recolha de bolotas de sobreiro (Quercus suber) e de carvalho-negral (Quercus pyrenaica).
Carvalho-negral centenário. Apanha de bolotas. Fotografia Palombar.
Na "Missão Quercíneas", os/as nove voluntários/as que participaram nesta atividade puseram mãos à terra e apanharam centenas de bolotas de um carvalho-negral centenário localizado em Caçarelhos (Vimioso) e de sobreiros localizados no Sítio Minas de Santo Adrião (Vimioso/Miranda do Douro), integrado na Rede Natura 2000. As quercíneas são árvores ou arbustos do género Quercus, como o carvalho, a azinheira e o sobreiro, os quais integram a nossa floresta autóctone.
Grupo de voluntários/as. Fotografia Armazém da Bolota.
O Armazém da Bolota, um projeto que tem como objetivo a valorização económica da bolota de várias espécies de carvalhos, também marcou presença nesta atividade, tendo partilhado conhecimentos sobre usos antigos das bolotas e destacado a importância de valorizar este recurso natural. 


Do total de bolotas recolhidas, já plantámos 753 sobreiros e 162 carvalhos, que irão germinar, crescer e fazer renascer a floresta autóctone no nosso país.
Bolotas semeadas. Fotografia Palombar.
A floresta autóctone, essencial à manutenção da biodiversidade, tem perdido espaço no território nacional nas últimas décadas, nomeadamente no Nordeste Transmontano. Para fazer face a esta tendência, a Palombar tem vindo a dedicar-se à sua recuperação, através de diversas ações, como a atividade Novembro pela Floresta, com o objetivo de garantir, desta forma, não só o desenvolvimento das árvores, mas também o equilíbrio de toda a vida que estas suportam.
Apanha de bolotas. Fotografia Armazém da Bolota.
O QUE SÃO AS ÁRVORES AUTÓCTONES E POR QUE SÃO TÃO IMPORTANTES?
As árvores autóctones são árvores originárias do próprio território. Assim, a floresta autóctone portuguesa é toda a floresta formada por árvores originárias do nosso país. Carvalhos, medronheiros, castanheiros, azinheiras e sobreiros são exemplos de algumas árvores autóctones de Portugal.

As florestas autóctones estão mais adaptadas às condições do solo e do clima do território, sendo mais resistentes a pragas, doenças, longos períodos de seca ou de chuva intensa, em comparação com espécies introduzidas.

São também importantes lugares de refúgio e reprodução para um grande número de espécies de animais autóctones que estão em risco de extinção; ajudam ainda a manter a fertilidade do solo e o equilíbrio biológico das paisagens.

As florestas autóctones são fundamentais para regular melhor o ciclo hidrológico e a qualidade da água e, apesar de registarem um crescimento mais lento, quando bem desenvolvidas, são normalmente mais resistentes aos incêndios florestais.


As florestas autóctones são, por isso, essenciais ao equilíbrio dos ecossistemas locais!
Apanha de bolotas. Fotografia Armazém da Bolota.
Bolota. Fotografia Armazém da Bolota.

O Mascararte dedicou uma manhã a pais e filhos onde puderam ouvir histórias de Moçambique e elaborar máscaras.

A Roda de Diálogos decorreu em Vinhais, no Centro Cultural Solar dos Condes onde foram discutidas ideias para a consolidação de Circuitos Curtos Agroalimentares.

Dando a conhecer melhor a cultura Makonde, de Moçambique, o Centro Cultural Municipal Adriano Moreira, acolheu a conferência “Shipito- Exame Final”.

O 2º dia da IX Bienal da Máscara contou com a inauguração da exposição, “Eu e o Outro”, de Manuel Gardete, e “O Rosto, Máscara Intemporal”, de Balbina Mendes.

O Centro Cultural de Macedo de Cavaleiros acolheu o I encontro de educação “Amar o elo”, com workshops e palestras, ao longo de dois dias.

A sexta edição do Smart Travel teve lugar no auditório Paulo Quintela onde reuniu vários oradores

A qualidade é “apenas” uma das características

Porco bísaro coloca produtos de excelência no mercado mas não se esgota aí. É importante para Trás-os-Montes e outras regiões, pois preserva a cultura e as tradições locais. Fixa populações, contribui para a economia e respeita o ambiente.

Criado sobretudo em explorações em Trás-os-Montes, mas também no Minho, Beira Interior e Beira Litoral, o porco bísaro é uma das três raças autóctones nacionais desta espécie, o que significa que é um património genético único e português.

Para se dar a conhecer melhor o porco bísaro falámos com Pedro Fernandes, coordenador técnico da Associação Nacional de Criadores de Suínos de Raça Bísara (ANCSUB) e secretário técnico do LG da Raça Bísara. Pedro Fernandes explicou que esta raça é explorada em sistemas extensivos de reduzido investimento e com pouca intensidade produtiva. Por isso contribuem para o desenvolvimento sustentável, através da qualidade dos produtos, manutenção da biodiversidade, preservação da paisagem, viabilidade económica, respeito pelo ambiente e procura do mercado – pela qualidade e pelos aspetos éticos e de bem-estar animal deste tipo de produção.

Existe ainda interdependência com a cultura e tradições locais, sendo a base de produtos tradicionais de qualidade, reconhecidos pela União Europeia. De facto, a produção de porco bísaro encerra, em si própria, um "serviço ecossistémico", porquanto contribui para a dinamização do meio rural, diversificação da paisagem rural, riqueza nutricional e organolética dos seus produtos, preservação das tradições e enriquecimento da cultura gastronómica na região e no País. É também importante para a fixação das populações nos territórios, contribuindo para o aumento do seu rendimento e para a sua qualidade de vida.

Como nunca foi sujeita ao melhoramento genético que as raças industriais experimentaram para a maior produção de carne e redução de gordura, ainda apresenta características ancestrais, o que se traduz em carcaças com mais gordura, principalmente subcutânea, e menos carne. É aqui que está a diferença. É uma raça com um crescimento mais lento, o que permite uma infiltração de gordura nas fibras musculares, que confere um aspeto "marmoreado" à carne, que as raças industriais não têm. Estas características aliadas a um regime alimentar mais natural, baseado em cereais, produtos hortícolas produzidos nas explorações, frutos (como a castanha) e o facto de serem explorados ao "ar livre", traduzem-se numa carne mais saborosa, tenra e suculenta.

Benefícios para a saúde
É importante também referir os benefícios para a saúde, que resultam do consumo desta carne. Face ao supracitado, o perfil de ácidos gordos é benéfico, havendo mais ácidos gordos polinsaturados do que saturados. Como estes animais andam também em pastagens, consomem muita erva, o que é importante para o teor de vitamina E presente na carne, devido às suas propriedades antioxidantes, que permitem uma maior "vida de prateleira" nos locais de venda.

Note-se que a exploração da raça bísara respeita as regras em matéria de bem-estar animal e ambiental e não contempla a utilização de organismos geneticamente modificados ou transgénicos na sua alimentação.

Do leitão aos enchidos
Atualmente, cerca de 80% da produção de porco bísaro é para leitão de assar, sendo maioritariamente comercializado no Porto e na região da Bairrada. Depois, o resto da produção é de enchidos do Fumeiro de Vinhais. Recentemente, os enchidos começaram a ser comercializados em vários mercados, um pouco por todo o País e também são escoados produtos em feiras e mercados locais. A Feira do Fumeiro de Vinhais, que todos os anos se realiza nesta vila do distrito de Bragança, é a principal montra para estes produtores.

Um bom crescimento
O porco bísaro chegou a estar quase em risco de extinção, mas hoje a situação é diferente. Nos últimos anos, especialmente a partir de 2013, a raça bísara tem experimentado um crescimento assinalável do seu efetivo reprodutor, tendo passado de 3300 porcas reprodutoras em 2013, para 5900 em 2019. Também o número de explorações tem aumentado, tendo evoluído de 115 explorações em 2013, para 164 em 2019.

Isto deveu-se muito à implementação de projetos do antigo PRODER e atual PDR2020. Também o apoio que existe para a raça bísara - manutenção das raças autóctones em risco -, dentro das medidas agroambientais, ajudou neste desenvolvimento.

Boas práticas
A União Europeia tem regulamentos muito estritos para a produção animal, quer ao nível do bem-estar e sanidade, como também a nível ambiental. Todas as explorações licenciadas para a produção animal têm de cumprir com essas exigências. ANCSUB aconselha produtores e explorações desta raça, sobretudo, no cumprimento destas regras. Estes conselhos são devidamente comunicados aos produtores, quer seja em contexto de trabalho de campo, quer seja através de cursos de Formação Profissional.

Contudo, o tipo de exploração da raça bísara é essencialmente extensivo, com encabeçamentos muito reduzidos (média de 36 reprodutoras por exploração), em que o tipo de alimentação é essencialmente proveniente de culturas locais, quer seja cereal - essencialmente centeio -, hortícolas e frutas, o que contribui em larga medida para a preservação ambiental e para a descarbonização, visto que não há recurso a matérias-primas que percorrem continentes e oceanos para chegar até este território.

Além disso não há contaminação causada pelos efluentes resultantes destas produções, visto que estes são usados para valorização agrícola dos terrenos de cultivo, o que também é bastante positivo, porque reduz o recurso a fertilizantes inorgânicos.

Atualização: Encontrada idosa que desapareceu ontem em Vales (Alfândega da Fé)

Já apareceu a mulher de 87 anos que foi dada ontem como desaparecida depois de ter ido apanhar cogumelos para um pinhal em Vales, Alfândega da Fé.
Segundo informações do Comandante do Bombeiros de Alfândega da Fé, João Martins, a idosa foi encontrada por elementos da corporação próximo da Quinta de Alvazinhos, a cerca de 3 km do local de ontem terá desaparecido. Encontrava-se um pouco desorientada e foi levada para o centro de saúde para observação.

Elvira Carvalho é natural da aldeia de Sambade, também naquele concelho, e teria ido com uma filha e outra mulher para um pinhal apanhar cogumelos. As duas deixaram de ver a idosa, e embora a tenham procurado, não a encontraram.

O alerta foi dado às 17h25 do dia de ontem e as buscas decorreram no local durante toda a noite, tendo sido reforçadas esta manhã.

Está agora em segurança.

Escrito por ONDA LIVRE

Torre de Moncorvo promove Festa da Boa Nova para celebrar o Natal

As celebrações da época natalícia arrancam no domingo em Torre de Moncorvo, no distrito de Bragança, com as Festas da Boa Nova, cujo programa de animação se prolonga até ao dia 31 de dezembro.
"De forma a brindar a população local e os visitantes com alguma animação durante a época natalícia, além da tradicional iluminação de Natal, o Município de Torre de Moncorvo preparou um programa com várias atividades infantis, culturais e solidárias", afirmou hoje o presidente da Câmara, Nuno Gonçalves.

Enquanto os mais novos se podem divertir no espaço criança, com as várias diversões disponíveis, os pais podem aproveitar o Mercado de Natal para efetuar algumas compras, como artesanato e produtos regionais, referiu.

"Em família podem visitar o espaço pinheirinho, assistir à peça de teatro 'Uma Surpresa de Natal', do Grupo Alma de Ferro Teatro, ou dar um passeio no 'Bombeirinho com Rodas' ao mesmo tempo contribuem para ajudar os Bombeiros Voluntários de Torre de Moncorvo", explicou.

Os alunos do Agrupamento de Escolas de Torre de Moncorvo e do Centro Social e Paroquial local vão participar numa Parada de Natal, com início no centro escolar e término na Praça Francisco Meireles, com a chegada do Pai Natal.

Os mais novos podem ainda usufruir de vários ateliês, no decorrer das férias escolares, na Biblioteca Municipal de Torre de Moncorvo.

Iniciativas como a fogueira de Natal, um concerto da Banda Filarmónica de Felgar, o Natal do Idoso, recolha de bens e alimentos e a apresentação de livros e revistas são algumas das iniciativas que integram o cartaz festivo.

A autarquia promove ainda uma festa de final de ano com um concerto ao vivo com Berg e vários DJ.

As Festas da Boa Nova ficarão marcadas com o lançamento do novo sítio na Internet do Município de Torre de Moncorvo e das aplicações móveis "Moncorvo 365" e "Rotas do Ferro".

Candidatura ibérica das mascaradas à UNESCO espera por Portugal

A candidatura ibérica das mascaradas de inverno a Património Imaterial da Humanidade está dependente da emissão de um parecer português indispensável para avançar com o processo junto da UNESCO, indicaram hoje os proponentes.
Portugueses e espanhóis reuniram-se hoje em Bragança para fazer um ponto da situação da pretensão que junta 51 festividades dos dois lados da fronteira que envolvem manifestações e rituais com máscaras.

Segundo avançaram, em Espanha o processo está pronto, falta do lado português a Direção-Geral do Património Cultural emitir o parecer para inscrição das mascaradas no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial.

“Vamos ter de insistir um pouquinho na parte da entidade que tem de emitir o parecer para que não nos atrase o processo”, afirmou o presidente da Câmara Municipal de Bragança, Hernâni Dias.

O autarca é também vice-presidente do Agrupamento Europeu de Cooperação Transfronteiriça (AECT) Zasnet, constituído por municípios do distrito de Bragança, em Portugal, e da região de Zamora, em Espanha, a quem foi entregue o processo.

A intenção da candidatura conjunta à Organização das Nações Unidas para a Ciência, Cultura e Educação, tem 15 anos e foi recuperada em 2017 com a entrega do processo ao Zasnet e a elaboração do esboço da candidatura.

O processo, como explicou o autarca português, “abrange um conjunto de 51 festividades, 31 do lado de Portugal e 20 do lado espanhol”, com a ambição de conseguir alcançar “essa calcificação comum” de Património Imaterial da Humanidade.

“Seria uma forma de valorização daquilo que é esta cultura, este património, esta identidade do nosso território”, vincou.

Em Espanha “está tudo tratado”, falta agora do lado português a resposta aos contactos feitos com a Direção geral do Património “para que a candidatura depois possa avançar para a UNESCO”, como disse.

A coordenadora dos especialistas e organismos envolvidos na candidatura, Maria Diaz Lourenço, corrobora a espera pelo parecer do organismo português, que aponta como um passo determinante também para ter a noção das hipóteses de sucesso da candidatura.

Os promotores sabem que este processo pode ser demorado, tendo em conta a lista de espera que a UNESCO tem de candidaturas e o organismo internacional que decide sobre as mesmas só se reúne uma vez por ano.

Porém, a espanhola Maria Diaz Lourenço afirmou terem a indicação de que a UNESCO dá “prioridade e considera um ponto forte as candidaturas que se apresentam envolvendo mais do que um país”.

O estudioso da matéria António Tiza garantiu que estas tradições ibéricas têm especificidades que as distinguem de outros rituais que usam as máscaras.

Mascaradas é o termo mais usado pelos espanhóis que do lado português se materializam nas chamadas Festas dos rapazes por altura do Natal, Ano Novo e Carnaval.

Estão associadas ao colorido e reboliço dos caretos, os mascarados que são os protagonistas destas festas, e “fazem parte da vida das comunidades como as festas de verão em honra do padroeiro”, sublinhou António Tiza.

“Representam a vida da comunidade e em vários momentos essa vida aparece na critica social, é a revista do ano, os acontecimentos mais importante que se deram na comunidade e que aparecem neste momento, criticados por vezes. É como uma libertação pública dos pecados, dos males sociais que aconteceram”, explicou.

Nos últimos anos, estes rituais têm sido recuperados em várias aldeias e há mais gente a trabalhar a temática, como os 14 artesãos que marcam presença a trabalharem ao vivo na Mascararte, a bienal da máscara que decorre até quinta-feira, em Bragança.

sexta-feira, 29 de novembro de 2019

Projeções cinematográficas em Bragança - Dezembro

Abertura da IX Bienal da Máscara

A abertura da IX Bienal da Máscara - Mascararte, contou com inaugurações de exposições, o espaço máscara e a apresentação do catálogo “VIII Bienal da Máscara”, no Centro Cultural Municipal Adriano Moreira.


Encontrada solução que pode salvar 450 postos de trabalho da Sousacamp

Os principais credores do maior produtor nacional de cogumelos, a Sousacamp, de Vila Flor, aceitaram a solução para a recuperação da empresa.
A ser viabilizada, permitirá salvar 450 postos de trabalho.

O Jornal de Notícias adianta hoje que, trinta anos após a fundação e depois de atravessar um período negro em que se chegou a temer o seu desaparecimento, a Sousacamp tem um plano de recuperação que permitirá salvar o lugar aos 450 trabalhadores das três fábricas e relançar uma das indústrias estrela do país.

A solução encontrada, e que já tem a mão dos três principais credores, Novo Banco, Caixa de Crédito Agrícola e IFAP, é o investimento do fundo de capital de risco CoRe Restart, gerido pela CoRe Capital – vocacionado para a restruturação de pequenas e médias empresas em dificuldades e que já tem provas dadas.

A Sousacamp tem uma dívida de 60 milhões de euros, metade da qual ao Novo Banco.

O próximo passo passa pela aprovação da entrada da CoRe pela Autoridade da Concorrência, de forma que um gestor profissional possa assumir o leme e pôr em marcha o plano para travar a destruição de valor.

Desde o início de 2018, quando a empresa entrou em processo judicial e depois em insolvência, a produção da Sousacamp quebrou mais de 60%, pondo em risco o negócio de uma empresa que abastece diariamente os grandes supermercados.

Alguns credores pediram ao administrador de insolvência a abertura de um incidente de qualificação para apurar a existência de insolvência dolosa. A auditoria forense da PwC está a decorrer.

Depois de um longo processo derivado da insolvência da Sousacamp, deve, finalmente, haver solução para recuperar a empresa de cogumelos de Vila Flor, e salvar 450 postos de trabalho.

INFORMAÇÃO CIR (Rádio Ansiães)

O Rosto – Máscara Intemporal, de Balbina Mendes

Inauguramos hoje pelas 18h30, no âmbito da Mascararte – IX Bienal da Máscara, a exposição O Rosto – Máscara Intemporal, de Balbina Mendes.
Esta inauguração será complementada, na próxima quarta-feira, 4 de dezembro, pelas 17h00, com um debate sobre este mesmo tema, com a participação de António Tiza, Filipe Rodrigues, Helena Gil e Nassalete Miranda.
Será ainda apresentado um momento artístico pelos alunos do Conservatório de Música e Dança de Bragança.

Mercearia L Praino: Embaixada de Trás-os-Montes em Telheiras

Tudo começou com um simples intercâmbio de estudantes. Vera Schmidberger veio para Portugal, na década de 70, para estudar arquitetura. E apaixonou-se. Pelo país, pelas pessoas e pela gastronomia... Nasceu como mercearia e acabou por evoluir para um restaurante, que junta duas culturas (portuguesa e alemã) e duas regiões (Trás-os-Montes e Baviera)

Para perceber o ADN da Mercearia de L Praino (Rua Professor Veiga Ferreira, 23-A, Lisboa. Tel. 211 335 293), é preciso fazer a ligação entre o marido de Vera, Aníbal Fernandes, e a aldeia transmontana de Angueira, no concelho de Vimioso. É de lá que chega a maior parte dos ingredientes que compõem uma carta que resulta de um misto de pratos tradicionais transmontanos e alguns (poucos) bávaros.

Como curiosidade, as batatas usadas pela Mercearia de L Praino percorrem um trajeto de 1400 quilómetros! O mesmo acontece com os legumes, a carne, os enchidos... não é por acaso que o título deste artigo afirma que o restaurante é uma verdadeira embaixada de Trás-os-Montes, em Telheiras.

Esta aventura começou, curiosamente, com uma viagem. O marido de Vera herdou uma casa de família e o casal decidiu recuperar a habitação. Isto levou a que Vera conhecesse a fundo a aldeia. As constantes viagens resultaram na aquisição de todo um conjunto de produtos (na sua maioria biológicos) que depois eram servidos em casa (e mais tarde na mercearia). Aliás, a ideia inicial era a de proporcionar a venda desses produtos. A parte da restauração foi surgindo com o tempo e ganhando espaço. A tal ponto que hoje é praticamente a única atividade do espaço.


A paixão de Vera pela região transmontana é, hoje, bem visível, não só nos ingredientes utilizados e nos pratos disponibilizados, mas também na forma como fala da região. É assim que, num bairro residencial de Telheiras, é possível comer (e deliciar-se) com pratos como a Posta Mirandesa (€12,80), a Tabafeira Mirandesa (€9,50), o Botelo com cascas (€27 / duas pessoas) e as Iscas à moda do Praino (€11,50). Mas, não se pense que aqui apenas se serve carne. Há também pratos para os apreciadores de peixe e marisco, destacando-se o Atum dos Açores braseado (€13,50), e ainda sugestões vegetarianas. Como sobremesa a sugestão só pode ser uma: Appelstrudel. No entanto, para quem prefere ficar dentro das nossas fronteiras gastronómicas, há também diversos doces conventuais, como por exemplo, o Toucinho-do-céu. As especialidades, tanto transmontanas, como alemãs, vão surgindo com o evoluir das estações, seja uma Perdiz com castanhas e cogumelos, ou seja um Pernil com choucroute.

O restaurante Mercearia L Praino é um espaço acolhedor, mas onde se aconselha, pela limitação do espaço, a fazer uma reserva. E a ir com tempo, menos ao domingo, que encerra para descanso da equipa. O espaço serve apenas almoços, exceto à sexta-feira e ao sábado, em que também aposta nos jantares. Nos dias amenos, a pequena esplanada ganha adeptos. Não deixe de apreciar os apontamentos de decoração do espaço, que também ajudam a contar a perceber o conceito da Mercearia L Praino.

Alexandra Costa

Agrupamento de Escolas de Macedo sem aulas esta sexta-feira devido à greve

Os três polos do Agrupamento de Escolas Macedo de Cavaleiros estão hoje encerradas devido à greve do pessoal docente e não docente convocada a nível nacional pela Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais, à qual se juntou também o Sindicato de Todos os Professores (S.T.O.P).
A falta de pessoal, a valorização das carreiras e o fim da precariedade são apenas alguns dos motivos que levaram a esta paralisação, como explica Manuela Gomes, Coordenadora Norte do Sindicato Nacional dos Profissionais de Educação (SINAPE):

“É a valorização da profissão não docente, as carreiras e progressões, a segurança no espaço escolar que não existe, a descentralização de competências, o fim da precariedade com a integração dos atuais trabalhadores precários, que são fundamentais para o funcionamento das escolas, a recuperação da carreira específica para não docentes, a valorização de salários, que é diferente da atualização do salário mínimo em janeiro de cada ano, e há muitos que não temos aumentos.

Reivindicamos também a revisão da portaria que define os rácios pois, por exemplo, o pré-escolar e o ensino básico não estão contemplados com trabalhadores para desenvolver o trabalho em relação a esse pessoal, docente e não docente, daí as escolas estares sobrecarregadas e não terem funcionários nem trabalhadores para desenvolverem as tarefas.

Lutamos ainda pela qualidade do ensino público.”

Helena Moreira é assistente operacional no Agrupamento de Escolas de Macedo há 21 anos e juntou-se a esta greve porque diz notar uma progressiva decadência na carreira:

“Cada vez vemos cair mais a carreira de assistentes operacionais, a falta deles, a falta de salário digno, a falta de segurança que existe nesta e em outras escolas EM todo o país, continuo a dizer que a faixa etária dos assistentes operacionais que estão no ativo é de 50/60 anos, e estão exaustos, cansados. Temos que fazer ver que estamos descontentes e reivindicamos os nossos direitos por um salário melhor e dignidade na carreira, pois são os assistentes operacionais, juntamente com o pessoal docente, que garantem que escolas estejam abertas.”

Uma greve que se está a fazer sentir em outros estabelecimentos de ensino da região e do país.

Escrito por ONDA LIVRE

Smart Travel já começou em Bragança

A falta de mercado e de oferta em Bragança é um problema que, segundo o economista, Daniel Bessa, pode ser reduzido através do Brigantia Ecopark e das empresas nele instaladas.
Esta foi uma das ideias partilhadas na abertura sexta edição do Smart Travel.

“Se eu for a outros locais do mundo equipamentos como o Brigantia Ecopark podem ser privados e aqui não há nem empresas privadas nem associações empresarias que por si sejam capazes de resolver um problema desses, portanto tem que haver uma oferta pública. Este equipamento nasceu com a câmara e com o politécnico e se assim não fosse não haveria. E quando eu me refiro à importância de uma cantina e digo que o Ecopark poderá ter que oferecer isso, é porque a oferta ao redor nem sempre chega”, disse.

Na sessão, o economista mostrou-se contra a regionalização e apontou dificuldades subjacentes a esta questão.

“Se eu quiser falar com o responsável da região norte vou bater a que porta? Agora se eu quiser falar com o responsável de Portugal sei onde vou e se quiser falar com o responsável de Bragança também sei onde vou. Portanto, desse ponto de vista as regiões estão em grande dificuldade, pois não têm poder organizado, legitimado e não têm instrumentos”, afirmou Daniel Bessa.

A secretária de Estado da Valorização do Interior também marcou presença no evento e destacou a importância que o Brigantia Ecopark tem tido na região. Assim, Isabel Ferreira salienta que é necessária inovação para haver desenvolvimento.

“Só com inovação é que se consegue diversificar a base económica e também só se consegue fazer inovação com o conhecimento. Só assim se consegue potenciar aquilo que são os recursos endógenos do interior”, sublinho Isabel Ferreira.

O Smart Travel, um evento dedicado à temática das cidades e turismo inteligentes, começou ontem em Bragança.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Ângela Pais

Greve encerra escolas em Bragança

Hoje é dia de greve nas escolas. Em Bragança, no Agrupamento Emídio Garcia não há aulas na escola sede, nem no centro escolar da Sé. No entanto, a escola básica Paulo Quintela está a funcionar.
As duas escolas do agrupamento Abade Baçal na cidade não abriram hoje.

No agrupamento de escolas Miguel Torga a escola sede está encerrada, mas no centro escolar de Santa Maria há aulas.

Segundo fonte sindical, também em Vila Flor, Carrazeda de Ansiães e algumas escolas de Mirandela estão hoje encerradas.

O protesto nacional foi marcado pela Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais, ao qual se associou o Sindicato de Todos os Professores (STOP), esperando as estruturas sindicais grande adesão. A falta de funcionários e professores e o pedido de valorização das carreiras são algumas das reivindicações.

A greve foi marcada para contestar a falta de funcionários. A Federação critica o rácio de funcionários por aluno atualmente em vigor, que é de um para 48; está ainda contra a transferência de competências para as autarquias e exige a "dignificação da carreira", nomeadamente através de aumentos salariais.

A Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais exige ainda a integração dos actuais trabalhadores precários e considera que no total do país é preciso contratar mais 6000 trabalhadores.

No caso do STOP, para além da falta de funcionários e professores, protestam ainda contra o amianto e violência nas escolas.

Jornalista: Olga Telo Cordeiro

Vinhais com orçamento de 17ME para 2020

A Câmara de Vinhais, no distrito de Bragança, tem para 2020 um orçamento de 17 milhões de euros com prioridade aos apoios sociais, educação e aos principais produtos do concelho, revelou hoje o presidente, Luís Fernandes.

No próximo ano, o município vai também redistribuir pelos contribuinte cerca de 120 mil euros de parte dos 5% a que tem direito no IRS (Imposto sobre o Rendimento Singular) pago no concelho, passando a abdicar de 3,5%, enquanto, em 2018, o valor era de 2%.

Vinhais continuará a cobrar a taxa mínima de IMI (Imposto Municipal sobre Imóveis) fixada em 0,3% e que pode ir até aos 0,5%. Nos investimentos previstos para 2020, o presidente destaca as adiadas obras de requalificação da escola no valor de três milhões de euros.

Depois de abertos concursos que ficaram desertos, o município já conseguiu adjudicar a obra e aguarda apenas o visto do Tribunal de Contas para iniciar os trabalhos, como disse à Lusa o autarca Luís Fernandes.

Outras obras com apoio de fundos comunitários, nomeadamente de regeneração urbana, estão também previstas neste orçamento em que os apoios sociais e à economia continuam a ser apontados como prioridade.

A área da Educação tem um montante anual de um milhão de euros neste concelho transmontano, onde os alunos frequentam a escola e outras atividades de forma praticamente gratuita, com a autarquia a suportar custos como transporte, refeições, fichas de atividades.

Os apoios sociais, como rendas a baixo custo, fazem parte também do investimento previsto pela autarquia, assim como o desporto e apoio ao setor agrícola e agropecuário.

O presidente Luís Fernandes referiu as parcerias e ajudas financeiras aos produtos mais importantes do concelho como são o fumeiro e a castanha.

O autarca realçou ainda a “situação estável” do ponto de vista financeiro da Câmara com uma dívida a médio e longo prazo de cerca de dois milhões de euros.

O orçamento tem um ligeiro aumento de 400 mil euros em relação a 2018, já foi aprovado em reunião de Câmara e vai ser levado à votação da Assembleia Municipal a 30 de dezembro, onde tem a aprovação garantida pela maioria socialista.

Foto: António Pereira