terça-feira, 31 de outubro de 2023

MDB - 6 DE MARÇO DE 1970

AINDA EÇA...

Por: Humberto Pinho da Silva 
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")

A transladação dos restos mortais do escritor para o Panteão Nacional, fez correr muita tinta, que envolveu, descendentes do romancista, respeitáveis intelectuais e políticos.
O caso chegou ao Supremo Tribunal Administrativo, que acabou de dar razão a Afonso Reis Cabral, trineto de Eça e Presidente da Fundação Eça de Queirós.
Mesmo contra a vontade de alguns descendentes, que tudo fizeram para o impedir – houve até quem duvidasse que o antepassado gostasse de estar em companhia desses ilustres cidadãos... – e da boa gente de Baião, habituada à "presença" do escritor, no Cemitério de Stª. Cruz do Douro, o tribunal sentenciou a favor da Fundação Eça de Queiroz.
O maior estilista da língua portuguesa deixou, portanto, de ser " pertença" exclusiva da família e dos baionenses, para ser de todos os portugueses.
Homenagens justíssimas, já que seus contemporâneos não souberam ou não quiseram prestar-lhe, após o falecimento, as honras de que era merecedor. 
Como não se pode, talvez nem se queira, levar Camilo para o Panteão Nacional, parece-me de inteira justiça erguer, como se fez com Aristides de Sousa Mendes, no Panteão, cenotáfio de homenagem a Camilo Castelo Branco. Era gesto de louvar e prova que o romancista não está esquecido.
Durante as cerimónias fúnebres de Camilo, Guerra Junqueiro sugeriu – que devia ser sepultado nos Jerónimos e fosse decretado luto nacional.
E no Parlamento, Alberto Pimentel, propôs que ficasse registado em acta – " Um voto de profundo sentimento pela morte do iminente escritor, Visconde de Correia Botelho, Camilo Castelo Branco, glória da literatura nacional".
Infelizmente essas vozes amigas foram em vão. Camilo: " O Primeiro Romancista da Península", como se dizia, ou: " O Príncipe dos Escritores", como afirmou Reis Santos, na oração fúnebre, permanece, quase esquecido, no jazigo de amigo, no Cemitério da Lapa, no Porto.
A concluir, julgo oportuno levar ao conhecimento do leitores, o parecer do conceituado filólogo, fundador da " Sociedade da Língua Portuguesa", Vasco Botelho de Amaral, no:" Glossário Critico", sobre Camilo:
(...) A linguagem de Camilo é riquíssima de valores expressivos (...) Em todas as páginas revela o Mestre, o diligente estudo a que se consagrou, auscultando os dizeres das bocas populares e investigando nos clássicos documentos ignorados, mas inestimáveis riquezas idiomáticas. Junte-se a isto o extraordinário génio verbal e estilístico do escritor, e como resultado se nos apresentará a admirável vernaculidade da linguagem de Camilo".

Humberto Pinho da Silva
nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, a 13 de Novembro de 1944. Frequentou o liceu Alexandre Herculano e o ICP (actual, Instituto Superior de Contabilidade e Administração). Em 1964 publicou, no semanário diocesano de Bragança, o primeiro conto, apadrinhado pelo Prof. Doutor Videira Pires. Tem colaboração espalhada pela imprensa portuguesa, brasileira, alemã, argentina, canadiana e USA. Foi redactor do jornal: “NG”. e é o coordenador do Blogue luso-brasileiro "PAZ".

MORADORES DO BAIRRO SOCIAL DA COXA EM DESESPERO PORQUE LHES CHOVE TANTO EM CASA COMO NA RUA

 Várias famílias a viver no Bairro Social da Coxa, em Bragança, habitam em condições desumanas, com a água a cair dentro de casa, impossibilitando o uso de algumas divisões. A câmara municipal já está a par da situação, mas o problema, que se arrasta há semanas, continua por resolver.


Vários moradores do Bairro Social da Coxa, em Bragança, estão num verdadeiro ataque de nervos, sem saber o que fazer à vida, porque lhes chove em casa. Têm passado os últimos dias a verter água de baldes, de tachos, de alguidares e do que encontram que possa servir para aparar o que lhes cai do tecto que era suposto não cair. Os moradores culpam as obras que ali foram feitas há meia dúzia de anos. Segundo explicaram alguns moradores, além de se intervir na fachada dos prédios e nas caixilharias, por exemplo, a empreitada contemplou a mudança dos telhados dos blocos de apartamentos, onde foram colocados painéis solares. Antes da empreitada, aparentemente, segundo referiram várias pessoas que ali vivem, não havia problemas de maior. Chovia num ou noutro apartamento, num ou noutro canto, devido a uma ou de outra telha velha ou partida… mas nada de especial. Agora, perante a situação, as obras, pelos vistos, segundo contaram, “vieram estragar”.

Tachos, baldes e alguidares

Fátima Mendes vive há 23 anos no Bairro Social da Coxa, em Bragança, e não tem tido mãos a medir para verter a água dos vários tachos e baldes que tem espalhados pela casa, sobretudo na sala de estar e na cozinha. São a única forma de ir aparando a água que cai do tecto, que escorre pelos candeeiros e que, parta das vezes, é como ter uma torneira aberta. A típica expressão do “chove aqui como na rua” encaixa- -se na perfeição, para desespero da moradora, que teve que até que desligar a electricidade, durante vários dias, para não haver curtos-circuitos. “Tenho tudo inundado. Não posso fazer de comer, não posso estar sossegada”, contou a moradora que, no fim da outra semana, abriu as portas de casa para mostrar a situação em que vive. Naquele dia, quinta-feira, em que “choveu a potes”, a água era tanta que a filha de Fátima Mendes teve que ir comer e estudar para o quarto, um dos compartimentos da casa onde ainda se pode estar livre de água. Esta moradora do Bairro Social da Coxa, que vive num último andar, contou que só desde que ali foram feitas obras é que lhe tem chovido em casa. Ainda assim, nos outros invernos a água caia apenas num canto da sala… agora a história é outra. “Nunca tinha sido assim, como agora. Depois das obras ficou tudo pior. Agora, andaram a limpar as caleiras e tem chovido muito aqui dentro e isto não pode ser”, rematou, assinalando que já reportou, por várias vezes, a situação à câmara municipal, mas “nunca fizeram nada”. “Isto é uma porcaria”, sublinhou. Neste momento, devido à água, a moradora já vê alguns estragos, casa fora, sendo que, tem, por exemplo, um móvel, na sala, a “apodrecer”. “Não sei quem vai pagar isto”, vincou, assumindo que também não tem ideia que como é que isto se resolverá nem quanto tempo pode demorar até tudo regressar à normalidade.

Uma “piscina” dentro de casa

No mesmo andar que Fátima Mendes vive Olívia Machado, com mais três filhos. Está há 12 anos naquela casa, mas já a sua mãe ali vivia. Uma porta fechada não mostra a realidade daquela família, que está há duas semanas sem poder utilizar a cozinha. Com um bebé no colo, carregada de compras, Olívia Machado não escondeu o descontentamento e tristeza de viver naquelas condições. Tinha a cozinha completamente alagada. Do tecto, todo amarelado, caia água e já não havia forma de dar vazão à que ia caindo. “Chove cá dentro, temos a casa alagada, não podemos cozinhar”, contou. Inevitavelmente, a chuva provou estragos. “Estragaram-se os electrodomésticos, o frigorífico e o microondas, porque queimaram as fichas”, disse, acrescentando que tenta fazer a comida conforme pode ou então é obrigada a comprá-la já feita. A “sorte” é que é apenas a cozinha. O resto da casa está salva. Mas conseguirá uma família viver sem uma cozinha? Sem electrodomésticos? Olívia Machado já foi à câmara fazer queixa, como os restantes inquilinos e a resposta parece ser a mesma. “Disseram que iam mandar alguém para compor”. Resta saber quando.

Despertadores nocturnos para andar a limpar água

Maria Baptista também é vizinha de Fátima Mendes, vive no andar de baixo. Devido à água que se acumulou no chão da vizinha, que, mesmo com bastante esforço, não consegue limpar tudo, a toda a hora, já lhe chove também em casa, mais concretamente na cozinha. “Em minha casa nunca tinha acontecido isto. É a primeira vez. Logo que começou a pingar em casa da Fátima passou para baixo, para a minha”, esclareceu a moradora. De forma a não haver grandes estragos, sobretudo nos móveis, sendo que chove em cima da mesa, de uma porta e junto ao lava-loiças, a moradora daquele bairro tem tudo cheio de panos e de tachos. O esquema é perfeito, mas dá uma trabalheira do outro mundo. “Tenho que me levantar durante a noite. Ponho o despertador, no telemóvel, para a cada bocadinho vir limpar a água. Se não a limpar ela vai para o chão. Levanto- -me todas as noites para espremer panos. Tenho a cabeça chocha. Isto é uma pilha de nervos”, contou. Maria Baptista, que contou que “desde que andaram com as obras nunca mais isto foi igual”, diz que já foi à câmara a pedir ajuda. “Falaram que iriam ver, mas não deram grande importância. Acho que não pensaram que fosse tão grave”, esclareceu, assumindo que “isto é demais” e que “é preciso ver, de imediato, o que se passa para tanta água cair”. Depois, que se faça o que for necessário.

O medo do tecto cair

O problema já não é apenas nos andares de cima. A infiltração é tanta que chegou ao rés-do-chão, a casa de Amândio Lopes. Tudo começou no fim da Primavera, com o mau tempo inesperado. “Em Junho, na primeira trovoada e chuvada, que virem na primeira semana, fui à câmara e falei com eles por causa disso. Veio o Verão, parou de chover e eu consegui limpar e tirar as manchas. Agora em Outubro vieram estas chuvas e já não sei há quantas semanas estou assim”, contou. Pelo chão da cozinha e da despensa há vários alguidares para amparar a chuva. Por cima do frigorífico, tem já um plástico, para tentar impedir que se danifique. Mas o seu maior medo é poder haver um curto-circuito. “A água cai justamente na zona da lâmpada, porque tem o furo dos cabos e é por lá que vêm”, disse. Enquanto mostrava o estado da cozinha, sentiam-se as pingas a cair na cabeça e na roupa. Nunca viveu nestas condições. Já não consegue dormir descansado. “Dormir não é fácil. Cada vez que me levanto para ir à casa de banho venho aqui ver isto, para ver se já caiu o tecto”, lamentou. Os problemas de saúde que possam surgir começam a preocupar Amândio Lopes, que já foi operado à cervical e à lombar e a humidade só complica. “Esta água deve ser boa para beber, porque passa por três placas, já está filtrada, mesmo que tenha porcaria das pombas, porque as pombas andam lá em cima e entopem tudo”, disse com ironia. A câmara já esteve em sua casa, mas Amândio considera que “não está nem aí” para o que está acontecer. “Já esteve aqui, na altura do tempo bom, e prometeram que iam mandar arranjar, mas já acabou o tempo bom e ninguém veio arranjar”.

“Uma miséria”

Teresa Lopes vive num apartamento no Bairro Social da Coxa há mais de 30 anos. “Desde que fizeram as obras isto transformou-se numa miséria. “Todos os invernos aqui chove”, esclareceu a moradora, que vive com uma irmã. Para que nada se estrague, Teresa Lopes passa este período de mau tempo com baldes “de um lado para o outro”. “Para a água não nos estragar nada, nem as mobílias, nem o resto, temos que andar com caldeiros para aqui, para ali e para além”, esclareceu, dizendo que se já se estragou, pelo menos, uma televisão e uma cafeteira. A ideia é evitar que outros electrodomésticos se estraguem até porque… “quem é que vai pagar os prejuízos?”. Na casa desta moradora chove na sala de estar e nos quartos, apesar de ainda não chover, “há muita humidade”. Na marquise chove também, mas não é o pior deste cenário. Teresa Lopes também já esteve na câmara municipal, a queixar-se acerca do sucedido, mas “não fizeram caso”. “Disse que me chovia em casa e que se estavam a estragar coisas. Perguntei quem ia pagar isto. Disseram que não tinham responsabilidades”, explicou a moradora. Ainda no que toca a prejuízos, “vai ter que se ficar com eles e pronto”. Diz que não acredita que lhe venham a pagar seja o que for e também não está muito esperançosa que a situação se resolva rapidamente e que, assim, lhe pare de chover em casa.

Não se queixa mais à câmara por vergonha

Há mais de 40 anos que Maria Helena Almeida vive no terceiro andar de uma das casas sociais do bairro. Foi ali que criou os dois filhos. Agora os filhos já não vivem consigo e o marido já morreu. Com 75 anos, está sozinha e quando a chuva chegou, valeu-lhe os vizinhos de baixo. “Pus aqui tanto toalhão que nem queira saber”, disse. Com as lágrimas nos olhos apontava para os locais de onde a água caía, pelo fio da luz, na despensa, na cozinha, e ainda na marquise. “Com esta chuva foi muita água aqui, tive que tirar o frigorífico e a arca, porque se empoçou aqui a água. Teve que vir cá o meu genro porque corria a água pelos fios da luz”, contou. Maria Helena disse que isto só acontece desde que o bairro foi reabilitado. Até ali, nunca lhe caiu água dentro de casa. “Eu já fui à câmara quatro vezes minha santinha. Dizem que já vêm e estamos à espera. Passa-se o tempo e nada feito”, lamentou, repetindo, vezes sem conta, “é muita tristeza, muita tristeza, só lhe digo que é muita tristeza”. A idosa já não aguentar estar nesta situação e quer que a câmara faça alguma coisa. “Não temos um presidente da câmara como deve ser. Isto devia ser resolvido rapidamente. Tenho a minha tia, com 85 anos, que vive no bloco F e é a mesma coisa”, disse, vincado “isto é demais”.

Problema está a ser estudado e será corrigido assim que o tempo o permita

O presidente da câmara confirmou que no bairro social, se verifica um “problema estrutural” das caleiras e dos tubos de queda, para além de haver fixadores de painéis solares que ultrapassam a cobertura e, com a dilatação, “deixam entrar água”. “A juntar a isto há detritos acumulados, nas caleiras e tubos de queda, provenientes das centenas de pombas que ali dormem à noite”, esclareceu, dizendo que “o município tem estado atento a esta situação”. Hernâni Dias assumiu ainda que “já foram corrigidas algumas situações”, quer com trabalhadores da câmara, quer com uma empresa contratada para o efeito. “Neste momento, estamos a avaliar a situação para que mais facilmente a consigamos resolver. Nesta altura do ano não é fácil dar a resposta que é necessária, mas vamos corrigir aquilo que for possível, para garantir as boas condições de habitabilidade”, explicou o autarca, que disse ainda que “há aqui um investimento a fazer, mais avultado, que implica o levantamento de toda a cobertura, para colocação das caleiras no exterior”. Quanto a esta matéria, por agora, está a ser feito o “diagnóstico”, para depois ser corrigido com um investimento que, provavelmente, será alocado à Estratégia Local de Habitação. O presidente da câmara de Bragança garantiu também que “já foram identificadas algumas situações mais complicadas” e que “foram resolvidas”. Contudo, dado que este “é um problema estrutural”, não é possível resolvê-lo no imediato. “Teremos que esperar por um tempo mais sereno, onde haja possibilidade de levantar as coberturas e voltar a colocar”, sublinhou, confirmando que há várias pessoas que têm reportado esta situação à câmara e que são “atendidas de imediato”.

Jornalista: Ângela Pais/Carina Alves

Confirmação de terras e lugares e vilas a Fernão Vasques de Sampaio. [Ansiães, Vilarinho da Castanheira, Vila Flor, Moncorvo, Mós, Vilas Boas e Quintela de Lampaças] - 7 de Maio de 1384

 Carta de D. Duarte dada em Santarém, 26 de Maio de 1434, confirmando a carta de D. João I dada em Lisboa, 7 de Maio de 1422, dando de juro e herdade a Vasco Pires de Sampaio com todos os direitos, rendas, foros e portagens, as vilas de Ansiães, Vilarinho da Castanheira, Vila Flor, Torre de Moncorvo e Mós, lugares acastelados, com todos seus termos, e Vilas Boas com todo seu termo.
Outra carta do mesmo rei D. João doando ao dito Vasco Pires para sempre para ele e seus herdeiros, metade da aldeia de Quintela de Lampaças, carta dada em Leiria em 22 de Fevereiro de 1423.
Outra carta do já citado rei confirmando a Fernão Vasques todos os foros, rendas, direitos, pertenças e portagens da villa de Moncorvo e seu termo que lhe doara seu pai Vasco Pires, carta dada no Porto em 28 de Julho de 1433.
Outra carta do mesmo rei D. João confirmando ao dito Fernão Vasques a doação da vila de Mós e seu termo feita por Vasco Pires seu pai, carta dada em Évora em 10 de Maio de 1435.
A última carta confirmada do mesmo rei dada em Santarém, 1 de Março de 1441, confirmando a Fernão Vaz a doação feita a seu pai das vilas de Vila Flor, Vila Boa e a metade de Quintela de Lampaças por ser filho maior do dito Vasco Pires, sem dar delas partilhas a seus irmãos (124).
----------
(124) [Chancelaria de] D. Duarte, liv. 1.°, fl. 98 v.
----------
MEMÓRIAS ARQUEOLÓGICO-HISTÓRICAS DO DISTRITO DE BRAGANÇA

MDB - 6 DE MARÇO DE 1970

Colisão entre uma carrinha e um carro provocou três feridos

 A colisão entre um carro e uma carrinha de caixa aberta, na estrada entre Alimonde e Vila Boa, entres os concelhos de Bragança e Vinhais, provocou três feridos ligeiros, esta tarde


De acordo com o comandante dos bombeiros de Bragança, as vítimas são duas mulheres, de 75 e 72 anos, e um homem, de 85. Foram todos transportados para o hospital de Bragança. O alerta foi dado por volta das 14h30. No local estiveram 10 bombeiros, apoiados por 5 viaturas e a GNR.

Escrito por Brigantia

MDB - 6 DE MARÇO DE 1970

“Carrapatas Memórias dos séculos mais recentes” já foi apresentado

DGAV contabiliza 450 bovinos infetados por doença hemorrágica epizoótica

 A Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) registou até hoje 188 explorações pecuárias a nível nacional com animais com sinais de Doença Hemorrágica Epizoótica (DHE) num total de 450 bovinos infetados num universo de 27.000 animais.


“Nestas explorações afetadas, encontram-se presentes cerca de 27.300 bovinos no total, mas destes apenas 450 animais apresentaram sinais clínicos compatíveis com a doença. Em termos de números da mortalidade há o registo de apenas 15 bovinos, devido à doença”, indicou a DGAV à agência Lusa.

De acordo com esta Direção Geral, os dados nacionais “são dinâmicos, uma vez que sendo uma doença transmitida por vetores (insetos do género Culicoides) vão sendo notificados focos à DGAV diariamente, registam-se ao dia de hoje 188 explorações notificadas com animais com sinais clínicos, a nível nacional (só notificada no território continental) ”.

“A cada novo concelho onde surge a doença promove-se a recolha de amostras para confirmação laboratorial”, indicou a DGAV.

O mesmo organismos explicou ainda que durante os meses de verão, e face às alterações climáticas e permanência do mosquito na Península Ibérica, o número de casos tem aumentado substancialmente, mas os animais recuperam da doença cerca de duas semanas após o início da sintomatologia.

“Apesar de existir uma taxa de morbilidade das explorações afetadas inferior a 10%, a taxa de mortalidade verificada é inferior a 1% “, indica o mesmo esclarecimento.

A DGAV acrescenta ainda que tem vindo a tomar um conjunto de medidas desde o aparecimento de um foco de doença em Espanha (Badajoz) no final de novembro de 2022.

“Neste momento todo o território continental está afetado pelas restrições associadas a esta doença”, vinca.

Sempre que se confirma um foco de doença, é definido pela DGAV um raio de 150 quilómetros em volta deste e foram criadas regras aplicáveis à circulação animal e à desinsetização dos animais e dos veículos.

“Têm sido atualizados os editais à medida que são alteradas as áreas, e efetuadas reuniões com os médicos veterinários e associações do setor, de forma a expor e atualizar as medidas a tomar”, esclarece.

Em julho deste ano foram confirmados os primeiros dois focos em Portugal no Alentejo, pelo que foi implementado o reforço da vigilância clínica e das medidas de desinsetização.

A DGAV apenas declara as notificações que chegam de forma oficial, estando os produtores e médicos veterinários legalmente obrigados a declarar a suspeita desta doença.

Nesta doença, os focos correspondem a explorações onde um médico veterinário reconheceu clinicamente esta doença, tendo já sido confirmado laboratorialmente pelo menos um caso no mesmo concelho.

Os dados detetados ao momento no distrito de Bragança indicam a existência de 42 explorações afetadas, nas quais se contabiliza a presença de 1768 bovinos. Destes, 193 apresentaram sinais clínicos e 11 morreram da doença.

No sábado, o vice-presidente da Câmara de Miranda do Douro disse que discorda da estimativa de 33 casos de morte por DHE na região transmontana avançados pela Direção Geral de Veterinária (DGAV), afirmando que são “bem mais”.

“Não posso acreditar nos dados avançados pela Direção-Geral de Veterinária, porque não correspondem à realidade vivida nas explorações do meu concelho”, afirmou Nuno Rodrigues.

O autarca disse ainda acreditar que atualmente os números de animais de raça bovina mortos com DHE são “bem mais” e podem mesmo ultrapassar a meia centena, só no concelho de Miranda do Douro.

FYP // MSP
Lusa/fim

Filme “Alma Viva” candidato a nomeação para Melhor Filme Europeu dos Prémios Gaudí

 O filme “Alma Viva”, da realizadora luso-francesa Cristèle Alves Meira, é candidato a uma nomeação para os Prémios Gaudí da Académia del Cinema Catalá, na categoria de Melhor Filme Europeu, segundo a lista divulgada em Barcelona.


A seleção de “Alma Viva” entre os dez candidatos à nomeação para Melhor Filme Europeu, pela Academia de Cinema da Catalunha, acontece cerca de dois meses depois de a longa-metragem ter também sido escolhida pela Academia de Cinema de Espanha como candidata a uma nomeação para Melhor Filme Ibero-Americano dos Prémios Goya.

As nomeações aos Gaudí serão conhecidas a 12 de dezembro, e a gala dos vencedores realizar-se-á em 04 de fevereiro, no Centro Internacional de Convenções de Barcelona, indicou hoje a academia catalã.

Primeira longa-metragem de Cristèle Alves Meira, produzida pela Midas Filmes, “Alma Viva” é uma ficção que aborda a emigração, o misticismo e a cultura transmontana, e foi integralmente rodada em Junqueira, concelho de Vimioso, onde a realizadora tem raízes maternas.

Em Barcelona, “Alma Viva” está entre obras de realizadores como Marie Kreutzer, da Áustria, Charlotte Wells, do Reino Unido, Hlynur Pálmason, da Islândia, J.A. Bayona, de Espanha, e entre filmes como os premiados “O Triângulo da Tristeza”, de Ruben Östlund, da Suécia, “Eo”, de Jerzy Skolimowski, da Polónia, e “Close”, de Lukas Dhont, da Bélgica.

Para a produtora Midas Filmes, as duas nomeações confirmam “o impacto” que a estreia de “Alma Viva” teve em Espanha, tendo a academia espanhola, em agosto, quando da nomeação aos Goya, destacado que o filme “é um retrato das tradições transmontanas, influenciadas pelas raízes ibéricas que compõem [os portugueses] enquanto povo, movendo-se num equilíbrio fascinante entre realidade e superstição”.

Estreado na competição da Semana da Crítica de Cannes, em 2022, “Alma Viva” foi “distribuído e premiado em festivais um pouco por todo o mundo, consagrado pelo público e a crítica em Portugal”, como recorda a Midas Filmes no comunicado de reação à nomeação aos Gaudí.

“Alma Viva” recebeu já duas dezenas de prémios, entre os quais seis Sophia da Academia Portuguesa de Cinema, incluindo o de Melhor Filme.

Coproduzido entre Portugal, França e Bélgica, “com um pequeno apoio do ICA [Instituto do Cinema e do Audiovisual], mas com um envolvimento muito significativo por parte do Fundo de Apoio ao Turismo e Cinema e da RTP”, o filme estreou-se “em mais de uma dezena de países e continua a circular em Portugal”, escreve a Midas Filmes, no comunicado de reação agora divulgado.

A produtora portuguesa recorda ainda que está agora envolvida em Espanha em duas campanhas com vista à nomeação do filme – para os Prémios Goya e para os Prémios Gaudí – em conjunto com o distribuidor espanhol do filme, Paco Poch Cinema, mas “sem qualquer apoio” do ICA, “à revelia do que mandam os seus próprios regulamentos.”

Para os prémios da Academia de Cinema de Espanha, está também nomeado “Great Yarmouth: Provisional Figures”, de Marco Martins, como candidato a uma nomeação ao Goya de Melhor Filme Europeu.

MAG (SS) // MDR
Lusa/fim

Arrancou curso de manutenção de aeronaves em Macedo de Cavaleiros

 Formação de topo é mais um passo para a concretização do “cluster” aeronáutico que o Executivo pretende instalar no heliporto Municipal


O Município de Macedo de Cavaleiros já tem em funcionamento a primeira edição do Curso Técnico de Manutenção de Aeronaves, que decorre no Centro de Competências Aeronáuticas criado pela autarquia no heliporto municipal. “É mais um passo rumo à criação de um cluster aeronáutico no concelho”, salienta o presidente da Câmara Municipal de Macedo de Cavaleiros, Benjamim Rodrigues.

O curso, ministrado pela ATCentro – Centro de Formação Aeronáutica, arrancou com cerca de uma dezena de formandos, oriundos de vários pontos do País. “É um reflexo das necessidades que existem ao nível da formação nesta área e do potencial que esta formação tem”, acrescenta o autarca. Para Benjamim Rodrigues, “o curso está a fazer o seu caminho e, com o evoluir do tempo, acredito, irá atrair cada vez mais formandos”.

É, de acordo com o autarca, um passo importante rumo ao objetivo delineado e que passa pela criação de um cluster aeronáutico no concelho, constituindo-se como “uma referência para toda a região do Nordeste Transmontano, para Portugal, bem como, em Espanha, para a Galiza e Castela e Leão”, frisa.

O Curso Técnico de Manutenção de Aeronaves tem a duração de 2.400 horas (cerca de dois anos), compreendendo a vertente prática e teórica; e habilita para a profissão de Técnico de Manutenção de Aeronaves, categoria B1.3 – helicópteros de turbina.

O curso surge na sequência do investimento realizado pelo Município de Macedo de Cavaleiros com vista à modernização do Heliporto Municipal e consequente criação de um Centro de Meios Aéreos e Proteção Civil. Inaugurado em fevereiro deste ano, a infraestrutura alberga os serviços municipais de Proteção Civil, bem como os serviços de meios aéreos e de socorro e emergência médica, com condições reforçadas e melhoradas.

“Os investimentos que fizemos no passado recente, designadamente na área da aeronáutica, foram acertados e já estão a ter reflexos efetivos no nosso concelho, sobretudo ao nível da criação de emprego, bem como da atração de novas empresas”, sustenta o presidente da Câmara. Facto que, acredita Benjamim Rodrigues, terá também reflexos, a médio prazo, “na atração e fixação de jovens no nosso concelho”.

GNR apreende arma de fogo deixada para trás depois de desacatos em Vila Flor

 A Guarda Nacional Republicana (GNR) apreendeu uma arma de fogo deixada para trás depois de desacatos num estabelecimento de bebidas e restauração em Vila Flor, distrito de Bragança, anunciou hoje a força de segurança.

Segundo o comandante do Destacamento Territorial daquela zona, Capitão Hugo Torrado, a altercação aconteceu por volta das 02:00 de domingo.

Em comunicado, a GNR acrescentou que receberam uma denúncia a dar conta de “desacatos e em que um suspeito estaria na posse de uma arma de fogo num estabelecimento de restauração e bebidas".

Foram mobilizados meios para o local, adiantou a GNR, acrescentando que, aquando da chegada, os militares “não detetaram qualquer distúrbio”.

Contudo, “ao percorrem o local foi possível detetar e apreender uma arma de fogo que tinha sido deixada nas imediações do estabelecimento”, explicou a GNR.

As diligências policiais levaram à identificação de um suspeito de 36 anos.

Os factos foram remetidos ao Tribunal Judicial de Vila Flor.

TYR // JAP
Lusa/Fim

Mais uma reportagem do Parque Biológico de Vinhais para o Mundo...

Que prazer terão algumas “pessoas” em destruir os equipamentos públicos que a todos custam dinheiro e que a todos pertencem?

 A que animal incomodaria esta placa, arrancada à força, colocada no canteiro ajardinado do Mercado Municipal de Bragança?
Obs* Entreguei a Placa aos Serviços Responsáveis na CMB.

segunda-feira, 30 de outubro de 2023

Avelanoso: A castanha e a feira distinguem-se pela qualidade

 A VIII Feira da Castanha e dos Produtos da Terra, que decorreu em Avelanoso, no fim-de-semana de 28 e 29 de outubro, não obstante a chuva registou a afluência de muito público, confirmando assim que esta localidade do concelho de Vimioso é cada vez mais uma referência na produção, qualidade e comercialização de castanha.



Na manhã de sábado, dia 28 de outubro, a oitava edição da feira da castanha em Avelanoso iniciou-se com a já tradicional montaria ao javali, que este ano reuniu oito matilhas de cães e 155 caçadores, muitos deles vindos de outras regiões do país.

Entre estes caçadores estava o casal, Sandra Peixe e o companheiro, Leonel Pires, naturais de São Martinho do Peso e de Algoso, respetivamente. Quando questionados sobre o que os motivou a participar na montarias ao javali, responderam que gostam muito da natureza, do convívio entre os caçadores e encaram a caça como uma atividade de lazer e desportiva.

“As montarias ao javali são um bom exemplo de como é possível atrair pessoas de outras regiões do país para a nossa região e assim dinamizar a economia local. Pelo que vejo, estes caçadores que compram os produtos locais são também os melhores promotores da nossa região junto dos familiares e amigos”, disse a jovem caçadora.

Por sua vez, o veterano caçador, Rui Freixo, que veio de Baião, no distrito do Porto, com um grupo de amigos para participar na montaria ao javali, em Avelanoso, destacou as condições excecionais da região transmontana para a prática da caça.

“Há 40 anos que temos o gosto em caçar na região de Trás-os-Montes, seja à caça ao javali, como também à caça-menor do coelho-bravo e da perdiz. Nestas viagens a Trás-os-Montes aproveitamos sempre para adquirir alguns produtos locais, como é o caso da castanha”, disse.

Do lado dos 33 produtores presentes na XIII Feira da Castanha e dos Produtos da Terra, Mafalda Gonçalves, cuja família costuma colher entre seis a sete toneladas de castanha por ano, informou que campanha iniciou-se no final de outubro e as perspectivas não são as melhores.

“Este ano há uma acentuada redução de castanha e para agravar a situação verificámos que muitas têm bicho. Por isso, nesta campanha prevemos colher apenas dois mil quilos de castanhas. Esta quebra na colheita deve-se às alterações climáticas, sobretudo o excesso de calor fora de tempo, o que não permitiu desenvolver inteiramente as castanhas nos ouriços”, explicou.

Para além da castanha, na feira em Avelanoso, a família Gonçalves comercializou outros produtos locais, como são a noz, amêndoa, avelã, mel, goji, e as tradicionais cascas de feijão.

Para a população de Avelanoso, a chegada de tantos visitantes no decorrer do fim-de-semana de 28 e 29 de outubro foi uma alegria e uma oportunidade de convívio.

“Ano após ano, a feira da castanha de Avelanoso consegue atrair a vinda de muitas pessoas, seja para participar a montaria, para comprar produtos na feira, ou para assistir aos concertos musicais e participar noutras atividades”, informou, Filipe Canedo.

Uma destas atividades foi a realização do I Passeio Micológico da Raia, que decorreu na manhã de Domingo. Segundo o organizador, o engenheiro Carlos Ventura, apesar da chuva a atividade correspondeu às expetativas, pois a freguesia de Avelanoso é particularmente rica em cogumelos silvestres.

“Avelanoso tem uma floresta diversificada, com carvalhos, freixos, pinheiros e soutos, o que é propício para o surgimento de uma grande variedade de cogumelos silvestres. Na manhã de Domingo, foram recolhidas várias espécies comestíveis e não comestíveis, para que as pessoas estejam bem informadas sobre aquelas que podem apanhar”, informou.

O especialista em micologia informou ainda que com esta atividade, pretende-se ensinar o público a apanhar corretamente os cogumelos silvestres.

“Para a apanha há que utilizar uma cesta e uma faca para cortar os cogumelos pela base do caule, de modo a mão destruir o solo”, indicou.

Outra pessoa natural de Avelanoso, Manuel Afonso, vive e trabalha em Lisboa. Tirou quatro dias de férias para ajudar a família a apanhar castanhas e para participar na VIII Feira da Castanha e dos Produtos da Terra.

“Já é uma tradição tirar férias nesta altura do ano, para apanhar as castanhas, para participar na Feira da Castanha e dos Produtos da Terra e celebrar o Dia de Todos os Santos! O mais difícil na apanha das castanhas é andar todo o dia curvado para o chão. Sobre a feira, vejo que o evento está a crescer e já é uma marca na região”, disse.

Para o sucesso deste evento, o vice-presidente da Câmara Municipal de Vimioso, António Santos, destacou o empreendedorismo da junta de freguesia de Avelanoso.

“Graças ao conhecimento e ao dinamismo do presidente da freguesia, Fernando Rodilhão, esta feira dedicada à castanha é uma referência no planalto mirandês. A feira da castanha de Avelanoso é mais um evento bem sucedido, pois consegue cumprir o objetivo de revitalizar esta freguesia do concelho de Vimioso”, disse.

A par do retorno económico, o autarca António Santos, acrescentou que estas feiras também pretendem dar a conhecer aos visitantes o património cultural existente no concelho.

Foi o que descobriu o espanhol, Juan Miguel, vindo de Valladolid, ao ficar impressionado com as chegas de touros, que decorreram na tarde de Domingo, em Avelanoso.

“Viemos visitar esta região e em Avelanoso fiquei maravilhado com a tradição das lutas de touros mirandeses. Nunca tinha visto nada semelhante, entre animais tão grandes!”, disse.

Sobre a VIII Feira da Castanha e dos Produtos da Terra, o visitante espanhol que veio acompanhado da esposa e de um casal de amigos, afirmou que é um apreciador destes eventos locais, onde é possível conhecer os produtos e as tradições de cada localidade.

Outra tradição na VIII Feira da Castanha e dos Produtos da Terra, em Avelanoso, foi o magusto de castanhas assadas, que encerrou o certame e deliciou as crianças e os adultos. No decorrer do magusto, o presidente da freguesia local, Fernando Rodilhão, expressou a sua alegria pela consolidação deste certame, que todos os anos traz milhares de pessoas à localidade.

“Este ano, a feira da castanha decorreu com chuva e mesmo assim as pessoas não deixaram de vir a Avelanoso. Isso demontra bem o patamar a que chegou o certame. Ano após ano, regista-se um aumento no número de visitantes e nós queremos corresponder com o aumento da qualidade. A tenda dos expositores e concertos, por exemplo, tem maior altitude para proporcionar uma melhor sonorização acústica no interior”, disse.

Com este objetivo da oferecer qualidade ao público, Fernando Rodilhão, acrescentou que a organização da Feira da Castanha e dos Produtos da Terra também apostou na restauração.

“Este ano, ao longo dos dois dias da feira disponibilizámos o serviço de restaurante e ao todo foram servidas cerca de 1000 refeições. Pelas críticas, todas as pessoas ficaram deliciadas com as refeições e o serviço apresentado”, disse.

Anualmente, a Feira da Castanha e dos Produtos da Terra, em Avelanoso, coincide com a época da apanha da castanha e é uma iniciativa organizada pela União de Freguesias de Vale de Frades e Avelanoso, que conta com o apoio do município de Vimioso.

HA

🍄 𝐈𝐗 𝐉𝐨𝐫𝐧𝐚𝐝𝐚𝐬 𝐌𝐢𝐜𝐨𝐥𝐨́𝐠𝐢𝐜𝐚𝐬 𝟐𝟎𝟐𝟑

 Tendo em vista a promoção, valorização e preservação dos recursos micológicos da região, a Câmara Municipal de Miranda do Douro, em colaboração com a CoraNE - Associação de Desenvolvimento dos Concelhos da Raia Nordestina, a Xixorra – Associação Micológica da Terra Fria e a União de Freguesias de Constantim e Cicouro, vão proceder à dinamização das IX Jornadas Micológicas, no dia 12 de novembro de 2023, que, este ano, se irão realizar na localidade de Constantim.
Estas Jornadas contemplam a realização de um passeio micológico, almoço convívio, exposição para identificação das espécies recolhidas e sessão de sensibilização acerca da “Preservação de cogumelos e sua importância ecológica”.

✍ 𝐈𝐧𝐬𝐜𝐫𝐢𝐜̧𝐨̃𝐞𝐬:

▪ Gabinete de Apoio ao Agricultor e Desenvolvimento Rural (Largo do Castelo em Miranda do Douro)

▪ E-mail: ecomicologico.miranda@cm-mdouro.pt identificando o nome completo, n.º CC/BI, data de nascimento e contacto telefónico.

‼INSCRIÇÃO GRATUITA, MAS OBRIGATÓRIA‼

𝑃𝑎𝑟𝑡𝑖𝑐𝑖𝑝𝑒 𝑒 𝑣𝑒𝑛ℎ𝑎 𝑑𝑒𝑠𝑐𝑜𝑏𝑟𝑖𝑟 𝑜 𝑚𝑢𝑛𝑑𝑜 𝑚𝑎𝑟𝑎𝑣𝑖𝑙ℎ𝑜𝑠𝑜 𝑑𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑔𝑢𝑚𝑒𝑙𝑜𝑠 𝑠𝑖𝑙𝑣𝑒𝑠𝑡𝑟𝑒𝑠 𝑞𝑢𝑒 𝑓𝑟𝑢𝑡𝑖𝑓𝑖𝑐𝑎𝑚 𝑛𝑎 𝑇𝑒𝑟𝑟𝑎 𝑑𝑒 𝑀𝑖𝑟𝑎𝑛𝑑𝑎!

📲 Saiba mais AQUI.

MDB - 6 DE MARÇO DE 1970

MDB - 6 DE MARÇO DE 1970

🌟✨ As Festas de Inverno no concelho de Vinhais e a Estação Escura começam com a mágica Festa da Cabra e do Canhoto! 🌙

 É o momento em que a aldeia de Cidões se transforma num cenário encantado, onde a tradição se funde com o misticismo.
Data:  sábado,  dia 4 de novembro 2023.

🐐"Quem da Cabra comer e ao Canhoto se aquecer, um ano de muita sorte vai ter!" 🌟🔥

Saiba mais AQUI.

Reconstrução da igreja de S. Salvador em Ansiães - 6 de Fevereiro de 1442

 «Dom Afomso etc. A quantos esta minha [carta] virem fazemos saber que os juizes e vereadores e procurador e homens boons d’Anciãaes nos emviarom dizer que em a dita vila estaa hüua igreja a que chamam Sancto Salvador a qual ha bem xbi anos que jaz em terra; e porquanto per aazo das pestilemcias e dos anos serem cassos (sic) e as gemtes em a dita vila serem poucas nom poderam correger a dita igreja e nos pediam por merçe que he fezesemos pera ello algüua ajuda.
E visto per nos seu requerimento e queremdo fazer graça e merçe por esmolla aa dita igreja pera corregimento dela teemos por bem e fazemos-lhe merçee de todollos rezidos da dita vila d’Amciams e seu termo de xx anos pasados atee a feitura desta carta por a qual damos poder aos juizes da dita vila que os façam tirar e recadar e aver e despender em a dita obra da dita igreja que asy he nossa mercee sem outro embargo; [e] em testemunho desto lhe mandamos dar esta carta.

Dada em cidade d’Evora bi dias de Fevereiro per autoridade do senhor ifante dom Pedro titor e curador do dito senhor Rei regedor e com ajuda de Deus defemsor por el de seus reinos e senhorio; Rodrigue Annes a fez anno do Senhor Jhesus Christo de mill iiiic Rii annos.

E eu Lopo Affonso sacratario do dito senhor que esta carta sob escrepvi e fiz escrepver» (118).
----------
(118) [Chancelaria de] D. Afonso V, liv. 27, fl. 26 v.
----------
MEMÓRIAS ARQUEOLÓGICO-HISTÓRICAS DO DISTRITO DE BRAGANÇA

MDB - 6 DE MARÇO DE 1970

Regadios de Alfândega da Fé já contribuíram para poupar 50% da água que gasta numa campanha

 O regadio no concelho de Alfândega da Fé já permitiu poupar metade da água que se gastava por campanha


Os números foram avançados pelo presidente da câmara, na inauguração do regadio da Camba.

Eduardo Tavares explicou que isto só é possível devido à requalificação dos regadios da Estevainha e da Camba, processo que começou em 2014. “Estamos a falar de meio milhão de metros cúbicos que se gastava numa campanha normal e agora gastam-se 200 mil metros cúbicos numa campanha e, se calhar, na Camba gastam-se entre 200 a 300 mil metros cúbicos, quando se gastavam 500 ou 600 por ano”, adiantou.

O regadio da Camba foi inaugurado, esta sexta-feira, num investimento de 6,5 milhões de euros. Abrange cerca de 120 agricultores, podendo ceder água ainda a regantes precários, beneficiando um total de 600 hectares. Os produtores podem fazer a gestão da água à distância.

“É um sistema de automatização do regadio, em que os agricultores, no seu telemóvel, podem abrir e fechar as bocas de rega e podem com isso tornar o uso de água mais eficiente, ganhar tempo, poupar água. Sabemos que vivemos tempos difíceis, estas alterações climáticas vão pôr em causa as nossas reservas de água, o regadio, até o consumo humano e quanto mais pouparmos e eficientes formos, melhor”, explicou o autarca.  

Foi ainda assinado o contrato para a construção da barragem de Gebelim, entre o município e a ministra da Agricultura. A construção da albufeira e da rede de rega vai custar 25 milhões de euros.

Eduardo Tavares espera que a obra esteja concluída até 2025. “Esperamos finalizar o processo da fiscalização até final do mês de Novembro e iniciar a obra no final de Novembro, início de Dezembro. Depois vamos à rede de rega que é um projecto que irá ser colocado a concurso para fazermos esta obra até 2025. Estamos a falar de 150 agricultores, numa área total de 500 hectares”.

A ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, fez questão de salientar a importância do regadio para o sector. “A agricultura hoje para ser competitiva tem que ser feita tendo como factor de produção a água e isso faz-se disponibilizando a água, usando-a de forma muito eficiente, porque a diferença entre um hectare de sequeiro e um hectare de regadio é que o de regadio produz até cinco vezes mais que o de sequeiro e isso faz com que o regadio seja hoje uma atractividade capaz de ocupar territórios e com isso trazer para agricultura mais jovens”, frisou.

O município de Alfândega da Fé quer duplicar a área de regadio no concelho até 2025. Neste momento, mais de mil agricultores beneficiam deste tipo de rega.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Ângela Pais

Apresentação do Livro “Álbum de Memórias da comunidade viva – Da Névoa do Tempo à Magia da Criação”

 No próximo dia 4 de novembro a autora Otília Lage apresenta na Biblioteca Municipal de Carrazeda de Ansiães o seu mais recente trabalho.
Pelas 15h00 viaja-se pelas memórias da comunidade carrazedense dos anos 50 e 60 do séc. XX através dos textos da autora, Otília Lage, dos retratos de Hélder Carvalho e das fotografias de Eduardo Beira em “Álbum de Memórias da Comunidade Viva – Da Névoa do Tempo à Magia da Criação”.
🗓 04 de novembro, sábado,
⏱15h00
📍 Biblioteca Municipal de Carrazeda de Ansiães

Dois filmes de promoção da região premiados no no Festival Internacional de Cinema e Turismo Art&Tur

 Filme “O Destino do Amor”, do PNRVT vence Festival Internacional de Cinema e Turismo na categoria de Cultura e Património.


O Parque Natural Regional do Vale do Tua (PNRVT) conquistou o 1º Prémio, na categoria Cultura e Património, no Festival Internacional de Cinema e Turismo – Art&Tur. A entrega de prémios aconteceu nesta sexta-feira, 27 de Outubro, nas Caldas da Rainha.

“É mais uma prova do reconhecimento de todo o trabalho de promoção que temos realizado no PNRVT”, afirma Artur Cascarejo, o diretor do PNRVT, entusiasmado com a conquista do 1º Prémio, na categoria de Cultura e Património, no Festival Internacional de Cinema e Turismo, Art&Tur.

O vídeo, com o título “O Destino do Amor”, foi produzido com o intuito de promover os recursos turísticos dos cinco municípios que integram o Parque (Alijó, Carrazeda de Ansiães, Mirandela, Murça e Vila Flor), nomeadamente o astroturismo, após ter sido conseguida a certificação Dark Sky Vale do Tua.

Às estrelas o vídeo junta os percursos pedestres, os miradouros, a cultura, o património, a paisagem, a biodiversidade e, claro, a gastronomia e vinhos.

O texto e guião do filme são da autoria de Ana Fragoso, assessora de imprensa do PNRVT, a produção ficou a cargo dos Estúdios Cave, com a participação ativa de toda a equipa do Parque e a supervisão do diretor.

“Foi a primeira vez que decidimos apresentar-nos a este Festival e já percebemos que é um palco fantástico para promoção do nosso território, porque aqui estão os parceiros necessários para promover o Parque no exterior”, afirmou o diretor, referindo-se a influenciadores, agências de viagens, entre outros promotores que, através deste vídeo, ficaram a conhecer o território.

“Depois há também a componente do orgulho, por vermos o nosso trabalho reconhecido numa competição desta envergadura, mas mais importante por vermos a atenção com que o público assistiu ao nosso vídeo, a forma interessada como observava as nossas paisagens e os nossos produtos”, sublinhou.

O júri deste Festival foi constituído por 42 elementos, pessoas ligadas ao cinema e ao turismo, oriundas de 22 países diferentes.

O Festival ART&TUR teve a sua 1ª edição em Barcelos, em 2008, e desde então tem vindo a dar a conhecer as melhores produções audiovisuais de turismo realizadas em Portugal e no mundo.

Enquanto fórum de partilha de experiências, o Festival ART&TUR tem conquistado um elevado reconhecimento internacional, mercê da qualidade e quantidade de filmes que distingue anualmente, bem como da sua integração numa rede mundial de festivais congéneres: o CIFFT (Comité Internacional dos Festivais de Filmes de Turismo) que elege anualmente o melhor filme de turismo a nível mundial, entre todos os filmes que percorrem o circuito internacional de 14 festivais.

PORTUGALNTN vence Festival Internacional de Cinema de Turismo ART&TUR, na categoria de Turismo de Natureza

Este ano a PORTUGALNTN apresentou o Melhor Filme Promocional de Turismo de Natureza, na competição internacional. Recordamos que em 2022, também no Art&Tur a empresa foi distinguida com 1° Prémio na categoria de Animação Turística, na competição nacional.

Uma vez mais a empresa transmontana PORTUGALNTN escolheu o território de Trás-os-Montes e Douro para produzir um vídeo promocional que lhe valeu o primeiro lugar, na categoria de Turismo de Natureza, na competição internacional.

“We are what we feel”, este é o título do vídeo promocional que pretende promover os recursos de um território com uma forte identidade, reconhecida pela paisagem, pela gastronomia com os seus sabores e saberes, pelos vinhos, pela cultura e património e, sobretudo, pela forma hospitaleira como as comunidades locais recebem os visitantes. Estes valores constituem a essência da identidade de um destino que na soma das suas particularidades se completa e se assume na sua excelência e diversidade.

A PORTUGALNTN tem levado o referido vídeo a Feiras e outros eventos do setor do turismo, divulgou-o junto dos respetivos parceiros, sobretudo os internacionais, e por essa razão o filme foi criado originalmente em língua inglesa.

Este vídeo foi produzido com recursos próprios. A “história” deste trabalho de promoção, da empresa e do produto turístico que a região representa, foi escrita e alinhada por Ana Fragoso, colaboradora da PORTUGALNTN na área da comunicação, que também criou o guião que serviu de base a todo o trabalho de produção e realização. A captação e edição de imagem, são da responsabilidade de Marco Gil, da PORTUGALNTN, e todo o trabalho de produção foi feito em equipa dentro da própria empresa.

“Nós somos a identidade da nossa empresa e o somos também o resultado do que o nosso território nos faz sentir, somos parte integrante do que nos rodeia”, refere João Neves, sócio-gerente da empresa. Desta comunhão com o território resulta a imagem que a PORTUGALNTN, nos seus nove anos de existência, sempre defendeu e promoveu.

“Somos, verdadeiramente, parte do que sentimos”, acrescenta Domingos Pires, duplamente satisfeito pela vitória em dois níveis distintos, nacional e internacional, “porque, em simultâneo, promove a empresa e promove a região onde desenvolvemos 80% do nosso trabalho”, revela.

O festival ART&TUR decorreu de 23 a 27 de outubro nas Caldas da Rainha.

Ao longo de diversas sessões temáticas, foram exibidos os filmes finalistas, em diferentes categorias, os melhor pontuados por um júri internacional, constituído por 42 reputados peritos, oriundos de 22 países.

A entrega de prémios aos vencedores aconteceu na sexta-feira, 27 de outubro.

O Festival ART&TUR teve a sua 1ª edição em Barcelos, em 2008, e desde então que tem vindo a dar a conhecer ao mundo as melhores produções audiovisuais de turismo realizadas em Portugal e no mundo.

Enquanto fórum de partilha de experiências, o Festival ART&TUR tem conquistado um elevado reconhecimento internacional, mercê da qualidade e quantidade de filmes que distingue anualmente, bem como da sua integração numa rede mundial de festivais congéneres: o CIFFT (Comité Internacional dos Festivais de Filmes de Turismo) que elege anualmente o melhor filme de turismo a nível mundial, entre todos os filmes que percorrem o circuito internacional de 14 festivais.

Jornadas da Grávida em Bragança marcadas pela forte adesão

 Para quem está grávida as dúvidas podem surgir, mas facilmente foram esclarecidas nas jornadas que aconteceram, no sábado, em Bragança


Este é já o terceiro ano que a Farmácia Nova Central organiza o evento, que concentra profissionais de saúde, mas também algum comércio ligado à maternidade.

Este ano, o número de participantes presentes duplicou.

De acordo com a directora, Micaela Pires, as pessoas sentem necessidade de saber mais e, por isso, palestras não faltaram. “Temos palestras relacionadas com a saúde, já falamos dos cuidados aos recém-nascidos, da segurança rodoviária, da fisioterapia pós-parto e na gravidez e da alimentação saudável. Temos também uma série de bancas em que o objectivo é dar a conhecer o que existe na farmácia, mas também lojas de roupa, de Bragança, Mirandela e Chaves”, mencionou.

Cátia Nascimento está grávida de 8 meses e é mãe de primeira viagem. Reconhece que iniciativas como estas são muito importantes e que deviam acontecer mais vezes. “Eu acho que eles trouxeram várias temáticas que são muito importantes, não só para mim como mãe de primeira viagem, mas para todas as mães. Esta parte da fisioterapia pélvica é uma informação que ainda falta muito na nossa comunidade e acho que eles estão a tentar trazer esses assuntos que são importantes e que não estão tão divulgados. Eu acho que aqui em Bragança temos pouco acesso às coisas e eles trazerem estas temáticas é importante”, frisou.

As grávidas puderam ainda ter acesso a material de maternidade, roupa e acessórios para bebés. Elsa Gomes tem uma loja de roupa em Bragança e participou nas jornadas para dar a conhecer o seu negócio. “De forma a darmo-nos a conhecer, porque há muitas pessoas que não conhecem as lojas físicas e acho que isto é importante para promovermos o comércio local. Dá para vender alguma coisa, mas dá para divulgar o produto e a loja”, disse.

Já Pedro Mesquita, de uma empresa espanhola com sede em Famalicão, deu a conhecer as cintas para grávidas. “Divulgar os nossos produtos, divulgar o facto de isto ser importante para a grávida e de ajudar na saúde da grávida no pós e no pré-parto e a melhoria da qualidade das grávidas com estes produtos acaba por ser o nosso foco também. Algumas já utilizam, outras não conheciam, mas quando experimentaram gostaram dos produtos e isso é importante para nós também”, referiu.

As Jornadas da Grávida aconteceram este sábado, no hotel São Lázaro, em Bragança e contou com mais de 40 participantes.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Ângela Pais

🎭 𝗣𝗘𝗖̧𝗔 𝗧𝗘𝗔𝗧𝗥𝗔𝗟 - "𝗢 𝗖𝗔𝗜𝗫𝗘𝗜𝗥𝗢 𝗗𝗔 𝗧𝗔𝗕𝗘𝗥𝗡𝗔"

 📅 4 DE NOVEMBRO (sábado) - 21h00
📌 Edifício Paulo Quintela - Auditório Paulo Quintela 

🎫 𝗘𝗡𝗧𝗥𝗔𝗗𝗔 𝗚𝗥𝗔𝗧𝗨𝗜𝗧𝗔!

Sinopse:

“O caixeiro da taberna”, baseia-se na comédia homónima de Martins Pena (1815 – 1848), escrita em 1845.
Considerado fundador da “comédia de costumes” no Brasil, traz ao palco as principais preocupações das personagens desse género: desejo de ascensão social, dinheiro e vida amorosa.
Com a direção de Emanuel Costa, adaptada à típica taberna Transmontana dos anos 50, propõe um elenco composto por Luís de Matos como Manuel Pacheco, Lina Ramos como Angélica Pereira, Cláudia Fernandes como Deolinda, Gonçalo dos Anjos como José, Manuel Pinto como António, Paulo Moura como Francisco e Rui Chaves como Sargento Quintino.

domingo, 29 de outubro de 2023

(con)Tacto

Por: Paula Freire
(colaboradora do Memórias...e outras coisas...)


Foi há muitas estações atrás que o meu caminho se cruzou com o de um amigo que me ficou, para sempre, no coração e no meu mundo. 
Coincidentemente, foi também por alturas desse mesmo encontro que perdi o meu único avô, com quem partilhei um percurso inteiro, até ao instante da sua morte, com a longa idade de noventa e seis anos. Uma relação nem sempre feliz, nem sempre justa, com umas quantas mágoas e amarguras à mistura, como é devido a todas as ligações daqueles que verdadeiramente se amam, mas nem sempre o conseguem expressar com a vontade desejada.
No entanto, recordo com nostalgia que, a poucas horas da sua partida, me foi oferecido um privilégio que, poucas vezes, a vida tem a gentileza de nos conceder. Enquanto deitado no leito do hospital, foi possível aproximar-me dele, olhar o seu rosto débil e cansado pousado, tranquilamente, na almofada. E, nesse momento, quase involuntariamente, a minha mão tocou, gentilmente, nos seus traços e expressões tão cheias de fragilidade. Senti-o estremecer nesse meu toque de despedida quando virou os olhos, silenciosos, na minha direção. Percebi, então, no preciso momento em que ele entregava o seu corpo à morte e eu, o meu espírito às mãos do perdão, que o toque é uma forma de amor que cura muitas feridas e permite que a paz nos invada, silenciosa e docemente, como um lenitivo e um ato de gratidão.
Há algumas semanas atrás, e após todo esse longe em que o tal meu amigo veio ao meu encontro, na mesma altura em que o meu avô partia, tive oportunidade de ouvir a sua voz ao telefone. Uma voz que, perdida no tempo, quase não reconheci. A verdade é que, ao longo de quase duas décadas, todo o nosso contacto se resumira a uma distância de meio metro, separados pela tela de um computador. Notícias e sentimentos partilhados num universo invisível, só assumido nas letras trocadas através de um teclado. 
É verdade que o som da sua voz, volvidos tantos anos, deixou o rasto de uma comoção única, que me fez recordar, subitamente, a citação de Clarisse Lispector, “e receber o telefonema de um amigo, e a comunicação de vozes e alma ser perfeita? Quando se desliga: que prazer de os outros existirem e de a gente se encontrar nos outros.”
Sim, creio que ouvir a voz de um amigo saudoso respirar no nosso interior, é como um florir de primavera no peito da saudade. Reencontramo-nos numa estranha, mas deliciosa música de afeição e bem-querer, que nos perdura infinitamente.
Mas o certo, porém, é que os afetos têm e precisam também, muito, de uma profundidade sensitiva.
E esta é a mensagem que, na memória, te quero deixar ficar hoje. A ti, meu amigo. E a todos os que devem perceber a urgência dos seus gestos simples, mas maiores, na solidão daquele que é o mais íntimo firmamento de cada ser humano.
Mostrar-te que, apesar da tua voz soar plena e imensa aos meus ouvidos, uns centímetros de separação não chegam ainda ao lá atrás onde, um dia, te descobri em sorrisos e alegrias. Emoções que hoje, já te não vislumbro, sejam essas sombras fruto de acanhamento, dúvidas, incertezas ou a necessidade de te recolheres nos teus silêncios.
Meu amigo, que nunca o teu sentir perca o olhar da sensibilidade. Que ele possa sempre alcançar a importância de um abraço que, quando toca com calor a mão do outro, lhe oferece uma parte de ti mesmo e de tudo aquilo que de melhor és.
Na dimensão de cada toque, que nos faz estremecer por dentro, o afeto perde a transparência e ganha todas as cores que nos iluminam com o rosto da ternura, no encontro de sintonia perfeito. E faz-nos crescer até ao infinito da nossa humanidade.
Habita um dom nas nossas mãos! 
Porque quem nos toca nos deseja com ele, porque o toque é um abrigo na nossa fragilidade, é tão bom, é tão essencial quando a pele se nos descobre a dizer as palavras que o coração quer falar, “estou aqui para ti; escuta-me: quero-te bem!” Ou ainda, “parte em paz”.
Afinal, é pelo contacto do tacto que sentimos, pela primeira vez em nós, o pulsar da vida…

Paula Freire
- Natural de Lourenço Marques, Moçambique, reside atualmente em Vila Nova de Gaia, Portugal.
Com formação académica em Psicologia e especialização em Psicoterapia, dedicou vários anos do seu percurso profissional à formação de adultos, nas áreas do Desenvolvimento Pessoal e do Autoconhecimento, bem como à prática de clínica privada.
Filha de gentes e terras alentejanas por parte materna e com o coração em Trás-os-Montes pelo elo matrimonial, desde muito cedo desenvolveu o gosto pela leitura e pela escrita, onde se descobre nas vivências sugeridas pelos olhares daqueles com quem se cruza nos caminhos da vida, e onde se arrisca a descobrir mistérios escondidos e silenciosas confissões. Um manancial de emoções e sentimentos tão humanos, que lhe foram permitindo colaborar em meios de comunicação da imprensa local com publicações de textos, crónicas e poesias.
O desenho foi sempre outra das suas paixões, sendo autora das imagens de capa de duas obras lançadas pela Editora Imagem e Publicações em 2021: Cultura sem Fronteiras (coletânea de literatura e artes) e Nunca é Tarde (poesia).
Prefaciadora do romance Amor Pecador, de Tchiza (Mar Morto Editora, Angola, 2021) e da obra poética Pedaços de Mim, de Reis Silva (Editora Imagem e Publicações, 2021).
Autora do livro de poesia Lírio: Flor-de-Lis (Editora Imagem e Publicações, 2022).
Em setembro de 2022, a convite da Casa da Beira Alta, realizou, na cidade do Porto, uma exposição de fotografia sob o título: "Um Outono no Feminino: de Amor e de Ser Mulher".
Atualmente, é colaboradora regular do blogue "Memórias... e outras coisas..."-Bragança e da Revista Vicejar (Brasil).
Há alguns anos, descobriu-se no seu amor pela arte da fotografia onde, de forma autodidata, aprecia retratar, em particular, a beleza feminina e a dimensão artística dos elementos da natureza, sendo administradora da página de poesia e fotografia, Flor De Lyz.