sábado, 31 de maio de 2014

As cerejas mostram-se na cidade de Bragança, a pensar já na Festa da cereja de Alfândega da Fé, que decorre nos dias 06, 07 e 08 de junho.

Macedo de Cavaleiros: Crianças alertam população para a proteção do meio ambiente

Uma exposição e uma marcha pela defesa do meio ambiente. As crianças do pré-escolar e do 1º ciclo do Pólo 1 do Agrupamento de Escolas de Macedo assumem este desígnio, numa iniciativa enquadrada das comemorações do Dia Mundial do Ambiente e da Semana Europeia de Geoparques. 
De 2 a 6 de junho, a Biblioteca Municipal de Macedo de Cavaleiros acolhe a exposição dos trabalhos dos meninos realizados no âmbito do projeto Eco-Escolas, com diversos temas abordados. Na quarta, dia 4, pelas 10.30h, o executivo da autarquia, em conjunto com professores do agrupamento e coordenadores, faz a visita à exposição.
No dia 5, Dia Mundial do Ambiente, às 9.30h, as crianças do 1º Ciclo fazem uma “marcha pelo ambiente” sob o tema da Agricultura Biológica. No Jardim 1º de Maio, serão recebidos pelo Presidente da Câmara e farão uma “coreografia ambiental”.

in:noticiasdonordeste.pt

TdB apresenta projeto Dentista do Bem em Mirandela

Inserido na programação da Semana da Juventude, e a convite da Câmara Municipal de Mirandela, a Turma do Bem irá realizar uma sessão de esclarecimento do projeto Dentista do Bem no auditório do Museu Armindo Teixeira Lopes no próximo dia 4 de Junho de 2014 às 18.30 horas.
A apresentação estará a cargo de Camila Carnicelli, gestora da TdB em Portugal, e destina-se a todos os médicos dentistas do distrito de Bragança e público em geral. A Turma do Bem é uma Organização Não Governamental cujo principal projeto é o Dentista do Bem, uma rede de médicos dentistas voluntários que nos seus próprios consultórios disponibilizam tratamento odontológico gratuito a jovens carenciados, entre os 11 e os 17 anos.
Os jovens são selecionados de acordo com o grau de necessidade, o qual beneficia os jovens com problemas orais mais graves, os mais carenciados, assim como os mais velhos, que estão mais próximos do primeiro emprego, após triagem efetuada em escolas da rede pública ou instituições sociais.
O projeto Dentista do Bem é considerado atualmente a maior rede de voluntariado especializado do Mundo, que conta com a colaboração de cerca de quinze mil dentistas oriundos de dez países da América Latina e Portugal.
Em Portugal o projeto foi implementado em 2010, pela Fundação EDP, com a colaboração da Fundação Calouste Gulbenkian, e conta atualmente com cerca de 500 dentistas voluntários que já trataram gratuitamente mais de 1400 jovens.

in:noticiasdonordeste.pt

Workshop e Exposição sobre Ervas Aromáticas e Medicinais em Torre de Moncorvo

O Museu do Ferro e da Região de Moncorvo recebe no próximo dia 31 de Maio, Sábado, um workshop e uma exposição sobre ervas aromáticas e medicinais orientados pelo Eng.º Afonso Calheiros e Menezes. 
O colóquio tem início às 15h00 e além de explicadas as potencialidades alimentares as ervas aromáticas também será abordada a sua aplicação medicinal e farmacêutica. Em exposição estarão vários tipos de ervas aromáticas e medicinais existentes no concelho.
Nesta atividade os participantes podem aprender a distinguir diversas espécies e saber com que finalidade as podem e devem utilizar.
A exposição sobre Ervas Aromáticas e Medicinais fica patente no Museu do Ferro e da Região de Moncorvo até ao dia 10 de Junho. A iniciativa é promovida pelo Município de Torre de Moncorvo em parceria com o Museu do Ferro e da Região de Moncorvo.

in:noticiasdonordeste.pt

Mulher que assaltou armazém de Bragança condenada a 15 meses

Foi condenada a 15 meses de prisão a mulher, na casa dos 20 anos, que há cerca de um mês assaltou um armazém, em Bragança, foi esta semana condenada a 15 meses de prisão.
Recorde-se que foi o próprio empresário, Amílcar Marcolino, a perseguir a jovem, da qual suspeitava. Depois de uma perseguição a pé, acabou por imobilizá-la.

Bragança // Conservatório Municipal “é aposta ganha”

Uma década após a sua criação, o Conservatório Municipal de Música e Dança de Bragança “é uma aposta ganha”. Hernâni Dias, atual presidente da câmara, não tem dúvidas, tanto mais que os números também não deixam margens para dizer o contrário. 
Mais de 230 alunos aprendem música entre aquelas paredes, que foram outrora uma antiga escola, onde nos últimos tempos, antes das obras, grassava a degradação. Entretanto, o imóvel foi recuperado, por decisão do anterior presidente, Jorge Nunes, que decidiu dar-lhe novas funções. Ali se instalou o centro cultural, a biblioteca e o conservatório.
A formação que ali se faculta “não é cara para aquilo que representa”, admite o autarca, embora tenha uma despesa associada “que não é exagerada”, sobretudo, porque conta com 22 docentes. Todavia, Hernâni Dias, considera que não se pode calcular o valor material deste serviço, quando está em causa proporcionar formação que, muitas vezes, está vedada a quem reside no interior do país. “Só podemos saber se as pessoas têm vocação para algo se lhe for proporcionado o acesso. Já há resultados do trabalho feito, com alunos premiados em concursos”, afirmou.
Inaugurado a 8 de outubro de 2004, o conservatório foi criado para ser um espaço educativo de formação artística. Primeiro na área da música, mais tarde as funções foram alargadas à dança. A sua gestão está a cargo da Fundação os Nossos Livros, entidade tutelada pelo município. “Com regularidade participa em eventos com professores e alunos, em concertos didático-pedagógicos, recitais de música, audições musicais, visitas guiadas para os alunos do ensino pré-escolar. Intercâmbios com o Conservatório de Música da Mais, Miranda de Ebro (Espanha) e Pavillou-sous-Bois (França)”, enumerou o autarca.
O trabalho tem sido visível. Em 2006 foi constituído o Coro do Conservatório (Coro Brichoirt) para divulgar o canto e iniciar os alunos na atividade de canto coral. “O trabalho do conservatório tem evoluído positivamente”, acrescentou.
Escola de música cresceu com formação reconhecida pelo Ministério da Educação
No ano letivo 2004-2005, as aulas arrancaram com 88 alunos e 13 professores. Nessa altura era possível aprender a tocar flauta transversal, guitarra, piano, violino, violoncelo, gaita de foles. Estava ainda disponível a disciplina de canto. Foi nesse ano, que se deu um passo importante no reconhecimento e validação da formação, uma vez que a Direcção-Geral de Educação (DGE) autorizou o curso de música. Logo no ano seguinte, o número de alunos aumentou para 147. “Foi um aumento substancial”, reconhece Hernâni Dias.
Um ano depois, a DGE autorizou um Curso Básico de Música em regime articulado, que iniciou com uma turma. “Após 10 anos temos 234 alunos e 22 professores. O que é muito bom”, reconheceu. No presente ano letivo foi autorizado o Curso Básico de Dança em regime articulado, e ainda o Curso Básico de Órgão.
Dada a aparente boa saúde da instituição de ensino, as previsões apontam para uma fase de crescimento nos próximos tempos.
Tudo índica que no próximo ano letivo, o número de alunos chegue aos 250, divididos em cinco turmas, nomeadamente três de ensino articulado de música, mais duas de ensino articulado de dança. “A DGE vai autorizar o curso Secundário de música”, destacou o edil. Este grau representa um salto qualitativo. “O conservatório desde a sua fundação triplicou o número de alunos. Os cursos reconhecidos fizeram aumentar o número de discentes. Nós entendemos que, seguramente, terá cada vez mais procura”, vaticina Hernâni Dias.

in:mdb.pt

Autarcas transmontanos unidos contra portagens e preço da água

Dos 26 municípios dos distritos de Vila Real e Bragança, marcaram presença 16, dez dos quais governados pelo PS e seis pelo PSD.
Dezasseis autarcas transmontanos uniram-se esta sexta-feira, em Vila Real, numa oposição à introdução de portagens na Autoestrada Transmontana, encerramento de serviços e o preço da água, deixando a ameaça de que ponderam não pagar o abastecimento em alta.  
"Os autarcas mostraram aqui que não têm partido quando estão em causa as questões que afetam as nossas populações", afirmou o presidente da Câmara de Vila Real, Rui Santos, que convocou o encontro de esta sexta-feira.

Público

Plataforma turística tem mão macedense

Há cada vez mais mentes brilhantes no nosso país e exemplo disso são as provas dadas por alguns jovens transmontanos no mercado de trabalho.
A última distinção vai para Luís Pinto.
O jovem, de 27, natural de Macedo de Cavaleiros é o co-autor de uma plataforma online para apoiar entidades turísticas, como restaurantes, hotéis e autarquias a optimizar a sua oferta em tempo real.
A ideia é agilizar os serviços disponíveis e facilitar o seu acesso às instituições promotoras e aos turistas, e colmatar uma lacuna no sector.
“O nosso objetivo é colmatar uma necessidade de mercado que nós identificamos na área do turismo, relativamente à obtenção de dados turísticos e indicadores sobre a procura no ramo, mais ou menos em tempo real.
O que nós percebemos foi que os hotéis e outras instituições otimizam e trabalham as suas ofertas com base em relatórios com acesso pelo Instituto Nacional de Estatística ou pela Associação Nacional de Hotelaria.
Relatórios estes que têm uma prioridade de três meses no caso da Associação e são anuais no INE.
Nós percebemos que havia uma necessidade de diminuir estes períodos, aumentando assim a frequência com que os hotéis e outras instituições e se preparam para receber os turistas, estando assim sempre mais próximos da procura real que existe na localidade e na região.”
O espírito empreendedor levou-o a que juntamente com um colega da Faculdade de Aveiro, Mário Mouraz, conjugassem sabedoria e criassem a “Trip Dashboard”, que visa tornar a oferta turística mais atractiva e competitiva, para já em solo português.
Este mês sagraram-se vencedores do Startup Weekend Viseu, um evento que reúne empreendedores ativos e com ideias de sucesso.
A ideia pioneira está em fase de fermentação e o co-fundador espera que o lançamento oficial do protótipo aconteça no final deste ano.
“Nós criámos este conceito ainda há pouco tempo. Tivemos a estudar o mercado, a validar o conceito, a validar a solução.
Discutimos isto com o presidente do turismo nacional. Falámos também com o grupo Visabeira, mais especificamente com a diretora de marketing e gestão hoteleira, que nos disseram exatamente aquilo que nós estávamos a detetar.
Havia uma necessidade, e a solução que nós estávamos a desenvolver era viável, interessante e necessária para este problema.
E foi mais ou menos quando fomos ao concurso de ideias em Viseu, e ganhámos.”
Portugal é palco do lançamento da ideia que quer conquistar o mundo e arredores.
“Porque não existe ainda software nem serviços deste género, que permitam, mais ou menos, uma consulta em tempo real do estado atual da procura turística numa localidade ou numa região.
Nós estamos a pensar, inicialmente, trabalhar numa zona muito específica. Tivemos já a disponibilidade por parte do grupo Visabeira de trabalharmos com eles o protótipo e a fase de testes.
E o nosso objetivo é definir uma cidade como o alvo do nosso protótipo.
A partir do momento em que consideramos que a plataforma está estável, e que potencia um serviço de qualidade, que nos agrada, iremos considerar a escalabilizar isso, do ponto de vista geográfico. Avançaremos para outras cidades, eventualmente nacionalizaremos o produto.
E quando nos sentirmos confortáveis e preparemos, internacionalizamos o serviço.”
Luís Pinto, transmontano e mestre em Engenharia de Computadores e Telemática a ganhar notoriedade e a dar os primeiros passos num projecto pioneiro em Portugal.
Este projeto conta já com importantes apoios em território nacional na validação da ideia, nomeadamente pelo Turismo de Portugal e pelo grupo empresarial Turismo Visabeira.

Escrito por ONDA LIVRE 

Produtos das «Terras de Alfândega» da Fé criaram 30 postos de trabalho

Os produtos locais de Alfândega da Fé ajudaram a criar nos últimos três anos 30 postos de trabalho e ganharam a marca «Terras de Alfândega» com que a autarquia quer valorizar o que é típico do concelho.
A Câmara Municipal deu o impulso com um gabinete de apoio ao produtor que agiliza o licenciamento e encaminha projectos para «ajudar a criar postos de trabalho e a vender e a criar mais-valias com os produtos locais, mas também dar visibilidade ao território, atrair turistas», como explicou a autarca Berta Nunes.
Da cereja, ao queijo, amêndoa, compotas, fumeiro ou outros produtos regionais feitos em casa surgiram negócios organizados, que até então se deparavam com algumas restrições, segundo a autarca.
Os produtores que quiserem podem utilizar o selo de garantia «Terras de Alfândega», a nova marca chapéu do concelho transmontano, que obriga quem aderir a submeter-se a um controlo de qualidade.
«Temos vindo a trabalhar na valorização do saber fazer tradicional, o que corresponde ao licenciamento das unidades produtivas que já existiam, mas não estavam licenciadas e por isso não tinham uma marca, não podiam comercializar, mesmo nas feiras onde tradicionalmente se vendiam os queijos que eram feitos em casa, ou a compotas, o fumeiro», concretizou.
O gabinete de apoio ao produtor ajudou a ultrapassar as burocracias legais e ali «as pessoas são orientadas em todos os passos de uma forma muito célere, podem licenciar uma actividade em menos de dois, três meses».
O município já licenciou 15 cozinhas regionais e ao saber tradicional, Alfândega da Fé está também a acrescentar a inovação «de jovens locais que criaram novos produtos como a cerveja artesanal com cereja e outros produtos locais como castanha, mel, etc».
No concelho surgiu uma nova empresa que pretende, a partir dos produtos locais, criar novas formas de os apresentar ao público e outra que vai valorizar um recurso endógeno que são os cogumelos silvestres e colocá-lo no mercado seco, transformado, trabalhar essa fileira, adiantou ainda.
«Significa pequenas empresas que criam um ou dois postos de trabalho, mas que todas juntas, depois podem criar aqui uma massa crítica e criar aqui emprego que pode fazer alguma diferença», defendeu a autarca.
Este processo conta também com o gabinete de apoio ao empreendedor em parceria com a EDP, no âmbito do apoio da eléctrica aos projectos na área de influência da barragem do Baixo Sabor.

Café Portugal/Lusa

Como imagino que irá ser eliminado, aqui fica o meu comentário...para a posteridade.

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Da cidade para o campo, um «mudar de vida» romântico mas sem facilidades

A fuga da vida agitada dos grandes centros e o apelo do campo, com promessas de melhor qualidade de vida, são ideais recorrentes de quem vive na cidade. O projecto Novos Povoadores dá apoio a famílias que queiram habitar nos territórios rurais. Uma mudança que implica o desenvolvimento de um projecto empresarial e que enfrenta «dificuldades de integração» como confessam Anabela Maia e Rita Tormenta, duas «novas povoadoras» com histórias diferentes que partilham com o Café Portugal.
Muda de vida, se tu não vives satisfeito; Muda de vida, estás sempre a tempo de mudar!; Muda de vida, não deves viver contrafeito; Muda de vida, se a vida em ti é de outro jeito.
A letra é de António Variações e foi escrita nos anos de 1980. Passados 30 anos a letra é perpetuada por músicos da actualidade e por gente que torna realidade as intenções subjacentes aos versos. Rita Tormenta e Anabela Maia são dois exemplos dessa vontade de «mudar de vida». Duas realidades, uma mesma verdade: «a missão é difícil».
Começamos com a história de Rita Tormenta, uma artista que se diz «nómada» porque leva a sua casa para onde há trabalho. «É sempre o trabalho que nos faz mudar de sítio», comenta. Em 2004, Rita, o marido Miguel e os três filhos deixaram Lisboa e partiram para Torres Novas, a pouco mais de cem quilómetros de distância da capital para desenvolver um projecto na área da educação em artes vocacionado para os mais novos. «Tínhamos uma visão romântica de viver fora de Lisboa», diz. Romântica porque a realidade encontrada foi de difícil adaptação numa comunidade que não foi acolhedora. Sem ressentimentos, Rita Tormenta recorda: «Sofremos um bocado com o isolamento».
Anabela Maia também fez as malas e mudou. Escolheu Cerva, em Trás-os-Montes, para «ter tempo para ver a filha crescer» e apostou no turismo. A mudança faz-se aos poucos tentando ganhar a confiança de quem desde sempre viveu nesta terra longe dos grandes centros urbanos. «No início não foi fácil a integração», recorda Anabela.
Ambas conheceram o projecto Novos Povoadores depois de terem «mudado de vida». Passados sete anos em Torres Novas, Rita pensou que podia penetrar mais fundo no território e foi aí que conheceu o projecto Novos Povoadores. «Contactamos com eles, reunimos e analisámos possibilidades», afirma Rita que, no decorrer, desse processo percebeu que «um factor de sucesso para a mudança é ter uma âncora num local, um terreno de família, uma casa. Migrar simplesmente para um território sem haver vinculação a esse local, mesmo que longínqua, era mais complicado». 
Entretanto, surgiu um convite para trabalhar na sua área de formação, as artes, e mudou-se, em 2011, para a Charneca de Caparica onde ainda hoje continua sem nunca colocar de parte o ideal de regressar a outros locais «porque vai onde há projectos», sublinha. No entanto, partirá com uma ideia menos romantizada do que é viver no interior que diz «descaracterizado».
«O território tornou-se de alguma forma negativamente homogéneo, aquilo que julgava serem as características do interior, a identidade, esbateu-se com a expansão de hipermercados e centros comerciais. Há uma homogeneização do território que tornou as pessoas todas em consumidoras. Pensei que houvesse mais identidade regional, mas encontrei apego a coisas que queria deixar para trás. Pensei que houvesse mais orgulho nas marcas da ruralidade e percebi que, pelo contrário, há necessidade de as afastar», afirma Rita.
A artista não integrou assim o projecto Novos Povoadores que trabalha para que a mudança de vida seja mais fácil e uma realidade duradoura. Com três anos de actuação no terreno, o projecto conseguiu fazer a migração de 63 famílias. Das mais de seis dezenas, dez famílias desistiram.
Anabela Maia também não fez a sua mudança integrada no Novos Povoadores, mas conta actualmente com o apoio da equipa desta iniciativa. Anabela assegura que têm sido «óptimos conselheiros» na prossecução do trabalho. «É muito importante as pessoas fazerem a mudança com eles, uma grande vantagem que não tive inicialmente. É importante falar com eles e tentarem que se desloque a família», confessa Anabela Maia.
«Sensação de invasão»
O objectivo do projecto Novos Povoadores é «mapear oportunidades de negócio em território rural, identificar potenciais empreendedores e facilitar a sua implementação». No balanço dos primeiros anos, Frederico Lucas, um dos mentores do projecto, confessa ao Café Portugal, que o maior desafio tem sido a integração das famílias na sociedade.
«Muitas vezes estas pessoas que chegam de fora são mal interpretadas porque vão fazer coisas diferentes, actividades económicas que não existiam, e levantam suspeita», diz Frederico, que com as suas palavras corrobora os sentimentos partilhados por Anabela e Rita.
Lisboeta «de gema», Anabela desde sempre passou as férias escolares em Cerva, aldeia do distrito de Vila Real de Trás-os-Montes, onde tinha familiares. O apego à terra sempre foi muito e quando a filha Inês nasceu percebeu que com a vida agitada que tinha na capital «não a veria crescer». Investiu as poupanças angariadas a trabalhar como Delegada de Informação Médica e partiu para a pequena localidade de Cerva. Passaram-se sete anos desque iniciou o projecto, quatro desde que reside em Cerva.
«Fiz uma aposta que não está a ser fácil, mas acho que tinha de a fazer», confessa emocionada porque recorda que foi uma opção de vida feita a pensar na filha. É aliás por «ela que tem medido o tempo desta aventura». Anabela diz-se agora mais integrada mas recorda o início «difícil porque as pessoas são melindrosas», um sentimento que não tinha presente porque quando visitava a localidade nas férias era «bem aceite».
Contudo, acrescenta, «os negócios estão nas famílias há gerações. Eu vim fazer algo diferente, vim desenvolver os produtos da terra, fiz um edifício maior do que pensava e as pessoas acharam que foi um afrontamento». Anabela diz, já de sorriso aberto porque «está a começar a ganhar a confiança da população».
Anabela partiu para esta mudança de vida com o firme propósito de apostar no turismo e na valorização dos produtos regionais. Na quinta de um hectare está a recuperar as casinhas para alojamento e construiu um restaurante onde recebe todos como amigos. «Tive o total apoio da câmara municipal desde o primeiro dia. O processo correu menos bem com o projectista que cometeu vários erros e fiquei com um edifício muito maior do que pretendia», conta Anabela com tom de voz que revela optimismo apesar das adversidades. A opção de vida que Anabela Maia fez tem ainda em falta a mudança do marido que continua a trabalhar em Lisboa «porque para já não podem viver os dois do restaurante Adega do Maneca e das casas de turismo rural que estão a recuperar».
Também Rita Tormenta sentiu os olhos postos em si por se mudar e tentar fazer um trabalho diferente. No seu caso um projecto de educação nas artes, em parceria com o município de Torres Novas. Juntaram ao trabalho a pensamento de que fora de Lisboa «sem tem mais tempo» e partiram. Estiveram em Torres Novas sete anos. Depois de terminado o projecto com o município, continuaram com ateliers onde recebiam crianças de todas as escolas do concelho e as familiarizavam com diferentes expressões de arte.
Torres Novas foi a terra escolhida também porque havia uma ligação anterior. A família de Miguel era de lá, uma ligação que se revelou uma «arma com dois bicos». «Por um lado houve pessoas que nos acolheram porque já nos conheciam, por outro houve um vincular a um estereótipo ligado à família do Miguel que não assenta bem a nós porque não somos iguais. A família do meu marido tinham algumas posses e nós não encaixamos nesse perfil, mas as pessoas não percebem bem quem somos», explica Rita Tormenta. 
«Havia sensação de invasão. O facto de estarmos ligados às artes e haver aquela ligação familiar, que nos associava a um estereótipo, colidia na cabeça das pessoas e depois nós não correspondíamos ao que elas pensavam. Houve um pouco de isolamento», recorda.
Os benefícios do interior
Nem tudo são espinhos nesta história. Para Anabela Maia, a nova habitante de Cerva, o reconhecimento que as pessoas começam a fazer do seu trabalho e a procura por parte dos turistas que se deslocam de propósito para provar as iguarias da Adega do Maneca «são um incentivo». E depois alegra-se por ver a filha crescer em contacto com a natureza e com facilidades da vida do campo, como pagar apenas 32 euros pela escola, com direito a refeição, e com transporte de porta de casa à porta de escola. «Meto inveja às minhas amigas de Lisboa», brinca Anabela.
«Agora chegam as férias escolares e por 15 euros a semana, a Inês vai ter acesso a múltiplas actividades como piscina fluvial, teatro e outras iniciativas», sublinha. A nota menos positiva fica para o acesso aos cuidados de saúde porque o hospital mais próximo fica a 50 quilómetros percorridos por uma estrada sinuosa.
«O Centro de Saúde existe mas não funciona muito bem. Não há médicos e apesar de o município comparticipar a vinda de um médico para cá, nenhum profissional quer», lamenta Anabela. «Mas a câmara tem iniciativas excelentes como disponibilizar transporte para as pessoas irem ao médico no Porto», sublinha a empreendedora. 
Aposta na transformação dos produtos
Em Março de 2014, estavam inscritas nos Novos Povoadores mais de 1500 famílias que são analisadas por Frederico Lucas e a equipa do projecto que definirá se têm o perfil adequado para a mudança. O desenvolvimento de um negócio é elemento chave nesta ideia de repovoar os territórios de baixa densidade populacional. 
Frederico não tem dúvidas que a sustentabilidade quer do mundo rural, quer das famílias empreendedoras que tenham como opção de vida serem «novos povoadores» devem apostar na indústria transformadora. «Aquilo que estamos a tentar desenvolver é actividade agrícola mas associada à transformação, isto é, não vender a cereja mas a compota para subir os rendimentos. Acho que é a agro-indústria que vai safar o interior», diz, sublinhando que as pequenas unidades industriais geram postos de trabalho e são mais difíceis de deslocalizar.
Nas contas dos Novos Povoadores, em três anos de actuação terão sido criados 69 postos de trabalho. 
O trabalho é para continuar tendo agora presente que é necessário um «envolvimento da comunidade de acolhimento» e a «produção de um manual do migrante que ajudará o inscrito a compreender o seu estádio no projecto migratório».
O Novos Povoadores alargou também os horizontes e vai trabalhar em parceria com o projecto congénere Abraza la Tierra, que actua em cinco comunidades autónomas espanholas, nomeadamente Castela e Leão; Castela La Mancha; Extremadura; Cantábria e Aragão.
«A partilha de conhecimento entre estas organizações congéneres e a fundação de uma rede europeia para o repovoamento rural são os principais objectivos para a celebração de um Convénio entre o Novos Povoadores e Abraza la Tierra. Estas iniciativas congéneres actuam numa lógica multimunicipal e pretendem cobrir a totalidade do território ibérico de baixa densidade», concluiu Frederico Lucas.

Sara Pelicano; Foto - António Góis
in:cafeportugal.net

Caviar de cereja entre os aperitivos da festa em Alfândega da Fé

Um caviar de cereja, compotas com cálcio ou um chupa-chupa dietético são alguns das novidades que será possível provar na Festa da Cereja de Alfândega da Fé, no fim de semana de 06 a 08 de junho.
Reinventar o tradicional e inovar é aposta do município, em colaboração com produtores e empresários locais, que este ano decidiu "abrir o apetite" a potenciais visitantes com a divulgação do certame numa ação de rua hoje, em Bragança e que seguirá para Mirandela e Vila Real, como adiantou a autarca Berta Nunes.
Quem foi passando na Praça da Sé, em Bragança, teve hoje a oportunidade de degustar as cerejas que fazem a festa anual e produtos derivados com algumas inovações associadas a outros produtos locais, como o caviar de cereja para consumir com requeijão de amêndoa sem lactose ou glúten, e que será a novidade da festa, em junho.
A nova iguaria tem o toque do 'chef' António Mauritti, um "novo povoador", que há meio ano decidiu trocar o litoral por Alfândega da Fé e está a trabalhar com produtores, restaurantes e autarquia locais na recuperação e reinvenção de receitas tradicionais à base do que é da terra.
Entre as novidades que estarão disponíveis na festa da cereja contam-se um azeite para barrara, inspirada nas antigas torradas de azeite, pasta de amêndoa, compotas com cálcio e um chupa-chupa "que faz bem aos dentes, feito com açúcar alcalino que combate a placa bacteriana e não é absorvido pelo organismo, portanto compatível com diabéticos".
Novas geleias de cereja com rosas, zimbro ou ervas aromáticas são algumas experimentações que estarão também disponíveis.
A cereja é a rainha da festa e, apesar do ano com pouca quantidade, a festa promete "qualidade com calibres bons e doces", como garantiu Eduardo Tavares, o presidente da Cooperativa Agrícola de Alfândega da Fé, que tem 15 toneladas prontas para vender na feira.
Nos pomares do concelho deverão ser apanhadas nesta campanha cerca de 50 toneladas de cereja, metade da capacidade instalada, e sem preocupações de escoamento, já que todo o fruto é vendido por encomenda, sem necessidade de "entrar nas grandes superfícies", de acordo ainda com o dirigente.
A cereja tornou-se na imagem de marca de Alfândega da Fé por ter sido um dos primeiros concelho de Portugal a produzir este fruto que representa um volume de negócios anual "entre os 100 mil e o 200 mil euros", com um preço médio pago ao produto de "um a dois euros", valores muito inferiores a outros produtos locais, nomeadamente os três milhões garantidos pelo azeite.
Ainda assim a cereja continua a ser um símbolo e a autarquia local está apostada conseguir classificar este fruto como DOP (Denominação de Origem Protegida).
Esta proteção atribuída pela União Europeia seria, para município, como "um impulso para o reconhecimento e valorização de outros produtos, exclusivos do concelho, como é o caso da doçaria típica, nomeadamente os Rochedos e os Barquinhos", que também aspiram a esta denominação.

HFI // JGJ
Lusa/fim

Robot desenvolvido no IPB viajou até à Polónia

Um Robot brigantino viajou esta semana pelo correio para a Polónia, para ser apresentado no I Festival de Robótica da Universidade Politécnica Opolska.
É já este fim-de-semana que os autores do projecto vão demonstrar o robot que lhes valeu o 2º prémio no Robot@Factory, uma prova única a nível internacional que decorreu este mês em Espinho. 
A equipa que concorreu à 14ª edição do Festival Nacional de Robótica é constituída por 2 professores e 3 alunos da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Bragança. Participaram 12 equipas, tendo vencido uma equipa iraniana. Em 2º lugar ficou o projecto da equipa IBP@Factory. O professor José Gonçalves espera que este prémio incentive mais alunos do IPB a interessarem-se pela robótica. “É muito importante para os nossos alunos verem que o trabalho deles é recompensado com esta distinção”, considera.
O desafio lançado foi criar um robot autónomo, inspirado nos obstáculos que teria de enfrentar durante a sua utilização numa fábrica, transportando caixas entre armazéns e máquinas, no menor tempo possível. Afonso Reis, um dos estudantes que trabalhou no projecto, está orgulhoso da distinção obtida e salienta que a equipa vai continuar a trabalhar de forma a melhorar alguns aspectos. “O projecto já estava a ser desenvolvido há 3 ou 4 anos, já tinha ficado em 2º lugar numa altura em que a prova era menos concorrida. Agora tínhamos 12 equipas a participar, revela. E acrescenta ainda: “É um projecto ainda em desenvolvimento, que vai ser melhorado, tanto da nossa parte como da parte das outras equipas” .
Para o ano a presença no Robot@Factory é garantida. Já este fim-de-semana o robot brigantino é apresentado a estudantes e investigadores polacos.
A equipa do Instituto Politécnico de Bragança reconhecida na área da robótica é composta ainda pelos estudantes Rodrigo Correia e Nelson Pereira e pelo professor José Lima.

Escrito por Brigantia

Estudantes espanhóis visitam nordeste transmontano

Um grupo de 15 estudantes da Universidade de Alicante, em Espanha, está no nordeste transmontano a conhecer a cultura e pontos de interesse locais. 
Uma visita de cinco dias em que os estudantes do mestrado em Desenvolvimento Local podem contactar com novas experiências importantes para a sua investigação académica. 
A ideia partiu do professor Alfonso Hortelano da Universidade de Salamanca. “Já viemos com vários cursos de Salamanca. É uma zona que para nós é um laboratório de experiências, para que os alunos vão consolidando no terreno o que lhes ensinamos nas aulas. O concelho de Bragança, Vinhais Vimioso, Miranda Do Douro, são muito atractivos para nós”, sublinha. Alfonso Hortelano convidou o professor Antonio Puche da Universidade de Alicante a trazer os seus alunos. 
O coordenador académico aceitou o convite, salientando a importância de conhecer exemplos de projectos que combatem a desertificação e promovem o turismo e a economia de regiões com baixa densidade populacional. “Podemos ver de que maneira, através do financiamento europeu, da câmara municipal e outras entidades e da participação da população se estão a levar a cabo projectos que são bons exemplos de desenvolvimento local em zonas de interior e agrícolas como estas”, frisa. Os estudantes elogiam a iniciativa e prometem voltar de férias para o nordeste transmontano para conhecer melhor as potencialidades da região. “É muito bonito, é tudo muito verde, com vistas magníficas e gente muito amável. Gostei muito da zona e quero que a minha família a conhça também”, afirma Cristina Ramirez. “Oxalá tenha oportunidade de voltar com mais tempo, de férias”, acrescenta Matias Manuel. 
Paulo Hermenegildo, começou a colaborar com este projecto de trazer estudantes espanhóis para visitar o nordeste transmontano, em colaboração com a Universidade de Salamanca, na altura em que era presidente da Junta de Freguesia de Rabal. Agora como secretário da União de Freguesias de Santa Maria, Sé e Meixedo quer expandir a iniciativa e envolver mais instituições no projecto. “Já surgiu a ideia de estabelecermos através da União de Freguesias de Sé, Santa Maria e Meixedo, um protocolo com mais juntas de freguesias à volta do perímetro urbano, como Rabal, Gimonde e mais algumas que se queiram associar e o Instituto Politécnico de Bragança. Iremos contactar o IPB no sentido de estabelecer uma parceria para intercâmbio de alunos”, revela.
A visita dos estudantes de Alicante ao distrito de Bragança começou na terça-feira e termina amanhã, passando por instituições, monumentos e empresas da região.

Escrito por Brigantia

Falta de emprego é travão ao desenvolvimento regional

Semana da Tecnologia e Gestão, na ESTiG, trouxe para análise as oportunidades e desafios para alavancar o desenvolvimento da região. 
O grande problema de Trás-os-Montes “é a falta de emprego”, afirmou Luís Braga da Cruz, antigo ministro da Economia e ex-presidente da Comissão de Coordenação Regional do Norte (CCDRN), no Instituto Politécnico de Bragança (IPB), à margem da abertura da Semana da Tecnologia e Gestão, na passada segunda-feira. “Porque haveria mais gente que induziria mais actividade económica”, disse. Perante isto, defende que  “face à pressão demográfica e à desertificação são necessárias políticas, porque não se podem deixar morrer os problemas como se o mercado se encarregasse de os resolver”, acrescentou.
Braga da Cruz salientou que as políticas públicas não podem deixar de “ter um olhar especial” para como criar as condições objetivas para estas regiões se desenvolverem. “Também se deve lançar mão para que possa haver emprego e competências, apostando na formação empresarial. A inovação é decisiva. As instituições de ensino superior têm enorme responsabilidade e criar as condições para que isso aconteça”, referiu.   
O  desenvolvimento regional foi um dos assuntos em destaque naquela actividade. Mas afinal do que se fala quando o assunto é o desenvolvimento regional? Luís Braga da Cruz acredita que é uma conciliação entre duas coisas indispensáveis: “política pública, isto é iniciativa por parte do governo que tem de ser sensível às áreas mais deprimidas do país, pois têm tendência a ficar sem pessoas, e, por outro lado, dar estímulo aos agentes económicos para poderem atuar. Ora para isto é necessário haver competências, equipamentos, infraestruturas e acima de tudo valorizar a função empresarial”, justificou.   
Centro de valorização de frutos secos vem para Bragança
O IPB tem vindo a destacar-se no trabalho em prol da região. Nesta altura está a trabalhar com as outras instituições de ensino superior transmontanas, a UTAD e o Instituto Piaget, para que o Centro de Competências na área dos Frutos Secos de Trás-os-Montes seja instalado no Brigantia Ecoparque, em Bragança, um equipamento que já está na reta final de conclusão. A castanha, a amêndoa e outros frutos são considerados essenciais. Já existem várias empresas que de dedicam a este sector. “Vai ter um papel muito importante para valorizar os produtos endógenos. Terá ainda que haver uma aposta no sector secundário, uma vez que o interior começa a ter alguma atratividade para captar capital externo. Instalar sector secundário que possa introduzir mais mão-de-obra intensiva”, explicou o presidente do Instituto Politécnico de Bragança (IPB), Sobrinho Teixeira.

in:mdb.pt

Alfândega da fé // Cerejais recebeu primeira relíquia de D. Frei Bartolomeu dos Mártires

Milhares de peregrinos deslocaram-se ao Santuário Mariano dos Cerejais, em Alfândega da Fé, no passado domingo, para venerarem as relíquias do Beato Frei Bartolomeu dos Mártires que ali ficam sob custódia.
Segundo o bispo da diocese de Bragança-Miranda, D. José Cordeiro, seria importante criar um movimento em torno do Beato Frei Bartolomeu dos Mártires que foi arcebispo de Braga, arquidiocese que, à data, incluía o arciprestado de Torre e Moncorvo, no qual estava integrada a paróquia dos Cerejais.
D. José Cordeiro procedeu à entrega oficial ao Santuário dos Cerejais a custódia de uma das relíquias de D. Bartolomeu dos Mártires (uma vértebra).
Recorde-se que cada uma das quatro dioceses onde ele foi bispo recebeu uma ou mais relíquias do seu corpo.
Agora, os bispos portugueses têm em mãos um processo que será levado ao Papa Francisco no sentido de que Frei Bartolomeu dos Mártires seja declarado Santo e Doutor da Igreja.
 “O Santuário dos Cerejais ficará com a relíquia referência para a diocese nordestina. A vértebra do Beato está a indicar-nos o sentido da verticalidade na sua relação com Deus e com os outros, sendo uma pessoa responsável que responde pelas razões da sua esperança”, frisou D. José Cordeiro.
Frei Bartolomeu dos Mártires teve participação “notável” no Concílio de Trento, tendo participado nas reuniões de 1562-1563, onde apresentou 268 petições, sendo por este e outros motivos “uma figura grande da Igreja”. Foi bispo em Braga, que compreendia paróquias das atuais dioceses de Viana do Castelo, Vila Real e Bragança-Miranda.
O pastor da igreja nordestina destaca ainda outras obras do Beato, como a criação do primeiro Seminário do mundo (Seminário Conciliar de Braga) ou o livro “Estímulo dos Pastores” que, na opinião dos estudiosos, continua atual.

(artigo completo para assinantes ou na edição impressa)
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quinta-feira, 29 de maio de 2014

EXPO Tras-Os-Montes

Este fim de semana venha conhecer a Candidatura Reserva da Biosfera Transfronteiriça Meseta Ibérica, na Expo Trás-os-Montes, de 30 de maio a 1 de Junho.
A não perder, também, a Exposição de Fotografia de António Sá.
De referir que o ZASNET - AECT está a promover uma candidatura à UNESCO para classificação do território a RESERVA DA BIOSFERA ao Programa MaB (Man and Biosphere).

Mogadouro investe 900 mil euros para criar centro interpretativo do mundo rural

A câmara de Mogadouro vai investir cerca de 900 mil euros na criação de um Centro Interpretativo do Mundo Rural (CIMR) para permitir aos alunos das escolas um melhor conhecimento das tradições agrícolas nordestinas.
O futuro equipamento chegou a estar programado para ocupar um edifício que no passado albergou uma dependência bancária situada no centro da vila, entendendo o atual executivo municipal fazer a sua transferência para o Parque Urbano da Ribeiro do Juncal que se encontra em fase de construção.
"Quando chegamos à câmara, entendemos que este não seria o melhor local. Já estava em fase de execução do parque urbano e faria todo sentido ali instalar o novo equipamento de forma a alavancar este novo espaço ", explicou à Lusa o vice-presidente da Câmara, Evaristo Neves.
De acordo com a autarquia, o novo equipamento será dotada de uma forte componente multimédia, o que permitirá, com o recurso às novas tecnologias, fazer do espaço uma referência no seio da comunidade escolar.
" Com o CIMR, queremos colocar Mogadouro nas rotas das visitas de estudo dos alunos das escolas de vários pontos da região e do país", acrescentou.
O novo centro interpretativo vai ter a orientação técnica da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), entidade com a qual o município já estabeleceu um protocolo para o efeito.
"Como o centro é composto por uma forte componente multimédia e outras tecnologias, o conteúdo poderá ser alterado ciclicamente, o que é uma vantagem para quem visite o espaço", frisou.
O futuro equipamento ficará situado no parque urbano do Juncal que vai custar 1,3 milhões de euros. Será, ao mesmo tempo, a porta de entrada sul na Rota da Terra Fria que engloba, para além do concelho de Mogadouro, os de Miranda do Douro, Vimioso, Bragança e Vinhais.
Os acessos ao local são feitos através de uma estrada construída recentemente e que liga o Pontão ao IC5 e através das ligações ao complexo desportivo local, o qual está situado nas imediações.

FYP // JGJ
Lusa/fim

Alfândega da Fé - Junho traz a Festa da Cereja

Nas cerejeiras o fruto amadurece e Alfândega da Fé prepara-se para celebrar a sua cereja, comum nos campos do concelho. Entre os dias 6 e 8 de Junho à Festa da Cereja junta-se o artesanato, a música e a gastronomia.
A Festa da Cereja de Alfândega da Fé é uma oportunidade de ver de perto as cerejeiras, algumas ainda com fruto, e provar a cereja desta terra transmontana. O certame, para além da presença dos produtores que vendem os frutos, contará com a apresentação de novos produtos confeccionadas tendo por base a cereja.
A novidade deste ano é o caviar de cereja de Alfândega da Fé e as cerejas confeitadas, experiências culinárias que se aliam a outras já testadas em anos anteriores como pastel de nata de cereja, cerejas ao natural recheadas com paté de perdiz, carpaccio de cerejas.
Entre os dias 6 e 8 de Junho, a Festa da Cereja de Alfândega da Fé é também momento para mostra de artesanato, divulgação dos produtos locais e da cultura do concelho. A festa tem ainda patente as exposições «Biosfera transfronteiriça Meseta Ibérica» e «Momentos Vintage».
A animação musical vai estar entregue ao grupo «Sons da terra», à Banda Municipal, entre outros artistas.
A Câmara Municipal de Alfândega da Fé, entidade organizadora, afiança que «a Festa da Cereja pretende continuar a afirmar-se como a principal montra do concelho, valorizando as vertentes económicas, culturais, sociais e turísticas. O objectivo é fazer da cereja a ponte para promover outros produtos e actividades e o pretexto para uma visita mais demorada pelo concelho».

in:cafeportugal.net

Banca na Praça - Bragança

Nos meses de verão, o Centro Histórico de Bragança ganha mais vida com a iniciativa “Banca na Praça”.
Promovido pela Câmara Municipal de Bragança, o projeto visa, sobretudo, dinamizar a economia local e o Centro Histórico da Cidade, como explicou o Presidente da Câmara Municipal de Bragança, Hernâni Dias, durante a apresentação da “Banca na Praça”, à Comunicação Social.“Através desta iniciativa, o Município de Bragança pretende, acima de tudo, dar continuidade à estratégia de revitalizar e dinamizar a Zona Histórica. Com a Banca na Praça, trazemos expositores e produtores para a Praça da sé, onde poderão vender os seus produtos nos meses de maior afluência de turistas”, salientou o Presidente da Câmara Municipal de Bragança.“Banca na Praça” contará, assim, com a presença, no segundo e quarto sábados dos meses de junho, julho e setembro, de dez bancas, onde estarão à venda os mais variados produtos, como artesanato, bolos e pão, hortícolas, antiguidades e frutos secos.
É, assim, mais uma aposta do Executivo Municipal na revitalização do Centro Histórico da Cidade de Bragança. 

Centros históricos - «Como "sonhar" com uma modernidade consistente?» - Associação

António Menéres, secretário-geral da Associação Portuguesa dos Municípios com Centro Histórico (APMCH), aborda em entrevista a importância destes núcleos urbanos e a necessidade de os manter intactos. Isto «fazendo jus aos séculos de história que os caracterizam». O responsável apela à intervenção nos centros históricos dotando-os de residentes, assim como a «manutenção do edificado existente». Sem estes aspectos, «como "sonhar" com uma modernidade consistente?», sublinha o responsável.
Café Portugal - Que radiografia e perfil traça em termos gerais, dos centros históricos, de norte a sul do país?
António Menéres - Traduzindo os termos perfil e radiografia, pelo sentido da própria estrutura física dos núcleos originais das nossas cidades e vilas, reconhecemos que as mesmas não foram pensadas para uma circulação automóvel, nem para receber grandes estruturas colectivas administrativas, de ensino ou de comércio, entre outras e, o conceito de comodidades ou direitos de cidadania, não tinham a mesma exigência dos nossos dias. Nestes aglomerados, as suas gentes viviam essencialmente do comércio local, dos seus próprios artesãos e da relação com o mundo rural envolvente. As suas gentes, especialmente as mulheres, dedicavam-se aos designados trabalhos domésticos e as movimentações, até ao início da era industrial pautavam-se pelo ritmo do passo humano, ou seja, os quatro quilómetros por hora, sucessivamente, ultrapassados pela velocidade dos transportes marítimos, terrestres e aéreos, mesmo sem falar do valor instantâneo da internet dos nossos dias. Isto é suficiente para avaliarmos a dificuldade de conciliar interesses e anseios dos seus actuais residentes quando «fora de muralhas», utilizemos este termo, tudo é diferente em vias de circulação, em espaços públicos, em equipamentos colectivos, etc. Ou há alternativas aliciantes que se sobreponham às limitações próprias destes velhos núcleos urbanos, ou as panaceias aplicadas não passam mesmo de panaceias. O âmago da questão tem origem neste antagonismo.
C.P. - O centro histórico de uma cidade é, regra geral, a área mais antiga que se tornou ao longo dos últimos anos no centro da cidade moderna. Mas um dos problemas que se coloca a este desenvolvimento é a reabilitação urbana, ponto em que a Associação tem insistido. Como pode este problema ser ultrapassado?
A.M. - Sem dúvida a gestão de todo um território municipal cabe ao seu Executivo e, colocada nestes termos, a questão de propor novas dinâmicas para estes núcleos passam pelo reconhecimento das condições adversas que motivaram o seu empobrecimento e pelo estudo, interdisciplinar (insisto neste ponto) da forma como se pode e deve ponderar e depois realizar, um mínimo de reformas estruturais que permitam e incentivem novas actividades económicas. Sem esta consciencialização do problema, os centros históricos continuam degradados e aumentarão as chagas sociais de que são naturais vítimas. 
C.P. - Com os anos, o comércio foi definhando, os edifícios foram-se degradando e as zonas antigas das cidades começaram a morrer lentamente. Quando é que os poderes - local e central - perceberam que estavam a perder uma oportunidade de desenvolvimento?
A.M. - Os edifícios, tal como as pessoas, precisam de ter cuidados periódicos para serem mantidos em boas condições de uso e, nós, de saúde, comparando as situações. O valor do seu uso quando se torna evidente a sua contracção, provoca um menor cuidado nas operações de manutenção e, progressivamente, o total desinteresse na concretização das mesmas. Consequentemente surge um recuo dos residentes tradicionais e uma consequente ocupação por estratos menos favorecidos, cujo poder de compra é diminuto em extremo. É um problema consequente de qualquer significativa mudança sócio cultural, embora outros fenómenos estruturais possam igualmente provocar fortes danos nas zonas mais antigas das nossas cidades e vilas. A questão da oportunidade ou não, por parte dos poderes locais e central, não é de hoje. Como primeira dificuldade para executar programas de revitalização, surge a disponibilidade, sempre reduzida, para dar corpo a essas acções, o que reduz, atrasa ou mesmo provoca a desistência de as concretizar. E em períodos em que a economia nacional não apresenta sinais de uma forte recuperação, será muito difícil ultrapassarmos a escala das simples beneficiações, pois o retorno financeiro para as obras de maior fôlego, não é aliciante para os promotores privados, parceiros importantes neste campo da desejável evolução urbana dos velhos aglomerados portugueses. E como a valorização cultural dos residentes não é factor importante para o promotor privado, a dificuldade de ultrapassar o problema, neutraliza em termos práticos, a vontade e os recursos financeiros da maioria das nossas autarquias. 
Desertificação:
C.P. - Em que medida o envelhecimento das populações – sobretudo no Interior – e o despovoamento contribui também para impedir a modernidade e potencial dos centros históricos?
A.M. - A desertificação do Interior é consequência da progressiva diminuição de oportunidades em obter empregos estáveis e devidamente remunerados. É evidente que os mais idosos terão menos probabilidade de êxito num outro «universo» de trabalho e, portanto, raramente encaram o abandono do local, senão mesmo da região que reconhecem como sua, enquanto os mais novos, confrontados com a míngua de oportunidade e, justamente, pela sua juventude e menor apego ao torrão natal, abalam na primeira oportunidade. Esta realidade tem por consequência a progressiva dificuldade de obter mão-de-obra capaz de efectuar as tarefas de manutenção dos edifícios, dos espaços colectivos e das próprias infra-estruturas que também, óbvio, envelhecem. Portanto, se não se verifica a normal manutenção do edificado existente, como «sonhar» com uma modernidade consistente? Quando surgem novas edificações, os respectivos promotores não são permeáveis a uma análise qualitativa para a sua obra, apenas pretendem obter um lucro especulativo, sem outros parâmetros, consequentemente, só a conformidade com estudos prévios de conjunto, podem dar pistas válidas, bem como limites, para uma intervenção que, pela qualidade, pelo programa e pela componente humana inerente, darão a esperada resposta positiva ao «potencial» que um centro histórico pode oferecer.
C.P. - E aqui importam os incentivos que podem ajudar os centros históricos. 
A.M. - Aí contam muito os incentivos de ordem diversa oferecidos pelas autarquias e as possibilidades de acesso aos empréstimos das entidades bancárias, factores que muito ajudariam a fixação das populações jovens, essenciais para a revitalização dos núcleos iniciais das urbes, especialmente daquelas onde a Agricultura é já pouco significativa e onde as novas indústrias não se fixam na região. Sem uma estratégia interdisciplinar que permita, por etapas, apoiar e desenvolver actividades que valorizem os residentes conformados à estagnação, será complicado esperar um novo pulsar nesses aglomerados urbanos, muito embora detentores de um património construído, cuja salvaguarda contribuiria significativamente para a normal manutenção de qualidade de vida das suas populações residentes. Com os actuais recursos técnicos na área da reconstrução das estruturas arquitectónicas, devem ser sempre estudados e executados os procedimentos para as zonas de maior incidência sísmica garantindo uma melhor defesa contra as destruições provocadas pela fragilidade das fracas estruturas existentes ou pela deficiência dos processos aplicados nas obras de recuperação executadas sem essa garantia. Mesmo sem se entrar em linha de conta com a tragédia de um sismo, a possibilidade de um pequeno incêndio numa casa situada no interior de um qualquer centro histórico, rapidamente pode atingir grandes proporções, caso não estejam garantidos acessos livres para proporcionar uma rápida intervenção, bem como esses mesmos núcleos devem poder manter operacionais todos os pontos da rede de abastecimento de água para optimizar o serviço das corporações de bombeiros. E, esta mais-valia, a par de outras, serão sempre um aliciante para captar novos residentes e assim recuperar o orgulho, digamos, bairrista da colmeia humana que vive e convive num centro histórico que assim pode oferecer um quase diáfano prazer à sua população.
C.P. - Apesar da revitalização de muitos centros históricos, muitas vilas e cidades, que investiram na sua recuperação, não conseguem atrair pessoas nem criar dinâmicas de competitividade. A que se devem estas dificuldades?
A.M. - Pensemos em Portugal como um todo, onde as vilas e cidades de maior significado patrimonial correspondiam a aglomerados fortemente muralhados – e isso era evidente ainda no início do século XIX – ao longo de toda a raia com os restantes reinos ibéricos e nas cidades mais próximas do litoral, como será o caso de Viana do Castelo, Porto, Lisboa, Lagos, Faro ou Tavira, mais interiorizadas teremos por exemplo Braga, Guimarães, Lamego, Coimbra, Santarém, Évora, Beja ou Silves, tudo realidades com evoluções muito diferentes, entre o período medieval e os nossos dias.
C.P. - Mas e actualmente?
A.M. - Mais próximo de nós, o século XX português, passamos de uma monarquia para um sistema republicano, breve e confuso, substituído por uma ditadura com um percurso de 40 anos, tudo isto no meio de uma Europa, cenário de duas guerras tremendas, a par de uma transformação económica dos meios de produção, de distribuição e também de intensa conquista de novos mercados, tudo isto mostrando como as relações comerciais, culturais e políticas abalaram os velhos conceitos de governação. A natural consequência desta transformação, quase diria transfiguração, foi desvalorizando a importância estratégica dessas e doutras cidades e vilas do nosso país (e da Europa, acrescente-se) e, consequentemente, só a progressiva adaptação aos novos desafios estruturais das sociedades, poderia revitalizar esses centros históricos, trazendo-lhes novas oportunidades e dinamizando as suas gentes para outras ocupações geradoras de fontes de trabalho, conducentes com a realidade dos nossos dias. Quando se pára no tempo e essa realidade milenar não nos deixa dúvidas, os aglomerados outrora densamente povoados, ricos e de fulcral importância, foram definhando à margem de recursos e só a população idosa e já nada dada a aventuras se manteve, sem capacidade de produzir qualquer tipo de riqueza. É um modelo teórico mas, com mais ou menos variantes, encerra a triste realidade do parasitismo que se instalou em tantos aglomerados, outrora importantes. A panaceia dos envios das poupanças dos emigrantes, de ensaios de turismo ou de geminações entre cidades, constituem sinais ocasionais de movimentação sem um forte e consistente planeamento interdisciplinar capaz de fomentar as bases de um renovado vigor urbano para dar, um novo «futuro ao passado».
«Um elemento vivo»:
C.P. - Em termos arquitectónicos, conseguimos manter, em termos gerais, as linhas de construção original?
A.M. - Se se entender as «linhas de construção original» como a execução de um plano que seja construído como um todo, qualquer nova construção nova terá que se subordinar a todos os condicionalismos consequentes da proposta inicial. Não é realista esta formulação, já que a quarta dimensão, o tempo, constitui a componente dinâmica de toda a realidade humana, ou seja, não são só os edifícios que, a par das tarefas de manutenção, exigem também adaptações logo que se altere algum dos parâmetros iniciais. Por maioria de razão, a introdução de novas e, certamente, diferenciados programas, dará por certo, uma leitura nova, seja por substituição, seja por acréscimo de um qualquer novo elemento arquitectónico. E como é desejável que o centro histórico constitua sempre um elemento vivo no respectivo enquadramento urbano, devemos entender as novas construções, como valorizações da natural evolução desse centro histórico. Não será o conceito de conservadorismo que estimulará a sua qualidade, digamos em termos gerais, é muito mais a escolha de programas e de «leitura» dos novos volumes arquitectónicos que promoverão, e isso sim, a mais-valia oferecida por um determinado núcleo urbano, designado por centro histórico.
C.P. - Que casos de sucesso destacaria em Portugal como sinónimo de desenvolvimento e como exemplo? 
A.M. - O caso de Évora, cujo centro histórico é património mundial, assim classificado pela Unesco em 1986, é certamente um dos mais significativos mas, mais recentemente, o caso de Guimarães, Capital Europeia da Cultura em 2012, fez conhecer e valorizar este tipo de intervenções como bom exemplo, para nós próprios e, sem sombra de dúvida, pela projecção além-fronteiras. Outros casos de grande significado serão, por exemplo, Angra do Heroísmo, abalada por um tremendo sismo em 1 de Janeiro de 1980 e a zona do Barredo-Ribeira na cidade do Porto. Mas os bons exemplos não ficam por aqui, mesmo quando se actuou em cidades de menor dimensão ou em vilas, cuja herança e significado histórico tem uma importância que não podemos ignorar.
C.P. - A Associação nasceu quando e por que passa, em termos práticos, a sua actuação?
A.M. - A Associação Portuguesa dos Municípios com Centro Histórico foi fundada em 22 de Julho de 1988, na cidade de Lamego, como associação cultural sem fins lucrativos e, é curioso assinalar, um ano depois da aprovação em Washington da Carta Internacional sobre a salvaguarda das Cidades Históricas, o que mostra por parte das autarquias suas fundadoras, uma sensibilidade para a problemática. A sua actuação pode ser sintetizada em três objectivos principais: reunir todos os municípios portugueses que possuam, nos seus núcleos de maior significado histórico, edifícios ou conjuntos, merecedores de naturais
acções de preservação e revitalização; promover, consequentemente, em conjunto ou mesmo isoladamente, todas as acções possíveis por forma a contribuir para a defesa, conservação, recuperação, reabilitação, revitalização e animação desses centros históricos; e desenvolver todos os esforços para contribuir, efectivamente, com as entidades estatais mas, igualmente, com organizações privadas ou outras, nacionais ou estrangeiras, que visem os mesmos objectivos e que, pelos meios que se entenda acordar, possam cooperar em acções de salvaguarda do nosso património construído, sem dúvida muito rico mas, nem por isso, suficientemente salvaguardado.

Ana Clara
in:cafeportugal.net

Aldeia de Salsas - Caracterização

Encaixada no interior da metade sul concelhia e distando cerca de 27 quilómetros para sul da respectiva capital, a freguesia de Salsas obtém ligação àquela cidade quer através da E.N. 15, quer pelo IP 4 (em itinerário que se completa por intermédio de um curto ramal camarário de acesso).
O povoado principal da freguesia constitui-se aliás como importante entreposto viário, aqui se estabelecendo outrora a Estalagem do Correio Real, edifício onde era efectuada a mudança das cavalgaduras, estrutura que se preservará ainda. Posteriormente, e com a construção da Linha de Caminho de Ferro do Tua, foi o local escolhido para uma das estações, complexo que também se conserva, pese embora a desactivação daquela linha, ocorrida a pouco mais de uma década atrás.
S. Nicolau de Salsas conta actualmente com cerca de 600 residentes, entregando-se a população activa, fundamentalmente, ás actividades do sector primário (notabilizando-se a produção de castanha).
Pouco se saberá de recuados povoamentos neste território paroquial, de mediana extensão e pouco acidentada topografia (esta de características planálticas, com altitudes mediando entre os 500 e 750 metros). Percorrendo agora as diversas aldeias, há que salientar os diversos motivos de interesse patrimonial nas mesmas representado.
Em Salsas notabiliza-se, para além da Igreja Matriz (com sua frontaria de granito em cuidada cantaria e os magníficos tectos do interior), a Capela de S. Roque (com Nicho de Alminhas fronteiro datado de 1927), um interessante exemplar de arquitectura solarenga, a Casa Sá Morais, uma pequena Ponte de diversas fontes de mergulho encapeladas em cantaria.
Em Vale de Nogueira Vale também a Igreja, ampla, bem conservada e de formosa arquitectura seiscentista. A curta distância fica uma fonte encapelada com a data de 1688 gravada no exterior do arco de cobertura. A Casa Grande, embora de modesta traça, merece também alusão.
Em Chãos fica a Capela do Divino Salvador, bastante espaçosa e de austera traça. No lugar de Moredo fica outro interessante templo, em cujo o interior é de apreciar o Altar das Almas, de formosa talha. Curiosa designação é a de uma estrutura em cantaria, bem preservada e conhecida por “fonte que ardeu”.
Na margem da pequena Ribeira de Vilalva notam-se as ruínas de um antigo moinho comunitário.
Preservando ainda algumas interessantes tradições etnofolclóricas, temos finalmente Freixeda, também com o seu airoso templo e a imprescindível fonte de mergulho. A S. Nicolau de Salsas se liga particularmente a celebrada Festa dos Caretos, onde à utilização ritual das características máscaras em madeira, de terríficas e assustadoras expressões, se juntam as garridas e extravagantes vestimentas.
Como se não bastasse ao esconjuratório ritual os diabólicos chifres, arreganhados dentes, compridas línguas e postiças caudas dos “caretos”, ainda estes se entregam a infernal barulheira, chocalhando e percutindo uma parafernália de improvisados “instrumentos”.
Tradições
Para além das festas religiosas, existe ainda a festa dos Caretos com características de ritos antigos devido à presença das máscaras (os caretos), que saem à rua no dia de Reis.
Entre os Reis e o Carnaval pratica-se o Tocar do Lato, embora não com tanta regularidade com que se realizava antigamente.
Existem ainda outras tradições, como “Serrar as Velhas” e contratos de casamentos no Domingo Gordo.
Na freguesia de Salsas praticam-se ainda jogos tradicionais como o jogo do Fito, a Raiola, a Relha, o jogo da Pedra e o jogo dos Paus. Na romaria do Divino Senhor dos Chãos, dia 14 de Setembro, há uma luta tradicional de touros.

in:cm-braganca.pt

Família Mauritti deixou a capital e investiu em Alfândega da Fé

António Mauritti veio de Lisboa com a sua família para Alfândega da Fé. Estavam num processo de emigração quando se cruzaram com os Novos Povoadores. 
Estudou Belas Artes, mas é a inventar comida com azeite, frutas, queijos que se sente bem. António Mauritti acredita que “as oportunidades acontecem no interior do país, porque nós por exemplo com um bom projecto no litoral, temos por exemplo dificuldades em chegar à comunicação social e isso para mim é logo uma oportunidade. 
Aceitou o desafio dos Novos Povoadores e veio investir em Alfândega da Fé. Aproveitou os produtos endógenos, como a cereja e desenvolveu o seu projecto com a Cooperativa Agrícola, Hotel SPA e município de Alfândega da Fé. “Agarrei nos desafios que me apresentaram aqui, apresentara-me a cereja e eu decidi estudar o que podia fazer com esta fruta e foi aí que fui buscar algumas técnicas de secagem.
Com o azeite e o queijo fui buscar algumas receitas milenares e decidi criar novas receitas que faço questão de partilhar, explica o cozinheiro. Neste momento tem um acordo com a Cooperativa Agrícola de Alfândega da Fé onde vou desenvolve estas receitas com produtos regionais. 
Em parceria com o município e o Hotel SPA aproveita para fazer lá as mostras das suas receitas. Adianta que neste momento desenvolveu um pequeno-almoço super proteico com requeijão e frutos secos que vai fazer parte de um programa de Saúde e Bem-Estar no Hotel, que será apresentado nesta edição da Festa da Cereja.
A família Mauritti é uma das 53 que decidiram aceitar o desafio dos Novos Povoadores e abandonar as grandes cidades e investir no interior do País.   

Escrito por Brigantia