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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 2 de outubro de 2024

Artur Pavão da Silva Leal ou Artur Francisco Ataíde de Veiga Pavão da Silva Leal

 Matriculado na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra a 11.10.1897 saindo Bacharel formado a 21.7.1903.
Nasceu em Suçães a 19.3.1880 e f. em Lisboa a 27.9.1968.

Juiz de Direito, publicou em livro a legislação portuguesa e de alguns países da Europa relativa ao novo Direito Aéreo (1919).


Contribuição para o blog de: Filipe Pinheiro de Campos

Muito obrigado, Zézé, por tudo o que tens dado, a esta nossa querida Terra.

Perdoa-me...
Apetece-me contar uma história que é bem demonstrativa do teu caráter.


Estava eu, numa das minhas 4 passagens num total de 12 anos, como Presidente da Assembleia Geral dos Serviços Sociais da Câmara Municipal de Bragança e pedi-te para nos fazeres a animação da Festa de Natal para os filhos dos associados.
Pedi-te para me dizeres quanto nos custaria a tua colaboração. A tua resposta foi, conta comigo, depois falamos. Insisti mas tu estavas surdo. Desconheço se chegaste a ir ao médico da especialidade para saber se era apenas temporário.
Como sempre, abriste os braços e deste tudo. A tua arte e sabedoria, o equipamento, o teu tempo o teu afeto... a maneira singular que tens de cativar pequenos e grandes.
Tínhamos destinado 100 euros para fazer face às despesas com a animação da festa. No final quis-te pagar e não aceitaste o dinheiro. Insisti. O dinheiro era a paga, menor, pelo teu trabalho e da tua equipa. Fora de questão disseste tu.
Depois do "Pai Natal" dar as prendas à garotada, arrumámos a "tralha". Um final de uma tarde que foi cansativa para todos, quanto mais para ti... e fomos beber um fino às "bombas" para descongestionarmos. Até os finos fizeste questão de ser tu a pagar. Que feitiozinho!!!
Antes de termos saído para irmos beber o fino, disfarcei o caso e fazendo por ser o último a sair da tua carrinha que nos levou... meti um envelope com os 100 euros no porta luvas. Ao regressarmos... "deste por ela" e não me bateste porque não calhou. Fim de questão... não aceitaste... gostaste de trabalhar para aquecer...eu sei, aqueceste a Alma!
Falei com o Presidente da Direção... e disse-lhe que não aceitavas ser pago porque não vieste trabalhar... vieste ajudar um amigo. Decidimos oferecer-te uma recordação.
Sabes companheiro, tinhas razão!
Fizemos uma salva em que mandámos gravar uma pequena recordação... um texto singelo e que ainda deves ter.
O Jorge Sena teve a gentileza de nos fazer o preço que tínhamos para pagar... 100 euros.
TINHAS RAZÃO!
Os 100 euros estavam gastos... e assim, talvez, ainda tenhas essa recordação dos afetos...!

Um abraço grande e obrigado.

HM

Momentos da Via Sacra representada em Outeiro no ano de 1983, pelo Grupo de Música Movimento e Drama da C.C.J./ F.A.O.J. /Bragança.

Uma parte do Grupo de Teatro, Movimento e Drama da antiga C.C.J./ F.A.O.J. de Bragança,
em Outeiro, 1983, onde representou, ao ar livre e com largas dezenas de pessoas a assistir,
a Paixão de Cristo.

Gorazes com o maior investimento de sempre e um cartaz reforçado

Até 12 de outubro a Música Clássica toma conta da Cidade de Bragança

Carta Régia do Príncipe Regente de 1801

 No documento do mês de outubro, damos destaque a uma carta régia do Príncipe Regente (futuro D. João VI), datada de 2 de outubro de 1801, remetida ao Cabido da Santa Igreja Catedral de Bragança, na qual recomenda o Doutor João Pedro Freixo de Miranda para a Conezia Magistral de Teologia que se encontrava vaga na referida Sé.


O Cabido da Sé de Miranda constitui uma corporação ou comunidade de eclesiásticos que tinha por função coadjuvar o Bispo na administração da diocese, nas questões espirituais como na gestão do seu património.

As funções atribuídas ao Cabido variaram muito ao longo dos séculos, consagradas em diferentes Constituições Sinodais e nos vários estatutos instituídos.

De referir que os cabidos eram detentores de um poder económico e também simbólico, os canonicatos usufruíam de benefícios, como as prebendas, isto é, de uma parcela do rendimento global do Cabido, pelo que o ingresso nestes cargos era muito ambicionado pelos elementos do clero.

O provimento dos cargos eclesiásticos também sofreu alterações ao longo dos séculos.

Em virtude das concordatas estabelecidas entre a Igreja Católica e o Estado, os monarcas poderiam apresentar pessoas idóneas e aprovadas segundo as disposições canónicas para os benefícios eclesiásticos.

Fonte: Arquivo Distrital de Bragança

Orlando Figueira detido pela Polícia Judiciária

 Orlando Figueira foi ex-procurador e é natural de Mirandela.


A Polícia Judiciária, através da Unidade Nacional de Combate à Corrupção, revela, em comunicado, que localizou e deteve o ex-procurador, Orlando Figueira, natural de Mirandela, condenado, em dezembro de 2018, pelo Juízo Central Criminal do Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa, a uma pena de prisão efetiva de seis anos e oito meses pelos crimes de corrupção, branqueamento de capitais, violação de segredo de justiça e falsificação de documento.

O mandado de condução ao Estabelecimento Prisional de Évora, emitido na passada segunda-feira, “foi cumprido por esta Polícia por determinação do Juízo Central Criminal de Lisboa”, adianta o comunicado.

A PJ recorda que “diversas instâncias judiciais deram como provado que Orlando Figueira recebeu mais de 760 mil euros do ex-vice presidente de Angola, Manuel Vicente, em troca de benefícios nos processos que visavam este último no Departamento Central de Investigação e Ação Penal”.

INFORMAÇÃO CIR (Escrito por Rádio Terra Quente)

Presidente da CCDRN defende que integração da DRAP está com resultados positivos

 O presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) não comenta a reivindicação de várias associações ligadas à agricultura e até da classe política para que o Governo reverta a integração das Direções Regionais de Agricultura na CCDR, que passou a ser um instituto público.
Confrontado com o assunto, na sua recente passagem por Mirandela, à margem da cerimónia de inauguração das obras de requalificação da antiga estação ferroviária, António Cunha preferiu relevar aquilo que diz ser “uma avaliação extremamente positiva desse processo”, acrescentando que “todos os indicadores que temos – de desempenho, de resposta, de tempo de análise de projetos e de tempos de resposta a projetos – têm indicadores melhores do que tinham anteriormente, mas não estou a dizer que as coisas estão bem hoje, porque as dificuldades que tinham e os atrasos que tinham eram enormes, mas estou a dizer que já os conseguimos recuperar significativamente e portanto, não tenho dúvidas que esta solução será a ideal”, sublinha.

Em declarações à CIR, António Cunha deixou ficar alguns dos argumentos que justificam o seu entendimento sobre esta matéria: “é uma boa solução, sobretudo para o grande desafio que a agricultura e o território têm de uma gestão conjunta da agricultura, do território e do ambiente, senão caímos nestas esquizofrenias de por quase em confronto agricultores e ambientalistas, em que supostamente os agricultores são alguém que agride o ambiente e isso claramente não acontece, então neste território Norte, são as entidades que preservam o ambiente que são as principais protagonistas, que fazem com que este ambiente agro-silvo-pastoril que é uma paisagem que sempre foi humanizada que sempre teve a presença do homem a tratá-la e isso só é possível com uma gestão integrada do território e do ambiente e isso passa por ter a gestão da agricultura integrada com a gestão do território. Para mim isso é muito claro”, conclui.

Esta medida foi tomada pelo anterior Governo liderado por António Costa e mereceu a contestação do setor, levando mesmo à realização de uma mega manifestação, promovida pela CAP, em Mirandela, em janeiro de 2023, onde estava a sede da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte, passando a denominar-se de Unidade Orgânica Regional, tal como aconteceu com as direções regionais de agricultura que estavam sediadas em Castelo Branco, Santarém, Évora e Faro.

O agora Ministro da Agricultura prometeu que o atual Governo da AD iria reavaliar a possibilidade de reverter esta decisão.

Só que tudo voltou a ficar em causa, quando, em julho deste ano, foi rejeitada na Assembleia da República uma proposta apresentada pelo Grupo Parlamentar do PCP para a reconstituição das Direções Regionais de Agricultura e Pescas e demais serviços desconcentrados do Ministério da Agricultura, com os votos contra do PS e a abstenção do PSD, IL e CDS.

Na altura, o PCP lamentou que com esta rejeição os agricultores, produtores e pescadores “continuem deixados ao abandono pelo Governo AD que se recusa a cumprir a promessa eleitoral que fez”, podia ler-se no comunicado enviado às redações.

Efetivamente, o próprio Ministro da Agricultura, José Manuel Fernandes, já referiu, em diversas ocasiões – inclusivé no parlamento – que o regresso das DRAP iria ser reponderado, mas ressalvou que esta é uma decisão do Governo e não do ministro.

O mesmo já tinha dito, a 17 de maio, em Valpaços, no 7º congresso nacional do azeite: “Tenho uma posição, enquanto Ministro da Agricultura, que tem de ser a posição do Governo, que é um órgão colegial, e neste momento o que posso dizer é aquilo que está no programa do Governo que é avaliar a situação para depois decidir”, afirmou José Manuel Fernandes.

Sobre este assunto, também o atual Primeiro-Ministro, Luís Montenegro, em agosto de 2023, durante a iniciativa do PSD “Sentir Portugal”, que passou por Mirandela, duvidava que a integração dos serviços desconcentrados do Ministério da Agricultura na CCDR fosse benéfica para o setor. “É uma alteração que ainda não foi capaz de ser bem explicada e, sobretudo, ainda não foi capaz de se demonstrar que vai ser benéfica. Aquilo que nós precisamos é de uma política agrícola que demande do Ministério da Agricultura e que depois tenha os seus executantes nas várias regiões, atendendo às particularidades de cada uma das regiões e dos seus territórios. E aquilo que eu vejo é muitas queixas, muito afastamento entre os decisores e a vida real, para já não falar na burocracia”, referiu, na altura como líder da oposição.

Certo é que, mais de um ano depois, o Governo agora da AD, liderado precisamente por Montenegro, ainda não decidiu se vai reverter esta decisão implementada pelo Governo socialista de extinguir as DRAP, transferindo as suas competências para a CCDR.

INFORMAÇÃO CIR (Escrito por Rádio Terra Quente)

José Miguel Cunha, ex-vereador da câmara de Mirandela, desmente o Município quanto às contas das festas da cidade deste ano

 José Miguel Cunha, ex-vereador da câmara municipal de Mirandela, eleito nas listas do PS, nas autárquicas de 2017, e que exerceu funções de vereador a tempo inteiro durante o mandato liderado por Júlia Rodrigues, entre 2017 e 2021, contraria as contas reveladas pelo Município sobre os gastos com as festas da cidade, no último Verão.


Na última reunião da Assembleia Municipal, no período dedicado às intervenções do público, o ex-vereador garantiu que a câmara não gastou 400 mil, mas antes 550 mil euros e foi mais longe ao referir que as contas terão sido “camufladas.”

Na conferência de imprensa de balanço sobre o novo modelo de gestão das festas, na semana seguinte ao terminus da romaria deste ano, o vice-presidente da autarquia referiu que a despesa com as festividades não tinha sequer chegado aos 400 mil euros previstos inicialmente.

José Miguel Cunha desmente. “Pela consulta que já tive dos dados disponíveis na Base.Gov, já solicitei os procedimentos simplificados, e neste momento, a despesa só do Município já ronda os 380 mil euros, faltando ainda muitas requisições simplificadas, que existem, pelo que só o Município vai exceder os 400 mil euros”, garantiu.

Mas, o ex-vereador acusa o Município de ter recorrido a uma espécie de “ginástica financeira”.

Na reunião da Assembleia, adiantou que “como sempre se disse os espetáculos eram da responsabilidade do Município, mas a junta de freguesia assumiu a despesa de 50 mil euros de espetáculos, com dormidas, refeições e os próprios artistas. Isto serve para camuflar as contas da câmara, mas também para ser um financiamento camuflado da junta de freguesia, porque ia receber toda a receita dos terrados e iria ter pouca despesa”, referiu.

Quanto à confraria, José Miguel Cunha diz que “gastou cerca de 20 mil euros com a parte religiosa, mas a confraria ainda continua a receber um subsídio de 24 mil euros anual, para a gestão diária, que antigamente estava incluído no subsídio que a câmara dava à confraria”, disse.

Contas feitas, o ex-vereador conclui: “os gastos já rondam os 550 mil euros para a organização das festas de 2024, o que significa um aumento de 250 mil euros comparativamente ao que tinha acontecido em 2023”, quando as festas tinham sido organizadas exclusivamente pela confraria de Nossa Senhora do Amparo.

“Por isso, é que defendo muito a gestão da sociedade civil, por ser mais participativo das pessoas e também os fundos públicos são gastos em menor quantidade, restando saber se o Município está disponível a dar os 400 mil euros à futura confraria eleita, caso venha s era dotado novamente esse modelo antigo”, questionou.

A organização das festas assumiu, na conferência de imprensa, algum desconforto com o espetáculo pirotécnico e a iluminação decorativa, mas José Miguel Cunha não prevê que isso possa melhorar em 2025. “Não sei como vão melhorar, porque já estão contratualizadas para 2025 essas duas áreas” e perguntou: “Vão mudar o caderno de encargos? Vão fazer trabalhos a mais? Vão anular essa adjudicação e fazer uma nova? Como será feito sem ter de pagar indemnizações ao contrato atual”.

O ex-vereador revela que, a nível do protocolo, “as entidades podem revogar o contrato até 26 de janeiro, seis meses antes das festas, pelo que vamos aguardar por essa altura”, acrescentou.

Confrontada com as declarações do seu ex-vereador, a presidente do Município não concorda com os números apresentados. “A contratação pública a que a câmara é sujeita é transparente, tudo o que está na Base.Gov é aquilo que realmente foi investido e a autarquia prestou as contas que devia prestar”, afirma Júlia Rodrigues, sublinhando que “a parceria com a igreja foi exemplar, não houve da parte dos parceiros nenhum problema na relação institucional e estamos já a dar os próximos passos para saber qual o futuro das festas”, acrescenta a autarca.

As contas da festa de Mirandela foram tema de discussão na última Assembleia Municipal, na passada sexta-feira, que foi interrompida, por não haver tempo útil para abordar os assuntos na ordem de trabalhos, pelo que continua na próxima segunda-feira, dia 7 de outubro.

INFORMAÇÃO CIR (Escrito por Rádio Terra Quente)
Fotografia: Rádio Terra Quente

MONTARIA AO JAVALI - SAMBADE - 2 Novembro - Estão abertas as inscrições

Capela de Santa Marinha, Quintas de Rio Frio! Marinha ou Margarida de Antioquia!

 Quintas de Rio Frio é um pequeno povoado pertencente à freguesia de Carragosa, juntamente com a aldeia de Soutelo da Gamoeda. Situado 11 km a Nordeste de Bragança e a 1 km a Sudeste de Carragosa – desvio da EN308-3. Existe como freguesia desde os alvores da nacionalidade, de onde emerge, curiosamente, a primitiva paróquia de Carragosa. Em verdade, no «Catálogo de todas as igrejas, comendas e mosteiros (…)», elencadas por Dinis em 1320-21 para taxação destinada a custear a guerra contra os mouros, a de Santa Marinha contribuía com 125 libras, enquanto a de Santa Maria de Carragosa com apenas 15 libras. Esta chegou a ser sufragânea daquela.


O mosteiro leonês de Moreruela administrava casais no povoado. Em 1517, a instâncias do rei D. Manuel I, o Papa Leão X concedeu ao Duque de Bragança, D. Jaime I, a conversão de 15 paróquias em comendas da Ordem de Cristo, das quais fazia parte a denominada Rio Frio de Carragosa. Com a instalação dos Jesuítas em Bragança, o lugar de Vale de Salgueiro, nos termos da localidade, passou para usufruto do Colégio do Bom Jesus, garantindo-lhe rendimentos de 860 reis. As «Memórias Paroquiais de 1758» apontam a ermida de Santa Marinha “fora do lugar” (de Carragosa). Situava-se então a 1 km da atual capela, hoje área de souto! Registe-se ainda que o General Francisco da Silveira, 1.º Conde de Amarante, herói nacional da Guerra contra os franceses e sucessor do General Manuel Sepúlveda como Governador de armas de Trás-os-Montes, foi seu comendador. Santa Marinha é orago único em templos católicos do concelho de Bragança. Mas de qual se trata? A de Braga e Águas Santas/Orense, séc. II; Antioquia, séc. III; da Bitínia, séc. VI-VII! Por ser mártir, atendendo a devoção peninsular antiga e à iconografia da imagem exposta no altar da Capela de Quintas de Rio Frio, depreendemos tratar-se de Santa Marinha de Antioquia.
A imagem, que se diz recuperada da antiga ermida, está coroada e tem como atributos a palma do martírio, o Livro Sagrado e um dragão aos pés. Conta-se que a donzela foi entregue pelo pai, um pagão socialmente relevante, aos cuidados de uma ama que, sem o saber, era cristã e assim a educou na fé. Mais tarde, o governador local Oliario pretendeu desposá-la. Recusou, assumindo-se cristã e virgem. Foi presa junto com um dragão, que afastou fazendo o sinal da cruz. Depois foi sujeita a humilhante interrogatório público e torturada, aparecendo um pomba que lhe colocou uma coroa na cabeça enquanto citava os santos Evangelhos. Por fim, foi degolada a 20 de julho de 290, aos 15 anos de idade. A capela, com adro em pedra datado de 1920, foi requalificada entre 2011 e 2017, altura em que as paredes em pedra rústica se sobrepuseram à alvenaria pintada de branco, com exceção do pequeno campanário. O pano frontal, em empena truncada, sobrelevado relativamente à cobertura da nave, tem portal de verga reta. A fachada direita rasga janela encaixilhada de vitral com imagem de Santa Marinha em tons de azul. Do lado esquerdo subsistem vestígios de porta entaipada.
O interior apresenta cobertura de madeira em masseira, pia de água benta adossada à parede fundeira e um reposteiro a cobrir a referida porta tapada. O altar eleva-se por supedâneo de madeira, com avançada mesa das celebrações em granito. Com retábulo de três eixos de estilo indistinto, policromado e decoração a dourado, tem mesa em forma de urna com frontal vegetalista e embasamento definido por gavetões a rosa. Centraliza o Orago Santa Marinha, com tela azul e floreados a rosa, de moldura recortada. Os eixos laterais, com imagens da Virgem Maria, são definidos por pilastras exteriores brancas e colunas interiores azuis de fuste liso com marca vegetalista, unidos por cornija. As colunas apresentam capitéis de simplificação coríntia e jónica. O ático, a branco, é de bordo recortado, com cartela cimeira e pilastras laterais sobrepujadas com vasos e volutas adossadas. “Pretendes que renuncie ao Céu e escolha em vez disso o pó da terra?”

Susana Cipriano e Abílio Lousada

Igreja de Santa Maria Madalena, Réfega. “Itinerário Jacobeu: Via de La Plata”!

 Situada na orla nascente e fronteiriça do concelho, distante 23 km de Bragança, contornada pelo ribeiro do Escuredo, a aldeia da Réfega pertence à freguesia de Quintanilha, juntamente com a localidade de Veigas. O povoado é de origens pré-romanas, referenciando o Abade de Baçal um pequeno castro “adiante da povoação, ao lado esquerdo da Espanha”. Na Idade Média teve presença dos Templários, instalados durante os séculos XII-XIII em comenda fortificada na vila leonesa de Alcañices. No mesmo período, sentiu a influência religiosa dos Cistercienses a partir do mosteiro de Santa Maria de Moreruela, sito 40km a Norte de Zamora, também com bens e usufrutos nos termos da Réfega. Como o próprio Mosteiro de Castro de Avelãs detinha terras e mercês no povoado o controlo régio era reduzido, à semelhança de localidades vizinhas. Situação que começou a mudar com D. Afonso III e D. Dinis e respetivas Inquirições!


Com a criação da Diocese de Miranda em 1545, o cabido da Sé “herda” os bens e dízimos dos monges do Mosteiro do Castro, a quem também era pago, em 1691, conforme transcreve o Abade de Baçal, “duzentos alqueires de pão meado e vinte e quatro galinhas” em reconhecimento da assistência religiosa e sociais prestadas. A pequena Igreja seiscentista de Santa Maria Madalena da Réfega é um templo com aspetos diferenciadores, nomeadamente não possuir portal principal no frontispício, ter piso interior revestido a lajes de lousa e ser única no concelho com duas naves! Igreja orientada para a rua do Calvário, com cobertura telhada de duas águas e beirada dupla, o frontispício, sem portal e com pequeno óculo circular, termina em empena truncada. O Campanário, de duplo vão em arco de volta perfeita a acolher os sinos, termina em empena coroado por Cruz latina sobre acrotério e pináculos piramidais nas extremidades. O acesso é feito por escadas de pedra adossadas. A fachada lateral esquerda apresenta o portal de acesso, com dintel em gola sobre pilastras, coberto por alpendre de triplo beiral. No lado direito situa-se o cemitério. O interior, pintado de branco, com chão em lajes de lousa e cobertura de madeira em empena, apresenta duas naves. São definidas por uma única coluna, de fuste ornado por esferas e triângulos no topo superior, capitel de ábaco simples e tabuleiro de decoração relevada onde assenta a cobertura. A nave do evangelho é de acrescento posterior, sendo mais curta em relação ao arco triunfal e à cabeceira. Nela constam, à direita de quem entra, pia batismal e, à esquerda, pia de água benta galbada e confessionário de madeira.
Na nave principal, encostados à parede do arco triunfal, estão dois retábulos confrontantes: o do lado do evangelho, do acrescento da nave, policromado em tons rosa, verde e laranja, é dedicado a Nossa Senhora do Carmo, com imagem em nicho ladeada por pequenas imagens molduradas de Santa Eufémia e o Menino a segurar o Mundo; o do lado da epístola, em talha dourada, é dedicado a São Sebastião inserto em tribuna concheada, com ático coroado por anjos alados a segurar coroa mariana. Destaque para o altar-mor rocaille, de três eixos, policromado e dourado, datado de 1794 conforme inscrição no ático. Assente em plataforma de granito polido, substituiu pintura mural alusiva ao Orago Santa Maria Madalena. O retábulo, que intercala, a verde marmoreado, quatro pilastras molduradas de decoração dourada a acantos e concheados, e quatro colunas de fuste liso com ornatos dourados e capitel coríntio, expõe ao centro imagem da Padroeira. É ladeada, entre as colunas, por imagens do Evangelista São Marcos e Santo António. O ático, seccionado por painéis, com volutas lateralizadas, é coroado por cartela com acantos enrolados. O acesso à sacristia faz-se por porta do lado do evangelho, do lado da epístola consta janela a garantir luminosidade. Santa Maria Madalena, a “Apóstola” a quem Cristo Ressuscitado apareceu em primeiro lugar!

Susana Cipriano e Abílio Lousada

GNR cria posto móvel para estar mais próxima das populações

 O Comando Territorial de Bragança da GNR procedeu à requalificação de uma viatura, transformando-a num Posto Móvel, "com o objetivo de otimizar o policiamento de proximidade em diferentes áreas de atuação, complementando o patrulhamento diário efetuado pelos Postos Territoriais". Ou seja, o objetivo é levar a Guarda mais perto das populações, permitindo que possam fazer participações nas aldeias, sem terem de se deslocar às cidades ou vilas do distrito.


De acordo com a GNR, esta viatura será utilizada na missão de policiamento de proximidade, com foco nas localidades mais isoladas e distantes dos centros urbanos de cada concelho da Unidade. "O seu objetivo é prestar apoio à população, recolher denúncias e realizar os atos administrativos solicitados, abrangendo as várias vertentes de atuação da Guarda Nacional Republicana", lê-se no comunicado da GNR.

Com o intuito de facilitar o acesso a serviços essenciais, especialmente para as pessoas com dificuldades de mobilidade, esta viatura e a respetiva guarnição irão deslocar-se diariamente por diversas localidades do distrito de Bragança. "Esta operação será realizada em articulação com as autarquias locais, garantindo assim o apoio e a segurança necessários a essas comunidades", lê-se ainda.

Na corrente semana, o Posto Móvel estará presente nas seguintes localidades do concelho de Macedo de Cavaleiros:

· Vilarinho de Agrochão: dia 30 de setembro de 2024, no período 09h00/12h30, junto às instalações da Junta de Freguesia.

· Murçós: dia 03 de outubro de 2024, no período 14h00/18h00, no Largo da Igreja.

· Lombo: dia 04 de outubro de 2024, no período 09h00/12h30, junto às instalações da Junta de Freguesia.

AGR

Dia 4, às 17h nas Galerias da Casa da Cultura, em Vimioso.

Já começou mais uma operação “Censos Sénior” da GNR

 Os militares estão a visitar os idosos mais isolados e em condições mais vulneráveis, com o objectivo de os sensibilizar para a autoprotecção


No distrito de Bragança, no ano passado, a Guarda identificou mais de 3300 pessoas nestas condições. É o quinto distrito com mais pessoas sinalizadas. O tenente-coronel do Comando Territorial de Bragança, Eduardo Lima, realça a preocupação da GNR em responder às necessidades destes idosos.

“têm dificuldades, que nós vamos tentar ultrapassar comeste programa. Vamos tentar aproximar-nos cada vez mais das pessoas, garantir-lhes comportamentos e sensibilizá-los para comportamentos de autoproteção, mas também conseguimos acompanhá-las o mais de perto. Claro que a população idosa requer cuidados e para nós é uma preocupação e será sempre uma prioridade e estes programas vêm dar resposta a essas necessidades”, referiu.

Uma das dificuldades apontadas pelos mais velhos é o acesso aos meios digitais e serviços. Essa é uma das falhas que a GNR quer colmatar.

“As pessoas estão de tal modo isoladas e há uma malha territorial muito dispersa nesta área. O próprio acesso aos serviços e aos cuidados está dificultado e por isso nós temos vindo a adquirir conhecimentos em várias áreas, de forma não só a acompanhar as pessoas, mas a informação de acesso aos serviços e facilitar-lhes esse acesso, porque efetivamente esta população tem alguma dificuldade de utilização das redes sociais, das plataformas informáticas e tentamos assim ultrapassar qualquer dificuldade de acesso aos serviços que tem”, rematou o tenente-coronel.

Através desta proximidade entre a Guarda Nacional Republicana e as pessoas mais isoladas, as autoridades querem reduzir a possibilidade de crimes junto dos idosos, alertando-os ainda para situações de violência, burla e furto.

A operação “Censos Sénior” da GNR foi criada em 2011. Este ano, começou esta terça-feira e vai prolongar-se até 15 de Novembro.

Em 2023, dos 44 114 idosos identificados em condições de vulnerabilidade, 3347 vivem no distrito de Bragança. É o quinto distrito com mais pessoas sinalizadas, a seguir à Guarda, Vila Real, Faro e Viseu.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Ângela País