sábado, 31 de dezembro de 2022

Comovo-me pela manifestação deste nosso apego bem trasmontano à terra que nos viu nascer.

 Não sei se os meus Amig@s são como eu na forma como se situam em relação aos agregados urbanos. Eu sigo uma regra que diz “Detesto geralmente as grandes cidades.” Dizer isso equivale a dizer que, ao abominar geralmente as terras grandes, aprecio e valorizo geralmente as terras pequenas, onde me sinto mais à vontade e de algum modo senhor de uma certa tranquilidade que contrasta com a permanente sensação de insegurança que sinto, por exemplo, em Lisboa. 
Escrevi um dia, num dos meus livros, estas frases definitivas: «Digamos que gosto da Lisboa de dois, o máximo três dias. Dormir uma terceira noite em Lisboa já começa a pesar-me, a trocar-me as voltas ao sono — e já começo a contar, às voltas com o travesseiro, não os carneiros da praxe, mas os aviões que pela noite fora fazem a sua aproximação ao aeroporto ou, na largada, puxam pelos cavalos todos para tomar altura. E esse é o limite: dormir mais vezes do que isso, é caminho seguro para aborrecer Lisboa.»
Acho que já aqui falei disto, mas ‘quod abundat non nocet’, isto é, usando o vernáculo, ‘por mais não peca’. Estou um pouco como aquele sujeito de Gache (pequena povoação do concelho de Vila Real), que um dia teve de ir a Lisboa fazer não sei o quê. No regresso, os vizinhos sempre quiseram saber quais eram as impressões dele sobre a capital do reino — impressões que ele resumiu lapidarmente nesta frase: “Olhai, rapazes: Lisboa é bonita, mas Gache disse”. O que equivalerá aproximadamente a dizer: Lisboa é bonita, mas não chega aos calcanhares de Gache.
Quando me vem à lembrança a bravata do aldeão, confesso que não sei se hei-de rir ou se me hei-de comover. E acabo por fazer as duas coisas. Rio-me pela desconformidade na avaliação da beleza dos dois termos em confronto, Lisboa e Gache. Comovo-me pela manifestação deste nosso apego bem trasmontano à terra que nos viu nascer. 
Agora, querem os meus Amig@s saber? Ao folhear o meu álbum de fotos, deparou-se-me esta de Miranda do Douro e planeava dizer duas larachas sobre essa pequena cidade de que tanto gosto, por ser pequena e por ter um não-sei-quê que me arrebata. E ia embalado nessa direcção, quando o encadeado das ideias me foi alterando a rota e me levou até Gache.
Não faz mal. Gostei de revisitar Gache. E Miranda fica para outro dia.

A. M. Pires Cabral

sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

BRAGANÇA - Piquenique no Rio Fervença 1963

Os meus 16 anos...

Vimioso: Exposição “Rostos e Paisagens de Vimioso”

 No dia 28 de dezembro, foi apresentada a exposição “Rostos e Paisagens de Vimioso”, uma coleção de fotografias e vídeos expostos na Casa da Cultura, que retratam as pessoas, tradições e as paisagens das várias localidades do concelho.


Conforme a vereadora da cultura, Carina Lopes, a exposição fotográfica “Rostos e Paisagens de Vimioso” é a conclusão do projeto “Cultura para Todos”, que teve como objetivo promover a inclusão social através da cultura.

“Este projeto iniciou-se em 2020, tendo sido atribuído às autarquias financiamento para investirem na programação cultural. Assim sendo, no concelho de Vimioso, foram realizadas uma série de atividades culturais e artísticas, que envolveram a população, com destaque para o artesanato, as tradições, a fotografia e o vídeo”, explicou.

Na fotografia, a população do concelho de Vimioso foi desafiada a captar imagens dos antigos ofícios, do património, da natureza e das pessoas.

“Com estas imagens e vídeos estamos a salvaguardar a memória deste território. Recordo que quando celebramos o Dia Dionisino, em Santulhão, para realizar os jogos tradicionais concelhios, houve uma oficina de fotografia e de vídeo, com o propósito de ensinar as pessoas a preservar as memórias locais, através do manuseamento de uma máquina fotográfica ou do simples telemóvel”, explicou.

Por sua vez, Carla Branco, da consultora Partnia, revelou que o grande objetivo destas oficinas de imagem foi ensinar às pessoas as técnicas básicas na captação da imagem, de modo a aprenderem a comunicar melhor o território.

“Tendo em consideração a extraordinária beleza do concelho de Vimioso, das suas gentes e das paisagens, foi importante ensinar às pessoas os conceitos básicos de fotografia, como o grande plano, o pequeno plano e o uso correto da luz na captação das imagens”, indicou.

Deste trabalho resultou a exposição “Rostos e Paisagens de Vimioso”, que compreende centenas de fotografias, tendo sido impressas e expostas cerca de 30 imagens.

A exposição vai estar visível na Casa da Cultura, em Vimioso, até ao mês de fevereiro de 2023.

HA

Miranda do Douro: “Mie Miranda” interpreta concerto de Ano Novo

 Para celebrar a entrada no ano de 2023, o município de Miranda do Douro vai promover o concerto de Ano Novo, interpretado pela associação cultural “Mie Miranda”, no próximo Domingo, dia 1 de janeiro, às 17h00, na concatedral.


A associação cultural “Mie Miranda” foi criada em 2018 por um grupo de amigos, músicos, que têm a missão de organizar eventos culturais na cidade e no concelho de Miranda do Douro.

De acordo com o presidente da “Mie Miranda”, Pedro Velho, outra das missões da associação é o de incutir na população o gosto pela cultura e o interesse pela música, fomentando assim o desenvolvimento do talento musical.

HA

“Mie Miranda”

Miranda do Douro aprovou por unanimidade louvor a alta velocidade Porto-Zamora

 A Assembleia Municipal de Miranda do Douro, aprovou por “unanimidade e aclamação e com louvor a inclusão da linha ferroviária de alta velocidade Porto-Vila Real-Bragança-Zamora no Plano Ferroviário Nacional (PFN), disse hoje à Lusa a presidente da câmara.


“O facto de o PFN incluir a Terra de Miranda pode ser algo de revolucionário para o desenvolvimento deste território do interior do país o que vai permitir diminuir as assimetrias regionais e potenciar vários setores da sociedade”, vincou Helena Barril.

Este documento foi apresentado na quinta-feira na Assembleia Municipal de Miranda do Douro, no distrito de Bragança, pela Associação Vale D´Ouro, no âmbito da discussão pública do Plano Ferroviário Nacional, que decorre até 28 de fevereiro de 2023.

“Este PFN vai encurtar as distâncias entre o Porto e Miranda do Douro, sendo uma viagem que se poderá fazer numa hora e 15 minutos. Com este novo traçado, poderá até haver a possibilidade de os médicos poderem deslocar-se ao nosso concelho para realizar consultas de especialidade e regressar no próprio dia, já que a viagem dura pouco mais de uma hora”, exemplificou a autarca social-democrata.

Para além dos benefícios no setor da saúde, a autarca destaca ainda o potencial turístico que pode trazer visitantes oriundos do Porto para Miranda do Douro.

Helena Barril destacou ainda a ligação a Zamora, cidade que fica a pouco mais de 45 minutos de Miranda do Douro para Espanha e outros países europeus.

“O PFN nacional é uma mais-valia para Miranda do Douro, por se tratar de um concelho fronteiriço”, enfatizou a autarca.

Uma nova ligação por comboio em Trás-os-Montes, que ligará o Porto, Vila Real e Bragança, está incluída no PFN.

O documento, prevê a criação de uma nova linha ferroviária de passageiros que, para ser competitiva com o automóvel, terá que fazer a ligação Porto – Vila Real em menos de uma hora e Porto – Bragança em menos de duas horas.

O plano contempla ainda a reabertura total da linha do Douro, reforçando o anúncio feito pelo ministro das Infraestruturas no início de outubro, em Freixo de Espada à Cinta, com vista à reabertura dos 28 quilómetros do troço entre Pocinho e Barca d’Alva.

O PFN tem como principais objetivos “passar de 4,6% para 20% de quota modal no transporte de passageiros”, “passar de 13% para 40% de quota modal no transporte de mercadorias”, “assegurar ligação com elevada qualidade de serviço aos 28 centros urbanos de relevância regional, que incluem todas as capitais de distrito, potenciando o seu desenvolvimento”.

Ainda que não estabeleça prazos, o PNF tem um horizonte indicativo de conclusão até 2050.

A defesa da reabertura da Linha do Douro reiniciou-se em 2018 e culminou no anúncio, no início de outubro, do lançamento do concurso para o projeto de execução que conduzirá à reabertura até Barca d’Alva.

FYP (PLI/MPE)//LIL
Lusa /fim 

Quebra de castanha ronda os 60% no concelho de Vinhais mas há zonas onde chega aos 90%

 A quebra da castanha no concelho de Vinhais ronda os 60%, mas há zonas onde chega a ser de 90%


Isto traduz-se num prejuízo de mais de 7 milhões de euros. De acordo com Abel Pereira, presidente da Arbórea, Associação Agro-Florestal da Terra Fria Transmontana, são quebras significativas que dificilmente se recuperam.

“É um impacto que é incapaz de recuperar, não é fácil”, afirmou.

Este ano ainda houve um aumento do preço da castanha, mas ficou muito aquém para conseguir resolver o problema da quebra.

“Em algumas localidades conseguimos ter os preços acima dos 3 euros, castanha que ano passado custava 2,3 euros. Se não tivéssemos este aumento na ordem dos 20%, provavelmente a nossa quebra seria na ordem dos 80%”, sublinhou.

A quebra da castanha trouxe prejuízos para os bolsos dos agricultores e consequentemente vai ter impacto na linha de produção.

“A nível dos factores de produção vai haver um crescimento reduzido e vai mexer com toda a cadeia. Vai haver problemas não só em quem produz, mas também em quem tem um negócio de venda de factores de produção”, explicou.

Tendo em conta as quebras significativas, a câmara de Vinhais leva hoje à Assembleia Municipal uma moção, com o objectivo de que o Ministério da Agricultura apoie os agricultores.

“Terão que ser tomadas medidas, porque senão isto agrava ainda mais a situação de concelhos como o nosso, porque a castanha tem uma preponderância muito grande e claro toda a economia gira, ou neste caso, não gira por causa desta perda de produção. Portanto, pretendemos que os nossos produtores sejam ajudados”, disse o presidente do município, Luís Fernandes.

O sector da castanha gera, anualmente, 12 milhões de euros no concelho de Vinhais. Este ano, os ganhos vão ficar apenas pelos 5 milhões.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Ângela Pais

Festival Geada anima centro histórico de Miranda do Douro até à passagem de ano

 A animação está ao rubro no centro histórico de Miranda do Douro com o Festival Geada


Os pauliteiros, a gaita-de-foles, a língua mirandesa e a cultura estão em destaque desde ontem e até sábado. Este ano, a ronda pelas adegas foi alargada, levando o festival para a rua.

“Reinventamos adegas no centro histórico, em casas que estavam sem ser utilizadas e estão a ser exploradas por associações. Antigamente era feita apenas uma noite de ronda e o restante festival era feito de concertos dentro de uma tenda, mas este ano decidimos fazer os três dias de ronda das adegas, começando à tarde. Direccionar o festival totalmente para a rua, as pessoas andarem de adega em adega a conhecerem a cultura de Miranda, a música, a língua mirandesa e a gastronomia”, explicou Henrique Granjo, presidente da Associação Recreativa da Juventude Mirandesa, entidade organizadora.

O objectivo da associação é dar dinâmica à cidade, mais concretamente ao centro histórico, atraindo os jovens. Além de animação musical, também haverá espectáculos de rua.

O ponto alto do festival acontece na passagem de ano, quando é celebrada mais uma tradição mirandesa: o enterro do velho.

“O festival termina em grande com uma das maiores tradições que temos aqui na cidade, que é o enterro do velho. No fundo, criam um boneco, que mais tarde vai arder, que representa o ano velho e à meia-noite é feita uma procissão até à fogueira do galo, que é outra tradição que aconteceu no 24 de Dezembro, e o boneco é queimado, representado assim a passagem do ano”, contou.

O Festival Geada foi criado há 14 anos, mas não acontece desde 2019 devido à pandemia. Este ano regressa em força, até porque “não há frio que nos afronte”.

Escrito por Brigantia 
Foto: Associação Recreativa da Juventude Mirandesa
Jornalista: Ângela Pais

António José Vaz eleito provedor da Misericórdia de Macedo de Cavaleiros

 António José Vaz, de 63 anos, foi vice-provedor ao longo dos últimos dois mandatos de quatro anos, ao lado do comendador Alfredo Castanheira Pinto


Encabeçou a única lista apresentada a estas eleições e todos os votos foram favoráveis, o que o deixa satisfeito.

“Era a única lista candidata, mas não houve nem votos brancos, nem votos inutilizados, o que nos deu uma grande satisfação, a todos os elementos que constituem a lista candidata”, salientou.

A eleição foi o primeiro passo para o processo, que ainda terá de ser analisado por outras entidades até se tornar efectivo.

“Agora terá que ir a ATA e a própria lista para a união das misericórdias e também terá que receber uma aprovação da nossa diocese e será a partir daí que podemos marcar a tomada de posse, que espero que decorra ainda na primeira ou segunda semana de Janeiro”, explicou.

Ao longo dos próximos quatro anos, António José Vaz diz que o foco será, sobretudo, os utentes.

“Tendo foco nos utentes, na melhoria das condições dos utentes, na melhoria dos cuidados. Todos nós temos essa preocupação, penso que vai ser esse o nosso esforço e a nossa vontade de trabalhar em prol daqueles que mais precisam, que são os nossos utentes”, frisou.

Profissionalmente, António José Vaz está ligado a várias áreas de negócio, entre elas o comércio, optometria e ourivesaria.

No passado chegou a ser bancário.

Escrito por Onda Livre (CIR)

Francisco Manuel Alves, conhecido ‘urbi et orbi’ como Abade de Baçal

 Francisco Manuel Alves, conhecido ‘urbi et orbi’ como Abade de Baçal, além de ser um sábio de enorme erudição, era um trasmontano de corpo inteiro, devotado aos valores de Trás-os-Montes, e fez da sua obra-mestra, as celebradas “Memórias arqueológico-históricas do distrito de Bragança”, uma tribuna de defesa e propaganda desses valores, como acontece no decantado volume IX (acaso o mais lido e citado, porque trata da etnografia bragançana, assunto que tem sempre os seus incondicionais). Essa defesa e essa propaganda surge às vezes de forma inesperada e até aparentemente deslocada, mas é sempre enérgica e apaixonada.
É o caso do fervor com louva... o porco. No capítulo que dedica à Páscoa, aparece, naturalmente e com toda a justiça, uma alusão ao folar. Mas, às duas por três, já está a falar de outros petiscos (as alheiras, que em Bragança também se chamam tabafeias, e as trutas dos rios Tuela e Baceiro) e logo, num salto imprevisto, aí o temos a gabar o leitão assado, que naquelas terras tinha então (julgo que já não tem) o curioso nome de torradeiro. E ei-lo a exortar os seus conterrâneos ao consumo do leitão assado: «Bragançanos! Não esqueçais o torradeiro, regado com os vinhos regionais, celebrizados na lenda popular pelo bom vinho dos Alvaredos, Arcas, Nozelos e Vilarinho de Agrochão.»
Anteriormente tinha esclarecido, com conhecimento de causa próprio de um ‘connoisseur’, que o leitão, «para estar em condições deve regular por trinta dias de idade – leitão de mês e cabrito de três – como reza a culinária local» (palavras suas). E lamenta: «Infelizmente a moda vai abastardando alguns derrancados de gosto, que tentam substituir-lhe o desensabido peru. Que tristeza! Que dor de alma! E não reparam que assim nos desregionalizamos, caindo na chata vulgaridade do anonimato equivalente da não existência, por falta de qualidades típicas características!...»
Do leitão passa ao porco adulto, em abono de cuja excelência culinária cita um provérbio que ainda se ouve em terras trasmontanas: Das carnes, o carneiro; das aves, a perdiz e, sobretudo, a codorniz; mas, se o porco voara, não havia carne que lhe chegara.
Eu não sou, nem de longe, um gastrónomo. Como cada vez menos e quase todas as carnes e peixes me dão fastio. Mas confesso que um bom leitão assado, um vez por outra, lá quando el-rei faz anos, me sabe bem — embora me cause alguma impressão aquilo que o nosso Abade diz com toda a naturalidade: que «para estar em condições, o leitão deve regular por trinta dias de idade». É mais uma das velhas contradições de que o homem não há meio de se libertar: coitadinhos dos porquinhos, tão novinhos — mas tão saborosos... 
Tudo isto me lembra irresistivelmente o poema de Sophia: «As pessoas sensíveis não são capazes / De matar galinhas / Porém são capazes / De comer galinhas.»
Termino aqui esta crónica. Por pudor.

A. M. Pires Cabral

Exposição "A Segunda Pele", de Balbina Mendes no Centro Cultural de Vinhais.

 A abertura da exposição "A Segunda Pele", de Balbina Mendes vai realizar-se na sexta-feira, 13 de janeiro de 2023, pelas 17h00, no Centro Cultural de Vinhais.
A exposição "A segunda Pele" surge na sequência das séries: "O Rosto, Máscara Intemporal", "O Rosto e a Máscara", "Máscaras Mitos e Ritos" e "Máscaras Rituais do Douro e Trás-os-Montes", cuja raiz assenta numa herança cultural - os rituais de inverno com máscaras - do nordeste transmontano, de onde a artista é natural.

Balbina Mendes nasceu em 1955, em Malhadas, Miranda do Douro. Reside e tem atelier em V. N. de Gaia. Tem mestrado em Pintura pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto e realizou diversas exposições individuais em Portugal, Espanha, E.U.A, Bélgica, Áustria, Austrália e Índia. Está representada em várias coleções públicas e privadas em Portugal e no estrangeiro.

A abertura contará com uma conversa em torno do tema da exposição, com Artur Marques e Roberto Afonso e um momento cultural de poesia e música.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

BRAGANÇA - 3 de FEVEREIRO de 1963

Fogueira do Galo em Torre de Moncorvo

🏡 𝗔𝗯𝗲𝗿𝘁𝘂𝗿𝗮 𝗱𝗼 𝗽𝗲𝗿𝗶́𝗼𝗱𝗼 𝗱𝗲 𝗰𝗮𝗻𝗱𝗶𝗱𝗮𝘁𝘂𝗿𝗮𝘀 𝗮𝗼 𝗙𝘂𝗻𝗱𝗼 𝗠𝘂𝗻𝗶𝗰𝗶𝗽𝗮𝗹 𝗱𝗲 𝗔𝗽𝗼𝗶𝗼 𝗮𝗼 𝗔𝗿𝗿𝗲𝗻𝗱𝗮𝗺𝗲𝗻𝘁𝗼 𝗽𝗮𝗿𝗮 𝗛𝗮𝗯𝗶𝘁𝗮𝗰̧𝗮̃𝗼 𝟮𝟬𝟮𝟯

 Encontra-se aberto o período de candidatura a este apoio, até ao dia 𝟭𝟯 𝗱𝗲 𝗷𝗮𝗻𝗲𝗶𝗿𝗼.
O apoio ao arrendamento é concedido sob a forma de um subsídio de renda mensal, a partir do mês da decisão de atribuição, até 31 de dezembro de 2023, com efeitos retroativos ao mês de janeiro ou ao primeiro mês de renda de 2023, caso o beneficiário já reúna, a essa data, as condições necessárias à sua atribuição.

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COMO CONHECI O PRINCIPEZINHO LOIRO - (Casos curiosos da infância de Dom Duarte de Bragança)

Por: Humberto Pinho da Silva 
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")


Andava eu pelos meus dez anos (seriam onze?) quando conheci o Senhor D. Duarte Pio de Bragança.
Frequentava, o principezinho, o segundo ano, turma A, do Liceu Alexandre Herculano, no Porto: Foi-lhe dado o número: quatro.
Era menino robusto, de tez clara, recatado e retraído; rechonchudinho e coradinho. Um guapo rapaz!
Possuía farta e vistosa cabeleira cor de ouro velho, que o destacava dos restantes, quase todos moreninhos e cabelos cor de ébano.
Sentava-se o nosso principezinho na primeira fila, rente à janela, que abria para o recreio.
Certa ocasião, o príncipe, recebeu de tia, moradora em país de grandes compositores e altas montanhas, cobertas de alvas neves no inverno e de lindas flores silvestres, na primavera, relógio de pulso, cobiçado por muitos.
Estava o mestre a dissertar, quando paira no ar estranho e irritante sussurro. O que seria!?
Estupefacto, interrompe a elucidação, e logo dezenas de curiosos olhinhos espantados, volveram-se para o nosso príncipe.
Ergueu-se o principezinho, e declarou, concisamente:
O relógio era despertador. Inexplicavelmente, sem desejar, começou a soar. - Estava esclarecido o insólito.
Como os principezinhos das histórias de encantar, possuía, também, objetos mirabolantes, e hábitos estranhos. Estranhíssimos!!!...
Não queiram lá saber o que aconteceu em fria manhã de inverno: o menino príncipe, enfia a mão na algibeira e retira papel sedoso, e assoa-se.
O quê!? - Interrogam-se varados os petizes. - Ele limpa o nariz a papéis!?...
O mais afoito investigou o inusitado enigma...
Eram lenços de papel!.... Desconhecidos, em 1956, em Portugal....
Mas, em dia aziago, aconteceu inesperada tragédia:
Dona Delfina – esposa do jurista Lopes Cardoso, – resolveu realizar íntima festinha.
Entre os convidados, contava-se o nosso principezinho. Comeram e beberam leite achocolatado. Depois solicitaram autorização para se retirarem.
O grupinho do príncipe era constituído, pelo Daniel, filho mais novo de Lopes Cardoso (meu informador das peripécias aqui referidas,) João Campos, António Baia e Emanuel Caldeira Figueiredo.
Assentaram, os garotinhos, dar curto passeio de bicicleta. Como os pneus estivessem em baixo, o grupinho, demandaram açodados, à Rua de Camões (Gaia,) em busca da oficina de José Grilo.
Inesperadamente, surdiu, enfurecido cachorro, que embirrou com D. Duarte. Aflito, atarantado, aturdido, refugia-se, encafuando-se numa viatura, com tanta infelicidade, que o vidro da janela estalou em pedacinhos.
E agora? Agora o pai do príncipe, com dignidade, reparou o dano.
Certo dia desapareceu o nosso principezinho...Soube-se que fora para as " Caldinhas".
Passaram-se longas décadas. O diretor do jornal, onde era redator, encarregou-me de elaborar, entre outras entrevistas, curtíssima biografia de D. Duarte.
Nessa ocasião o meu principezinho encontrava-se casado, e era agora o Senhor Duque de Bragança.
Enviou-se-lhe o periódico. Ele e Dona Isabel, dirigiram-me afetuosa missiva e foto autografado, que conservo religiosamente.
Assim terminam as minhas singelas reminiscências do principezinho loiro, que em 1956, estudava num liceu portuense, e brincava, ria e chorava, como qualquer criança portuguesa.
Bons tempos!...

Humberto Pinho da Silva
nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, a 13 de Novembro de 1944. Frequentou o liceu Alexandre Herculano e o ICP (actual, Instituto Superior de Contabilidade e Administração). Em 1964 publicou, no semanário diocesano de Bragança, o primeiro conto, apadrinhado pelo Prof. Doutor Videira Pires. Tem colaboração espalhada pela imprensa portuguesa, brasileira, alemã, argentina, canadiana e USA. Foi redactor do jornal: “NG”. e é o coordenador do Blogue luso-brasileiro "PAZ".

Os Deuses e os Homens - Na Madrugada dos Tempos – Parte 5

Por: Manuel Amaro Mendonça
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...") 

Já não adianta nada dizer que matar em nome de Deus é fazer de Deus um assassino. Para os que matam em nome de Deus, Deus é o Pai poderoso que juntou antes a lenha para o auto-de-fé e agora prepara e coloca a bomba.

José Saramago
Escritor e prémio nobel português
(1922-2010)

No dia seguinte, o ar estava espesso e saturado por uma névoa esbranquiçada, enquanto flocos de neve esvoaçavam, rebeldes, rebrilhando ao sol encoberto.
Erem mandou reunir toda a gente frente à sua choça no largo onde faziam a fogueira em volta da qual se reuniam muitas noites. Usava o capote feito com a pele e a cabeça de um leão das montanhas e o fio de couro com uma pedra reluzente apanhada no rio de onde eram originários; os símbolos do poder nele investido.  Estava de mão dada com Zia, que usava o cocar de penas de corvo e pomba, assinalando o seu estatuto de oráculo. O casal e a filha Zehir, ocupavam os lugares mais influentes no clã e eram respeitados por todos, mesmo por aqueles que por vezes discordavam das suas decisões.
Ele olhou tristemente para todos os seus amigos e familiares, a maior parte deles ostentando as marcas do combate recente e levou as duas mãos ao peito, abrindo-as depois sobre a audiência, no gesto comum de saudação a todos os presentes.
— Filhos, irmãos e primos. — Começou com a voz grave que fazia todos pararem e deitar atenção. — A vida não tem sido fácil para o nosso clã. Sozinhos nestas planícies, progredimos com muitas dificuldades pedindo o favor dos deuses.
Vários entre a audiência acenaram em concordância uns para os outros.
— Perdemos entes queridos para as doenças e para os ataques, — continuou —, mas se Welnos[1] nos tem levado uns, Da Matter[2] abençoa-nos com novos rebentos assegurando sangue novo e força que serão o aconchego daqueles que conhecerem a velhice.
Alguns homens e mulheres mais jovens soltaram expressões de júbilo e grunhidos enquanto erguiam os punhos fechados em demonstração de força.
— Há, porém, uma grande sombra negra sobre nós. — Erem baixou os olhos e os braços exibindo desalento. — Os homens-macaco estão a ser uma grande provação para o nosso povo. Não só nos roubam muitas vezes a carne necessária para a nossa sobrevivência, também mataram o meu amado filho Nuri, vosso primo, sobrinho, irmão… e agora levaram-nos Fuat e Alev, além de deixarem vários de nós incapazes de trabalhar para si ou para os outros.
Havia agora vozes iradas e gritos insultuosos contra os homens-macaco.
— Não me atrevo, neste momento, — o chefe continuava com as mãos abertas numa súplica —, a pedir-vos para arriscar as vossas vidas e as dos que nos são queridos noutro ataque. Não temos condições, há demasiados feridos e penso que os deuses estão distraídos dos seus filhos.
A audiência silenciou-se em espanto com a revelação.
— Temos de fazer alguma coisa para obter os favores dos deuses. Algo que eles vejam dos céus e se lembrem de nós e do quanto precisamos do seu auxílio. — Ele apontou na direção do improvisado templo presidido pelas representações divinas. — Não chega uma simples cova no local que eles escolheram com o fogo do céu. Temos de lhes mostrar os sacrifícios que fazemos! Precisamos que aqueles que foram para junto dos deuses nos protejam a todos e não apenas aos familiares diretos, precisamos que intercedam pelo clã junto de Swol[3] e Mensis[4].
Todos apoiaram com urros e gritos de concordância.
— Por cada um dos nossos mortos, — continuou ele sobrepondo-se à ovação —, colocaremos uma grande pedra em volta da cova de oração.
Os gritos de apoio foram reduzindo à medida que começavam a interiorizar a enormidade da tarefa.
— Não era mais importante caçar para nos alimentarmos e vestirmos, agora que vêm os grandes frios, do que andar pelas colinas a arrastar pedras? — Interveio Naci, azedo, mas obtendo assentimentos de uma parte dos ouvintes.
— De que te adianta palmilhar os montes, ou correr atrás de animais mais velozes do que tu, se não tiveres a ajuda dos deuses para conseguires apanhar a presa? — Ripostou Zia apontando-lhe um dedo acusador. — Que és tu perante um leão, se não tiveres a proteção divina?
— Os deuses não foram de grande ajuda na gruta dos homens-macaco. — Resmungou a discordância. — A minha Su foi ferida com gravidade por aqueles monstros, assim como vários de nós e ainda não recuperou.
— Devíamos ter feito um grande sacrifício e aberto uma lebre para ver se os deuses estavam do nosso lado, antes de partirmos arrogantes da nossa força! — A mãe continuava a fustigar o filho enquanto o resto da audiência murmurava em concordância. — Ainda ontem estive na cova de orar e sacrifiquei uma cabrita pela recuperação tua mulher… vi que a madeira dos ídolos Swol e Mensis está a ficar podre e bichenta. — Perante as expressões de horror dos vizinhos, ela dirigiu-se-lhes: — É o sinal de que os deuses se ressentem do pouco caso que lhes fazemos. É tempo de fazer mais honrarias aos nossos protetores.
Este último argumento pareceu convencer a maioria e as manifestações e gritos de apoio regressaram. Naci abandonou a audiência, ressentido.
— Erem tem razão! — Apoiou Lemi, erguendo as mãos a pedir silêncio. — Temos de fazer alguma coisa para pedir o favor dos deuses…
— Agora, nos grandes frios que estão a chegar, precisamos de toda a ajuda possível na caça. — Avisou Civam, um dos irmãos de Zia. — Os animais são poucos e estão muito dispersos, temos de ir cada vez mais longe.
— Ou bem que estaremos a caçar, ou a arrastar pedras para o santuário! — Resmungou Fikri, um dos filhos de Lemi, cruzando os braços. — As duas coisas não podem ser! A terra pouca coisa dá nesta época e os rebos não se comem.
— Teremos de nos organizar ainda melhor. — Esclareceu Erem, conciliador. — Dividimo-nos em menos grupos, mas maiores, uns caçam e outros trabalham, depois trocamos. As tarefas como fazer roupas, fiar, curtir as peles, cultivar a terra, cuidar do gado, serão desempenhadas por quem tem mais jeito para elas, ou pelos que não podem caminhar; poderão trabalhar para todo o clã e receberão os alimentos pelo trabalho. Além disso, para nossa segurança, precisamos de mandar grupos maiores de caçadores. Mas não quero que lutem com os homens-macaco se eles aparecerem e irão aparecer, quando a caça reduzir…
— Deixamos que nos roubem então? — Asil abriu os braços em desalento.
— Não! Não podemos é arriscar a vida de mais dos nossos. — O chefe olhou o filho com tristeza. — A sobrevivência do nosso clã pode estar em risco se perdermos mais gente. Precisamos todos de começar a praticar a funda; viram como eles ficaram surpreendidos quando Eda e Ezgi os atacaram? Não contavam que as pedras pequenas voassem com tanta força, tão longe e tão certeiras, enquanto eles só sabem atirar calhaus à mão. — Ele sorriu para todos antes de continuar: — Penso que a solução estará aí; dispersarem em todas as direções, para eles não saberem quem perseguir e depois atacá-los por todos os lados com as fundas. Não largam as vossas lanças, porém, que são precisas para se defenderem.
Uma onda de otimismo pareceu correr a assistência. Todos falavam apressadamente e satisfeitos com a nova estratégia.
— Lembrei-me disto mesmo antes de adormecer… — continuou o chefe sorridente — logo depois de ter decidido que iriamos construir o santuário aos deuses. Bastou isso para começarmos a ser abençoados.
— Já falei com algumas das nossas mulheres para cortarem e polirem tiras de couro para as fundas e fazerem sacos para as pedras — avisou Zia — a partir de agora, ninguém deve sair sem a funda e o saco com seixos do rio.
— Uma excelente ideia. — Também Lemi estava entusiasmado. — Vamos organizar os grupos de trabalho e de caça, assim como começar imediatamente a treinar a funda.
— Mesmo aqueles que ficarão normalmente na aldeia, até as crianças, devem saber usar a arma! — Acrescentou Erem. — Se tivermos um ataque aqui, todos, com exceção dos doentes e crianças muito pequenas, terão de lutar e defender o clã. Eles podem ser como um bando de hienas das cavernas, mas nós seremos como os auroques; podemos não ter dentes tão fortes, mas, numa carga organizada espezinhamos tudo no nosso caminho.
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[1] Deus do submundo
[2] Deusa-mãe
[3] Sol
[4] Lua

Manuel Amaro Mendonça
nasceu em Janeiro de 1965, na cidade de São Mamede de Infesta, concelho de Matosinhos, a "Terra de Horizonte e Mar".
É autor dos livros "Terras de Xisto e Outras Histórias" (Agosto 2015), "Lágrimas no Rio" (Abril 2016), "Daqueles Além Marão" (Abril 2017) e "Entre o Preto e o Branco" (2020), todos editados pela CreateSpace e distribuídos pela Amazon.
Foi reconhecido em quatro concursos de escrita e os seus textos já foram selecionados para duas dezenas de antologias de contos, de diversas editoras.
Outros trabalhos estão em projeto e sairão em breve. Siga as últimas novidades AQUI.

BRAGANÇA E O TEMPO DO SENHOR BAIRRO - Segunda Edição

 Livro ilustrado e fotografado sobre a Cidade na História e Histórias de Bairro!
A Terra e as Gentes brigantinas, da Historia e do Presente.
Fazer acontecer, guardar memória dos acontecimentos e registar a gesta dos nossos maiores.

ABÍLIO LOUSADA

👉Trabalhadores Remotos experimentam trabalhar a partir de Miranda do Douro

 Na primeira semana do ano, de 2 a 8 de janeiro, um grupo de 15 trabalhadores remotos vai experimentar trabalhar a partir de Miranda do Douro. A “Rural Experience” é uma iniciativa inédita, promovida pela Associação Rural Move, com o apoio do Município de Miranda do Douro.


Pessoas dos mais distintos backgrounds, tais como investigadores, tradutores, consultores, designers, freelancers entre outros integram este projeto, cujo principal objetivo é dar a conhecer Miranda do Douro, promovendo o Concelho como um território atrativo para trabalhadores remotos e possíveis investidores.

Os 15 trabalhadores remotos vão trabalhar maioritariamente, a partir do Centro de Formação Agrícola de Malhadas, mas também a partir de outros pontos do concelho. Pretende-se que esta experiência tenha um impacto positivo no território, por isso, além de promover o consumo dos produtos e serviços locais, vão ser dinamizadas várias ações que visam a interação com as comunidades e associações locais.

Sabendo que o trabalho remoto é hoje uma das grandes oportunidades para os territórios de baixa densidade atraírem e fixarem população, especialmente população mais jovem e qualificada, há ainda, vários desafios na implementação destas estratégias, como por exemplo, a questão das infraestruturas de apoio, o desconhecimento do território e a falta de ligação à comunidade local. Assim, este tipo de iniciativas pretende dar a conhecer o território e as suas potencialidades, ajudando a melhorar as estratégias de atração deste público-alvo.

A organização desta experiência está a cargo da Associação Rural Move e do Município de Miranda do Douro, que desde 2020 têm colaborado na promoção e dinamização de Miranda do Douro como território aberto ao investimento e a novos residentes.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

Escultura homenageia caretos de Grijó de Parada

 Para perpetuar a memória dos que já vestiram a pele de careto e para salvaguardar o futuro desta tradição, a aldeia de Grijó de Parada, em Bragança, inaugurou ontem uma escultura de homenagem aos mascarados.


Trata-se de uma escultura da autoria de André Seca, presidente da Associação de Caretos de Grijó de Parada, entidade responsável pela instalação do elemento artístico, que contou com o apoio do Município de Bragança que custeou a obra, e da junta de freguesia, que cedeu o terreno, e do Instituto Politécnico de Bragança. “É para homenagear Grijó de Parada e os caretos, os que já partiram e que os que estão a lutar para manter a tradição, bem como deixar uma marca para os futuros caretos e para incentivar os jovens a aderir”, explicou André Seca.

A associação quer que a aldeia tenha um elemento associado à tradição das mascaradas que possa ser visto o ano todo. “É uma marca. As pessoas agora chegam e podem ver algo relacionado. A ideia surgiu em 2015, mas atrasou-se tudo por causa da pandemia de chovido-19”, contou.

Segundo o dirigente associativo cada vez mais jovens querem vestir a pele de careto. “Com as deslocações que fazemos a outras localidades, o Carnaval dos caretos e a divulgação da câmara, tem ajudado a atrair a juventude”, acrescentou.

Glória Lopes

🎻𝗖𝗢𝗡𝗖𝗘𝗥𝗧𝗢 𝗗𝗘 𝗔𝗡𝗢 𝗡𝗢𝗩𝗢

 𝗢𝗿𝗾𝘂𝗲𝘀𝘁𝗿𝗮 𝗱𝗼 𝗡𝗼𝗿𝘁𝗲
📅 𝟬𝟰. 𝗝𝗮𝗻𝗲𝗶𝗿𝗼 | 𝟮𝟭𝗵𝟬𝟬  

📌 Teatro Municipal de Bragança 

A entrada no Novo Ano prepara-se para ser celebrada a rigor.

As divertidas obras dos irmãos Strauss marcam o ritmo de um concerto revestido de melodias inesquecíveis, executadas pela Orquestra do Norte, sob a direção do Maestro Fernando Marinho.

❗️🎫 𝗡𝗼𝘁𝗮: 𝗔 𝗯𝗶𝗹𝗵𝗲𝘁𝗲𝗶𝗿𝗮 𝗮𝗯𝗿𝗲 𝗮 𝟮 𝗱𝗲 𝗷𝗮𝗻𝗲𝗶𝗿𝗼

XIX Encontro de Cantadores de Reis

 O Centro Cultural de Vinhais vai receber o XIX Encontro de Cantadores de Reis, no dia 8 de janeiro de 2023, pelas 14h30.
Vão estar 11 grupos musicais em palco, contando com 200 pessoas, para animar a tarde, reforçar os laços entre as comunidades locais e minimizar o isolamento social.

O Município de Vinhais organiza anualmente o Encontro de Cantadores de Reis, que tem como objetivo manter uma tradição muito antiga, tanto no que toca à recolha das canções, bem como na escolha dos trajes.

Esta edição, conta com a colaboração da CLDS 4G - ESPAV.

Festival Geada traz concertos, pauliteiros e gaiteiros às ruas de Miranda do Douro

 Com o objetivo de dar palco às tradições e cultura mirandesas, o Festival Geada regressa esta semana às ruas do centro histórico de Miranda do Douro, de 29 a 31 de dezembro. Concertos, rondas pelas adegas, atuações de pauliteiros e gaiteiros e gastronomia fazem parte da iniciativa.

Miranda do Douro. (Fotografia de Octavio Passos/GI)

O festival de música e cultura mirandesa Geada regressa a Miranda do Douro, nos dias 29 a 31 de dezembro, com um novo formato, após dois anos de interregno devido à pandemia. “A grande novidade para este ano do festival ‘Geada’ é que a iniciativa vai realizar-se na sua maioria ao ar livre, tendo como cenário as adegas e estabelecimentos do centro histórico da cidade de Miranda do Douro”, explicou à Lusa o presidente da Associação Recreativa da Juventude Mirandesa (ARJM), Henrique Granjo.

A “Buolta a las Adegas”, ou a “Volta às Adegas”, em língua portuguesa, durante os três dias de festival “Geada” promete animar os visitantes pelas ruas desta cidade quinhentista, que estarão encerradas ao trânsito durante os três dias, para dar a conhecer toda animação típica do Planalto Mirandês. O festival é tido, pela organização, como “único”, dado o seu compromisso com a língua e a cultura mirandesas, e as novas apostas que surgem ano após ano, recebendo algumas centenas de jovens oriundos de todo o país e da vizinha Espanha.

Este festival, promete a organização, estará repleto de animação de rua e atividades culturais, com os Kumpania Algazarra a animar os visitantes na sexta-feira. Os concertos serão realizados num espaço coberto. Os primeiros a subir palco são os Zíngaros, Pé na Terra e o projeto Músicas da Raia. Os Gaitaralhos de Strelibeta, Beche I Chiba, Loba Galharda, percussões e gaiteiros atuarão nos restantes dias do “Geada”.

Ao longo do festival, os participantes terão a possibilidade de conhecer algumas “das mais belas tradições” de inverno do Planalto Mirandês, da dança à volta da fogueira do galo às danças dos pauliteiros e ao som da gaita-de-foles. Outras das propostas do festival “Geada” passam pela oportunidade de tocar instrumentos tradicionais, descobrir a língua mirandesa e os seus falantes.

Há ainda a ter em conta as paisagens do Parque Natural do Douro Internacional e os sabores da gastronomia tradicional mirandesa, baseada em raças autóctones, como a vitela mirandesa e o cabrito de raça churra mirandesa. O festival é organizado pela ARJM, em parceria com o município e diversas entidades locais, associações, empresas e agentes culturais regionais e nacionais. O “Geada”, que vai cumprir a 12.ª edição, tem como lema “Bamos derretir l caraimbelo!”, em mirandês (“Vamos derreter o gelo”, em português), e pretende ser um referência dos festivais de inverno no Norte de Portugal. Saiba mais sobre o festival AQUI.

Miranda do Douro: Biblioteca municipal encerra por falta de condições de segurança

 A biblioteca municipal de Miranda do Douro foi encerrada ao público, devido aos perigos apresentados pela deficiente instalação elétrica e degradação do equipamento público, provocada pelas infiltrações de água, informou a presidente da câmara.

“Tomámos esta decisão de encerrar ao público a biblioteca municipal, porque o edifício apresenta um elevado estado de degradação devido à falta de manutenção e intervenções de fundo há imensos anos”, explicou Helena Barril.

De acordo com a autarca, a biblioteca municipal de Miranda do Douro não tem qualquer tipo de intervenção e obras de manutenção desde 2006.

“O estado de conservação das estruturas elétricas do edifício foi-se agravando e para segurança de todos e do próprio espólio da biblioteca, pareceu-nos que a melhor decisão foi a de encerrar o equipamento”, vincou.

Helena Barril descreveu a instalação elétrica do edifício “como caótica”, devido às infiltrações da água da chuva, o que provocava “constantes anomalias, não só no aquecimento, ar condicionado, mas também nas tomadas ou no piso radiante do imóvel”.

“Tivemos de desligar todos os sistemas elétricos da biblioteca para evitar curto-circuitos. Tentámos minimizar alguns problemas, mas chegou-se a um ponto em que tivemos de fechar a biblioteca ao público”, justificou Helena Barril.

A autarca disse ainda que, “com estas deficiências técnicas, a segurança dos utilizadores e funcionários da biblioteca estavam a correr sérios riscos, devido aos frequentes curtos-circuitos elétricos”.

As previsões da reabertura da biblioteca de Miranda do Douro apontam para 10 de julho de 2023, dia da cidade e feriado municipal.

A Biblioteca Municipal de Miranda do Douro está instalada na igreja dos Frades Trinos, cuja construção remonta ao século XVIII, sendo de origem barroca.

Este monumento municipal foi instalada neste imóvel histórico em 1999 e ostenta o nome do investigador e historiador da cultura mirandesa, António Maria Mourinho.

Fonte: Lusa

Município de Vinhais atribuiu 55 mil euros em apoios a bebés e crianças do concelho

 Esta ajuda traduz-se numa ajuda de mil euros por cada nascimento naquele concelho e pela atribuição de 300 euros anuais a cada criança, até que comece a frequentar o primeiro ciclo do ensino básico.


Um apoio que já foi dado também no ano passado e que para o presidente do município, Luís Fernandes, é importante para a fixação das famílias na terra.

“Este ano já atribuímos mais de 15 subsídios de natalidade, ou seja, bebés que nasceram, que infelizmente não são muitos, e também apoiamos 110 meninos e meninas até entrarem para o primeiro ciclo”, explicou.

Este apoio permite ainda que se ajude e dinamize o comércio local, uma vez que o dinheiro só pode ser gasto em espaços situados em Vinhais.

O presidente garante que o apoio continuará a ser dado em 2023 e espera que até aumente porque é sinal que há mais crianças.

A Câmara Municipal de Vinhais apoiou este ano, com 55 mil euros, os bebés e crianças do concelho. O apoio já foi dado em 2021 e agora em 2022.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Carina Alves

Rede Social de Macedo de Cavaleiros entregou 45 cabazes de Natal a famílias carenciadas

 A Rede Social de Macedo de Cavaleiros entregou este ano 45 cabazes de Natal a famílias carenciadas do concelho.


Foi a primeira vez que a iniciativa aconteceu em parceria entre as diferentes entidades que compõe a rede com o objetivo de chegar até mais pessoas, explica a vereadora Sónia Salomé:

“As famílias foram identificadas pelas várias instituições e pelas juntas de freguesia.

Foi a primeira iniciativa conjunta da Rede Social de Macedo de Cavaleiros para tentar atribuir o máximo de cabazes possíveis, evitando duplicações, o que chegou a acontecer em outros anos. Desta forma quisemos garantir que o máximo de famílias era abrangida.

No contexto de Rede Social achámos por bem fazer a partilha de informação.”

A iniciativa vai continuar ao longo do ano, até porque há cada vez mais pessoas com carência:

“Temos estado a notar que o número de famílias carenciadas tem aumentado e cada vez há mais famílias de classe média a precisar, carências essas que às vezes estão camufladas. Isto justifica-se com o Covid-19, a conjuntura de guerra e o contexto económico que atravessamos.

A iniciativa de entregar cabazes é para continuar ao longo do ano. Neste contexto de Natal deu-se o ponto de partida para depois, durante o ano, fazermos mais recolhas concertadas.

Eu apontaria para que estas entregas acontecessem trimestralmente, mas ainda vou propor na Rede Social.

Estaremos sempre em articulação com os presidentes de junta, que são essenciais, as próprias IPSS e a Cáritas.”

Os cabazes são compostos essencialmente por bens alimentares mas além destes, a vereadora lembra que há outros apoios, destacando o Eco-Solidário:

“Está aberto todo o ano e muitas pessoas às vezes confundem os contentores que existem para destruir roupa. No caso do Eco-Solidário a roupa não é destruída.

Está aberto das 9h às 17h, o município tem lá uma colaboradora e a pessoas podem doar bens durante todo o ano, não só alimentares mas também roupas, calçado, entre outros.

Há algumas pessoas que o faz mas acho que ainda há algum desconhecimento sobre o Eco-Solidário e alguma confusão em relação aos contentores.

No contexto social vamos arrancar também com o programa Primeiro Direito, no âmbito da habitação, e temos as bolsas de estudo, no âmbito da educação, que este ano têm uma verba destinada de 55 mil euros, mais que o ano passado, em que andou entre os 45 e os 50 mil. Tentamos sempre reforçar, tanto quanto nos é possível.”

O Eco-Solidário tem como objetivo fazer face às necessidades das famílias mais carenciadas e sinalizadas no concelho de Macedo, ao nível de roupa, calçado, brinquedos e outros bens.

Está aberto das 9h às 17h.

Escrito por ONDA LIVRE

Presidente da União das Freguesias de Parada e Faílde pede saneamento básico e construção de barragem para regadio

 Faílde é uma das aldeias do concelho de Bragança que não tem saneamento básico


É a única localidade da União das Freguesias de Parada e Faílde que não tem esta infra-estrutura. Na Feira de Artesanato e Produtos da Terra, o presidente da união de freguesias, Herve Gonçalo, voltou a pedir que fosse instalado o saneamento.

“Se formos a ver pelo custo benefício, não podemos ver o investimento por isso, senão cada vez menos se investia no meio rural, porque cada vez há menos pessoas. Não se investe porque não existem pessoas e não existem pessoas porque não há investimento e assim nunca mais conseguimos. É a única localidade que falta neste planalto. Fazia todo o sentido”, afirmou.

De acordo com a Câmara Municipal de Bragança, 93% da população do concelho está abrangida por saneamento básico. Ainda assim, as gentes de Faílde fazem parte dos 7% não contemplados. O vice-presidente do município, Paulo Xavier, ouviu o pediu, mas parece que ainda não vai ser desta que vai ser resolvido o problema.

“Se houvesse no quadro comunitário a hipótese de candidatura, que já há quase 20 anos que não há uma janela de oportunidade para o saneamento, a câmara estaria pronta, porque tem os projectos. Para este ano 2023 não será possível, mas vamos ver se até ao final do mandato se vamos concretizar esse objectivo”, disse.

O presidente da união das freguesias pediu ainda a construção da barragem de regadio de Parada, um assunto que já vem a ser arrastado há anos.

“Parada tem essencialmente três produções, castanheiro, oliveira e cereal e para as árvores é essencial o regadio”, frisou.

A câmara de Bragança já tinha submetido uma candidatura ao Governo para a construção da barragem de Parada, tal como a de Calvelhe e de Rebordãos, mas o pedido foi reprovado. Ainda assim, o vice-presidente espera que esta situação se inverta.

“Se não nos dão condições para poder ter mais gente, vamos continuar a ter menos gente, isto é muito mau. Eu acho que desta vez é muito possível que se consiga sensibilizar para que possamos realizar aquilo que é o anseio desta população há mais de 25 anos”, referiu.

Pedidos do presidente da União das Freguesias de Parada e Faílde na abertura da Feira de Artesanato e Produtos da Terra, na segunda-feira. 

Escrito por Brigantia
Jornalista: Ângela Pais

Unidade de Paisagem para o Restauro de Habitats de Algoso

 O projeto UP4REHAB - Unidade de Paisagem para o Restauro de Habitats de Algoso da Palombar - Conservação da Natureza e do Património Rural foi aprovado em outubro de 2022 e é financiado em quase 745 mil euros pelo programa europeu COMPETE 2020 e iniciativa REACT-EU, criada como parte da resposta da União Europeia à pandemia de COVID-19, na sua componente de Apoio à transição climática - resiliência dos territórios face ao risco.


O projeto tem como parceiros a Associação para o Estudo e Proteção do Gado Asinino (AEPGA), o Instituto Politécnico de Bragança (IPB), o Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (CIBIO) da Universidade do Porto e o MORE - Laboratório Colaborativo Montanhas de Investigação.

Os principais objetivos deste projeto são:

• Promover o restauro de montados de sobro, através da reconversão de eucaliptais para este habitat na área intervencionada;

• Melhorar e conservar o solo da área-modelo para aumentar a sua resiliência face às alterações climáticas e ao risco de incêndio, por via do combate à desertificação, através da rearborização e de ações que promovam o aumento da fixação de carbono e de nutrientes no solo para recuperar a sua função ecológica;

• Criar a Estação de Compostagem de Base local de Algoso, com vista a aumentar a matéria orgânica no solo e potenciar a sua regeneração;

• Assegurar uma melhor e mais eficaz gestão e conservação sustentável do território e dos seus recursos naturais.

A área de intervenção do projeto localiza-se na freguesia de Algoso, no concelho de Vimioso (distrito de Bragança), no Nordeste Transmontano, e está integrada na Zona Especial de Conservação e Zona de Proteção Especial Rios Sabor e Maçãs da Rede Natura 2000, bem como na Reserva da Biosfera Transfronteiriça da Meseta Ibérica.

O projeto irá realizar a avaliação e monitorização do solo, dos habitats e da biodiversidade da área de intervenção para promover o restauro holístico do ecossistema local.

NOTÍCIAS
Brevemente

Promotor Palombar

Parceiros AEPGA, IPB, CIBIO e MORE

Território Nordeste Transmontano | Rede Natura 2000 | Reserva da Biosfera Transfronteiriça da Meseta Ibérica

Financiamento