quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

Doação a Gil Martins Doutel de Ova e Balsamão (Uva, concelho de Vimioso, e Balsamão, concelho de Macedo de Cavaleiros?) - 1 de Maio de 1385

 «Dom Joam pela graça de Deus Rei de Portugal e do Algarve. 
A quoamtos esta carta virem fazemos saber que Gil Martinz Doutel nosso vassallo nos mostrou hüa carta em que era conteudo que sendo nos mestre da cavalaria da ordem d’Aviz e defemssor e regedor dos ditos reinos lhe demos de juro de erdade pera elle e pera todos seus sucesores e herdeiros que depos delle vierem as nosas terras da Ova e de Balsamão com todas suas remdas, dereitos e pertemças e foros e trebutos segumdo na dita carta melhor e mais compridamente he conteudo; e pedimdo-nos por merce que pois a Deus aprouve em nos poer em este estado de Rei que lhe comfirmassemos a dita carta que lhe fizemos das ditas terras; e nos vemdo o que nos pedia e querem-do-lhe fazer graça e merce pello muito serviço que delle recebemos e emtemdemos de receber e porque nossa vontade e merce he que outro nenhum não aja as ditas terras salvo elle temos por bem e comfirmamos-lhe a dita doação pela guissa que na dita carta he conteudo; porem mandamos que lhe seja comprida e guardada ha dita carta que lhe das ditas terras demos em semdo nos defensor e regedor dos ditos reinos como dito he segumdo se em ella contem e mamdamos e defemdemos que nenhüa pessoa que seja lhe não va contra ella em nenhüa guissa que seja e all não fação; e en testemunho desto lhe mamdamos dar esta nossa carta.

Dante na cidade do Porto primeiro dia de Maio El Rei o mandou; Gonçallo Lourenço a fez era de mil e coatrocentos e vinte e tres annos» (221).
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(221) Copiado do fólio 10 de um livro manuscrito com capa de pergaminho, fólio de papel almaço, existente em Bragança em poder de Abílio de Jesus Ramos Zóio. Este códice consta de 209 fólios paginados de frente e com a rúbrica — Doutel — todos escritos até ao 42. No fólio 2 há um escudo iluminado formado por seis besantes de prata em campo vermelho postos em duas palas divididos por uma flor de lis. Nele, a requerimento de António Doutel de Almeida, cidadão de Bragança, despachado em 8 de Novembro de 1624, foram transcritos por tabelião, autorizado judicialmente, ou seja, em forma autêntica, os papéis e documentos pertencentes ao morgadio Doutel de Bragança. Depois, o licenciado Sebastião Cardoso, juiz de fora em Miranda do Douro, ao ser incumbido de fazer o tombo dos bens do morgadio Doutel em 1634, pondo o livro ao invés e começando pelo fim, fez-lhe novo termo de abertura e encerramento paginando e rubricando com o seu apelido os fólios e lançando assim no códice virado com o debaixo para cima os termos e processos da demarcação a seu cargo que alcançam até ao fólio 63 vindo portanto a ficar em branco os que vão desse até ao 42.
Como não tem título, para facilidade das citações dar-lhe-emos o de Morgadio dos Doutéis de Bragança e respectivas notas genealógicas.
Ao bom amigo Francisco de Moura Coutinho o nosso reconhecimento por nos facilitar a leitura deste códice.
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MEMÓRIAS ARQUEOLÓGICO-HISTÓRICAS DO DISTRITO DE BRAGANÇA

Câmara vai investir 569 mil euros para recuperar Minas de Ervedosa

 O Município de Vinhais anunciou esta quarta-feira que vai avançar com a valorização turística das antigas Minas de Ervedosa, com o objetivo de as tornar visitáveis para os turistas.


A requalificação do antigo espaço mineiro, onde se explorava arsénio e estanho, vai beneficiar de um investimento de perto de 569 mil euros, com um apoio de 70% de fundos da “Linha + Interior Turismo”, 398 mil euros, ficando o restante encargo financeiro da responsabilidade da câmara.

A valorização Turística das Minas de Ervedosa prevê a criação e qualificação de um conjunto alargado de atrativos, de atividades e de elementos de apoio à visitação.

“As ações previstas para a execução da valorização descrita são: a criação de uma rede de percursos interpretativos temáticos, a requalificação da “Ponte dos Mineiros”, Infra Estruturar uma Praia Fluvial no Rio Tuela, Criar um Centro de atividades, a dinamizar no complexo da mina, valorizar o miradouro de Santa Bárbara, Elaborar um “Masterplan” para o Pólo Turístico do Complexo Mineiro de Ervedosa, Promover a sensibilização ambiental e o envolvimento da população e desenvolver e implementar um plano de comunicação”, informou fonte autárquica.

Glória Lopes

𝗘𝗻𝘁𝗲𝗿𝗿𝗼 𝗱𝗼 𝗘𝗻𝘁𝗿𝘂𝗱𝗼 - 𝟭𝟯 𝗱𝗲 𝗳𝗲𝘃𝗲𝗿𝗲𝗶𝗿𝗼, 𝗽𝗲𝗹𝗮𝘀 𝟮𝟬𝗵

 No próximo dia 13 de fevereiro, veste-te a rigor e vem celebrar connosco o tradicional Enterro do Entrudo de Freixo de Espada à Cinta.
O ponto de encontro está marcado para as 20h, no Largo do Outeiro.

Esta iniciativa é organizada pela Comissão de Festas em Honra de Nossa Senhora dos Montes Ermos 2024, com o apoio da Câmara Municipal de Freixo de Espada à Cinta.

Festival do Grelo - Macedo de Cavaleiros

Entre 10 e 17 de Fevereiro, de Vinhais a Vimioso, passando por Bragança temos máscaros, caretos, bailes e diabos à solta um pouco por toda a Terra Fria. Não falte à Festa!

8 a 11 de Fevereiro -44ª Feira do Fumeiro de Vinhais

Casa do Povo de Carrazedo assaltada

 Também em Alimonde houve movimentações suspeitas e em Vila Boa um café foi assaltado


A casa do povo de Carrazedo, no concelho de Bragança, foi assaltada, na madrugada de segunda-feira.

A casa do povo está entregue aos mordomos da festa de Nossa Senhora do Rosário, que acontece, naquela localidade, no Verão. Segundo a mordoma Sofia Pires, os ladrões levaram dinheiro e uma máquina de chocolates. “Por norma tiramos sempre o dinheiro ao final do dia mas no domingo não houve hipótese de o fazer. Segunda-feira, logo de manhã, vamos sempre tomar café e vimos que a caixa estava vazia, a porta do fundo aberta e também faltava a caixa dos chocolates. É um prejuízo de 300 euros. Praticamente, o que mais lá tínhamos era moedas. Eles forçaram a porta e entraram”.

A quantia ainda é avultada, considera Sofia Pires. “Andamos o ano todo a tentar fazer uma festa em condições a Nossa Senhora e acontecem estas coisas”, rematou, dizendo que na aldeia ninguém deu conta de qualquer movimentação anormal e que mesmo a vizinha que mora ali perto, que “esteve a fazer fumeiro até à 01 da manhã”, não deu conta de “nada” nem carros ali viu.

O assalto já foi reportado à GNR e, segundo apurámos, houve ainda uma tentativa de assalto à casa do povo da aldeia vizinha, Alimonde. E ao lado, na aldeia de Vila Boa, terá sido assaltado um café.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Carina Alves

Macedo Educar 2024

 A Câmara Municipal de Macedo de Cavaleiros apoia o prosseguimento de estudos dos alunos com aproveitamento escolar e mais necessitados, colaborando, assim, na formação de quadros técnicos superiores, residentes no concelho, contribuindo para um maior e mais equilibrado desenvolvimento social, económico e cultural.
Nesse sentido, informa que as candidaturas às bolsas de estudo tem início, hoje, dia 24 de janeiro e terminam no dia 26 de fevereiro de 2024.

Para mais informações deve consultar o  site do Município AQUI.

Macedo de Cavaleiros recebe camião cisterna do Fundo Ambiental para levar água às aldeias com problemas de abastecimento

 O Município de Macedo de Cavaleiros recebeu um camião cisterna, com 30 mil litros de capacidade, totalmente financiado pelo Fundo Ambiental.


De acordo com Rui Vilarinho, que assume as funções de presidente, esta é uma viatura necessária para levar água às aldeias que, no verão, têm problemas de abastecimento:

“É um equipamento muito importante que temos agora disponível, com uma capacidade grande de água, para levar a algumas aldeias que ainda têm captações próprias e em verões em que o ano é pouco chuvoso, entram em falência. Como tal, temos a necessidade de repor água para que não falte.

Esta viatura pode fazer vários trajetos por dia, sendo por isso suficiente.

As aldeias que mais têm este problema são Murçós, Espadanedo, Valongo, Lamalonga, Vilarinho de Agrochão às vezes também, pois embora não seja por captação própria, por vezes tem dificuldades porque a conduta que lhes leva água não tem dimensões suficientes. Às vezes acontece também em Azibeiro, Santa Combinha e Vale Benfeito.”

Até agora esse transporte de água era assegurado pelos bombeiros, o que causava constrangimentos:

Ao ser feita pelos bombeiros tínhamos aqui um problema porque eles não podem andar a meter água para apagar incêndios nas cisternas com água do canal, ou água imprópria, e a seguir encher com água tratada para levar às aldeias.

Resolvemos assim um problema sério.”

Este camião cisterna tem o valor de 150 mil euros, é usado mas em bom estado.

O Fundo Ambiental já contemplou também outros municípios com viaturas ou apoios equivalentes.

Foto: Município de Macedo de Cavaleiros
Escrito por ONDA LIVRE

1º CONCURSO DO ROSQUILHO 🧑‍🍳

 Com a intenção de promover e divulgar o tradicional e afamado Rosquilho, iguaria culinária ancestral que marca a identidade dos Vilaflorenses de forma genuína, a Associação ComCordas com Arte (@ComCordas - Vila Flor) vai realizar este Concurso, com apoio do Município, dia 3 de Março, no certame das Amendoeiras em Flor.
Mais que uma sobremesa ou complemento para o lanche, receita que passou de geração em geração, a preparação do Rosquilho integra segredos, arte e engenho, merecendo ser justamente promovido.

📍Aberto a Freguesias, Associações/Instituições, Pastelarias e Particulares.

📍Inscrições: via e-mail para comcordascomarte@gmail.com, online AQUI ou presencialmente na Loja da Ti Carina, até ao dia 16 de Fevereiro.

📍Oferta de pack de confeção base da receita (farinha, açúcar, ovos e canela) por cada inscrição.

📍1º prémio simbólico para cada uma das 4 categorias a concurso, porém como o mais importante é participar, haverá prémios de participação para todos os participantes.

📍Critérios de avaliação do chef: sabor, textura e apresentação da iguaria.

PSP apreende 7.000 doses de haxixe em Bragança

 A Polícia de Segurança Pública (PSP) apreendeu 7.000 doses de haxixe e deteve dois suspeitos em flagrante por tráfico de droga, anunciou a força de segurança em comunicado.


A PSP detalhou que os suspeitos, de 22 e 27 anos, estavam a ser monitorizados há cerca de seis meses. Distribuíam produtos estupefacientes em diversos locais da cidade, “incluindo junto da comunidade académica”, avançaram as autoridades.

A polícia montou uma operação, onde foram apreendidos 3.453 gramas de haxixe, o suficiente para cerca de 7.000 doses individuais. Foram encontrados 2.245 euros em dinheiro, “bem como material diverso associado ao corte, pesagem e embalamento de doses individuais de estupefaciente para revenda”, descreveu a autoridade policial na mesma nota escrita.

Os detidos vão ser presentes a tribunal para primeiro interrogatório judicial, onde irão ficar a conhecer eventuais medidas de coação.

TYR//LIL
Lusa/Fim

MP instaura inquéritos ao caso da sodomização de aluno em escola de Vimioso

 O Ministério Público (MP) instaurou inquéritos crime e tutelar educativo ao alegado episódio de sodomização de um aluno de 11 anos por oito colegas, com idades entre os 13 e os 16 anos, em Vimioso, distrito de Bragança.
“Confirma-se a instauração de inquérito-crime relacionado com a matéria, o qual se encontra em investigação. Os factos deram igualmente lugar à instauração de um inquérito tutelar educativo”, refere a Procuradoria-Geral da República (PGR), em resposta enviada hoje à agência Lusa.

A PGR explica que “o inquérito tutelar educativo (ITE) encontra-se previsto na Lei Tutelar Educativa, quando estão em causa factos qualificados pela lei como crime, praticados por menor(es) entre os 12 e os 16 anos”.

Fonte do Ministério da Educação avançou anteriormente que os oito alunos alegadamente envolvidos na agressão sexual foram hoje suspensos pelo Agrupamento de Escolas de Vimioso e durante quatro dias - até sexta-feira -, acrescentando tratar-se de uma “medida preventiva”, uma vez que continuam a decorrer os processos disciplinares instaurados pelo estabelecimento de ensino.

Várias fontes ouvidas anteriormente pela Lusa confirmaram que o episódio de sodomização ocorreu no dia 19, no interior do estabelecimento de ensino, “com recurso a uma vassoura”, e na presença de uma funcionária, pelo menos, que “nada fez” para travar os supostos agressores, informação que também consta de uma exposição da Junta de Freguesia de Vimioso, enviada na semana passada à Lusa.

Segundo estas fontes, policiais e locais, dois dos agressores têm 16 anos - já podem responder criminalmente - e um deles é irmão da vítima, tendo completado 16 anos no dia da suposta agressão sexual.

Os restantes alunos alegadamente envolvidos na ocorrência têm entre 13 e 15 anos.

A alegada agressão sexual aconteceu no dia 19, mas só três dias depois é que a GNR foi informada da ocorrência.

Apenas nesse dia o aluno foi levado ao Centro de Saúde de Vimioso e depois ao hospital de Bragança.

Há uma semana, no local estiveram inspetores da Polícia Judiciária e, na quarta-feira, a vítima foi encaminhada para o Instituto de Medicina Legal, no Porto, para realização de perícias, ou seja, cinco dias depois do alegado episódio de sodomização.

Em resposta enviada na sexta-feira à Lusa, o Ministério da Educação (ME) disse que o Agrupamento de Escolas de Vimioso, ao tomar conhecimento do sucedido, procedeu à “instauração de 10 processos disciplinares a alunos que terão estado envolvidos no caso do aluno que terá sofrido a alegada agressão”.

A Lusa questionou o Agrupamento de Escolas de Vimioso, continuando a aguardar resposta, e tem tentado contactar, por várias vezes, a diretora Ana Paula Falcão, que até ao momento também não atendeu as chamadas.

JGS // MSP
Lusa/Fim

1° BTT ROTA DA UNIÃO | 29 de março Valpereiro - Alfândega da Fé

 Para os amantes do BTT, a ARV - Associação Recreativa de Valpereiro vai organizar no próximo dia 29 de Março, o 1° BTT ROTA DA UNIÃO. O percurso que inicia e termina na freguesia de Valpereiro, num percurso único de 35 - 40 km, leva os amantes do BTT pelas magníficas paisagens da União de Freguesias de Agrobom, Saldonha e Valpereiro.
Valpereiro, freguesia do concelho de Alfândega da Fé, entre os dias 29 e 30 de março, será um ponto de paragem obrigatória para os apaixonados por duas rodas 🚴🏍️.

INSCRIÇÕES AQUI 28 de março:

10€ | Passeio e almoço (acompanhamento, seguro, reforços, banhos, kit de participante e almoço)
7€ | Passeio sem almoço (acompanhamento, seguro,reforços, banhos e kit de participante)
5€ | Almoço para acompanhantes

Para mais informações contactar 935 499 814 ou através do e-mail associacaorecreativavalpereiro@gmail.com

ESTÁ A CHEGAR O CARNAVAL DE BRAGANÇA COM CASULAS E BUTELO À MESA

𝗠𝗲𝗴𝗮 𝗔𝘂𝗹𝗮 𝗱𝗲 𝗙𝗶𝘁 𝗗𝗮𝗻𝗰𝗲 - 𝟵 𝗱𝗲 𝗳𝗲𝘃𝗲𝗿𝗲𝗶𝗿𝗼

 No próximo dia 9 de fevereiro, vem dançar e traz um amigo para a Mega Aula de Fit Dance, orientada pelo Master Trainer/Coach Mário Lopes, e pela Instrutora Dalila Colaço.
Esta Mega Aula, gratuita e sem inscrição obrigatória, decorre no Gimnodesportivo, pelas 18h30 destinada às crianças, e depois às 19h30 para os adultos.

𝗢 𝗖𝗜𝗧 𝗮𝗽𝗿𝗲𝘀𝗲𝗻𝘁𝗮 𝗮𝘀 𝗺𝗮́𝘀𝗰𝗮𝗿𝗮𝘀 𝗲 𝗿𝗶𝘁𝘂𝗮𝗶𝘀 𝗱𝗲 𝗧𝗿𝗮́𝘀-𝗼𝘀-𝗠𝗼𝗻𝘁𝗲𝘀 𝗲 𝗱𝗼 𝗗𝗼𝘂𝗿𝗼 𝗻𝘂𝗺𝗮 𝗲𝘅𝗽𝗼𝘀𝗶𝗰̧𝗮̃𝗼 𝗱𝘂𝗽𝗹𝗮 𝗮 𝗽𝗮𝗿𝘁𝗶𝗿 𝗱𝗲 𝟴 𝗱𝗲 𝗳𝗲𝘃𝗲𝗿𝗲𝗶𝗿𝗼

 "Eu e o outro" de Manuel Gardete e as "Máscaras" de Leonardo Maia vão estar patentes no CIT - Sambade/Alfândega da Fé de 8 de fevereiro a 28 de abril. A entrada é livre
📆INAUGURAÇÃO 8 FEV - 17h30

Saiba mais aqui AQUI.

III ENCONTRO DE RITUAIS ANCESTRAIS - BEMPOSTA 2023

II Encontro de Máscara de Rituais Ancestrais Ibérico, 2020, Chocalheiro de Bemposta

terça-feira, 30 de janeiro de 2024

IDOSOS DE MIRANDA DO DOURO COMBATEM A SOLIDÃO LIMPANDO O LIXO DAS ALDEIAS

 A Universidade Sénior de Miranda do Douro levou os alunos para a rua para ensinar mais sobre sustentabilidade ambiental e ao mesmo tempo põe os idosos a conviver


O grande fantasma que assombra estes territórios marcados pelo envelhecimento e pela falta de gente, a solidão, está a ser combatido, em Miranda do Douro, de uma forma peculiar: apanhando lixo. Sim, é a recolher resíduos abandonados e perdidos pelo chão que mais de 30 idosos da Universidade Sénior de Miranda do Douro estão a dizer não ao isolamento. “Un Lhugar Más Asseado, Ua Bezinança Más Sustentable” é o nome do projecto que nasceu nas aulas de Andreia Barbosa, professora voluntária da universidade, que leciona temas ligados à sustentabilidade. Numa primeira fase estudou-se a teoria e, depois, alunos e professora decidiram que deveriam ir para a rua. Assim, todos os meses, até Junho, os idosos estão a percorrer várias localidades, para apanhar resíduos, promover a limpeza nas aldeias, partilhar noções de reciclagem e, ao mesmo tempo, estimular o convívio, visitar e revisitar o mundo rural, reencontrar os amigos que por lá têm ou até mesmo conhecer gente.

Boas práticas não têm idade

Ilda Delgado, de 74 anos, é aluna da universidade sénior há vários anos, quase desde que esta abriu portas, em 2013. A necessidade de ver gente, de conviver, tornou-a participante. A idosa, que costuma ir quase todos os dias, se estiver por Miranda, claro, decidiu participar nestas actividades para se sentir útil. “Às vezes vejo na televisão este tipo de coisas e começo a pensar em porquê não o fazer também. Ainda bem que o pudemos fazer porque é uma maneira de andar, de conviver e de limpar”, esclareceu Ilda Delgado, a quem esta actividade lhe parece “muito bem”. Joaquim Almeida também não podia estar mais agradado com esta nova actividade que a universidade sénior propôs aos alunos. “Parece-me muito bem. Estou a adorar esta iniciativa”, começou por dizer o aluno de 80 anos. “É muito lindo ver tudo limpo. Conheço todas as aldeias, daqui até Bragança, e estou a gostar de fazer este trabalho porque poder, depois, vê-las limpas é bom”, rematou ainda Joaquim Almeida, que é um dos mais recentes alunos da universidade, sendo que se inscreveu porque o filho o incentivou. A ideia de Joaquim Almeida, que até tem hortas, mas não tem a “autorização” da mulher para ir lá dar umas voltinhas, já que esta tem receio que tenha um acidente com o tractor, era distrair-se. Por isso, o idoso procurou esta instituição. “Venho-me entreter com a malta. Vou à piscina, que foi um autêntico milagre para as minhas artroses, vou para o campo da bola, vou para onde me mandam. Em casa estamos só a olhar para a televisão e a dar cabo dos sofás, assim distraio-me aqui um bocadinho”, contou Joaquim almeida. Fernando Delgado, de 79 anos, também é aluno da universidade sénior. Tanto ele como a mulher já o foram, noutros tempos, durante um ano, e agora voltam, a ser. “Voltámos por tudo, pelo convívio, para nos distrairmos e para irmos aprendendo uns com os outros. Os dois, sozinhos, em casa… custa a passar o tempo e aqui não”, referiu o idoso. Quanto a esta nova actividade… bem, sobre isso não tem dúvidas. “É muito importante. A limpeza das aldeias é muito essencial e poder passar esta mensagem é bom. Há resíduos por todo o lado e, assim sendo, estas actividades são muito boas”, referiu, sublinhando que, ao mesmo tempo, “isto é divertido” pois é possível “conviver”.

Transmitir aos vindouros

Andreia Barbosa, professora das aulas de boas práticas de sustentabilidade no Planalto Mirandês, acreditou que “era preciso sensibilizar os alunos”, no sentido que eles reconheçam muitas das práticas que já fazem naturalmente, como sustentáveis, que as “valorizem”, e assim consigam “transmitir esse conhecimento às gerações vindouras”. “Eles são pais e avós e têm esse grande papel pedagógico de, através do exemplo, conseguir transformar um bocadinho o mundo em que vivemos”, referiu a professora que, no ano passado, começou com actividades em sala, a explicar os fundamentos da sustentabilidade, a ambiental, social e económica. Depois da teoria veio a prática. “Achei que era preciso trazê-los ao terreno. Não podia dissociar a parte ambiental da social. E o que eu queria era que esta actividade tivesse um impacto positivo nestas pessoas que estão a ajudar a aldeia a ficar mais limpa, que tivessem mais consciência ao deitar o lixo fora e, ao mesmo tempo, que visitassem as suas aldeias, as aldeias dos amigos, convivessem com as pessoas, combatessem, desta forma pequenina mas grande, o isolamento”, assinalou ainda Andreia Barbosa. Este projecto conta com o apoio da Resíduos do Nordeste, que oferece aos alunos o material necessário para a recolha de lixo, luvas, sacos e pinças. No final do projecto, há uma visita ao Cachão, no concelho de Mirandela, onde se instala a Resíduos do Nordeste, para “desmistificar estas empresas que trabalham para nós”. “Os mitos urbanos existem e há quem pense ‘porque é que eu vou fazer reciclagem se depois eles juntam tudo?’. Isto é um problema. Se isso não é desmistificado as pessoas não colaboram e têm de sentir é uma necessidade e têm de ter cuidado”, esclareceu ainda a professora.

Lixo transformado em arte

No final, também em parceria com o Museu da Terra de Miranda, os alunos vão criar peças de arte com o lixo. Segundo Pedro Almeida, do espaço museológico, o museu vai ajudar na construção plástica, na parte da reutilização. “Os alunos vão fazer a recolha e depois o museu entra na parte da montagem e execução, para construir algo de novo com aquilo que for recolhido”, disse, assinalando que “a arte, como algo abrangente, é fundamental” e, neste caso, o que vai acontecer é “descoberta” e perceber-se a “criatividade” de cada um dos idosos, para os quais a reciclagem não é algo tão desconhecido como para os mais novos pois são pessoas que estão mais habituadas a dar uso a tudo e a pouca coisa deitar fora.

Envelhecimento activo

A Universidade Sénior de Miranda do Douro tem 94 alunos. São idosos essencialmente da cidade, mas também os há de algumas aldeias e até de Vimioso. A universidade funciona todos os dias e têm várias actividades, hidroginástica, aquabike, marcha e corrida, boccia, walking football, actividades de sustentabilidade, informática, arqueologia, saúde, instrumentos musicais, jogos tradicionais e agricultura. Sandrine Araújo, coordenadora da instituição não tem dúvidas de que “o isolamento pode levar a depressões” e, por isso, o que se tenta é quebrar isso. “Também dizemos não ao isolamento através de saídas e de convívios sem estarem ligados às disciplinas, como o Magusto, ceia de Natal, visita a Podence no Carnaval, visitas a Bragança, a Zamora, a uma série de lugares”, contou a coordenadora, que disse que em Maio vão acolher o 7º encontro de universidades séniores do distrito. A iniciativa da universidade é da câmara municipal, assim como o apoio logístico à instituição, muito dele, é dado pelo município, o que enche de “orgulho” a presidente. “Em torno da universidade há muitas actividades e ela de sénior só tem o nome porque parece que estas pessoas têm pilhas. Tornou-se numa referência a nível do Nordeste Transmontano”, assinalou Helena Barril, presidente da câmara, que disse ainda que só é pena que estas iniciativas não se possam replicar porque o ideal era que cada aldeia tivesse a sua universidade.

Jornalista: Carina Alves

Metallum Art - do Lixo ao Luxo

 "Metallum Art: Do Lixo ao Luxo" é uma exposição, de Jorge Orfão, que procura explorar a transformação criativa de materiais em fim de vida em obras de arte metálicas impressionantes.
Nesta exposição, o artista converte objetos aparentemente sem valor em peças de elevado valor artístico, resgantando todo o potencial existente em itens comuns do nosso cotidiano.

Inauguração da exposição a 16 de fevereiro, pelas 18h, na Ecoteca de Mirandela.

Desfile Entrudo Trapalhão 2024 - MIRANDELA

 O Entrudo Trapalhão volta a sair às ruas de Mirandela a 11 de fevereiro! Junte amigos e familiares e participe nesta trapalhada carnavalesca!
O desfile etnográfico tem início na Reginorde pelas 14:30h e terminará na Praça do Mercado Municipal com muita animação e porco no espeto!

Inscrição de grupos organizados na sua Junta de Freguesia ou Associação Local até 08 de fevereiro.

XX Med On Tour

 O Med On Tour é a maior ação de rastreios de saúde feita por estudantes de medicina, em Portugal! No ICBAS, esta atividade celebra a sua XX edição e Mirandela volta a unir-se a esta iniciativa, recebendo estes estudantes.
Durante dois dias, este grupo de estudantes vai desenvolver varias ações de sensibilização e prevenção da doença, com palestras e rastreios para a comunidade, direcionada para várias faixas etárias.

ENTRUDO - Vila Boa - VINHAIS

Mensageiro de Bragança - 8 DE MAIO DE 1970

Festival do Butelo e das Casulas & Carnaval dos Caretos

 Não é em vão que o concelho de Bragança é conhecido pelas melhores e mais genuínas tradições tanto ao nível da gastronomia, como da cultura.


O Festival do Butelo e das Casulas & Carnaval dos Caretos, de 9 a 13 de fevereiro, é a prova de que se consegue unir, num só evento, o melhor destes dois mundos, conjugado com a modernidade e património histórico e edificado de uma das cidades mais antigas do País.

“Trata-se de uma iniciativa que dinamiza não só o turismo, como toda a economia local. A capacidade hoteleira já está esgotada para esses dias”, destacou o Presidente da Câmara Municipal de Bragança em exercício, Paulo Xavier, durante a apresentação do Festival do Butelo e das Casulas & o Carnaval dos Caretos à comunicação social local, que teve lugar hoje, no Museu Ibérico da Máscara e do Traje.

É em pleno centro histórico que se encontra o epicentro do Festival do Butelo e das Casulas, que promove aquele que é prato por excelência do Entrudo transmontano. Na Praça Camões, que abre portas a 9 de fevereiro, com o maior número de expositores de sempre, num total de 40, oriundos dos Distritos de Bragança e Vila Real, com produtos como fumeiro, vinho, azeite, mel, doçaria e pão, artesanato, entre outros.

Até ao Dia de Carnaval (13 de fevereiro), vão decorrer showcookings com os chefes Óscar Geadas (Restaurante G, Estrela Michelin), António (IEFP), Hélio Loureiro e Marco Gomes (Restaurante Oficina).

Provas com produtos das Terras de Trás-os-Montes são outros dos momentos de passagem e paragem obrigatória para os apreciadores da boa gastronomia durante a iniciativa D’ Gustar TTM.

No espaço contíguo à tenda na Praça Camões, existe uma área de restauração, que funciona das 12:00 às 23:00 horas.

Em simultâneo decorre a Semana Gastronómica do Butelo e das Casulas. De 2 a 13 de fevereiro, nos 26 restaurantes aderentes.

E porque a época do Entrudo combina com alegria e folia, realiza-se o Carnaval dos Caretos, que tem o seu apogeu no dia 10 de fevereiro com o desfile de grupos de Caretos de Portugal e de Espanha, escolas e instituições do Concelho pelas ruas da zona histórica, culminando com a Queima do Diabo, no Largo do Castelo de Bragança.

Já no dia na segunda-feira de Carnaval (12 de fevereiro), decorre a apresentação do livro “Máscaras y Património – Etnografia Del Carnaval en el Siglo XXI”, na Praça Camões.

A 14 de fevereiro, Quarta-feira de Cinzas, é a vez do Diabo, a Morte e a Censura saírem à rua. O trio de mascarados percorrem a zona histórica de Bragança atrás das raparigas, castigando-as, como forma de chamar a atenção para a necessidade de fazer penitência neste que é o primeiro dia da Quaresma.

O Carnaval dos Caretos é um evento que, partindo das Festas de Inverno, contribui para a preservação e dinamização da riqueza, identidade e diversidade cultural e etnográfica do Nordeste Transmontano.

Mais informações AQUI.

Escreve-me uma carta...

Por: Paula Freire
(colaboradora do Memórias...e outras coisas...)

 "As cartas tinham mãos que enlaçavam. Tinham corpo que se fazia presente sobre a distância das emoções ansiosas de chegar. As cartas eram os nossos olhos no coração do outro."


Escreve-me uma carta, pediste-me. Escreve-me uma carta...
E eu escrevo. Com o toque da pele sobre a textura delicada do papel, escrevo-te uma carta. Escrevo-te uma carta com as palavras que não saberia pronunciar.
Poderia ser a primeira de muitas cartas.
Mas hoje, sabes, já não se escrevem cartas de amor, meu amor. Perdeu-se a magia única da surpresa do sorriso, o encontro das letras descobertas dedo a dedo, despidas linha a linha com a suavidade de muitas pétalas que caem aos pés nus de quem se ama.
As cartas tinham mãos que enlaçavam. Tinham corpo que se fazia presente sobre a distância das emoções ansiosas de chegar. As cartas eram os nossos olhos no coração do outro.
Traziam consigo a alegria de todas as esperas. Uma forma tão própria de abrir portas e janelas no interrompido destino do tempo. Um modo tão único de prever a voz que nos permanecia nas memórias mais doces. Um modo tão especial de não apenas tocar, mas de nos afundar em mãos imaginadas, em lábios silenciosos.
Escreve-me uma carta, pediste-me.
Permite-me, então, que o teu olhar se encerre dentro de mim e deixa-me dançar ao compasso do pensamento que cumpre as letras de toda a nossa intimidade. E nele, oferecer-te a soma de tudo o que te sinto.
Braço dado com a imaginação do teu suspirado abraço, como poética confidência, te confesso que o perfume da nossa carta ganhou forma no sentir do que, um dia, me sussurraste em surdina, enquanto elogiavas a minha forma sincera de sorrir. Um sorriso largo, livre, vivo. É assim que gosto de te ver, disseste.
Como gostas de me ver desprevenida debaixo do teu olhar atento. Cabelos desalinhados, alça à vista sob uma manga desavergonhada descida sobre o ombro. Um retorcer pueril de lábios que não adivinham os teus olhos de gato.
Como gostas de me ver no dedilhar dos poemas que duvidas que te escrevo.
Como gostas de me ver nas sombras e luzes das fotografias que afirmas não gostares de ver, só porque não foram pensadas apenas para ti.
Como gostas de me (escre)ver num umbral de páginas brancas onde um tinteiro de alquimia te serve de inspiração.
Foi quando te entendi a simplicidade que seduz. Foi apenas quando te entendi nos pormenores escondidos do que te comove.
Talvez agora descubra porque me amas e eu nem saiba.
Porque há amores assim, sem sílabas, amores que não sabem dizer.
Às vezes, seriam precisas cartas de amor, como esta, que me pediste. Cartas verdadeiras de amor, para (nos) aprendermos a escutar.

Paula Freire
- Natural de Lourenço Marques, Moçambique, reside atualmente em Vila Nova de Gaia, Portugal.
Com formação académica em Psicologia e especialização em Psicoterapia, dedicou vários anos do seu percurso profissional à formação de adultos, nas áreas do Desenvolvimento Pessoal e do Autoconhecimento, bem como à prática de clínica privada.
Filha de gentes e terras alentejanas por parte materna e com o coração em Trás-os-Montes pelo elo matrimonial, desde muito cedo desenvolveu o gosto pela leitura e pela escrita, onde se descobre nas vivências sugeridas pelos olhares daqueles com quem se cruza nos caminhos da vida, e onde se arrisca a descobrir mistérios escondidos e silenciosas confissões. Um manancial de emoções e sentimentos tão humanos, que lhe foram permitindo colaborar em meios de comunicação da imprensa local com publicações de textos, crónicas e poesias.
O desenho foi sempre outra das suas paixões, sendo autora das imagens de capa de duas obras lançadas pela Editora Imagem e Publicações em 2021: Cultura sem Fronteiras (coletânea de literatura e artes) e Nunca é Tarde (poesia).
Prefaciadora do romance Amor Pecador, de Tchiza (Mar Morto Editora, Angola, 2021) e da obra poética Pedaços de Mim, de Reis Silva (Editora Imagem e Publicações, 2021).
Autora do livro de poesia Lírio: Flor-de-Lis (Editora Imagem e Publicações, 2022).
Em setembro de 2022, a convite da Casa da Beira Alta, realizou, na cidade do Porto, uma exposição de fotografia sob o título: "Um Outono no Feminino: de Amor e de Ser Mulher".
Atualmente, é colaboradora regular do blogue "Memórias... e outras coisas..."- Bragança e da Revista Vicejar (Brasil).
Há alguns anos, descobriu-se no seu amor pela arte da fotografia onde, de forma autodidata, aprecia retratar, em particular, a beleza feminina e a dimensão artística dos elementos da natureza, sendo administradora da página de poesia e fotografia, Flor De Lyz.

Mau ambiente

Por: Manuel Eduardo Pires
(colaborador do Memórias...e outras coisas...)

Manifestações e greves funcionam razoavelmente bem nas relações laborais e políticas. Geralmente elas implicam a existência de dois campos em confronto, o dos que por algum motivo decidem mostrar-se insatisfeitos e o daqueles contra quem se posicionam e que pretendem influenciar, pressionar ou até excluir – governos, patrões e outras entidades. Também pressupõem um mundo subjetivo a preto e branco segundo o qual os que fazem greve ou se manifestam se veem a si próprios como bons e injustiçados e a outra parte como má e sonegadora de direitos. Tal antagonismo não significa contudo que não haja dependência, até porque os primeiros esperam sempre que os segundos lhes resolvam alguma dificuldade.
Em matéria de ambiente não se discutem as vantagens de pressionar líderes, governos, indústrias, lóbis e demais forças cujos comportamentos se querem ver modificados. No entanto, ver essa luta usar às cegas os métodos próprios do mundo da política e do trabalho traz o receio de que possa também vir cheia de mal-entendidos. Era bestial que as alterações climáticas fossem um ser dotado de racionalidade, pressionável, contra quem se gritassem palavras de ordem tal como se faz com o patronato. Um adversário de carne e osso que se pudesse eliminar. Um exército de ameaçadoras máquinas alienígenas no encalço das quais se enviasse um exterminador, ao jeito dos trailers de suspense. Não sendo nada disto, manifestar-se ou protestar contra elas nunca irá mudar um milímetro o seu comportamento.
Por outro lado, alinhar na ideia de que nesta questão há bons e maus e pensar em termos de “nós contra eles” arrisca-se a ser contraproducente. Tanto quanto me foi dado a entender, a postura dos ativistas do clima é a de quem acha que alguém que não eles deve assumir o encargo de mudar aquilo que há para mudar. Ora num assunto cuja gravidade requer o contributo de todos os sete mil milhões de habitantes do planeta, a ideia implícita de que há inimigos a combater é deixar-se ir pelo caminho mais fácil. É sacudir a água do capote. Só quando cada pessoa compreender que o inimigo do ambiente é ela própria poderá deixar de procurar bodes expiatórios e dedicar-se a fazer a parte que lhe cabe. 
A acreditar na mensagem que as televisões querem fazer passar, é principalmente a juventude que acalenta ideais de proteção ambiental, os leva a peito e está a tomar conta das ruas para os defender. Assim de repente parece bonito e generoso. Provavelmente o grosso dos espetadores até fica convencido, mas eu, que devo ter uma costela de desconfiado e outra de casmurro, torço o nariz. Há um par de meses já tinham mostrado grandes peças a propósito do mesmo. E o que na altura presenciei ao vivo e a cores foi uma cena bastante mais prosaica, embora mais verdadeira, em que umas centenas de fedelhos que não sabem se estão neste mundo se no outro deram um tiro às aulas durante uma tarde inteira, curtiram bué e tiraram imenso prazer disso. Se calhar tenho tido azar, sendo por isso sensato evitar tomar a parte pelo todo, mas a maioria dos jovens que conheço parecem-me tão alheios à natureza e aos seus problemas, tão afastados dela, que ficam histéricos quando um simples inseto entra inadvertidamente numa sala de aula. Por isso as minhas reservas perante as parangonas.
Numa destas últimas manifs, já não sei onde, esses jovens que querem então mudar o mundo revelavam a sua seriedade e grau de consciência com respeito ao tema comprazendo-se em queimar pneus em quantidade e em lançar propositadamente para o ar todo o tipo de fumaradas. De caminho também aproveitavam para destruir o que apanhavam pela frente. Como iam ter que restaurar as forças gastas enquanto protestavam através da ingestão de alimentos, e como quer estes quer os equipamentos destruídos (que será preciso repor) são fabricados ou transformados em unidades industriais que poluem, os ditos indignados estavam afinal a poluir um pouco mais, como aliás fazem com tudo o que consomem.
Mas tal como a maioria das pessoas pelos vistos não o sabem, assim como parecem não saber que é extremamente difícil imaginar algo nas suas vidas que não implique degradar o ambiente. Também é necessária alguma coragem para lhes dizer isso, ou que mais eficaz do que fazer “greve” talvez seja ficar em casa e começar a abdicar de muitas das regalias de que desfrutam…

Nordeste - out. 2019

Manuel Eduardo Pires
. Estes montes e esta cultura sempre foram o meu alimento espiritual, por onde quer que andasse. Os primeiros para já estão menos mal, enquanto a onda avassaladora do chamado progresso não decidir arrasá-los para construir sabe-se lá o quê, mas que nunca será tão bom. A cultura, essa está moribunda, e eu com ela. Daí talvez a nostalgia e o azedume naquilo que às vezes digo. De modo que peço paciência a quem tiver a paciência de me ir lendo.

1906 – Inauguração do Mercado na Praça Camões.

Foram suspensos da escola os oito alunos que terão sodomizado uma criança, de 11 anos, no Agrupamento de Escolas de Vimioso

 Ao que conseguimos apurar, o Ministério Público já está a par do caso e a investigar.


Os exames realizados à criança em Bragança deram inconclusivos. Resta saber quais são os resultados dos que foram feitos no Porto.

O presidente da Comissão de Protecção de Crianças e Jovens de Vimioso, António Santos, confirmou o episódio, que aconteceu no dia 19, sendo que dele só tomou conhecimento no dia 22:

“Terá havido um grupo de crianças que terá tentado molestar uma criança de 11 anos. Mal o relato me foi dado a conhecer diligenciei no sentido de contactar a directora do Agrupamento de Escolas de Vimioso e a mãe da criança, que me disse que o filho lhe transmitiu que tinha sido vítima de tentativa de agressão sexual. De imediato diligenciei no sentido de que a mãe se deslocasse ao centro de saúde de Vimioso para se avaliar a dimensão das lesões. A médica viu a criança e apercebeu-se que ali havia alguma gravidade e contactou a GNR. A criança foi enviada ao hospital de Bragança e fez alguns exames, que não foram conclusivos. No dia seguinte a Polícia Judiciária esteve em Vimioso a investigar”, 

Na terça-feira da semana passada houve uma reunião da CPCJ, na qual foi discutida a situação e foi relatado ao Ministério Público o que se terá passado. O aluno terá sido sodomizado com recurso a uma vassoura e uma funcionária da escola estaria presente mas, aparentemente nada fez:

“Tanto quanto sei estaria presente uma funcionária. Parece que não terá agido nem reagido mas não posso confirmar. Da nossa parte tudo fizemos para salvaguarda o superior interesse da criança e para que ela pudesse não se sentir tão ferida no seu intimo, a ser tudo isto verdade”.

As perícias à criança foram feitas cinco dias depois de ter sido alegadamente sodomizado.

Os supostos agressores, com idades entre os 13 e 16 anos, terão usado uma vassoura.

INFORMAÇÃO  E FOTO CIR (Rádio Brigantia)

ULS do Nordeste já conta com a especialidade de Endocrinologia

 A Unidade Local de Saúde do Nordeste conta agora com a especialidade de Endocrinologia.


As consultas foram implementadas este mês e vão acontecer mensalmente.

São realizadas no Hospital de Bragança e permitem acompanhar doentes com patologias do sistema endócrino, composto pelas glândulas responsáveis pela produção de hormonas, sendo as mais frequentes as doenças na tiroide, abordagens específicas em casos de diabetes e problemas de âmbito reprodutivo. O objetivo é a prestação deste serviço médico, mais próximo da área de residência dos utentes, que deixam assim de ter de se deslocar ao Porto.

A consulta é efetuada pelo médico João Pedro, que exerce também no Hospital de São João, no Porto.

Nesta fase, os doentes são referenciados para a consulta de Endocrinologia através da área hospitalar, mas o objetivo é que, mais tarde, possa ser alargada aos Cuidados de Saúde Primários.

Escrito por ONDA LIVRE

Presidente do IPB critica de falta de financiamento no ensino superior

 O presidente do Instituto Politécnico de Bragança queixa-se da falta de financiamento para o ensino superior


Na comemoração do aniversário do IPB, ontem, Orlando Rodrigues, salientou que há um problema de financiamento, que deixa Portugal atrás de muitos outros países desenvolvidos. “Quando olhamos para o volume de financiamento que nós, país, colocamos no ensino superior é muito inferior aos países mais desenvolvidos e muito inferior a alguns países que têm mostrado um desenvolvimento muito rápido e que ultrapassaram Portugal, em particular os conhecidos casos dos países Balcãs, e a Polónia. São exemplos claros que neste momento investem mais no ensino superior e na ciência do que Portugal”, referiu.

O presidente do IPB explicou que a falta de apoio traz complicações para as instituições, nomeadamente a falta de trabalhadores. “Reflecte-se em maior dificuldade de funcionamento das instituições, a dificuldade em investirem, a impossibilidade de contratarem mais recursos humanos, nalguns níveis na insuficiência de recursos humanos ou precariedade, que só se resolvem com mais dinheiro”, disse.

Esta segunda-feira, o Instituto Politécnico de Bragança comemorou o seu quadragésimo primeiro aniversário. Orlando Rodrigues destacou os vários projectos que estão em cima da mesa e que espera ver concluídos em breve. “Residências que já adjudicamos, são quatro com cerca de 500 camas novas para disponibilizar aos novos alunos. Vamos arrancar também brevemente com a escola de saúde, estamos a fazer o projecto neste momento. O nosso campo de Chaves também vai arrancar. É uma instituição com muitos projectos para o futuro. Também estamos a candidatar novas unidades de investigação, seis no total”, adiantou.

Na cerimónia comemorou-se ainda os 10 anos de dupla diplomação entre o IPB e a Universidade Tecnológica Federal do Paraná e foram entregues medalhas de honra e comemorativas, bem como prémios aos melhores alunos.

O IPB acolhe mais de 10 mil alunos, um terço são estudantes estrangeiros, sendo a instituição do ensino superior que mais estudantes estrangeiros acolhe.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Ângela Pais

𝗖𝗮𝗺𝗶𝗻𝗵𝗮𝗱𝗮 𝗱𝗮 𝗔𝗺𝗲𝗻𝗱𝗼𝗲𝗶𝗿𝗮 𝗲𝗺 𝗙𝗹𝗼𝗿 𝟮𝟬𝟮𝟰

 Estão a decorrer as inscrições para a Caminhada da Amendoeira em Flor, que se realiza no dia 2 de março (sábado).
As inscrições têm o valor de 5€/pessoa (almoço incluído), e devem ser efetuadas no Gabinete de Desporto até ao dia 28 de fevereiro.

A Caminhada da Amendoeira em Flor tem um percurso de 5 KM, com saída marcada para as 09h, no Espaço Multiusos.

Mais informações através dos contactos gabinete.desporto@cm-fec.pt / 935 452 595.

A ARV - Associação Recreativa de Valpereiro abriu inscrições para aulas de Concertina e Guitarra 🎸

 Se está interessado em aprender um destes instrumentos contacte a Associação até 29 de fevereiro: 935 499 814 ou associacaorecreativavalpereiro@gmail.com ou AQUI.

MUNICÍPIOS DA CIM DOURO REUNIRAM-SE PARA CANTAR AS JANEIRAS

Centro Cultural de Macedo de Cavaleiros

 Para uma descoberta mais aprofundada sobre a programação cultural do Centro Cultural de Macedo de Cavaleiros, são vários os recursos pelos quais o pode fazer.
Envie o seu número de telemóvel através dos contactos disponibilizados no site do Centro Cultural, via mensagem privada ou converse com um técnico do espaço, para ser inserido numa base de dados a partir do qual lhe serão facultadas todas as novidades culturais disponíveis. Assim, garante que não perde nenhum evento da agenda!

Também o site do Centro Cultural de Macedo de Cavaleiros é regularmente atualizado com a programação em vigor. Lá, encontra os contactos necessários para qualquer esclarecimento de dúvidas.

 A programação do Centro Cultural de Macedo de Cavaleiros contempla atividades de teatro, música, dança, exposições de escultura e pintura e manifestações festivas. É este o espaço de referência para os macedenses e todos os cidadãos que se queiram enriquecer culturalmente! 

Mais informação AQUI.

segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

Cooperativa dos Lavradores defende seguros de colheita para a amêndoa

 O presidente da Cooperativa dos Lavradores do Centro e Norte (CLCN), Armando Pacheco, apelou hoje aos produtores de amêndoa para fazerem seguros de colheita para minimizar possíveis quebras de produção devido à floração precoce das amendoeiras.


“Face às alterações climáticas, apelamos aos produtores de fruto de casca rija para fazerem os seus seguros de colheita, que podem ajudar a minimizar possíveis impactos na colheita final, uma vez que as amendoeiras começam a ser umas das culturas predominantes do território nordestino, uma região onde se verificam temperaturas acima de media em tempo de floração”, disse à Lusa o dirigente da CLCN.

Referindo que as variações das temperaturas acima da média nesta época do ano “podem chegar aos 10 graus”, Armando Pacheco destacou que os seguros de colheita para a amêndoa, que já podem começar a ser feitos, são importantes e os produtores devem começar a interessar-se por este mecanismo de proteção.

“Os seguros de colheita garantem, sempre, o pagamento da perda da produção. Com temperaturas de risco que se fazem sentir em tempo de floração, em tempo de colheita poderemos ter sempre algum retorno financeiro”, vincou.

A floração precoce das amendoeiras no Nordeste Transmontano já se começa a verificar e esta é uma situação que esta a deixar apreensivos os produtores deste fruto.

O dirigente acrescenta que seria preciso mais frio durante esta época do ano para manter a floração da amendoeira e assim haver polinização, para que não haja prejuízos em tempo de colheita.

“A floração deveria acontecer num período mais tardio, como em meados de fevereiro ou no mês de março. Se isto não se verificar, a flor da amendoeira vai cair mais cedo e vai prejudicar a floração e a produção, mesmo nos amendoais de floração mais tardia”, indicou.

Apesar destas incertezas, as primeiras amendoeiras de variedades mais tradicionais e que florescem mais cedo já podem ser vistas nos vales dos rios Douro, Sabor, Côa e Tua.

Por outro lado, Armando Pacheco não tem dúvida que as festividades das Flor da Amendoeira são um verdadeiro espetáculo natural, conferindo ao território um momento único para o turismo sazonal.

“Gostamos de ver a floração da amendoeira, mas também gostaríamos que a mesma fosse mais tardia”, enfatizou.

A CLCN, com sede em Mogadouro, tem atualmente meio milhar de produtores de amêndoa e de outros frutos de casca rija e castanha que estão distribuídos um pouco por todo país, mas com incidência no distrito de Bragança.

Os concelhos de Carrazeda de Ansiães, Figueira de Castelo Rodrigo, Mogadouro, Miranda do Douro, Freixo de Espada à Cinta, Torre de Moncorvo e Vila Nova de Foz Côa, no Douro Superior, começam a promover as suas atividades gastronómicas, culturais e económicas através de programas que começam a ser divulgados a propósito das amendoeiras em flor.

Também os concelhos de Alfândega da Fé e Vila Flor, já na Terra Quente Transmontana, elaboraram os próprios programas que decorrem por esta altura do ano.

FYP // JAP
Lusa/Fim

Foral de Vila Flor - 4 de Maio de 1512

 «Dom Manuel per graça de Deos Rey de Portugal e dos Algarves d’aquem e d’alem maar em Africa senhor de Guynee e da conquista e navegaçam e comercio de Ethyopia, Arabia, Persia e da India etc.
A quantos esta nossa carta de foral viierem dado aa nossa villa de Villa Frol fazemos saber que per bem das diligencias, ysames e inquiriçooens que em nossos regnos e senhorios mandamos geeralmente fazer pera justificaçam e decraraçam dos foraaes delles e per alguas sentenças e determinaçooens que com os do nosso conselho e letrados passamos e fezemos acordamos visto o foral da dita villa dado por El Rey dom Deniz que as rendas e dreitos reaees se devem na dita villa pagar e recadar na maneyra e forma seguynte.

[Foro da terra]
Avemos primeiramente d’aver de todollos moradores da dita villa e termo em cada huum anno quatro alqueires de cevada desta medida ora corrente e seis reaes em dinheiro de seis ceptiis ho real os quaees alqueires e reaes se pagaram pellas duas octavas de cevada e pellos paeens e dinheiros que pello dito foral se mandava pagar a cada huum morador sem mais daquy adiante pellas ditas cousas pagarem outro foro nem tributo. O quall direito nan pagaram vyuvas nem orfãoos salvo se forem de quinze annos e dy avante estando em casa da may porque neste caso pagara a maay e os filhos todos huum foro soo.
E a moça orfãa emquanto non for casada de qualquer ydade nan pagara o dito foro nem pagaram o dito foro os que teverem cavallo de marca nem os que atee setenta annos foram escusos por elle posto que mais ho non tenham nem pagaram ho anno que lhe morrer seu
cavallo; nem pagaram estes taaes ho primeiro anno que casarem ou ho anno que vyuvarem; e as pessoas que ham de pagar o dito foro se entendam soomente aquellas que pessoalmente viverem e morarem nos lugares onde assy o dito direito se manda pagar porque se em alguum lugar pagarem o dito foro onde sam moradores e teverem beens em outros lugares posto que nos taaes lugares este tal direito de cevada e dinheiro na dita maneyra se mande pagar nam pagaram as taaes pessoas la mais outro direito pellos beens que la teverem onde assy nam sam moradores aquestes taaes que este tal direito ja pagaram por suas pessoas onde eram moradores salvo se nos outros lugares onde os ditos beens tevessem e non morasem ouvesse outra deferença de foro por onde craramente se mandasse pagar foro pellos beens que as pessoas hy tevesem posto que la non vivesem porque en tal caso se cumprira e fara o que per justiça per bem dos taaes foraaes for determinado.
E aalem das pessoas acima decraradas que per bem do dito foral antigo e nossas determinaçoens devem e ham de seer escusos do dito foro e tributo; todallas outras que forem moradores na dita villa e termo pagaram o dito foro segundo no principio deste foral fica asentado posto que as taaes pessoas hy nam tenham beens proprios e posto que vivam em casa d’aluguer sem embargo de n[e]hüa outra rezam nem privilegio que possam alegar.

[Decraraçam do foro]
Pollo qual foro e tributo o senhorio nan mandara derribar as portas nem as tirar fora do couce nem fazer sobr’isso n[e]hüa cousa semelhante mas mandara penhorar soomente pollo porteyro do concelho ou do almoxerifado se o hy ouver qual mais quiser e doutra maneyra nam.
E os roolles daram feitos os officiaaes da camara per todo ho mes de Setembro a cada hum dos porteiros a sua custa so’ pena de pagarem vinte cruzados a metade pera ho meirinho da comarqua e os outros pera ho senhorio dos ditos direitos pollos quaaes rolles seram requeridos os pagadores que paguem atee Natal de cada hum anno so’ pena de pagarem as ditas cousas aa mayor vallia com as custas.

Pena d’arma
A pena d’arma se levara per nossa ordenaçam convém a saber: duzentos reaes e arma perdida sem se mais levar outra cousa posto que atee ora a pena do sangue em moor contya se levasse os quaees se levaram com esta decraraçam convém a saber: que a dita pena se nam levara quando algüuas pessoas apunharem espada ou qualquer outra arma sem a tirar; nem pagaram a dita pena aquellas pessoas que sem proposito e em reyxa nova tomarem paao ou pedra posto que com elle façam mal; e posto que de proposito tomem o dito paao ou pedra se nan fezerem mal com elle nan pagaram a dita pena nem a pagara moço de quinze anos pera bayxo nem molher de qualquer ydade; nem pagaram a dita pena aquellas pessoas que castigando sua molher e filhos e escravos tirarem sangue; nem pagaram a dicta pena quem jugando punhadas sem armas tirar sangue com bofetada ou punhada e as dictas penas nem cada hüa dellas nan pagaram ysso mesmo quaesquer pessoas que em defendimento de seu corpo ou por apartar e estremar outras pessoas em arroydo tirarem armas posto que com ellas tirem sangue nem escravo de qualquer ydade que com paao ou pedra tirar sangue.

Dizima [das] sentenças
A dizima da enxecuçam das sentenças he nossa e recadar-se-a na dicta villa e termo por direito real; e nam se levara dizima polla dada das sentenças soomente quando se enxecutarem; e de tanta parte soomente se levara a dicta dizima de quanta se fezer a enxecuçam e mais nan posto que a sentença de moor cantidade seja nem se levara a dicta dizima na enxecuçam se jaa da tal sentença polla dada della se levou a dizima em nossa corte.

Vento
O gaado do vento he direito reall e se recadara pera nos segundo nossa ordenaçam com decraraçam que a pessoa a cuja maao ou poder for ter o dicto gaado o vaa escrever a dez dias primeiros seguintes sob pena de lhe ser demandado de furto.
E os montados e manynhos se usaram como atee quy fezeram sem n[e]hüua contradiçam nem ennovaçam. E assy a paga dos tabaliãae».

Determinaçooens jeraes pera a portagem; paam, vinho, sal, cal, linhaça; casa movida; pasagem; novidades dos beens pera fora; cargas em arrovas; linho, lãa, panos grossos; gaados; caça; coirama; calçadura; pelitaria; azeite, mel e semelhantes; marçaria e semelhantes; metaes, ferro grosso; pescado, marisco; fruyta seca, fruyta verde; bestas; escravos; barro, louça, malega; moos, pedra; cousas de paao; palma, esparto; como se arrecadara a portagem; pena do foral.
Todos estes capítulos são idênticos aos respectivos do foral de Miranda do Douro, p. 86 a 96.

Cousas de que se non paga portagem; panos finos
Estes dois capítulos são idênticos aos respectivos do foral de Mirandela, p. 172 e 174.

Saida per terra
Este capítulo é idêntico ao do foral de Miranda do Douro, p. 94, mas falta-lhe a parte que começa: «E das ditas manifestaçoens de fazer saber», etc., até ao fim do capítulo.

Privilegiados
Este capítulo é idêntico ao respectivo do foral de Miranda do Douro, p. 94, e inclui entre os privilegiados Miranda e Vila Real; não inclui Alfaiates e não faz restrições relativamente a Lavar.
Ainda no capítulo dos Privilegiados, sem capítulo à parte, vem incluído o que o foral de Miranda dá no da Vizinhança, mas só a parte que começa: «E as pessoas dos ditos lugares», etc., até ao fim da p. 96.

E termina: «Dada na nossa muy nobre e sempre leal cidade de Lixboa a quatro de Mayo anno do nacimento de Nosso Senhor Jhesus Christo de mil e quinhentos e doze; e eu Fernan de Pyna a fiz fazer e concertey e vay escripta em treze folhas. El Rey. Foral pera Villa Frol» (220).
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(220) O original autêntico deste foral conserva-se em livro, desencadernado (!), de pergaminho, no arquivo da Câmara Municipal de Vila Flor. Consta de 2 fólios inumerados no princípio com o índice dos capítulos, mais treze numerados de frente, seguidos de dois inumerados com os vistos dos corregedores. As letras capitais são iluminadas e o texto da primeira página incluído em mimosa cercadura iluminada.
Leva os fios da alma ver tão venerando códice que, como arte, como raridade bibliográfica, como documentação histórica vale algumas centenas de mil réis, exposto a inutilizar- se à míngua de encadernação condigna!!!
Aos membros da Câmara de Vila Flor imploramos olhos de ver para este assunto mesmo no interesse próprio, não diga o ciente visitante que se descuram jóias deste quilate por não lhe atentar no valor.
Igual súplica fazemos à Câmara Municipal de Alfândega da Fé. Já perdera a esperança de apresentar aqui este foral e o de Alfândega da Fé visto resultarem infrutíferas as tentativas de um amigo, se algo tentou, e as duas excursões que fiz a essas vilas onde me responderam com evasivas risíveis se não causassem dó pela triste compreensibilidade que inculcam, quando me lembrei de recorrer mais uma vez aos bons ofícios do erudito Francisco de Moura Coutinho, tantas vezes memorado com louvor nestas páginas, que logo mos obteve. A história das minhas peregrinações pelo distrito de Bragança — os meus amores — à cata de documentação arqueológica e histórica representa em sacrifícios morais e materiais, desalentos, alegrias, dramas, melodramas, sarcasmos, apreciações deprimentes, sorrisos compassivos de espíritos grandes, vasto panorama em que as notas da alacridade e da tristitia se enlaçam desferindo a gama toda.
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MEMÓRIAS ARQUEOLÓGICO-HISTÓRICAS DO DISTRITO DE BRAGANÇA