quarta-feira, 30 de setembro de 2020

Escuteiros - ALERTA BRAGANÇA - Agrupamento XVIII

 

Cegonha Branca - QUERCUS/BRAGANÇA

 

Quando a natureza nos chama para esquecer o cansaço dos dias, 𝗕𝗿𝗮𝗴𝗮𝗻𝗰̧𝗮 𝗲́ 𝗼 𝗱𝗲𝘀𝘁𝗶𝗻𝗼 𝗽𝗲𝗿𝗳𝗲𝗶𝘁𝗼.

 Berço do Parque Natural de Montesinho, sítio onde a biodiversidade se apresenta no seu expoente máximo. 


Lugar da Serra da Nogueira, onde se abriga a maior mancha de carvalho-negral da europa e as vistas mais arrebatadoras.
Onde a Reserva da Biosfera - Meseta Ibérica distingue internacionalmente o nosso território, já por si único.
Um leque de opções diversificadas para desfrutar da Natureza, que vão desde os percursos pedestres e de BTT, aos passeios a cavalo e de jipe, a voos de balão quente, à observação da vida selvagem ou ao campismo.

Venha viver a Natureza.

𝗕𝗿𝗮𝗴𝗮𝗻𝗰̧𝗮. 𝗡𝗮𝘁𝘂𝗿𝗮𝗹𝗺𝗲𝗻𝘁𝗲!

AZIBO (The BIG ISLAND) 2020

PODENCE..."A TERRA dos CARETOS! 2020

TALHINHAS (Macedo de Cavaleiros/PORTUGAL) 2020

SANCERIZ (PORTUGAL) 2020

Hospitais de Bragança e Mirandela têm novos equipamentos de TAC

 A Unidade Local de Saúde do Nordeste informou que dispõe de dois novos equipamentos de TAC - Tomografia Axial Computadorizada - instalados nas Unidades Hospitalares de Bragança (a 21 de setembro) e de Mirandela (a 04 de setembro).
A ULSNE adiantou ainda que a substituição agora finalizada “veio dotar o Serviço de Imagiologia desta entidade de equipamentos de diagnóstico inovadores e com características de maior precisão e segurança na realização daquele exame”. Entre outras vantagens, os novos aparelhos de TAC “permitem um diagnóstico mais rápido e com maior qualidade, expondo os utentes a menos radiação, e permitindo ainda uma poupança de consumíveis e de energia”.

A ULSNE não adianta o montante do investimento, mas revela que a sala que acolheu o novo TAC na Unidade Hospitalar de Bragança “foi previamente alvo de trabalhos de beneficiação, melhorando de forma expressiva as condições infra-estruturais e de conforto para utentes e profissionais”.

Escrito por Terra Quente (CIR)

CARETOS de SALSAS (Casa do Mascarado) 2020

Sarcófago (Sobreda/PORTUGAL) 2020

ONDA LIVRE TV – Assembleia Municipal de Macedo de Cavaleiros | 28-09-2020

Homem detido por cultivo e tráfico de droga em Torre de Moncorvo

 
A GNR deteve, hoje, um homem, de 50 anos, por cultivo e tráfico de droga em Maçores, concelho de Torre de Moncorvo.

Os militares encontraram uma plantação de canábis dissimulada numa propriedade de difícil acesso e, no seguimento das diligências, foi feita uma busca domiciliária onde foram apreendidas 13 plantas, mais de 900 doses de folhas secas e 350 gramas de sementes de canábis. 

O detido foi constituído arguido, e os factos foram remetidos ao Tribunal Judicial de Torre de Moncorvo.

Escrito por Brigantia

Sete pessoas detidas em mega operação de combate ao tráfico de droga em Carrazeda de Ansiães

 Em Carrazeda de Ansiães, a GNR deteve sete pessoas em mega operação de combate ao tráfico de droga.
Cerca de 70 militares do comando territorial de Bragança da Guarda Nacional Republicana estiveram envolvidos, na última madrugada, numa operação de combate ao tráfico de droga realizada naquele concelho, com base numa investigação que já decorria há vários meses.

Ao que apuramos, terão sido detidas sete pessoas, e apreendida uma quantidade considerável de produto estupefaciente, resultante da várias buscas domiciliárias que também se estenderam à cidade do Peso da Régua.

Até ao momento, o comando territorial de Bragança da GNR ainda não avançou com qualquer informação oficial sobre esta mega operação, mas tudo indica que, nas próximas horas, será divulgado um comunicado oficial a dar conta do resultado desta operação.

 

Escrito por Terra Quente (CIR)

Jovem de Bragança vence Prémio Literário Nortear

 VI Prémio Literário Nortear para Jovens Escritores distingue Célia Fraga, jovem escritora de Bragança com a obra “Ganapos”.
Célia Fraga
A jovem Célia Fraga, de 31 anos, natural de Bragança, licenciada em Ciências da Linguagem pela FLUP e Mestre em Realização em Cinema e Televisão pela ESAP, arrebatou a preferência do Júri do concurso com uma história passada no Verão de 1974, intitulada “Ganapos”, que descreve as dificuldades de adaptação a uma pequena aldeia do Nordeste Transmontano de dois jovens retornados de uma ex-colónia africana.

Os membros do júri destacaram na obra vencedora, em termos formais, a “escrita muito elegante, madura e coerente, inclusivamente nos diversos desdobramentos alcançados em diferentes categorias da narrativa, como o tempo, o espaço, as personagens e o narrador”. Salientou-se, ainda, relativamente ao conteúdo, uma forte utilização da estética.

Esta foi a estreia de Célia Fraga em concursos literários, jovem que “gosta sobretudo de contar histórias”. Autora do filme «Cinzas», distinguido, em 2019, com o Prémio do Público para o Melhor Filme de Estudante na primeira edição do “Kalajoke Film Festival” na Finlândia e com a Menção Honrosa Especial-Criatividade do Concurso Entre Escolas, no âmbito do Fantasporto.

Ao VI Prémio Literário Nortear concorreram 30 trabalhos produzidos por jovens escritores, com idades compreendidas entre os 16 e os 36 anos. O júri desta edição foi constituído por Carla Amado, responsável do Instituto Camões – Centro Cultural Português em Vigo, enquanto presidente do júri, Arantza Portabales e Ramón Nicolás, escritores galegos e Carlos Lopes, representante da EDITA-ME.

A iniciativa é promovida pela Consellería de Cultura, Educación e Universidade da Xunta de Galicia, pela Direção Regional de Cultura do Norte de Portugal e pelo AECT da Eurorregião Galicia – Norte de Portugal, tendo por objetivos distinguir anualmente obras literárias originais de ambos os lados da fronteira do Rio Minho; incentivar a produção literária entre a juventude galega e a portuguesa e favorecer a circulação e distribuição de obras literárias entre a Galiza e Portugal, para reforçar o diálogo cultural entre os dois territórios.

Dotado com 3.000 euros, acrescidos da publicação da obra vencedora, o Prémio Literário Nortear procura, ainda, definir-se como um espaço cultural único e partilhado na Eurorregião, promovendo diferentes atividades (desde o início do Nortear em 2015), tendo em vista o conhecimento mútuo da cultura, da literatura, da criação artística em geral, em ambos os territórios, assumindo-se como um polo cultural, que se pretende de referência a nível europeu, no domínio da cooperação transfronteiriça.

Em 2018, deu início à promoção conjunta de atuações em diversas disciplinas da criação artística (dança, música, artes cénicas e audiovisuais) com a adaptação da obra “Clementina”, da escritora Lara Dopazo, vencedora da 1ª edição deste prémio, para um musical homónimo, apresentado em Vila Nova de Gaia e em Santiago de Compostela, estando já em agenda a apresentação pública da peça teatral da obra galardoada na 4ª edição “Ver”, no dia 21 de outubro de 2020, no Grande Auditório do Teatro de Vila Real.

Refira-se que o projeto Nortear foi considerado a melhor iniciativa cultural transfronteiriça em 2019, tendo-lhe sido atribuído o prémio “Sail of Papenburg” pela Assembleia Geral da Associação de Regiões Fronteiriças da Europa (AEBR).

SUSPENSOS NO MIRADOURO DA FRAGA DO PUIO NO TERRITÓRIO SELVAGEM DAS ARRIBAS DO DOURO

 Estamos numa plataforma de madeira e vidro. Suspensos sobre uma encosta de granito. Da altura em que estamos a vista projeta-se a 2, 3 km de distância e no fundo de um vale profundo passa o rio Douro. Suspensos fisicamente e com a respiração suspensa pela força da Natureza.


O Douro corre apertado, sereno, depois de ter deixado para trás a barragem de Picote. Reflete cores intensas da luz do sol, reflexos de nuvens ou sombras escuras, silhuetas em movimento das enormes encostas ingremes e rochosas.

Depois de uma longa passagem pelo vale que o nosso olhar tem dificuldade em perceber a extensão, por ser muito estreito, o rio Douro faz uma curva apertada, mas não se alarga muito porque uma frente rochosa teima em resistir à erosão da água.

créditos: andarilho.pt

É nesta encosta que nos encontramos, suspensos na parte de vidro do Miradouro da Fraga do Puio e suspensos também pela beleza da paisagem, “é fantástica. Da altura em que estamos a vista projeta-se a 2, 3 km de distância. O Douro que passa no fundo das arribas e a vista das áreas floridas é deslumbrante”.

Fase da construção do miradouro créditos: andarilho.pt

"Este território do final do planalto mirandês é propriedade da Junta de Freguesia onde em cada pedaço de terra foram plantadas oliveiras e amendoeiras. As árvores são dos camponeses e a propriedade é comunitária”. A descrição é de António Ramos Preto. Nasceu em Picote (ou Picuote, em Mirandês), quase todas as vezes que regressa à terra natal vai ver a Fraga do Puio.

créditos: andarilho.pt

O território é selvagem com pequenas marcas da intervenção humana: oliveiras e amendoeiras - há uma replantação de cerca de uma dezena de hectares, após um incendio em 2017 -, postes de eletricidade e uma pequena estrada de terra batida.

Fraga do Puio @Eduardo Domingues créditos: @Eduardo Domingues

Para além do brilho das águas do Douro, conforme ilustra a foto de Edurado Domingues, o que domina é a aridez. Vegetação rasteira, blocos de granito e encostas enrugadas que se escondem nos vales. São o santuário das aves ao longo do Douro Internacional, como nos disse Margarida Telo Ramos,  engenheira florestal, vive em Picote e foi colaborada do Parque Natural. "O vale é muito encaixado e cria as condições adequadas para muitas aves escolherem as rochas para ninhos".

O grupo de penedos onde havia um ninho créditos: andarilho.pt

"As escarpas funcionam como proteção do homem para muitas espécies que ali nidificam como por exemplo águias, abutres e cegonha preta”.

Picote está inserida no Parque natural do Douro Internacional. A aldeia fica a dois passos do miradouro e é também de visita obrigatória. Vai notar de imediato que a toponímia, a informação dos monumentos e sítios e o curso da vida se expressa em Mirandês.

créditos: andarilho.pt

Como também a hospitalidade das gentes, a arquitetura e igualmente a economia tradicional familiar de subsistência com pequenas hortas. “As arribas do Douro são graníticas e mais para o planalto o solo não é muito fértil e chove pouco. Mesmo assim, em muitas aldeias vemos as picotas, poços, as hortas que são espaços muito importantes para as pessoas".

créditos: andarilho.pt

"São cultivos em terrenos mais férteis e em Picote”, na opinião de  Margarida Telo Ramos "tem a particularidade de haver pequenos pedaços no interior da aldeia".

No passeio por Picote vemos as picotas, as fontes e no Ecomuseu Terra Mater encontramos alguns instrumentos associados à agricultura, como também a outras práticas tradicionais.

Ecomuseu da Frauga créditos: andarilho.pt

O projeto é da iniciativa da Frauga, uma associação de desenvolvimento local que aposta igualmente na salvaguarda do rico património cultural e natural de Picote.

créditos: andarilho.pt

Era bom que outros tivesse o mesmo zelo na outra aldeia da Freguesia, em Barrocal do Douro, onde se encontra ao abandono um fabuloso património arquitetónico.

São vários edifícios do tempo da construção da barragem, entre 1954 e 1958. O conjunto é designado por Moderno Escondido.

Pousada créditos: andarilho.pt

A arquitetura é moderna, com forte influência da escola de arquitetura do Porto. Algumas eram as moradias dos quadros mais qualificados que participaram na construção da barragem ou, nos anos seguintes, na manutenção do complexo hidroelétrico.


A arquitetura surpreende-nos, o enquadramento paisagístico no topo da montanha com vista para a barragem supera o nosso espanto e, depois, levamos um choque aos constatarmos o abandono e a degradação da criação humana.

Capela de Barrocal do Douro, faz parte do conjunto do Moderno Escondido, edificado quando da construção da barragem créditos: andarilho.pt

Como sucedeu em muito outros projetos fronteiriços – de Portugal e Espanha – os recursos locais são aproveitados quase em exclusivo para benefício das grandes e distantes urbes.

Arqueiro da Fraga do Puio @Eduardo Domingues créditos: Edurado Domingues

Razão tem o arqueiro gravado nas rochas da Fraga do Puio, mesmo em frente ao rio Douro, que não diz a ninguém para onde lançou a seta. A presa ninguém a leva e é um segredo que os especialistas calculam que terá entre 4 a 7 mil anos.

créditos: andarilho.pt

Cimeira Ibérica vai reconhecer como essenciais ligações de Quintanilha a Zamora e de Miranda a Espanha por Sayago

 A secretária de Estado da Valorização do Interior, Isabel Ferreira, adianta que as ligações entre Quintanilha e Zamora e entre Miranda do Douro e Espanha, por Sayago, estão incluídas na Estratégia Comum de Desenvolvimento Transfronteiriço.
Este documento, que vai ser aprovado na próxima Cimeira Ibérica prevista para os próximos dias, inclui várias ligações transfronteiriças rodoviárias e ferroviárias, ao longo do país. Segundo Isabel Ferreira, estas duas ligações fazem parte o acordo entre os dois governos.

“Indica ligações específicas no domínio da rodovia, também medidas de modernização e construção de novas infraestruturas ferroviárias e alguns projectos piloto relacionados com o 5G. Para esta região existem ligações que são reclamadas há muito tempo pelo território, mas que os dois países durantes as negociações reconheceram como ligações essenciais que são por exemplo a ligação de Quintanilha a Zamora, seria a A11, mas também a ligação Miranda do Douro a Zamora por Sayago”, adiantou.

Já ontem o primeiro-ministro tinha garantido a construção da ligação entre Bragança e a Puebla de Sanabria, em Espanha.

Para a governante, estes investimentos vão encurtar distâncias e potenciar novos mercados.

“Isto vai dar a esta região uma absoluta centralidade ibérica, estamos a falar de uma enorme proximidade a Madrid e a muitas outras cidades espanholas e também uma porta de entrada no espaço europeu. Porque, durante muitos anos, vivemos nesta fronteira sempre olhando para o litoral e vendo que existe um desequilíbrio socio-económico, que tem como consequência o desequilíbrio populacional. Precisamos de olhar também para o outro lado, nomeadamente o mercado ibérico, como uma oportunidade de internacionalização dos nossos bens e serviços, mas também como um espaço de concentração populacional maior, com mais e melhores características para atrair cidadãos de todo o mundo”, sublinhou.

A secretária de Estado da Valorização do Interior considera esta estratégia um marco histórico, devido ao grande entendimento entre os governos português e espanhol.

A Cimeira Ibérica devia acontecer esta sexta-feira, na Guarda, mas foi adiada, ainda sem data definida.

Temas abordados na entrevista à rádio Brigantia e Jornal Nordeste que pode ouvir na íntegra esta tarde depois do noticiário das 17h. 

Escrito por Brigantia
Jornalista: Olga Telo Cordeiro

Inês Falcão vai integrar programa de educação estética e artística a nível Nacional

 A macedense Inês Falcão, professora de Artes Visuais no Agrupamento de Escolas de Macedo de Cavaleiros, foi convidada para fazer parte de um programa de educação estética e artística, integrado na Direção Geral de Educação, e que decorre a nível nacional.
Inês Falcão será embaixadora da zona Norte e terá como funções desenvolver estratégias de integração na promoção da arte:

“Prioritariamente passa por uma estratégia de integração e acima de tudo promover a arte e a cultura no universo educativo. Temos de ter a preocupação de divulgar este programa, fazer a implementação e monitorização do mesmo.

Este programa já existe desde 2010 e eu já era formadora externa. No final de novembro fui convidada a integrar a equipa de embaixadores mas como é um processo que demora fui nomeada em março e agora pediram novamente a minha disponibilidade.” 

Um cargo que permitirá difundir valores culturais em várias vertentes:

“Difundir a cultura em quatro vertentes: artes visuais, música, teatro e dança. Há um plano de intervenção conjunto, não é isolado em artes visuais.

Penso que será uma mais-valia para Macedo de Cavaleiros e para a escola.”  

Inês Falcão exerce o cargo de professora há 43 anos.

Escrito por ONDA LIVRE

Moradores queixam-se que obras impedem entrada em garagem em Bragança

 Há 21 pessoas que não conseguem entrar nem sair das garagens de um prédio na Avenida Sá Carneiro, em Bragança.
Segundo dizem os moradores, a situação deve-se às obras de requalificação urbana, em vias de conclusão, depois de se terem iniciado em Agosto do ano passado. Carlos Afonso, morador naquele prédio há 28 anos, explica que o passeio subiu e que já não há forma de aceder à garagem como acontecia antes.

“O passeio em frente à entrada das garagens subiu cerca de 25 centímetros e o disfarce que a gente aqui vê não resulta, o erro começa pela subida da quota do passeio para além daquela que sempre existiu. Já houve estragos e vêem-se as marcas, chegam a meio e não conseguem subir, alguns tiveram de ser rebocados”, explica.

Ana Pedro não é ali moradora mas é proprietária de uma garagem no prédio. Afirmou que sempre conseguiu entrar e sair com a viatura. Ana Pedro lamenta que ainda nada tenha sido feito.

“No momento que adquiri a garagem os carros subiam e desciam, não batiam. Depois das obras o passeio foi elevado e isso impede que os carros entrem e saem, porque chegam àquela pedra e batem”, afirmou.

Contactado, o presidente da câmara de Bragança, Hernâni Dias, entendeu não comentar o assunto. 

Escrito por Brigantia
Jornalista: Carina Alves

A Última Valsa

Por: Manuel Amaro Mendonça
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")

Edmundo, estatura média, rosto macerado de rugas lavradas por sessenta e oito anos de vida, olhou para a entrada da casa onde tantas vezes estivera. A música escutava-se cá fora e as batidas sentiam-se no peito. Estava hesitante. Há vários anos que não entrava naquele sítio, onde vivera tantas horas de diversão. Parecia tudo na mesma, ele é que era uma sombra do que fora.

Olhou para os seus dois amigos, como que para confirmar se o deveria fazer. António fez um sorriso triste, mas incentivador e Joaquim, de lágrimas nos olhos, acenou-lhe afirmativamente e deu-lhe uma pequena palmada nas costas. Ambos eram mais novos que ele uns bons dez anos, mas, desde que se conheceram numa escola de dança há mais de duas décadas, tornaram-se inseparáveis e as respetivas mulheres amigas para sempre… até Alice ter partido.
Aceitou o incentivo e sentindo o coração bater apressadamente, como se fosse outra vez um adolescente, lançou as pernas a subir a escada que levava ao primeiro piso, onde há muitos anos se faziam aqueles bailes semanais.
A música ensurdecedora, o salão cheio, a multidão dançante, traziam um prazer e uma adrenalina que já não se lembrava como lhe faziam falta e como fizeram parte da sua vida durante uma grande extensão dela… sempre acompanhado da sua Alice. Desde a juventude, ambos jovens e virginais, dançavam na romaria da aldeia, ao som de bombos e violas desafinadas, tentando passar despercebidos das velhas comadres, que eram capazes de encher de epítetos pouco nobres, até a mais casta das criaturas. Depois, casados, continuaram a correr todas as festas que podiam, sempre que o tempo ou o trabalho deixavam. Quando migraram para a cidade, a mudança de ares obrigou à mudança de atitudes, mas a dança fez sempre parte das suas vidas.
O grupo de cinco ocupou a mesa previamente reservada, como sempre foi hábito. Edmundo ficou sentado, embevecido, a apreciar os dançarinos de diferentes graus de habilidade, que alegremente rodavam em volta da pista. Há quantos anos ele e Alice fizeram parte dessa mole humana, encantada pelos acordes mais ou menos maviosos dos músicos? Parecia uma eternidade, mas, na verdade, fora há apenas seis anos a última vez que ali estivera. A sua mulher, eterna companheira, já não aguentava sequer subir as escadas, os pulmões inexoravelmente consumidos pela doença prolongada que acabou por a levar.
  Os seus amigos rodavam alegremente na pista ao som das músicas por demais ouvidas e outras nem tanto. O grupo era desconhecido, afinal havia novidades naquele mundo, que ele achava, tinha parado no tempo com a sua ausência.
De súbito, Madalena, a mulher de António, possivelmente instruída por este último, veio buscá-lo para dançar. Ele olhou o amigo, surpreendido e deparou com um sorriso aberto e incentivador.
Lentamente avançaram para a pista, ela era uma bela e elegante mulher, um pouco mais alta que ele e o vestido justo fazia-a ainda mais deslumbrante. Edmundo sentiu-se muito feliz enquanto os acordes do bolero gradualmente acordavam em seu corpo o dançarino de outras eras. Dançaram mais duas vezes, apesar dos seus joelhos e costas rangerem de contrariedade.
Terminada a melodia, agradeceu à amiga e pediu para se sentar, para recuperar de um esforço a que já não estava habituado e uma vez mais, apreciou-a, satisfeito, quando ela partiu para nova dança, desta vez com o marido. Também Alice se preparava bem quando “iam ao baile”, conforme se referiam aos encontros mais ou menos semanais, nos salões de dança da região. Ela vestia os seus melhores vestidos, pintava uma pequena sombra nos olhos e dava um brilho nos lábios, que nunca fora de grandes pinturas. Mas para ele, era uma princesa a seu lado, que lhe concedera a subida honra de a acompanhar… mesmo quando o seu corpo começou a ficar pesado pelo descontrolo hormonal e mais tarde demasiado magro, por não conseguir alimentar-se.
Agora era Fernanda, a mulher de Joaquim, quem o convidava, também esse amigo estava feliz, porque ele assim o estava. Era uma forma de lhe darem as boas vindas ao grupo.
Dançaram um tango e logo de seguida uma valsa, para que se não adormecesse na pista e Edmundo teve de parar mais um pouco, com o velho coração a galopar furiosamente.
Sentou-se, com um largo sorriso de agradecimento para os seus grandes amigos, pois era a primeira vez que estava realmente feliz, desde que Alice caíra ao levantar-se da cama e não conseguira mais suster-se pelo seu pé. Este era o primeiro dia em que o seu sorriso era verdadeiro e não um pobre consolo para alguém que se finava a olhos vistos, numa lenta agonia de quatro anos, até se acabar de vez, há dois.
Mas hoje era um dia de felicidade e resolveu fechar os olhos um pouco, mantendo o enorme sorriso nos lábios. O seu corpo relaxou e sentiu uma grande paz.
Sonhava. O salão já não era o salão, era o imenso céu azul, onde fulgurava o sol, numa esplêndida tarde de verão. Os músicos não tocavam boleros, mas sim as pouco afinadas modas da sua juventude, onde conseguiu distinguir a rabeca do ti Feliciano e o tambor do Zé Pedreiro.
Os seus amigos aperceberam-se que algo não estava bem e chamaram-no e abanaram-no insistentemente. Ele não os escutava, não deixaria que o tirassem do seu sonho, nem quando um homem ajudou a deitá-lo e iniciou manobras de reanimação. Todo o salão parou, perante a agitação em volta de Edmundo.
Ele já não se interessava. Os dançarinos já não vestiam as roupas modernas e dançavam alegremente, levantando a poeira do chão de terra batida. De repente, lá estava ela a caminhar ao seu encontro; o vestido de alças aos quadrados vermelhos e as sandálias de couro da mesma cor. Os cabelos negros e longos que lhe desciam pelas costas, encimavam o belo rosto, sem mácula, da sorridente Alice com quinze anos. Ele ergueu-se, sem dores nem cansaços e viu que a mão que lhe estendia, não era esquálida ou peluda, nem manchada pela idade. E assim, sorrindo de felicidade, lançaram-se na dança, desfrutando da primavera da vida.

Manuel Amaro Mendonça
nasceu em Janeiro de 1965, na cidade de São Mamede de Infesta, concelho de Matosinhos, a "Terra de Horizonte e Mar".
É autor dos livros "Terras de Xisto e Outras Histórias" (Agosto 2015), "Lágrimas no Rio" (Abril 2016) e "Daqueles Além Marão" (Abril 2017), todos editados pela CreateSpace e distribuídos pela Amazon.
Ganhou um 1º e um 3º prémio em dois concursos de escrita e os seus textos já foram seleccionados para mais de uma dezena de antologias de contos, de diversas editoras.
Outros trabalhos estão em projeto e saírão em breve, mantenha-se atento às novidades AQUI.

terça-feira, 29 de setembro de 2020

Impostos municipais vão continuar a baixar em Alfândega da Fé

 
O Executivo Municipal aprovou em reunião de câmara a redução dos impostos municipais para o ano 2021. Uma redução que decorre da proposta para a Revisão do Programa de Ajustamento Municipal (PAM), aprovada em 2019, que prevê a descida dos impostos municipais de forma gradual até 2023 e que antecipa a saída do excesso de endividamento para esse ano.
A autarquia espera assim continuar a diminuir a carga fiscal a aplicar aos munícipes, cumprindo as metas e indicadores financeiros para a saída da situação de excesso de endividamento.
Nesta reunião de câmara o executivo municipal aprovou também a alteração ao mapa de pessoal da autarquia, a regularização extraordinária de vínculos precários e a proposta de revisão orçamental de 2020.
Consulte aqui a Minuta da Ata o Resumo das Deliberações e as Atas das Reuniões de Câmara anteriores, devidamente aprovadas.

“FAÇA-SE LUZ”

Por: Maria da Conceição Marques
(colaboradora do "Memórias...e outras coisas...") 

Na saudade e no assombro
A noite cobre o abismo
Gritam os anjos,
De asas transparentes
Semeando rosas e luz 
nos corações escurecidos. 
Nos corações amados.
No desejo infinito de ficar.
Ficar para sempre
Nunca serem esquecidos,
Mesmo do outro lado,
Do lado da eternidade!
Entrar e repousar no coração
da sua gente.
Só desejam ficar,
Ficar e repousar,
Como repousa Jesus
Nas tábuas da alma
No madeiro da cruz.
“Faça-se luz”

Maria da Conceição Marques
, natural e residente em Bragança.
Desde cedo comecei a escrever, mas o lugar de esposa e mãe ocupou a minha vida.
Os meus manuscritos ao longo de muitos anos, foram-se perdendo no tempo, entre várias circunstâncias da vida e algumas mudanças de habitação.

Participei nas colectâneas:
POEMA-ME
POETAS DE HOJE
SONS DE POETAS
A LAGOA E A POESIA
A LAGOA O MAR E EU
PALAVRAS DE VELUDO
APENAS SAUDADE
UM GRITO À POBREZA
CONTAS-ME UMA HISTÓRIA
RETRATO DE MIM.
ECLÉTICA I
ECLÉTICA II
5 SENTIDOS
REUNIR ESCRITAS É POSSÍVEL – Projecto da Academia de Letras Infanto-Juvenil de São Bento do Sul, Estado de Santa Catarina
Livros editados:
-O ROSEIRAL DOS SENTIDOS
-SUSPIROS LUNARES
-DELÍRIOS DE UMA PAIXÃO
-ENTRE CÉU E O MAR
-UMA ETERNA MARGARIDA

Governo garante construção de ligação de Bragança à Puebla de Sanabria

 A ligação rodoviária entre Bragança e a Puebla de Sanabria está contemplada no plano de Recuperação e Resiliência.
Foi um dos exemplos dados hoje pelo primeiro ministro na apresentação do documento como uma das pequenas estradas que mudam a geografia da zona transfronteiriça.

António Costa deixou a garantia da construção do troço de 20 quilómetros que permitirá uma ligação mais rápida ao comboio de alta velocidade espanhol.

“Bragança é a capital de distrito mais isolada no contexto nacional. Há uma estrada de 20 quilómetros que vamos fazer que ligará Bragança à fronteira, colocando a cidade a cerca de meia hora da alta velocidade espanhola e que permitirá colocar Bragança como a cidade portuguesa que está a menor tempo de distância de Madrid”, afirmou.

Segundo o primeiro ministro a região vai ganhar uma nova centralidade ibérica com esta ligação.

“Esta transformação é o que permitirá a quem quer investir e encontrar boa qualidade de vida perceber que a relação do que chamamos interior não tem de ser exclusivamente com o litoral, mas, pelo contrário, são as zonas do país que estando no centro do mercado ibérico melhores condições têm de aproveitar o mercado dos 60 milhões de habitantes da península ibérica”, afirmou.

Esta será uma das ligações rodoviárias a Espanha incluídas no eixo da competitividade e coesão territorial, que tem destinados 1500 milhões de euros, investimento que se destina na quase totalidade ao interior do país.

O programa de recuperação e resiliência incluiu 15,3 mil milhões de euros em subvenções a fundo perdido, bem como 29,8 mil milhões de euros em subsídios do orçamento da União Europeia até 2027. 

Escrito por Brigantia
Jornalista: Olga Telo Cordeiro

Careto: um videojogo para chocalhares por Podence durante o Carnaval

 Em breve podes viver o Carnaval transmontano em qualquer altura do ano. Careto é um jogo virtual, ainda em desenvolvimento, que acompanha o percurso de um Facanito na aldeia de Podence.
Depois de se terem tornado Património Imaterial da Humanidade pela Unesco, os caretos de Podence assumem agora uma forma virtual: Careto é um novo jogo puzzle-platformer, em 2D. Começou como um projecto académico de Matilde Albuquerque e quer dar a conhecer a tradição portuguesa centenária, que ainda perdura na aldeia de Podence, às gerações mais novas, através da interactividade lúdica. Careto acompanha o processo do ritual carnavalesco de início ao fim: a construção do fato, a colecção de chocalhos, a provocação de pessoas na rua e a construção da grande escultura de Careto para a Queima do Entrudo.

Ao P3, Matilde Albuquerque, programadora de jogos, conta que “a vontade de fazer um projecto sobre os Caretos de Podence surgiu há cerca de dois anos”, tendo-se concretizado em formato de videojogo “em Fevereiro, num contexto académico”. Sendo um evento de “raiz profana, divertida e marota”, a “oportunidade ideal” de passar este património às gerações mais novas foi, segundo Matilde, “um meio interactivo e divertido”.

A jovem reconhece uma associação entre o ritual da tradição — o desafio de chocalhar o máximo de pessoas na aldeia — e a passagem de níveis e realização de missões num videojogo. Como tal, o protagonista é um Facanito (um careto criança), que tem de “completar todos os passos do ritual e, assim, trazer mais pessoas ao Carnaval”.

À medida que o jogo avança “vão aparecendo mais pessoas na aldeia e mais caretos” — símbolo do progresso da tradição “nos últimos 30 anos, em que tem havido uma grande luta para manter o Carnaval dos caretos vivo”. Matilde explica que se trata de uma celebração da conquista que é o reconhecimento da tradição. “Quando se ganha o jogo há mais pessoas na aldeia e os caretos celebram. O jogo acaba como o Carnaval também acaba — com a Queima do Entrudo”, descreve.

Surge como uma homenagem não só ao Carnaval dos Caretos de Podence, mas também aos obstáculos que a tradição teve de superar ao longo dos anos. O jogo avança e o cenário acompanha: a arte do fundo vai mudando com o progresso, vão aparecendo mais pessoas pela aldeia e também passam a participar mais caretos no Entrudo. Trata-se de uma metáfora sobre a evolução da tradição na vida real.

Este paralelismo é levado ao mais ínfimo detalhe, preservando a autenticidade da estética transmontana: todas as casas de Careto existem em Podence, tarefa esta que resultou de um trabalho de reconhecimento de campo, em Fevereiro de 2020, no primeiro Entrudo depois da distinção da Unesco. “Tirei fotos a todas as casas, fiz entrevistas a pessoas — até entrevistei um padre, que me disse que antigamente o passeio nem era pavimentado, era terra com lama e depois punham palha”, explica, sobre o passado da tradição, retratado no início do jogo.

Para responder ao interesse de estrangeiros no Carnaval transmontano, o jogo está a ser desenvolvido em português e inglês e destina-se ao mobile, para já, com a possibilidade de evoluir para a PlayStation 4 e a Nintendo Switch. Embora ainda não exista data para o lançamento, a versão protótipo — vertical slice — foi disponibilizada ao público recentemente, permitindo uma aprendizagem “tutorial” dos controlos do jogo.

Inês Moura Pinto
Texto editado por Ana Maria Henriques

PERSEU

 
Evoquei, já, a importância de dois livros no meu despertar para a literatura: Narrativas e Lendas da Antiga Grécia (1956), de Nathaniel Hawthorne, e Coração, de Edmondo De Amicis. Recebi-os de uma prima, em 1961, tinha eu cinco anos, quando começava a ler. No limiar da tese de doutoramento, salientei Cuore, mas A Wonder Book perseguia-me. 
Assim, quase sessenta anos depois, pego nessa tradução (que há muito mandei encadernar, e não doei, com outros oito mil volumes), da qual sai, a abrir, “A cabeça da górgona”. Não me recordava disto, ao encadear 14 sonetos sobre Perseu, que dá título ao recente livro de poemas (Fafe: Editora Labirinto, 65 páginas). Mas é certo que, num escaninho da memória, esse herói me acompanhou durante décadas. Em ficção e estudos sobre a crónica, eu já aproveitara alguns feitos de Zeus. Terei acordado o meu herói à leitura, nos 25 anos, de André Bonnard, Les Dieux de la Grèce, tão extraordinária era a história de Perseu, com tanto de Bíblia como de Camilo Castelo Branco, e remissão para Édipo, mas sorte diferente. Retorna em 1992, pois o segundo capítulo de Mitologia Clássica. Guia Ilustrado, de A. R. Hope Moncrieff, trata de Perseu, nas cores de Ticiano e E. Burne-Jones. 
A Editora Labirinto dá na capa Perseu com a Cabeça da Medusa, de Antonio Canova, um neoclassicismo sereno que simplifica igual título do clássico Benvenuto Cellini, longe da imagem terrífica da górgona. A história é simples: o rei de Argos ouve de oráculo que um descendente vai assassiná-lo. Encerra a filha, guardas em volta de entrada cuja chave traz consigo. Zeus metamorfoseia-se em chuva de ouro e gera criança. Respeitoso do deus, o rei poupa filha e neto, que lança em barca frágil. Salva-os pescador, irmão de rei que, autoritário, sonha desposar aquela. Na tensão entre irmãos (já se adivinha qual ganha), e para afastar Perseu de uma decisão desfavorável, confia-lhe missão impossível: matar Medusa, cujo olhar petrifica mortais. 
Ajudado por Hermes e Atena, essa é só a primeira aventura, com manhas e pormenores que não descrevo. Mas a cabeça sabiamente cortada vai servir para acabar com a raça do rei mau e salvar a mãe, entretanto refugiada no templo de Atena. 
A segunda aventura é salvar Andrómeda de um monstro, com ela casar e subir ao céu. Acontecem outras, mas corramos ao final: durante uns jogos, falha um lançamento de disco e mata, involuntariamente, o avô, cumprindo-se oráculo. Recusa o trono de Argos, governa Tirinto (ou Tirinte) e funda Micenas. 
Persée é uma entrada do Dictionnaire des Symboles, de Jean Chevalier e Alain Gheerbrant, que não acolhe muitos outros heróis, mas falha ao curar da «complexité de la relation père- -fils, fils-père, existant en tout homme». Ora, Perseu não tem problemas com Zeus pai, nem com o avô, cuja fatalidade é de outra ordem. E vencer, sobre um Pégaso alado, a Medusa – «image excessive de la culpabilité –, não significa vencer uma culpabilidade própria, mas, sim, «acquérir le pouvoir de se regarder soi-même sans défomation». Curar de «vanité» e de «ses propres monstruosités» (que não podemos extrair da vitória sobre o monstro desejoso de Andrómeda) sobre que Perseu triunfou é adulterar o mito de alguém esforçado, que nem o destino atropela (como se deu com Édipo), já recusando o fácil (Argos), já erguendo cidade do nada (Micenas). 
Eis a narrativa de um amadurecimento, sobre que os versos também evoluem. Outras considerações roubariam ao leitor o gozo de pequenas descobertas. 
Valha dizer que os sonetos deste livro (e só um texto não é soneto), conjugados com a variedade da penúltima selecção – Do Movimento Operário e Outras Viagens (2013) – completam a imagem que me faço da poesia, subida, afinal, das brumas da infância.

Ernesto Rodrigues

DESENVOLVER O ATLETISMO JUNTO DOS MAIS NOVOS É PRIORIDADE DA ASSOCIAÇÃO DE ATLETISMO DE BRAGANÇA

 A intenção foi manifestada por Rodolfo Moreno, presidente da A.A. Bragança, na tomada de posse da direcção que lidera. A cerimónia contou com a presença de Jorge Vieira, presidente da Federação Portuguesa de Atletismo (FPA).
Na cerimónia de tomada de posse, realizada na passada sexta-feira, Rodolfo Moreno elegeu como prioridade a promoção e o desenvolvimento do atletismo junto dos mais novos num distrito onde os atletas são, na maioria, seniores e veteranos. “É um desafio distrital e nacional implementar o atletismo no primeiro ciclo na actividade física e desportiva, integrar o atletismo nas unidades curriculares”, disse o presidente reeleito.

A mesma intenção foi reforçada por Jorge Vieira. O presidente da Federação Portuguesa de Atletismo lembrou a importância de implementar projectos atractivos, para cativar os mais novos para a modalidade. “Nós temos um atletismo adaptado às crianças, que é fundamental para o crescimento dos mais novos. O caminhar, o saltar, o correr, o lançar são gestos que fazem parte do crescimento das crianças. Nós temos agora um atletismo jogado, lúdico e com materiais diferentes adaptados à crianças e às sua natureza”.
Entretanto, a FPA está a promover dois projectos para os mais jovens, o “Kids Athletics” e o “The Daily Mile”, iniciativa que promove a actividade física diária através da caminhada ou da corrida entre os alunos e professores do ensino básico.
Na tomada de posse foi também anunciado o crescimento do número de filiados na Associação de Atletismo de Bragança. Trata-se da Associação de Jovens Activos Mogadourenses, em Mogadouro, e vai contar com um Centro de Formação Desportiva para jovens atletas.
Entretanto, em Carrazeda de Ansiães está prestes a surgir um projecto de atletismo como avançou Rodolfo Moreno. “Neste momento temos 11 clubes de atletismo. Já fomos contactados por um grupo de praticantes de Carrazeda de Ansiães que pretendem formalizar a constituição de um clube ou associação”.
A Associação de Atletismo de Bragança conta com cerca de 200 atletas federados. Um número que Rodolfo Moreno quer ver aumentar à semelhança do que acontece a nível nacional.
A Federação Portuguesa de Atletismo (FPA) tem o registo de cerca de 20 mil atletas, mas Jorge Vieira quer chegar aos 100 mil federados até 2024. Para o presidente da federação é “um objectivo prioritário e estratégico”.
Em Bragança, o presidente da federação lembrou “a importância das Associações Regionais e Distritais de Atletismo” no crescimento do número de federados.
 
Jornalista: 
Susana Madureira

Espetáculos regressaram ao Centro Cultural de Macedo de Cavaleiros com concerto de Jazz

 A atuação da Orquestra de Jazz do Douro marcou o regresso dos espetáculos ao Centro Cultural de Macedo de Cavaleiros, no passado sábado.
Uma formação inspirada nas “Big Bands” do passado com grandes referências da atualidade, destacando-se o instrumental aliado à voz, sobre a qual Valter Palma, diretor artístico, conta mais um pouco:

“Este é um projeto que deriva de outro projeto anterior, que passou de uma orquestra ligeira para uma de jazz. Temos vindo a desenvolver um trabalho de formação e performativo ao nível de jazz, tanto a nível de concertos como de formação com grandes referências nacionais e estrangeiras.” 

Como é sabido, a pandemia Covid-19 veio abalar a cultura e a Orquestra de Jazz do Douro não é exceção. Lançaram o seu primeiro disco, intitulado “All Of Me”, no ano passado, e estes últimos meses têm dificultado a sua divulgação:

“Confesso que foi muito triste para nós termos de estar parados. Lançámos um álbum no ano anterior e esta fase, em que apareceu a pandemia, serviria para o promovermos. Este concerto é o primeiro que fazemos após a paragem e estamos muito felizes.”  

Um regresso aos espetáculos onde se nota ainda a baixa afluência de público, sublinha Elsa Escobar, vice-presidente do Município e vereadora da cultura:

“Os espetáculos que vamos ter nos próximos tempos já estavam agendados, já tinham aparecido na agenda de fevereiro/ março e foram cancelados devido ao confinamento. Estamos a aproveitar o que já estava previsto.

Ainda há algum medo nas pessoas em saírem mas sabemos que quando se para é complicado recomeçar, e vir aos espetáculos é uma questão de hábito.” 

A Orquestra de Jazz do Douro é composta por 25 elementos divididos por uma secção de sopros, uma secção rítmica e uma secção vocal.

Todos os lugares do Centro Cultural se encontram marcados para que entre cada espetador haja a devida distância de segurança.

Escrito por ONDA LIVRE

Miranda do Douro: um bonito centro histórico, paisagens fabulosas e a deliciosa posta mirandesa

 Miranda do Douro é uma bonita cidade no norte de Portugal, pertencente ao distrito de Bragança. Tem um belo centro histórico, um magnífico castelo e paisagens deslumbrantes. Nesta região, além do Português, fala-se o Mirandês, segunda língua oficial em Portugal e uma variante local da língua do antigo Reino de Leão. Não deixe de experimentar a afamada gastronomia da região, cujo prato mais conhecido é a posta mirandesa.


O centro histórico
Miranda do Douro tem um centro histórico bem preservado, cujo local mais emblemático é a Praça D. João III. É lá que se encontram duas estátuas que representam um casal mirandês. O homem enverga a típica Capa de Honras, que ainda hoje em dia é usada pelo Presidente da Câmara em cerimónias oficiais.

Na Praça D. João III pode observar o histórico edifício dos Paços do Concelho. E ainda visitar o Museu da Terra de Miranda, que nos mostra as tradições da terra e a evolução ao longo dos séculos. Não deixe ainda de visitar a Sé Catedral. Um pouco afastado do centro, dê uma saltada ao castelo. Tem uma planta em formato quadrangular e algumas das suas áreas estão em ruínas.

Passeio de barco e um miradouro com vistas fantásticas
Uma boa forma de conhecer a área envolvente é através de um passeio de barco pelo rio Douro. Esta atividade dura uma hora e meia e proporciona vistas fantásticas das montanhas. Pelo caminho, vamo-nos cruzando com aves de rapina como a águia-real e o falcão peregrino. No final, os clientes têm uma agradável surpresa, com a degustação de um cálice de vinho do Porto. Local a não perder é o Miradouro de São João das Arribas, na Aldeia Nova, de onde se tem uma das vistas mais bela sobre o concelho.

A divinal posta à mirandesa
Quem nunca ouviu falar da posta à mirandesa? Este prato divinal é originário de Miranda do Douro. Trata-se de um bife de vaca alto e tenro, normalmente servido com batata a murro. A garantia de qualidade está mesmo na carne, que deve ser certificada. Ou seja, não se pode chamar posta mirandesa simplesmente porque um bife de vaca é alto e tenro.

Um dos melhores locais para provar este prato delicioso é o restaurante O Mirandês, no centro da cidade. Tem uma sala de grandes dimensões e para além da posta à mirandesa, destacam-se a alheira ou o salpicão, como entradas. E ainda a costeleta de vitela assada na brasa ou a costeleta de cordeiro, igualmente na brasa.


Puial de I Douro, uma excelente opção de alojamento

Uma excelente opção para ficar alojado em Miranda do Douro é o Puial de I Douro. Esta unidade de turismo rural situa-se no Parque Natural do Douro Internacional, mais propriamente na Aldeia Nova, a cinco minutos de carro da cidade. Apresenta uma arquitetura tradicional e paredes de granito e os seus quartos têm uma excelente panorâmica do Douro. No exterior há um espaçoso terraço.

O hotel organiza uma série de atividades: passeios de burro, observação de aves, atividades agrícolas, visitas guiadas pele região e workshops de Mirandês. A reserva para um quarto duplo custa 65 euros.

Artigo de André Cruz Martins