sexta-feira, 31 de agosto de 2018

NOTÍCIAS DA ALDEIA

Por: Fernando Calado
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")
Pois na aldeia não tem acontecido quase nada e eu no meu mister de estar atento aos sinais e às notícias verdadeiramente importantes não sei o que lhes contar.
A festa do São Lourenço será dia dez. No domingo, como quem cumpre um dever, o juiz e os mordomos da festa andaram a pedir pelas casas… piedosamente.
… que São Lourenço lhe dê saúde e muita uva… que o senhor não precisa… este ano a sua parreira até se parte com elas… que é um encanto!
… vinho… adega fresca… coza o forno… e seja feliz quem quiser… pois então!
“O vinho alegra o coração"! Salmo 104 do livro sagrado.
Os emigrantes já se fazem abraço… e muitas línguas estranhas ao nosso viver acordam as casas, os casebres, as ruas e as praças.
E já agora… e para que fiquem contentes… eu sei que ficam contentes com as coisas importantes que me acontecem, a minha laranjeira em Terra fria, estoicamente, resistiu às geadas… riu-se do inverno e já tem duas laranjas… em berço de folha verde.
- A modos que está tudo a mudar! Diz o meu vizinho.
… a modos que sim!
Bendita seja a natureza!
… minha Nossa Senhora da Serra!
…. Minha mãe Maria Santíssima!

Fernando Calado nasceu em 1951, em Milhão, Bragança. É licenciado em Filosofia pela Universidade do Porto e foi professor de Filosofia na Escola Secundária Abade de Baçal em Bragança. Curriculares do doutoramento na Universidade de Valladolid. Foi ainda professor na Escola Superior de Saúde de Bragança e no Instituto Jean Piaget de Macedo de Cavaleiros. Exerceu os cargos de Delegado dos Assuntos Consulares, Coordenador do Centro da Área Educativa e de Diretor do Centro de Formação Profissional do IEFP em Bragança. 
Publicou com assiduidade artigos de opinião e literários em vários Jornais. Foi diretor da revista cultural e etnográfica “Amigos de Bragança”.

Uma Placa de Inauguração que envergonha o Regime Republicano

Até nos nomes próprios conseguiram dar erros...
Paga Zé Povinho! O que é que os cidadãos têm a ver com as promessas da Senhora?
É cada sachada sua minhoca! Que grande confusão para ali vai...


Confraternização no Restaurante Zé Machado

Bragança, anos 50/60 do século XX – 3ª Parte

Por: António Orlando dos Santos (Bombadas)
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")

Passado o S.João chegava o S.Pedro e continuavam as festividades dos chamados Santos Populares que com o Santo das chaves do Paraíso encerrava o mês e abria de par em par as portas ao Verão.


(Dos três santos populares /É São Pedro o mais entrudo /Faz milagres aos milhares/Tem chaves para abrir tudo/ E começava para nós a estação Maravilhosa! Cantava nesse tempo chegada do Brasil, a voz da juventude brasileira, Celly Campelo, que com dois sucessos discográficos, fazia sonhar rapazes e raparigas que viam a vida abrir todas as portas ao som de Banho de Lua e Biquini de bolinhas amarelas, e a italiana, pequena e sardenta que com frenesim cantava, viva lá papa papa lapa pa pa al pomodoro e também Datemi un Martello. Mas ultrapassadas em serenidade e classe pela voz maviosa, apaixonada e com o seu quê de inocente "per la sua giovinezza Gigliolla Cinquetti com a belíssima  "canzonne. No n'ho l'etá, no n'ho l'etá, per amarti, no n'ho l'etá /d'uscire sola con té /que venceu um festival de SAN Remo e o Festival da Eurovisão. 
O Verão era tempo de Sabor, rio mítico para mim, que vivia obcecado com os mergulhos do Rebolo, Carrasqueira e Altar.
Quando ao descer o caminho que levava da estrada ao curso de água sentia o frescor das águas misturado com o odor leve mas insidioso dos freixos e salgueiros da borda do rio, o meu coração batia com a ânsia que me toldava o discernimento, até que finalmente já sem roupa, fazia o sinal da cruz e me lançava ao rio, cujo frescor das águas era como um bálsamo que refrescava o corpo e consolava a Alma!
Mas o tempo é inexorável, ontem como hoje e sem quase nos apercebermos chegava o tempo das Festas da Cidade. Este evento nos idos de cinquenta possuía uma dinâmica de considerável dimensão. A decoração das ruas era feita com ornamentos de madeira e florais de bom gosto e em quantidade. Todas as ruas centrais eram decoradas e também a Avenida João da Cruz bem assim como o Jardim Dr .A. José d'Almeida. Recordo que para além dos arcos florais suspensos, havia nos canteiros pássaros e outros bichos que feitos em junco ou arame tinham no seu interior uma lâmpada que devido à cor do papel que cobria todo o interior da figura causava um efeito relaxante e envolvente.
As verbenas eram algo que só quem teve o privilégio de participar fisicamente naquele quase ritual pode descrever se tiver engenho e arte, o encanto de nos sentirmos amados e amantes.
Numa noite cálida de meados de Agosto com música bem escolhida, José Maria Gomes & Filhos, etiqueta RCA, escolha do filho do Costas Largas, que tinha fino gosto, Renato Carozonni, Il Guaionne, José Sabino Ribeiro, etiqueta Phillips, escolha de Abílio Carrabéu Il Quarteto di Marino Marini numa sequência de fazer falar as pedras: Come prima, Lá piú Bella del mondo, Moliendo Café, Guarda Che Luna, Guarda Che mare e a fechar Kriminal Tango. Quando a verbena findava a música continuava nos meus ouvidos insistentemente "Sonando" porque a música de antigamente, a do tempo da minha juventude era belíssima como o era a minha cidade, as suas gentes e a idade que eu tinha e que me deixava sonhar e ser feliz.
No dia 21 à noite o Arraial tinha um encanto que advinha do espírito que as pessoas não conseguiam ocultar; um não sei quê misto de alegria e esperança que sendo contagioso era também carregado de magia.
Recordo o fascínio da visão do Recanto da Mina, onde estava um restaurante improvisado e onde se comiam manjares do Céu! Era concessionário nesse ano que menciono 59/60/61?, não estou certo, o Senhor Adriano Carneiro,  Adriano Manco e trabalhavam como ajudantes o Joaquim, cunhado do Marques, o Ramiro que foi empregado no Café Lisboa e mais alguns a quem Deus deu espírito de missão para fazerem da Mina a maravilha que era um Caldo Verde de estalo ou umas gambas à lá plancha que faziam andar um paralítico que esperasse na piscina pela vinda do anjo (Deus me perdoe). O encanto desse recanto que era parte integrante do espirito de festa que pairava como que a dizer ao mundo que em Bragança também era possível ser-se feliz.
O tempo passava e chegava ao fim essa era de felicidade por nós vivido que foi o elemento adstringente que fundou esta tão cara ideia de amor à Bragança que não existe já mas que servirá para a refundação desta terra de gente boa e hospitaleira.
Em Setembro eram as vindimas! Por comparação com as ceifas era um tempo mais vivido . As ceifas são por mim lembradas dado que na época em que se juntavam ranchos de homens de chapéu de palha, dedeiras de cabedal e foice a tiracolo à volta do Mercado esperando os lavradores que necessitados de mão de obra para segar o cereal, recorriam a estes trabalhadores sazonais que ajustado o preço partiam para os campos e deixavam a cidade que da safra não recebia encanto ou desencanto. Talvez algum, apenas quando o lavrador trazia o cereal para o entregar na Federação Nacional dos Produtores de Trigo e a azáfama era grande mas não grandiosa.
As vindimas por sua vez causavam mais rebuliço pois no tempo da Adega Cooperativa toda, ou quase, a produção vinha em tractores para ser processada e transformadora em vinho nas instalações de Vale D'Alvaro.
Era um tempo em que o calor do Estio havia dado lugar a um tempo mais ameno e suave. Sentia-se no ar o aproximar de Outubro que Maria Clara cantava numa canção lindíssima que ainda hoje me encanta/: Com poentes de sol rubro/E manhãs de luz risonha /Não há mês como o de Outubro/Não há mês como o de Outubro/P'ra quem ama e p'ra quem sonha/Outubro não tem rival /E é preciso que se diga/Que o Abril em Portugal /Que o Abril em Portugal/ Não é mais que uma cantiga.

Voltarei Mais tarde...





A. O. dos Santos 
(Bombadas)

Exposição:"ESPANÕLES POR EL MUNDO DEL ARTE"

*ESPANÕLES POR EL MUNDO DEL ARTE*

“ Espanhóis por o Mundo da Arte “ é uma Mostra única, que celebra a criação plena de sonhos; em prismas tão distintos como a pintura Surrealista de Alexal – Alejandro Albarrán Garcia e a Escultura Poética de Pedro Espada Rey.

Patente de 14 de Setembro a 12 de Novembro na Casa da Cultura Mirandesa.

Alejandro Albarrán Garcia*
O movimento artístico Surrealista nasceu em Paris na década de 1920, inserido no contexto do que viria a definir o Modernismo - período entre as duas Grandes Guerras Mundiais. Foi fortemente influenciado pelas teorias psicanalíticas do psicólogo Sigmund Freud enfatizando o papel do inconsciente na actividade criativa. Um dos seus objetivos foi produzir uma ARTE que, segundo o movimento, estava a ser destruída pelo racionalismo.
O principal mentor deste movimento é o poeta e crítico André Breton.
A combinação do representativo, do abstrato, do irreal e do inconsciente, são as principais características deste diferenciado estilo. Segundo os surrealistas, a arte deve libertar-se das exigências da lógica e da razão e ir além da consciência quotidiana, procurando expressar o mundo do inconsciente e dos sonhos. René Magritte e Salvador Dali são dois dos seus grandes representantes no campo das artes plásticas.
Alejandro * Alexal, leva-nos numa viagem imaginária de cores e formas à qual é impossível passar indiferente.

Pedro Espada Rey*
Para falar sobre a Escultura de Pedro Espada Rey, estamos directamente ligados à soberba perfeição da Natureza e há liberdade da imaginação.
Pedro cria sem obediência a qualquer corrente artística ou condicionante política e/ou comercial. O seu universo criativo e mitológico nasce dos seus passeios no bosque, do encontro com a natureza e das “”conversas”” solitárias com madeiras e pedras.
Nos variadíssimos temas que aborda, cito a figura humana que esculpe com um primitivismo ibérico, respeitando sempre os materiais que o universo lhe oferece.
Cria com valor, com olhos de menino e mãos de velho maestro da madeira.
Pedro cria num estado de pureza e de emoção plena, ao ponto de transbordar a sua grande sensibilidade para as obras que executa.
A fantasia das suas obras é sonho tornado realidade, cuja contemplação nos leva em viagens inesquecíveis.
CM de Miranda do Douro

Passeio Pedestre Planalto Mirandês: Miranda do Douro - Naso

20 Anos de apresentação do texto da Língua Mirandesa

Comemora-se no próximo dia 17 de Setembro os 20 anos de apresentação do texto da Língua Mirandesa na Assembleia da República.
“La Lhéngua Mirandesa, doce cumo ua meligrana, guapa i capechana, nun yê de onte, detrasdonte ou transdontonte mas cunta cun uito séclos de eijistência.
Sien se subreponer a la “lhéngua fidalga i grabe” l Pertués, yê tan nobre cumo eilha ou outra qualquiêra.
Hoije recebiu bida nuôba.
Saliu de l absedo i de l cenceinho an que bibiu tantos anhos. Deixou de s’acrucar, znudou-se de la bargonha, ampimponou-se para, assi, poder bolar, strebolar i çcampar l probenir.
Agarrou l ranhadeiro para abibar l lhume de l’alma e l sangre dun cuôrpo bien sano.
Chena de proua, abriu la puôrta de la sue priêça de casa, puso fincones ne l sou ser, saliu pa las ourriêtas i preinadas..
Lhibre, cumo l reoxenhor i la chelubrina, yá puôde cantar, yá se puôde afirmar.
A la par de l Pertués, a partir de hoije, yê lhuç de Miranda, lhuç de Pertual.”

in Texto de Apresentação do Projeto LEo de reconhecimento dos direitos linguísticos da Comunidade Mirandesa

Assembleia da República 
Lisboa, 17 de Setembro de 1998

Mirandela apresentou o IFFRU 2020 o maior instrumento de reabilitação urbana numa sessão de esclarecimento.

Gás natural vai chegar a quase todos concelhos transmontanos dentro de um ano

As redes de distribuição de gás natural chegarão a praticamente todas as sedes de concelho dos distritos de Bragança e Vila Real dentro de pouco mais de um ano, anunciou hoje a empresa responsável pelo investimento.
A Sonorgás, do grupo Dourogás, venceu as concessões para 18 concelhos e está a investir 58 milhões de euros na construção de Unidades Autónomas de Gás e respetivas redes, com a previsão da conclusão de todas as infraestruturas "até ao final de 2019".

O grupo já é responsável pelas redes em sete concelhos e com os novos investimentos em toda a região transmontana, apenas os concelhos de Mesão Frio, em Vila Real, e Miranda do Douro, em Bragança, ainda não serão abrangidos pelo gás natural canalizado, segundo o diretor executivo, Nuno Moreira.

As obras para a construção das infraestruturas já arrancaram em seis dos 18 municípios previstos, e já hoje começaram a ser feitas as primeiras ligações nos concelhos de Alijó (Vila Real) e Vila Flor (Bragança), incluídos neste conjunto.

O diretor executivo da Dourogás falava na cerimónia de inauguração da chegada do gás natural a Vila Flor e explicou que as novas redes serão instaladas apenas nas sedes de concelho e o propósito deste investimento é levar o gás natural às vilas e cidades mais pequenas.

Nuno Moreira disse ainda que relativamente a Mesão Frio e Miranda do Douro, os dois concelhos estão "à espera do trâmite dos processos, que esperam sejam resolvidos rapidamente".

Dos 58 milhões de euros que a empresa está a investir nas novas redes de 18 concelhos, 29 milhões são financiados pelo BEI, o Banco Europeu de Investimento, por um prazo de 20 anos.

Agência Lusa

Sugestões Culturais para o fim-de-semana

Vila Real
Em Vila real, este domingo, dia 2, atividades não irão faltar. Poderá presenciar o VII Festival de Estátuas Vivas no Museu Vila Velha. Ainda no mesmo dia assista à Festa da Columbófila. A columbófila é uma modalidade desportiva relacionada a corrida entre pombos-correios. Por fim, pode participar na III Meia Maratona de Vila Real. Esta acontecerá pelas ruas da cidade a partir das 10h00, contudo requer inscrição.

Foz Côa
Se vai estar por Vila Nova de Foz Côa saiba que este fim-de-semana pode assistir a uma comédia francesa para maiores de 14 anos com duração de 90 minutos. Intitulada “Coexistir não é fácil…nem com cantigas!” retrata a história de um produtor de música falido que decide criar um grupo musical constituído por um rabino, um padre e um imã. Mas os religiosos que ele recruta para a banda estão muito longe de serem santos. Com realização de Fabrice Eboué, pode assistir a esta comédia a partir das 21h30 na sala de cinema desta vila.

Macedo de Cavaleiros
Em Macedo de Cavaleiros, de 1 a 2 de Setembro, no Parque Municipal de Exposições acontece a Feira da agricultura. Dia 1, a partir das 14h00 visite o mercado de produtos regionais e assista aos jogos tradicionais inter-freguesias. O dia 2, domingo, engloba ainda concursos concelhios de Ovinos e Caprinos, Bênção dos agricultores e máquinas agrícolas, gincana de tratores, garraiada e sorteios de alfaias agrícolas. A feira encerra em ambos os dias às 20h00.

Mirandela
É fã de piano? Pode assistir ao recital de piano que irá decorrer hoje, sexta-feira, pelas 21h30, na Praça do Município em Mirandela. Um concerto de uma noite de verão com o pianista Óscar Lobete.

Miranda do Douro
Domingo, dia 2 de setembro, participe no Passeio Pedestre Planalto Mirandês: Miranda do Douro – Naso. Inscrição obrigatória no posto de turismo e juntas de freguesias. Um percurso com 16 km, com início às 8h00 no posto de turismo de Miranda do Douro.

Vinhais
Em Vinhais, dia 2 de setembro pelas 9h00 realiza-se o 1º Trail Rota do Fumeiro. O trail conta com uma distância de 20 km onde poderá desfrutar de magnificas paisagens.

Chaves
Se é fã de música pode assistir em Chaves, pelas 21h30, no Largo General Silveira ao Concerto Banda Musical de Loivos & Banda Musical de Outeiro Seco. Se prefere uma ida ao teatro, terá possibilidad,e também dia 31, pelas 21h30, de assistir ao Festival de Teatro de Rua de Chaves no Jardim Público. Evaristo – uma hilariante viagem improvisada ao passado. Um teatro de improviso que levará o espetador numa viagem no tempo, inspirada em pequenas histórias contadas pelo público. Os improvisadores irão criar, no momento, personagens e histórias completamente originais e surpreendentes.

Vimioso
Dia 1 de setembro participe na Aldeia Pedagógica de Vilar Seco e Aldeia Pedagógica de Vale de Frades através do II Workshop de Escrinhos, cestos feitos de palha e silvas. Passe um dia diferente, a partir das 10h00 na Junta de Freguesia de Vilar Seco.

Carrazeda de Ansiães
Em Carrazeda de Ansiães visite a XXIII Feira da Maçã, do Vinho e do Azeite. Trata-se de uma feira que tem como principal objectivo a promoção, divulgação e venda dos produtos regionais, com particular destaque para o vinho, a maçã e o azeite. Durante três dias poderá também assistir a uma mostra de artesanato regional e nacional, bem como, provar a gastronomia tradicional desta região nas tasquinhas da feira ou nos restaurantes locais. A feira tem ainda animação musical, com nomes bem conhecidos do público, como Átoa, dia 31, David Carreira no dia 1 e no último dia, Cuca Roseta .

Dia 2, domingo, ainda em Carrazeda de Ansiães, às 10h00, na Barragem da Fontela, não perca o Triatlo Ansiães Douro. 2 km a nadar, 60 km de bicicleta e 15 km de corrida são as distâncias a percorrer nesta prova. A participação pode ser individual ou em estafetas de 2 ou 3 elementos. Para participar é necessária inscrição.

Escrito por ONDA LIVRE

Alunos de Miranda mostram que dança dos paus também une a Europa

Os pauliteiros de Miranda são únicos em Portugal, mas partilham com vários povos europeus uma tradição que une a Europa através da dança dos paus, como mostra um grupo de alunos de Miranda do Douro.
"É uma dança que ainda hoje une muitos povos da Europa e muitas culturas", desde a Grécia, a França ou a Escócia, segundo um trabalho realizado por um grupo de alunos do Agrupamento de escolas de Miranda do Douro que ganhou como prémio uma visita à sede da União Europeia, Bruxelas, entre terça e quinta-feira.

Com eles vão também alunos da Escola Profissional Prática Universal (EPPU) de Bragança, que, com o trabalho "Unidos na Diversidade", ganharam também o Prémio Escola na Europa promovido há quatro anos pelo Eurodeputado José Manuel Fernandes para aproximar os jovens das instituições e europeias.

Num vídeo de 20 minutos, os alunos de Miranda do Douro, orientados por Duarte Martins, professor de Mirandês, a segunda língua oficial de Portugal, focam-se nos pauliteiros, emblemas da cultura mirandesa, e descobrem uma identidade partilhada com outros povos europeus.

Quem for a Miranda ver os pauliteiros assiste a um espetáculo de homens de saias, meias de lã, camisa branca e colete, chapéus coloridos, que dançam cada um com dois paus a bater alinhados com os pares.

São acompanhados pela gaita-de-foles, o bombo, a caixa. Há quem diga que a origem é uma dança guerreira deixada pelos gregos e romanos, outros dizem que têm a ver com rituais de fertilidade agrária.

Mesmo ao lado, em Zamora, na Catalunha ou no País Basco, em Espanha, os mesmos rituais dos paus, mas com rapazes e raparigas a dançarem em conjunto, também acompanhados por tocadores.

Em França há também a dança dos paus com homens e mulheres, eles vestidos com calças negras e elas com saia vermelha.

Na Escócia, os paus são comuns, mas os dançadores usam apenas um e vestem-se de negro com a cara tisnada, chapéus de plumas, "como se de um bando de corvos se tratasse".

Os alunos de Miranda descobriram também traços comuns nas danças pírricas da Grécia, com dançadores vestidos à maneira greco-romana, com paus que parecem lanças.

Os alunos da EPPU Bragança preferiram tratar um tema bandeira da União Europeia e, num trabalho intitulado "Unidos na Diversidade", juntaram diferentes nacionalidades dos que frequentam esta escola, desde Angola à Ucrânia, Timor Leste e Suíça.

O trabalho teve como base os Direitos Humanos, Europa, multiculturalismo, interculturalismo, educação e Erasmus+ e aborda a multiculturalidade existente na escola e os programas da União Europeia para a integração e tolerância.

"Todos os seres humanos nascem livres e iguais e devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade" é uma das citações da Declaração Universal dos Direitos do Homem presente neste trabalho também premiado com a viagem a Bruxelas.

Ao todo são cerca de 20 jovens, mais professores, que o eurodeputado levará na próxima semana a conhecer o centro das decisões europeias, com visita incluída ao Parlamento Europeu.

José Manuel Fernandes entende que "esta é uma boa forma de incentivar os jovens a estudarem, a conhecerem as instituições da União Europeia, a sua importância e valores.

Agência Lusa

Cuidados Continuados em Vinhais depois de dez anos à espera

A Unidade de Cuidados Continuados (UCC) de Vinhais recebeu na quarta-feira o primeiro utente, depois de uma década de espera por um equipamento com 20 camas para pessoas a necessitarem de cuidados de saúde depois da alta hospitalar.
A Santa Casa da Misericórdia de Vinhais é a responsável pelo equipamento que, como explicou à Lusa o provedor, António Alberto Rodrigues, vai ter a gestão do hospital privado da Irmandade do Terço do Porto.

A unidade está integrada na rede nacional de Cuidados Continuados e para lá podem ser encaminhados doentes de todo o país. Todavia, os responsáveis destacam a importância para o concelho de Vinhais, com uma população envelhecida e dispersa, que até agora estava sujeita a internamento distante de casa com deslocações dispendiosas para visitas.

Como disse à Lusa o provedor da Misericórdia de Vinhais, o edifício estava pronto há quase dez anos, sem que tivessem conseguido os acordos para a criação de vagas no concelho, uma decisão tomada recentemente pelo Governo central.

Com o passar do tempo, explicou, o equipamento ficou desatualizado e foram necessárias mais obras de adaptação aos serviços prestados.

No total, a unidade implicou um investimento de 1,5 milhões de euros, com o provedor a realçar "o papel da Câmara Municipal no desbloquear deste processo".

A abertura deste serviço vai criar "14 a 15 postos de trabalho" no concelho transmontano, segundo ainda António Alberto Rodrigues.

A Santa Casa é a dona da obra, mas quem vai explorar o serviço é o Hospital do Terço, com a denominação "Envolve Vinhais".

O acordo entre as duas entidades vigora "até junho de 2019" e o provedor da Misericórdia de Vinhais adiantou que vai tentar que se prolongo depois dessa data.

A Câmara de Vinhais divulgou uma nota em que "a abertura deste apoio é importantíssima para o concelho, pela implementação de um apoio social a diversas famílias que necessitam destes serviços, sendo também um fator de criação de postos de trabalho que permitem a fixação de população".

Agência Lusa

Freixo de Duarte d' Armas classificado como "Árvore de Interesse Público"

O freixo de Duarte d' Armas, exemplar com mais de 500 anos, foi classificado como "Árvore de Interesse Público" pelo Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), anunciou hoje o município de Freixo de Espada à Cinta.
"Tudo começou com o pedido de classificação da árvore ao ICNF e depois solicitámos a ajuda de técnicos da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), para o seu tratamento, já que o freixo se encontrava muito debilitado", explicou à Lusa a presidente da Câmara, Maria do Céu Quintas.

O freixo tem o seu nome associado a Duarte d' Armas, que foi quem representou, a mando do rei Manuel I, a cartografia de 56 castelos fronteiriços de Portugal, entre 1509 e 1510.

A árvore centenária, que está associada ao nome da vila de Freixo de Espada à Cinta, no distrito de Bragança, está classificada como de "interesse público" na categoria de "exemplar isolado", desde 16 de agosto.

A recuperação do freixo de Duarte d'Armas contou, igualmente, com a colaboração do ICNF e da Universidade do Algarve, que teve a seu cargo desenvolver a pesquisa histórica sobre a árvore, em bibliotecas nacionais como a Torre do Tombo, relativa às lendas associadas à quinhentista árvore.

"Hoje, o freixo parece novo e até dá gosto olhar para ele. E são muitos os turistas que querem conhecer este ícone da vila", vincou a autarca.

De acordo com documento a que a Lusa teve acesso, "o exemplar arbóreo não apresenta sinais de pouca resistência estrutural, de mau estado vegetativo e sanitário ou risco sério para as pessoas e bens, nem se encontra sujeito ao cumprimento de medidas fitossanitárias que recomendem a sua eliminação ou destruição obrigatórias".

Os investigadores da UTAD, liderados por Luís Martins, fizeram mais de 900 tentativas nos últimos anos para assegurar os primeiros 22 clones do Freixo d' Duarte de Armas, através da utilização de raízes novas que nasceram após o início do processo de recuperação do freixo.

"Não foi um processo simples devido à própria idade da árvore. Estimamos que o Freixo de Duarte d' Armas tenha 540 a 550 anos", disse na altura o investigador à Lusa.

Do trabalho de investigação, parceria entre a UTAD e o ICNF, foram retirados 22 clones que foram plantados em todas as capitais de distrito e nas regiões autónomas dos Açores e da Madeira.

O primeiro clone mora há cerca de um ano e meio nos jardins do Palácio de Belém, residência oficial do Presidente da República, em Lisboa.

Na ocasião, Marcelo Rebelo de Sousa referia-se à plantação do clone como "um momento simbólico para o nosso país, num ato que retrata um momento de resistência e resiliência para o país, tal como acontece com o freixo e outros freixos".

Os investigadores da UTAD e do ICNF calculam que o freixo de Duarte d' Armas tenha entre 540 a 550 anos.

Agência Lusa

Gisela João canta e encanta na mostra de vinhos no Sabor D’ouro Wine Summer Fest

Os melhores vinhos do Douro Superior estão em destaque no Sabor D’ouro Wine Summer Fest marcado para os dias 8 e 9 de setembro em Torre de Moncorvo.
Estarão presentes mais de 10 produtores de vinhos a grande maioria já reconhecidos a nível nacional e alguns a nível internacional.
O festival que, segundo o município, "tem um conceito diferenciador que alia numa festa de final de verão a música e as maravilhosas  paisagens da Praia Fluvial da Foz do Sabor, onde se realiza,  à degustação dos vinhos de excelência produzidos no concelho", indicou fonte do município.
A iniciativa conta ainda com um cartaz musical apetecível, que este ano aposta na fadista Gisela João e no DJ Tiger Lewis, bem como Álvaro Lancha, Carlos Fial.

Glória Lopes
in:mdb.pt

Nasceu em Vimioso o Movimento Cívico Atalaia

«Preservar o passado e perspectivar o futuro» é o lema do movimento cívico chamado Atalaia criado por três vimiosenses e que deu origem ao livro «Concelho de Vimioso, o desafio da interioridade».
Manuel Lopes
O movimento começou na Rede Social Facebook, no início deste ano e neste momento conta já com sete mil aderentes, principalmente emigrantes de todo o mundo, como conta um dos impulsionadores, Manuel Lopes:

“Digamos que se não fizemos esta publicação talvez ficasse todo o esforço no virtual. Portanto, o livro é a passagem do virtual para a realidade. Temos algo físico com a manifestação da nossa actividade. Com isto estamos a identificar e a valorizar o esforço de mais de sete mil aderentes, que estão espalhados por todo o mundo, estando aqui mais emigrantes do que residentes”, contou Manuel Lopes. 

O movimento cívico Atalaia pretende corrigir as assimetrias locais, a desigualdade territorial, de despovoamento e a dificuldade de fixação de jovens no concelho. São medidas com uma perspectiva local:  “Muitas medidas que aqui surgem vêm do coração das pessoas e das suas vivências. As próprias conclusões apontam para medidas de discriminação positiva que as 22 localidades reclamam, sendo este o  ponto de vista dos locais. Está aqui esquematizado, algo que os diversos aderentes reuniram nos seus próprios comentários. São medidas específicas que resultam da própria vivência concelhia”, acrescenta Manuel Lopes.

Manuel Lopes explica que são referidos os principais problemas, numa ligação privilegiada com o poder autárquico: “Aquilo que julgamos que é indispensável para reduzir os efeitos de desertificação e do despovoamento. Nós resumimos quais são os problemas principais. Assim, ao elencarmos os problemas principais também damos a nossa própria versão que não quer colidir com o poder mas estamos numa ligação privilegiada com o poder autárquico. Não existe aqui nenhuma almofada mas também somos contra, nem inimigos do poder autárquico”, comentou o impulsionador do Movimento Cívico Atalaia. 

«Concelho de Vimioso, o desafio da interioridade» é o nome do recente livro que reúne reivindicações do movimento cívico Atalaia, liderado por Manuel Lopes, António Preto Torrão e Maria Piedade Galhardo. O livro é publicado pela Âncora Editora e tem 350 exemplares.

Escrito por Brigantia
Maria João Canadas

Sobrevivência do dia-a-dia ganha nas noites de breu

Noites frias de inverno eram o palco para o contrabando. Fomos ouvir testemunhos de quem tinha esta arte como profissão e como forma de vida. São vivências, memórias e experiências de contrabando.
Entre a Teixeira, aldeia espanhola e a aldeia de Vilarinho, concelho de Bragança teve lugar um encontro entre portugueses e espanhóis, no passado fim-de-semana, que juntou cerca de 70 pessoas. O encontro envolveu uma caminhada entre as duas aldeias e teve como mote recordar os tempos idos do contrabando. Um dos participantes foi Jaime Maçaira. É natural de Parâmio, mas vive em Vilarinho. Tem agora 70 anos, mas quando tinha 14 anos fazia contrabando de café, navalhas e beterrabas, como conta.

“O contrabando era um pouco de tudo, desde café, navalhas, beterraba e outras coisas até que fui para a tropa, aos 18 anos e depois acabei por desistir, porque a vida era outra”, contou Jaime Maçaira.

Outro dos contrabandistas é Emídio Almeida, com 78 anos, da mesma aldeia do concelho brigantino. Recorda-se que levavam gadanhas, pimento e café para a localidade espanhola.

“Trazíamos e levávamos aquilo que nos fazia falta, por exemplo, gadanhas que antigamente cegava-se o feno à mão e vínhamos aqui porque eram melhores. Nós trazíamos o café e levava-se o pimento”, descreveu Emídio Almeida.

Outro contrabandista do lado espanhol, é Martim Gordo que contou como um dia foi apanhado.

“Vi uma pessoa a cortar giestas. Quando me apercebi desmontei a espingarda e meti-a entre as calças com a culatra tapada com o casaco. Até que me disse para mostrar a espingarda porque era guarda”, disse Martim Gordo.

Estes são três testemunhos de para quem o contrabando um dia foi uma realidade e uma forma de sobrevivência.

Escrito por Brigantia
Maria João Canadas

quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Sempre fomos um Povo, uma região, submissos e obedientes e por isso mesmo subjugados

Nos slogans: Miranda do Douro presente e Viva Salazar

Era uma boa equipa..

Em homenagem ao RAMOS, que teve pressa em partir.

Entrada da Vila - 7 de outubro de 1971

Bragança, mais Praça da Sé

O que se festejava?

Esta foto não é muita antiga. O bolo é expressivo, G.D.B.
O que festejava esta malta?

Exposição "Cristos"

Bragança - Praça da Sé

Bragança anos 50/60 do século XX – 2ª Parte

Por: António Orlando dos Santos 
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")
Terminava a Páscoa e como que se respirava já um ar diferente. O mês de Abril tinha leveza, os dias começavam a ser maiores e como quase se entrava num tempo de mudança.

Uma canção repetida vezes sem conta na Rádio tinha um título elucidativo: Avril au Portugal (exactamente, em francês). Adaptaram-lhe uma letra que falava de Coimbra e de Inês e seus amores. Passou a ser conhecida pela versão segunda mas de facto nasceu com o batismo primeiro. Era também ela um anúncio de dias alegres.
Fazia-se a Pascoela e voltava-se ao jogo do cântaro e o Compasso regressava porque a cidade crescera e um dia de domingo não chegava para visitar todos os lares cristãos do burgo.
O folar estava quase no fim e a garotada começava a pedir pão normal já que o fartote de folar começava a tornar-se pesado. Nalgumas casas guardavam um de tamanho médio para o S.Jorge. Era uma festa a que os brigantinos votavam um certo carinho. Meia cidade pegava no farnel, juntava a criançada e partia, acampando à chegada junto à Ribeira de S.Jorge e depois da missa e da visita ao Santo, regressava-se ao repasto, desta vez mais variado, pois havia quem levasse trutas de escabeche e salada de bacalhau com cebola e pimento espanhol.
Era agradável a frescura da ribeira e sentia-se o prenúncio do Verão!
Há muitos anos que não tenho notícia desta festa que era tão popular! A vida mudou e as coisas lindas desapareceram sem nos darmos conta. Que pena, foi, como deixámos de ser o que fomos durante séculos, assim num abrir e fechar de olhos.
Passado o S.Jorge havia um curto espaço de tempo até à feira das Cantarinhas. 
O dia 3 de Maio era para Bragança um dia especial. Sentia-se a magia no ar! Não sei quão longe no tempo aquilo começou. Sei que era tradição antiga e que todos velhos, novos e de meia-idade, ricos, pobres e remediados participavam com alegria e desenfado! Duas coisas faziam o encanto desse dia, as cerejas ainda novidade e as cantarinhas. Eu acho que estas duas coisas eram apenas para justificarem e encobrirem o apetite dos rapazes pelas raparigas e o das raparigas pelos rapazes. Mesmo assim era lindo o quadro imaginado com aquela multidão concentrada nas ruas centrais da cidade flanqueada pelos cestos carregados de hortaliças, mesas grandes com milhares de cantarinhas que as moças mais apetecidas coleccionavam como coleccionavam namorados e que também eram bálsamos para as menos desejadas pois com pouco se faz muito e o tempo era de ilusão e felicidade.
O dia do Senhor de Cabeça Boa era a cereja no topo do bolo que vinha sendo preparado desde os dias de Endoenças, quando afivelando no rosto um rito de pena e fé em Cristo se preparava a festa que no Sábado de Aleluia se começava a anunciar e que cumpria o seu desígnio na alvorada de boa nova na Páscoa da Ressurreição.
O mês de Maio era luz e porque Deus dá sempre com conta e medida também era o mês das trovoadas que chamávamos de Carocedo! Normalmente começavam a formar-se castelos de nuvens negras por cima do espaço geográfico dessa aldeia. Para nós os da Caleja era fácil a sua previsão pois da linha do combóio por cima da rua viam-se em linha reta as nuvens acastelarem-se e o ar que se tornava rarefeito e húmido era o prenúncio das famosas trovoadas que derrubavam o prestígio do Senhor Vasconcelos da Central, pois era certo que se apagava a luz.
As searas que já estavam crescidas tombavam com o peso da chuva e o furor de procela que as ocorridas entre as 05:00 e as 07:00 pm eram perigosas e faziam as mulheres irem detrás da porta pegar o Ramo bento, que diligentemente em tempo próprio havíamos preparado e agora ali estava para cumprir a missão de juntamente com uma prece a Santa Bárbara ter o poder divino de afastar a tormenta! -Santa bárbara bendita/Que no céu está inscrita / Com papel e água benta/Jesus livrai-nos desta tormenta/. Era este o remédio para as trovoadas, nem se necessitava outro pois desde que Benjamim Franklin inventara o pára-raios nos aglomerados populacionais as autoridades haviam colocado um no cimo da torre mais alta que era quase sempre a Igreja com os seus sinos que tantas histórias inspiraram. (Ó sino da minha aldeia/dolente na tarde calma/Cada tua badalada sôa dentro da mihn'alma/ (F.Pessoa).
Passava-se Maio no anseio de Junho. Os dias estavam cada vez maiores e o calor de Maio havia sarado as feridas das frieiras que eram um rosário de dor e comichão. Bota-lhes o pó de Maio. Em pequeno não entendia porque o de Maio seria diferente do de Abril ou Junho. Preciosismos para iniciados que os raparigos, (linda expressão da minha mãe que jamais encontrei em texto escrito), não captavam, pois aquele tempo era real com ar fácil de respirar e luz a jorros que nos enchia a Alma.
Recordo com saudade os ditos de minha mãe. Quando se queria mostrar arreliada dizia: -Rais parta os raparigos, não morrerem todos. Ia ao Cura pedir uma chocolateira grande e fazia-a cheia de café que me havia de consolar. Vejam que metáfora, porque as frases assim obscuras nos diziam que o Cura era o do Restaurante e aí era suposto haver loiça de tamanho avultado e a chocolateira era afinal onde ela faria o café, não chocolate, para já, liberta dos raparigos poder comemorar. Com bem pouco se consola o pobre! Fim de Maio, subtilmente entrava Junho e a vida era já outra. As idas ao Sabor eram já frequentes e os bailes do dia de S.João já se anunciavam. Primeiro viria o Santo António que quando eu era miúdo tinha o seu lugar na parte anterior do arco segundo da porta da muralha ali pertinho da tia Joana. Tinha uma caixa com um vidro que hoje já não tem e dizia-se que recebia pré como os soldados do BC3. Era como se fosse um militar pois tinha direito a promoções por tempo de serviço e consequente aumento de salário.
A festa na vila ao Santo António tinha a particularidade de ser algo muito querido às gentes da minha criação. Lembro com saudade o Terrão da Vila que com a maior paciência do mundo aturava o Venerando que contente pela Victória do Sporting, queria comemorar e só o fazia com tinto.
Chegava finalmente o São João. São João cravos aos molhos /Manjericos pela rua/E no sonho dos teus olhos /Balões grandes como a lua/. Havia festa em toda a cidade.
De pequenito o meu pensamento vai totalmente para a festa do Loreto. Fazia- se o baile em frente à casa das Manhuças. Eram três irmãs filhas desta terra que eu ainda hoje recordo com admiração, três belezas que deviam servir para serem o orgulho da cidade pois se apresentavam como fidalgas no meio do povoléu e que passe o exagero faziam parar o trânsito. Abençoada mãe que trouxe no seu ventre tal obra-prima que Deus se dignou legar-nos.
O tempo encarrega-se de erodir o que é belo, mas ainda resta a Teresinha que perdoem-me a insolência e o elogio, é ainda hoje uma mulher que ombreia com as Movi Star's pela elegância de corpo, beleza de rosto finura de cabelo uma classe na escolha do vestuário que faz inveja a muita senhora convencida! Eram pérolas do nosso povo, geradas por gente humilde mas honrada.

O Barril colocava os altifalantes na varanda da taberna do Senhor Batista e Senhora Constância e começava com a canção que na altura era novidade e também quadrava com a efeméride: -Pus um trevo num balão /E o balão mandei-o ao ar /S.João meu S.João /Galhofeiro, brincalhão que me quis contrariar. Música no ar e a rua ficava pejada de gente e o tráfego não fluía. Encalhava! Safavam-se pelo Senhor dos Aflitos onde morava o Senhor Nicolau Tolentino Saldanha, mas que nome mais bonito, ainda hoje além de uma recordação de admiração e respeito por este verdadeiro Cavalheiro quando passo ao Loreto soletro as palavras que formam este nome fino e de uma dignidade de português de lei! Ni-co-lau To-len-tino Sal-da-nha. Que beleza!
Havia mais bailes na cidade, chegamos a fazê-los na Caleja e dos bons, mas os do Loreto eram a coroa de Glória dos Bailes do S.João.

Vou parar aqui, pois são 08:00 e é tempo de barba e duche.
Voltarei de tarde se tudo correr bem.




A. O. dos Santos 
(Bombadas)

Vimioso recebeu a 23ª edição do Festival de Folclore que trouxe à vila vários grupos convidados numa noite de muita tradição.

Presença judaica em Trás-os-Montes leva grupo de investigadores à região

A presença judaica em Trás-os-Montes, e em particular, no Alto Tâmega, tem sido objeto de estudo por uma equipa de investigadores, que reuniu em livro todas as evidências que comprovam a permanência dos judeus na região.
O Porto Canal foi até aos locais de história de herança judaica.

Torre de Moncorvo recebeu exposição de Empresas, Emprego e Empreendedorismo

De 23 a 25 de agosto a Praça Francisco Meireles, em Torre de Moncorvo, recebeu uma exposição de empresas- emprego e empreendedorismo.
No decorrer da exposição estiveram presentes mais de 30 expositores de vários ramos de negócio e realizaram-se quatro workshops sobre “Apoio à criação do próprio emprego”, “Apoio à Instalação de Jovens Agricultores”, “Damos Rumo à vida” e “Empreendedorismo – Design Thinking e criação do próprio negócio”, que contaram com mais de 50 participantes.

Tiveram ainda lugar várias provas e degustações de produtos endógenos do concelho como vinho, amêndoa, queijo, azeite, mel, doçaria e fumeiro. 

Torre de Moncorvo recebeu exposição de Empresas, Emprego e Empreendedorismo
De salientar ainda diversas atividades de animação e lazer, como a atuação do Grupo de Concertinas de Sambade, o Grupo de fados e os insufláveis e pinturas faciais para as crianças.

A iniciativa teve um balanço bastante positivo uma vez que permitiu às empresas divulgar os seus produtos e recrutar recursos humanos. 

A organização foi do CLDS Moncorvo 3G em parceria com a Câmara Municipal de Torre de Moncorvo.

in:noticiasdonordeste.pt

Macedo de Cavaleiros acolhe III Edição da Feira da Agricultura de Trás-os-Montes

O município de Macedo de Cavaleiros acolhe nos próximos dias 01 e 02 de setembro, a partir das 14h00, no Parque Municipal de Exposições de Macedo de Cavaleiros, mais uma edição da Feira da Agricultura de Trás-os-Montes.
Durante dois dias são muitos os motivos para viajar até ao Município de Macedo de Cavaleiros e visitar a Feira da Agricultura. Logo no dia 01 de setembro será possível visitar o mercado de produtos regionais e assistir aos I Jogos Tradicionais Inter-freguesias, com provas tão variadas como o Fito, Lançamento da Relha ou o Jogo do Chino. 
"É uma oportunidade de dinamizar o concelho e de manter vivas algumas tradições seculares que fazem parte da nossa memória coletiva", afirma Benjamim Rodrigues, presidente da Câmara Municipal de Macedo de Cavaleiros. 

No segundo dia desta terceira edição decorrem os concursos concelhios dos Ovinos de Raça Churra Galega Bragançana e dos Caprinos de Raça Serrana e Cabra Preta de Montesinho. Ao final da manhã decorre a Bênção dos agricultores e máquinas agrícolas e durante a tarde uma animada gincana de tratores e um sorteio de alfaias agrícolas.

Caçadores contra o projeto de proposta de alteração à Lei das Armas

A Confederação Nacional dos Caçadores Portugueses (CNCP), liderada por Fernando Rui Castanheira Pinto, manifestou-se contra o projeto de proposta de alteração à Lei das Armas, 5/2006, num comunicado distribuído ontem pelas redações dos meios de comunicação social.
O descontentamento da confederação já foi manifestado oficialmente à Secretária de Estado da Administração Interna, no passado dia 16 de agosto, em reunião realizada para o efeito, tendo sido transmitidas as razões do desacordo tornado público pelos representantes dos caçadores portugueses. A CNCP recusa “o nível da limitação do número de armas e a extinção da figura da detenção, sem prejuízo da disponibilidade para encontrar soluções de consenso que respeitem os direitos dos cidadãos, e seus familiares, que em larga medida representamos”.

A CNCP acusa ainda o Ministério da Administração Interna (MAI) de ser o responsável pela queda abrupta da atividade cinegética em Portugal, uma vez que, salientam, foram criados sucessivos obstáculos que levou os caçadores a abandonarem a atividade. “Ao longo da última década, dezenas de milhares de caçadores abandonaram a atividade, fruto das medidas que o MAI sobre eles lançou, numa operação que mais pareceu de perseguição; se uns tiveram de deixar de caçar, os outros cumpriram até à exaustão”.

A Confederação Nacional dos Caçadores Portugueses critica ainda a política de desativação das armas e o processo de entrega ao Estado por parte de alguns caçadores que cessaram a sua atividade cinegética.

Segundo a CNCP “uma arma tem identidade, tem valor sentimental, por vezes cultural, artístico e histórico, tem valor material e constitui propriedade privada, direito consagrado no Artigo 62º da Constituição; constitui um património pessoal, constituído ao abrigo da lei, com prévia autorização de aquisição pelo próprio Estado ou expressa dispensa dela; os caçadores são cidadãos de pleno direito, têm direito à transmissão da sua propriedade em vida ou por morte e entendem como violação do seu direito constitucional a exigência do MAI que cada um destrua, aliene, venda ou lhe entregue esse seu património”.

Na mesma nota de imprensa frisam ainda que o “MAI escolheu a desativação das armas como via de eleição, mas omite a imensa desvalorização que tal provoca ao património privado que cada uma representa; não deixa de ser interessante pensar no uso de opção similar para aquele que é o maior responsável pela taxa de mortalidade provocada no País – o automóvel (então certamente sem rodas, na opção do MAI”.

Neste quadro CNCP garante que tudo fará “na defesa dos caçadores e partes interessadas relacionadas com a atividade cinegética, para que o documento em discussão possa ser revisto, garantindo o equilíbrio dos interesses mútuos que se deseja”.

in:noticiasdonordeste.pt

“Borboletas aos Montes” ajuda pacientes da Unidade da Mama do CHTMAD

“Borboletas aos Montes”, é um projeto de um grupo de voluntárias que está em votação no Orçamento participativo de Portugal.
Trata-se de um projeto que pretende angariar fundos para continuar a desenvolver atividades de ajuda, às pacientes da Unidade da Mama do Centro Hospitalar de Trás os Montes e Alto Douro (CHTMAD).

Alda Claudino e Sandra Baptista são duas das impulsionadoras desta candidatura ao Orçamento Participativo e esperam que os portugueses o possam eleger, uma vez que, desta forma poderão assim ajudar mais utentes.

Alda Claudino refere que foi uma utente a lançar-lhe o desafio para a candidatura ao orçamento participativo:

“Há muita necessidade. Eu contacto todos os dias com estes utentes e vejo que têm falta de conhecimentos daquilo a que têm direito e das necessidades que têm no decorrer do tratamento.

Mesmo em termos de bens materiais, como as perucas, os lenços, as toucas, as próteses leves.

Por isso, é importante mostrar-lhe o que elas têm direito, o que podem ter.

Esta ideia de participar no conscurso do orçamento surgiu com o incentivo de uma doente minha, que tem conhecimento daquilo que se faz na unidade da mama. Ela soube deste projeto e foi falar comigo. Desafiou-me, digamos, para concorrermos, com o sentido de ampliar e melhorar o nível de atividades que estamos a oferecer neste momento.”

Votar neste projeto não custa nada como refere Sandra Baptista, que explica de que forma se pode contribuir para que este seja um dos projetos vencedores:

“Basta fazer uma pesquisa por “Borboletas aos Montes” e depois inserir ou o número do cartão de cidadão, o número completo com letras e números, ou do cartão do bilhete de identidade; tem essas duas opções e depois é votar, é um processo simples.

Podem votar duas vezes. Cada pessoa tem direito a um voto regional e outro nacional.”

E são três os grandes eixos deste projeto que abrange uma área muito vasta e se estende por 4 distritos:

“São apenas ajudas técnicas, portanto, soutiens, fatos de banho, biquinis, perucas, lenços, almofadas no pós operatório, cuidados de beleza como a micro-pigmentação,ensinar a maquilhar as doentes que estão em tratamento de quimioterapia. Em suma, é a promoção de bem estar físico e psicológico com sessões de reiki, pilates, yoga e exercício físico adaptado e acompanhado por profissionais, com experiência neste tipo de patologia e a capacitação para a cidadania destas pacientes. Há também sessões informativas e de convívio, que permitem esclarecer as dúvidas, partilhar experiências, atenuando, de certa forma, o isolamento e a solidão.

Mas para que este projeto ganhe é necessário que se vote, porque este projeto é um projeto não só meu, não só da doente, mas é um projeto de todos aqueles que superam os desafios da vida.”

O orçamento Participativo de Portugal está a decorrer até 30 de  setembro e a Unidade da Mama do Centro Hospitalar de Trás os Montes e Alto Douro candidata assim o seu projeto “Borboletas aos Montes”, um trabalho voluntário que ajuda as pacientes, não só na cedência de todo o apoio material, como também proporcionando condições para fortalecer a auto-estima e qualidade de vida.

INFORMAÇÃO CIR (Universidade FM)